quarta-feira, dezembro 3

O que vai mudar nas escolas?

Com tantos avanços e recuos do Ministério da Educação e dos representantes dos professores e dos alunos/pais, afinal o que é que vai mudar nas escolas portuguesas em 2009? Neste início de Dezembro, entre os últimos testes e o início das férias, é da mais absoluta importância fazer um ponto de situação e explicar aos portugueses o que é que podem esperar do sistema de ensino.
Será que o “braço de ferro” entre Ministério de Educação e professores acaba?
O que pensam os professores, os alunos e os pais destas medidas?
As vozes da sociedade civil irão clarificar e avaliar este processo.

Convidados:
Paula Barros, Deputada Bancada Parlamentar do PS
João Paulo Videira, Membro do Secretariado Nacional da FENPROF
Ponces de Carvalho, Director Escola Superior de Educação João de Deus
Albino Almeida, Presidente da CONFAP

48 comentários:

lady_blogger disse...

Quanto a mim, as escolas deveriam funcionar de modo diferente. Acredito que muitos alunos aprenderiam melhor em casa.
Muito sinceramente, preferia que a minha filha fizesse o ensino primário connosco pais dela, do que numa escola. Para não a privar do convívio com outras crianças, arranjar-lhe-iamos actividades extra-curriculares. É que aprendendo em casa com a ajuda da tele-escola ou da escola por video-conferência, para nós pais seria mais fácil acompanhar de perto o seu desempenho escolar, avaliar por nós as suas capacidades. Este modo de aprendizagem poderia ser também uma solução para quem está doente e não pode estar presente nas aulas, como também para quem mora longe das escolas, ou para quem receia ser vítima de bulling, e mesmo para evitar que as crianças se levantem tão cedo para ir para a escola. No meu tempo cheguei a acordar às 6 da manhã, e acho que se não era correcto para mim, também não o será para as crianças de hoje.
Por que não voltar à tele-escola, com a opção de ser na escola ou em casa?
É claro que há pais que irão continuar a preferir levar os filhos para a escola, porque em casa ninguém tem disponibilidade para ficar com eles, mas haverá outros, tais como eu e o meu marido que preferem certamente fazer os horários de trabalho em função da educação dos filhos.
Por favor, debatam este tema que para mim seria de extrema importância.

CC

Maria Mendes

Carlos Mendes disse...

O novo regime de autonomia (DL 75/2008 de 22 de Abril), que "em primeiro lugar" admite o "reforço da participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica" da Escola e no Conselho Pedagógico, etc, num modelo de gestão aberto. Pergunta: notam-se ou não, na comunidade escolar, resistências à admissão dos pais e encarregados de educação na direcção estratégica das escolas? É ou não do conhecimento público que em algumas escolas (com particular incidência nas escolas com gestores com 10 anos ou mais), têm sido utilizados procedimentos e atitudes típicas de outros tempos. Falando claro - com REPRESSÂO e com DITADURA? É ou não do conhecimento público que muitas vezes, os próprios docentes e não docentes, recorrem às Associações de pais para apresentarem queixas de atitudes do Executivo que, por um lado, permitem tudo nas escolas, onde nada se passa e nada tem consequências (principalmente actos de violência e indisciplina), para se evitar que se saiba, para dar a entender que a sua escola é gerida de forma exemplar, mas por outro, os seus funcionários são geridos sob tiques de ditadura, num ambiente beligerante do tipo "ou estás por mim ou contra mim"? É ou não verdade que este recurso às Associações é feito porque em algumas escolas as Associações têm vida própria, com opinião própria, não estão sob avaliação dos órgãos de gestão do agrupamento (estão sob a sua própria Assembleia-geral) e por isso funcionam como uma espécie de garante, de auditor externo?

Carlos Mendes disse...

Durante o processo de transição para o actual modelo de autonomia, desde o fim do ano lectivo transacto até ao presente momento, têm-se verificado resistências, com contornos de CLARA e GROSSEIRA VIOLAÇÃO daqueles princípios (o DL 75/2008) e sem receios de atropelar outras Leis. Algumas das quais estão para a democracia como o átomo está para a matéria, pois são as Leis das mais pequenas células da organização democrática mais tangíveis ao comum cidadão - as do associativismo. De muito disto ou de quase tudo isto se tem verificado.
As violações variam na forma mas têm em constante um claro conhecimento dos processos, das "forças" e dos timings da vida da escola e dos seus intervalos. Provocam e utilizam muito do descontentamento, resignação e do conformismo, dos pais em particular e da opinião pública em geral, nos temas relativos à escola.
No passado, estas pratica passavam incólumes. Agora as pessoas contam com n meios e 0 medos. Tempos novos.
E é nesse espírito, qual Neo no Matrix, que muitas vozes se levantam hoje, identificando estes indivíduos que usam o bem público para exercícios de poder had eterno, muito depois de esgotado o projecto que tinham a oferecer, oferecendo depois disso uma marca genética às instituições, que passam a carregar um gene azul que aniquila o gene democrático.

Martinha disse...

Óbviamente que, como encarregada de educação, jamais concordarei com a posição dos professores. Parece-me óbvio também que a avaliação dos professores, já deveria estar no terreno há imenso tempo.

Mau Feitio disse...

"Concordar com a avaliação dos professores ou Concordar com este modelo de avaliação", são coisas completamente diferentes. Os professores não estão contra serem avaliados, mas sim contra o modelo de avaliação. Quando se é encarregado de educação, torna-se fácil dizer que os professores devem ser avaliados. Para mim que sou professor de Matemática, e tendo em conta os resultados nacionais deste ultimo ano, considero que mereço Muito Bom ou Excelente...afinal a subida foi FANTASTICA!...mérito dos alunos?dos professores? ou da ministra?

Dash disse...

É importante esclarecer que a questão, que se encontra a votação, está mal formulada. Os professores defendem a avaliação, discordam sim deste modelo de valaiação.

Para discutir esta temática importa desconstruir um conjunto de ideias erróneas lançadas, por vezes propositadamente, pela comunicação social estatal.

Alves disse...

Sou professor e considero que a avaliação da nossa classe tem obviamente que sofrer alterações em relação ao que até aqui se vinha a fazer. No entanto, do meu ponto de vista, para que se possa fazer uma avaliação realmente eficiente, coerente e justa deverá o Ministério desenvolver esforços para que sejam criadas condições aos professores. De acordo com as condições que actualmente existem nas escolas não é possível, por exemplo, avaliar um professor na utilização das TIC uma vez que na maioria das escolas não existem mais do que meia dúzia de computadores que servem específicamente para o professor preparar as suas aulas (não estão à espera que seja o professor a comprar o seu computador???). Quanto às médias dos alunos perguntem aos edagogos que estão presentes o programa se os países com os quais nos estão constantemente a comparar se possuem as condições (de 3ª mundo) que existem em POrtugal (nº elevado de alunos por turma, nº de disciplinas 14 no ensino básico, ...).

Abraços.

TURMAVIPS disse...

Sou educadora de infância num colégio particular e sempre fui avaliada...
É preciso avaliar para reformular e adequar os objectivos da escola pública e dos seus profissionais ( os professores utilizam esse método na sua profissão, no seu dia a dia )

omeuladoazul disse...

mais uma vez os professores vão sair como os maus da fita!resta pouca dignidade à profissão, sinto há muito tempo vergonha de dizer que sou professor! toda a gente percebe do meu trabalho, toda a gente opina sobre o que faço e o que faço é sempre pouco e mau. nesse sentido este debate vai ajudar ainda mais a denegrir a imagem do professor. os professores já não estão com o PS e a senhora deputada já está a defender o seu próprio lugar na assembleia. certamente,nas próximas eleições, não será eleita.

lady_blogger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulinha disse...

Não sendo professora, mas conhecendo essa realidade de perto,não consigo compreender a atitude dos professores, face à avaliação!! Em todas as profissões a avaliação existe há muito tempo, porque é que não há-de existir nesta classe?! Como é que não existe uma distinção entre um bom trabalho e um mau trabalho, conseguindo todos atingir o topo de carreira!? Deixo aqui a minha indignação e parabéns pelo programa!

lady_blogger disse...

Quando um vejo um recém-licenciado com média de 16 pela U. C. de Viseu perguntar a um licenciado desempregado com média de 13 ou 14, pela Universidade de Coimbra, como se faziam equivalências e reduções de unidades de medidas, sinceramente só posso dizer que o ensino em Portugal deixa muito a desejar. Esse professor azémola está hoje a leccionar, enquanto o outro teve de optar por outra profissão.
Algumas privadas são como que um liceu continuado, ou melhor, o prolongar do liceu, e logo a exigência destas fica aquém das grandes Universidades. Nas mais conceituadas, onde as exigências são muitas, acabam por condenar os seus licenciados ao desemprego devido a facilitismos dados noutras Instituições de Ensino Superior.
Para quando mais igualdade de exigência e de qualidade de ensino? Ou então equipare-se alunos de faculdades mais exigentes com notas por exemplo de 15 com um 11 ou 12 de outras universidades "menores".
Antes de atacarem em massa... Nem todas as privadas dão facilitismos, mas as que o dão são por demais, parece que se compra um curso em vez de se tirar um curso por mérito próprio.
Como posso confiar o ensino da minha filha, por um professor do género do aqui falei, e que não sabe algo tão simples da primária e que até era da área que estudou?
Por tudo isto, acho muito bem a avaliação aos professores. Mas noutras profissões também seriam necessárias avaliações similares. E se decidissem sem pré-aviso avaliar o desempenho dos médicos? Também não me parece nada mal...

CC

Maria Mendes

Ângela Rodrigues disse...

Ainda bem que a FRENPROF enviou esse Sr. que aí está. É o melhor exemplo da arrogância e da não preocupação dos professores com os alunos. Como mãe, sinto bem na pele do meu filho o que os professores têm vindo a fazer nestes anos nas escolas.

Pedro A. disse...

Julgo que a questão que colocam hoje, em jeito de sondagem, no vosso programa, está mal formulada e, por esse motivo, levará a falsas e/ou erróneas apreciações das respostas apuradas!
A questão, pertinente, seria se concorda com o, ainda, actual modelo de avaliação que está a ser imposto pelo Ministério da Educação.
Sou professor e, julgo, nunca será demais esclarecer toda a opinião pública sobre este assunto!
importante é referir que os professores querem ser avaliados! E que, sempre foram avaliados!

HP disse...

Gostaria de fazer duas questões:

Porque é que não há uma Ordem dos Professores?

Será que esta avaliação vai melhorar as qualidades das aprendizagens?

Um professor é um funcionário público devidamente licenciado, como é um médico ou outro, será que devemos nivelar a profissão docente por baixo ou devemos valorizar?

JB disse...

Um caso concreto: lecciono numa escola pública (horário 9h) e ainda dou formação em duas escolas cursos diferentes. As três instituições distam em média 30Kms umas das outras. Claro que com 9h não me posso dedicar inteiramente à escola pública como desejaria (elaborar um clube de xadrez por exemplo, dedicar mais tempo ao Plano Anual de Actividades entre outros). Colegas com horário completo possuem tempo para se dedicar na totalidade à escola pública. Eu, pelo contrário, tenho que trabalhar em mais dois locais para ganhar um salário no final do mês.

Será justo avaliar do mesmo modo colegas com metade ou menos de metade do horário, que precisam de outras actividades remuneratórias e portanto tempo para elas, com colegas a tempo inteiro?

Gostaria de saber a opinião dos presentes.

Cumprimentos.

Ângela Rodrigues disse...

Os alunos estão a ser manipulados, porque o meu filho de 13 anos vem com recados dos professores para casa. Os professores têm dado palestras de à 2 anos a esta parte sobre a Ministra durante as aulas, francamente! E eu própria fui chamada para uma reunião com a directora de turma do meu filho, onde me foi dito todas as patranhas possíveis sobre as faltas. Não me atirem areia para os olhos. Os professores estão preocupados só e apenas com a sua carreira e a manipulizar os alunos, sim! E só não estão a conseguir fazer o mesmo aos pais, porque não temos a mesma ingenuidade dos nossos filhos.

Every disse...

Uma escola com professores responsáveis, acessíveis aos alunos e com prazer na prática da sua profissão, seria uma mudança nas actuais escolas, onde os docentes que se encaixam nesta descrição são ainda uma minoria.

Assim, concordo com uma avaliação justa e rigorosa de uma classe com uma maioria ainda privilegiada, muitas vezes sem motivo.
Ser professor numa sociedade moderna, é uma posição de extrema responsabilidade, na medida em que estão a ser formados os cidadãos que viram a desenhar o futuro da mesma.

Unknown disse...

boa tarde.
espanta-me cada vez mais este meu (pouco) singelo país. sou professora há dez anos, já fui professora efectiva nos e.u.a, já dei aulas na irlanda e em inglaterra e sou há cinco anos professora em portugal, ou talvez aspirante a professora, como a ministra já teve ocasião de nomear, aqueles que ficam sempre à espera de lugar na escola ano após ano, sem continuação pedagógica ano após ano. este ano sou contratada colocada nas cíclicas sem horário completo embora uma colega do mesmo grupo se tenha reformado, não tive direito a mais horas na escola, porque o ministério não deixa completar horários a contratados, pois assim ganha-se mais uma colocação incompleta, mas fica nas estatísticas. isto é qualidade?ou será antes quantidade? como professora nos e.u.a. tinha de cumprir 37.5 horas de trabalho na escola, não fora dela. davam-nos workshops na escola para discutir e melhorar a nossa performance e isso via-se nos resultados dos alunos. apenas se avaliam professores nos dois primeiros anos de profissão, isto porque não há estágios oficiais nas universidades. cada escola tem uma professora mentora, que ajuda todos os professores a consolidarem o seu trabalho e a pedido dos mesmos as aulas são monitorizadas e apreciadas, sempre de uma forma construtiva. se estamos aqui a falar em penalizar professores, qual o exemplo que damos a alunos com dificuldades? que os cortamos do sistema? que nunca terão hipótese de ir mais além como os outros? quem fala em dividir a classe e submete professores a infidáveis horas de reuniões e trabalho em casa (muito por falta de condições físicas) deviam ter vergonha de defender algo que não conhece e onde nem está incluído...sim, há professores na nossa praça que apesar de jovens têm já experiências diferentes e mente aberta! aconselho todos a aprenderem o que realmente a escola em portugal é, em vez de fantasiarem realidades.

Eduardo Anjos disse...

Sou professor e gostava de poder participar no vosso programa (até vos mando o meu contacto 968923138)as pessoas que stão aí, nem parecem profrssores... Será que têm noção do que é hoje ser professor? Os alunos, quase sempre, mal educados, não estudam nada, nem na escola nem em casa, violência, impunidade facilitismo são três situações que se vivem hoje na escola... mas liguem para mim e eu, porque estou no terreno, faço as perguntas! Essa senhora que está aí em representação do PS está mais uma vez a tentar enganar os portugueses. vamos ser honestos!

omeuladoazul disse...

a senhora deputada está a derrapar um bocadinho!

HP disse...

Este Estatuto da Carreira Docente foi aprovado, como poderia ter sido outro qualquer devido à representatividade partidária. Quando é que vai aparecer um Governo que vai trabalhar em conjunto com os professores e não contra os professores?

becas disse...

Ainda bem que a FRENPROF enviou esse Sr. que aí está. Éa primeira vez que ouço na comunicação social alguém a tentar explicar o que realmente se passa no quotidiano da vida profissional dos professores. Perguntou-se porque só se fala da avaliação. Porque todos os outros problemas já indicados pelo Dr. João Paulo estão directa ou indirectamente ligados com a avaliação dos professores. Quanto ao problema da divisão da carreira os professores não estão de acordo, muito pelo facto da forma como foi realizado este primeiro concurso:só puderam concorrer os professores que se encontravam nos três últimos escalões da carreira por avaliação dos últimos 7 anos de serviço. São estes professores que acederam à carreira de professor titular que são hoje os avaliadores. Vejamos: eu sou professora no 4º escalão (logo não podia concorrer). No entanto, o meu curriculo permitria-me obter mais do que os pontos necessários para poder concorrer (95 pontos). Há professores titulares que são titulares com menos mérito do que eu mas acederam a essa carreira à luz da avaliação anterior agora tanto criticada. Isto é injusto e ´mérito não mora aqui!

Unknown disse...

D. Martinha,
porquê o "obviamente" como encarregada de educação é contra a posição dos professores? Teve alguma má experiência pessoal? Talvez...Obviamente não leva acento, além do mais, já lhe passou pela cabeça que muitos dos encarregados de educação são professores? Alguma vez fariam algo que prejudicasse deliberadamente alunos como os seus filhos? Em vez de ser do contra sem grande explicação, tente primeiro saber bem de perto, até poderá perguntar a algum dos professores da escola do seu educando, por que é que estão contra este tipo de avaliação Sim, apenas este tipo, pois nunca os professores disseram que eram contra avaliação alguma.
Informação é um bem precioso para contestar seja que posição for.

becas disse...

Era tanbém muito interessante conhecer a proposta de Modelo deAvalaição apresentada pela FENPROF. Uma sugestão para um programa...

Eduardo Cunha disse...

Desculpem mas o vosso inquérito pode criar alguma ambiguidade, quer relativamente à sua leitura antes de se votar, quer à leitura dos resultados.

A questão é se "Se concorda com a avaliação dos professores.", e não é esta a questão que está a criar polémica na educação. A polémica é se "ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO E OS ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE".

Por isso, acho que deveriam centrar o vosso inquérito na questão central "ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO E O ECD".

Eduardo Cunha
Pai de 4 filhas (2 já no ensino público)
Professor de Matemática
Escola Secundária de Barcelos

omeuladoazul disse...

mais propaganda da sra deputada!

Mau Feitio disse...

A sra do PS deve tomar os mesmos calmantes da ministra! até acabam por ser parecidas!
A melhor de ontem, foi a do Valter Lemos quando lhe perguntaram se as escolas estavam a funcionar com professores...ao qual ele respondeu: "Está tudo a correr bem, as escolas estão abertas"
DUHH

Agradeço ao JP Videira a palavra que teve para com os professores colocados nos CNOs, ao qual segundo este modelo, ja chumbaram!

Unknown disse...

gostaria de saber se, essa sra. deputada, tem filhos no sistema público...como a maioria dos políticos que estão no governo coloca os filhos em escolas privadas, e muito porque estão abertas de manhã à noite não se deixem enganar por qualidade. digo-vos com informação em primeira mão: muitos dos exames nacionais realizados nas escolas privadas são feitos com professores a passear as respostas durante a realização dos mesmos. não, infelizmente não é mentira, é apenas chocante, vergonhoso, mas serve para o ranking e para a carteira de escolas privadas, que pertencem a muito boa gente que está em cargos políticos. nada mais há a dizer.

Vitor Mota disse...

Será que o trabalho docente pode ser avaliado como um trabalho num serviço de uma repartição pública de acordo com o SIADAP? Eu acho que não.

eu sou do contra disse...

Como identificar uma birra?

Já alguém me perguntou se eu gosto de ser avaliado?
É é chato ser avaliado por um modelo que não escolhi ou por quem percebe muito pouco.

Mas eu sou avaliado todos os dias. Todos os dias!

Não sou professor!
Não sou funcionário publico!
Também não sou afiliado em partidos políticos!
E muito menos sindicalista!

Sou apenas um trabalhador do sector privado!
Sou avaliado pelo patrão, pelos colegas, pelos clientes e nem sempre de forma justa...mas cá ando!
Posso ser patrão, funcionário ou independente. As regras são sempre as mesmas. Dependo do meu trabalho e da minha “avaliação” para receber o meu ordenado. E nem sempre o consigo com 8 horas de trabalho por dia.

É, a vida nem sempre é justa! Mas será que alguém tem o direito de me pedir para pagar os privilégios dos outros? Ou uma progressão sem mérito?

Porque é que nesta terra alguém pode ter o direito de não ser avaliado?
Ou de não gostar do modelo de avaliação?

Eu sou só e apenas um trabalhador do sector privado!
E sou pai. Eu sei identificar uma birra. O resto são desculpas!

Cumprimentos

Selda disse...

Imaginemos que agora os alunos de um ciclo iriam avaliar os seus colegas. Os alunos avaliadores seriam os que nos ultimos anos teriam desempenhado os cargos de Delegado de Turma ou de Sub-Delegado. Estes alunos avaliadores dos seus colegas não seriam os melhores alunos, mas os que tivessem cargos nos ultimos 7 anos. Seria justo? Claro que não. Ora foi isto que impuseram aos professores.
Sou professora. QUERO SER AVALIADA por quem tenha mais habilitações do que eu, por quem seja reconhecido pela sua competência científica e pedagógica e não por um colega que nos ultimos 7 anos desempenhou cargos, pois serão estes os avaliadores. Eu serei avaliada por um colega cujas habilitações se circunscrevem ao antigo 5º ano com mais dois anos de uma formação que lhe permitiu obter uma graduação equivalente a uma licenciatura, enquanto eu me encontro em fase de conclusão de doutoramento. E não sou titular porque não desempenhei cargos nos ultimos 7 anos, mas antes disso fui Conselho Executivo (dois mandatos), Orientadora de Estágios de Professores, Directora de Turma, Coordenadora de Projectos, e tudo o resto que há para fazer numa escola. Passei horas na escola, fora de todo o meu horário, a ajudar os alunos a estudar, em vez de me dedicar a um sistema de explicações em casa. passei horas na escola a trabalhar por um ensino de sucesso, ao lado dos alunos e dos pais, sempre alegre. A senhora Ministra conseguiu, nestes ultimos meses, desencantar-me. Ouça os professores, por favor. Olhe-nos nos olhos e ouça-nos. Não há relação nenhuma que não passe pelo diálogo.
Por favor ajudem-nos a perceber isto e a trazer a justiça às escolas. Porque eu quero ser avaliada pela minha competência e ser distinguida pelo trabalho que realizo. E sempre achei injusto uns trabalharem de corpo e alma e outros nem por isso, sem reconhecimento nenhum. Mas com este modelo nunca.
Selda Soares

Unknown disse...

o senhor acha que no sector privado não tem direitos? e o direito a chegar cinco minutos atrasado e não levar falta por duas horas ou ser descontado do (já) magro ordenado? e o direito que tem em trabalhar na mesma zona, e quiçá até na mesma secretária, ano após ano, o que lhe permite resolver a vida em termos de onde pode comprar ou alugar casa. e o direito que tem em ter um ordenado num ano, e não ganhar menos no seguinte? e nas férias que por secção são escolhidas e que podem ser gozadas mesmo em época baixa poupando muito dinheiro? e o direito que tem em, como recebe pelo patrão privado, que faz negócios com público, acha que pode avaliar e escarnecer de outros trabalhadores do público? e o direito a seguro de saúde, que muitos professores contratados continuam a não ter? e o direito que tem em ganhar os mesmos euros de um professor que andou no mínimo quatro anos e hoje muitos com mais estudos, enquanto se pôde aceder a muitos dos postos administrativos existentes sem concluir o ensino secundário? direitos? ah, não são regalias. realmente a galinha da vizinha sempre é mais gordinha que a minha...lá está, mas porquê? porque andas os professores em luta? por birra? por mania? não, por justiça. lá está ouçam as pessoas melhor: avaliação sim, esta não. não sejamos mesquinhos, que assim o país não vai a lado nenhum.

Pedro A. disse...

Sr. "eu sou do contra" chama-se DEMOCRACIA!!!!
Talvez preferisse que assim não fosse!??
Talvez merecesse que assim não fosse!!!

Unknown disse...

já agora sr. do contra, conseguiria imaginar-se na sua profissão 15 ou 20 anos sempre com o mesmo índice de salário, a fazer o mesmo trabalho dos outros, com as mesmas habilitações ou até mais, com os mesmo deveres e responsabilidades e sempre sem saber s eno ano seguinte teria trabalho, quanto mais subir a qualquer escalão? pois esta realidade é conhecida e sentida por milhares professores contratados que só já trabalham, porque também assim foi desde o início, por amor à camisola.

TELMO BÉRTOLO disse...

Concordo que os Professores têm de ser avaliados, como aliás tem acontecido até agora, ao contrário daquilo que o Primeiro-Ministro e a equipa da Educação têm afirmado aos quatro ventos. Agora o que pode e deve ser questionado é o modelo que esteve em vigor até há pouco tempo. Mas quem foi o responsável pela manutenção de um tal modelo?...
A questão da avaliação dos Professores é muito importante e não deveria ter sido imposta sem a opinião daqueles que vão sofrer os efeitos da mesma. Mas este modelo imposto pelo Ministério da Educação era tão bom, segundo o Governo e aqueles que estão inebriados pelo cheiro da rosa, e já foi simplificado por duas vezes!… Mas o que deve ser sublinhado é que esta segunda simplificação apenas pretende evitar os incómodos que previsivelmente causariam à imagem do Governo, por estarmos quase a entrar num ano eleitoral!...
Por que razão terá o Governo importado um modelo chileno e o tornou ainda mais exigente do que o que lhe serviu de base? Basta ver uma análise do modelo chileno que circula na Internet (no YouTube) para se concluir que o que foi pensado para o nosso País não trará nada de positivo. Por que não se procura aprender com os erros dos outros? Por que não se procura seguir modelos existentes noutros países mais evoluídos?
Michael Fullan e Andy Hargreaves, afirmam na sua obra Por que é que vale a pena lutar?, editada Porto Editora em 2001 o seguinte : «A imposição de esquemas punitivos de avaliação a todos é como utilizar uma marreta para esmagar uma noz. Tal imposição reduz a “avaliação” ao mínimo denominador comum. Os esquemas de avaliação que implicam 100% do pessoal docente, tendo em vista detectar uma pequena percentagem de incompetentes, constituem uma perda de tempo considerável. Ironicamente, a ansiedade que provocam também pode desincentivar a excelência de muitos que se tornam relutantes em correr riscos, devido ao receio da punição.»
Os Professores dizem sim à sua avaliação, mas opõem-se frontalmente a este modelo que o Governo pretende impor aos Professores, segundo as suas convicções.
A propósito de convicções, sugiro a leitura destas palavras escritas por Rubem Alves:
«Convicções são entidades mais perigosas que os demônios. E o problema é que não há exorcismo capaz de expulsá-las da cabeça onde se alojaram, pela simples razão de que elas se apresentam como dádivas dos deuses. Os recém-convertidos estão sempre convictos de que, finalmente, contemplaram a verdade. Daí a transformação por que passam: seus ouvidos, órgãos de audição, se atrofiam, enquanto as bocas, órgãos da fala, se agigantam. Quem está convicto da verdade não precisa escutar. Por que escutar? Somente prestam atenção nas opiniões dos outros, diferentes da própria, aqueles que não estão convictos de ser possuidores da verdade. Quem não está convicto está pronto a escutar - é um permanente aprendiz.
(...)
Dizia Nietzsche que "as convicções são piores inimigos da verdade que as mentiras". Estranho isso? Não. Absolutamente certo. Porque quem mente sabe que está mentindo, sabe que aquilo que está dizendo é um engano. Mas quem está convicto não se dá conta da própria bobeira. O convicto sempre pensa que sua bobeira é sabedoria.
As inquisições se fazem com pessoas convictas. (...)
Mas os demônios das convicções têm atributos dos deuses: são omnipresentes. Escorregam da religião. Emigram para a política. (...)
Nenhuma instituição está livre dos demônios das convicções. Nem mesmo a ciência.»
Para terminar, relembro o que escreveu um dia William Shakespeare: “Para ser-se verdadeiramente grande, é preciso não vibrar sem grandes razões; mas é preciso também saber lutar por um palha quando a honra está em causa.”
TELMO BÉRTOLO
(Cabeceiras de Basto)

Ana disse...

Sou professora há trinta anos e tenho dedicado todos estes anos aos alunos, com muito gosto e prazer, ajudando-os a “crescer” do ponto de vista intelectual, mas também pessoal.
Ser professor é quase ser “missionário”. É uma profissão extremamente desgastante física, psíquica, intelectual e emocionalmente.
Fico triste, quando vejo mais um programa na RTP, ser conduzido de forma pouco imparcial, manipulando, assim, a opinião pública.
Era bom que, de uma vez por todas, alguém tivesse a coragem de dizer que, aquilo que os professores pretendem é melhorar a qualidade do ensino, em Portugal. Não é esse o objectivo deste modelo de avaliação, que o governo quer, a todo o custo, implementar. O único objectivo deste “modelo” é reduzir custos e melhorar “artificialmente as estatísticas.
Os professores querem ser avaliados, aliás, já o eram.
A aplicar-se outro modelo, porque não aplicar-se um que tenha como objectivo melhorar o ensino, mas de forma real, tendo como base modelos de países desenvolvidos.

Só mais uma coisa! Há pessoas que opinam sobre aquilo que não conhecem, ou não querem conhecer.

Ana, professora

Ramsés II disse...

Boas!

Para além de todo esta diálogo de surdos que infelizmente estamos a presenciar, gostava só que me ajudassem numa dúvida que me assalta, o senhor da CONFAP é remunerado por esta função que está a desempenhar?
Quem puder que me esclareça!

Muito obrigado!

Unknown disse...

Sou trabalhador do sector privado e desde sempre avaliei e fui avaliado.
A questão colocada permite alguns reparos, dado que é visivel aos olhos da população que os professores não querem nenhuma avaliação, sendo que para isso basta ver alguns dos blogs mantidos pela classe, onde se constata um ódio a tudo o que seja alterar o "status quo".
Isto lembra-me a velha anedota do Bocage, que ao ser apanhado com uma peça de roupa , por cima do seu corpo, e ao ser questionado porque andava assim, respondeu que estava à espera da última moda.
Assim também os professores, estão á espera da última moda, ou seja , não querem esta avaliação, não irão querer a próxima e assim sucessivamente, alegremente com tudo na mesma.
Uma última palavra para dizer porque é que nós em Portugal temos que ser sempre diferentes dos outros paises? Porque é que não aproveitamos uma avaliação já existente noutro país e a adaptamos ao nosso? É assim que faz em qualquer sitio.
Boa tarde.

tiago slf disse...

Este modelo de avaliação está repleto de erros. Não o tendo analisado, não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Da mesma forma, estou certo de que qualquer modelo de avaliação proposto por qualquer parte estaria igualmente cheio de erros e defeitos, ou seja, na melhor das hipóteses seria igualmente mau.

O que seria certamente pior seria a manutenção da actual situação, sem uma avaliação digna desse nome, por ser inconsequente. Da mesma forma, seria inaceitável manter um sistema de progressão que tem consequências tão perversas. Ao criticarem o facto de serem avaliados por professores que acederam ao lugar de titular sem competência reconhecida, estão a criticar o actual modelo, porque tal é sua consequência.

Acima de tudo o resto, na minha opinião a actual posição dos professores começa a tornar-se anti-democrática, ao tentarem impor a sua vontade. Aceitando e defendendo o direito à greve, não aceito que qualquer grupo profissional tente sobrepor-se a um governo eleito pelos portugueses para tomar decisões por todos, em sua representação. Ninguém elegeu os professores, muito menos os sindicatos destes, para esse fim e, como tal, a actual tentativa de boicote a decisões de um governo eleito democraticamente coloca em causa os princípios democráticos. A democracia não pode ser a ditadura da maioria, mas muito menos poderá tornar-se na ditadura de uma minoria.

Mal ou bem, este governo foi eleito para governar o país por um período de 4 anos. Está a ser avaliado e no fim do mandato terão as consequências (positivas ou não) dessa avaliação. Se não for o governo a decidir e governar, em quem votaremos para o ano? Valerá a pena votarmos novamente?

tiago slf disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro A. disse...

Apenas para responder ao "José":

O senhor da CONFAP tal como o denomina, não sei se é remunerado pela função que desempenha. O que lhe posso dizer é que a CONFAP recebe todos os anos um subsídio do "nosso" Ministério da Educação!

Carlos Mendes disse...

As tácticas mais usadas para continuar no poder (do Executivo ao Conselho Geral Transitório) são:

1. Na escola (leia-se, no corpo docente e não-docente), manter um regime totalitário. O Presidente do Executivo (e brevemente também ainda mais o Director), exerce o poder utilizando instrumentos como a avaliação, a distribuição das turmas e dos horários, a distribuição das competências e a delegação das responsabilidades mais apetecidas, não tanto pela competência mas pela cor da camisola - se não és por mim és contra mim. Este critério tende a extremar-se com o tempo. É uma terminologia beligerante. E isto resulta numa pressão diária e numa repressão funcional e da carreira. Isto é verdade em muitas escolas. E nestas, existe um ambiente pouco desejável para os nossos filhos, que em nada contribui para a sua (boa) formação.

2. Aos fora da escola (leia-se, os "outros" que segundo a Lei têm responsabilidades delegadas e que poderão ser um contrapoder ao poder instalado, já que aquelas "armas" não são aplicáveis a estes "outros"), exercer poderes com xico-espertimos, ora! Era o que faltava. Isto é muito fácil de fazer. O que é que eles podem fazer? Duas coisas: trabalhar, claro, em prol da escola (não seria natural um pai trabalhar contra a escola onde o seu próprio filho é aluno) e exercer poder (ups! isto é que não). Está claramente identificado onde se tem que fazer o castre. É só seguir as “instruções” abaixo.

3. Nos actos eleitorais, ... porque é que haviam de ser distintos. Desde incluir os nomes de pessoas de quem toda a gente gosta em várias listas (na lista em que a própria pessoa se identifica e à qual autorizou pertencer e na do Presidente do ano passado – sem isso da autorização do próprio. Estamos aonde?). Bem, agora o "gajo" só tem que se identificar (leia-se "ter tomates" para dizer que não ao sr. Presidente - "desculpe sr. Presidente mas peço que me tire da sua lista porque não acredito nos seus métodos", ou "na sua competência"). Ou ainda aparecer nas reuniões do executivo das Associações de Pais, sem notificação nem convocação, dias antes da eleição dos pais representantes para o Conselho Geral (apesar da mesma associação ter passado o ano TODO a tentar reunir-se com ele para tratar de aspectos práticos e tentar trabalhar neste ou naquele projecto e nicles; estava sempre ocupado), para oferecer a sua interpretação da Lei ("afinal de contas é somente um conselho geral TRANSITÓRIO"; "não entendo tanta vontade em participar nele" - "vontade" essa expressa numericamente na Lei: 4 directos e 2 indirectos por não leccionar o ensino secundário). Passando pelo convocar, participar e presidir a uma assim designada "Assembleia Geral de Pais do Agrupamento" com estratégia própria e campanha própria, à boca da urna. Há alguém que se preocupe? Alguém que queira saber? Ou de outra perspectiva: há alguém com responsabilidade a quem recorramos e que actue em conformidade? ACREDITE: NÃO.

outro ponto de vista disse...

Os professores afirmam que apenas estão contra este modelo.
Pois bem, esclareçam-me, s.f.f., o que tem de errado este modelo?
Em que consta este modelo?
Só ouço dizer que está mal, mas, desculpem-me a ignorância, ainda não ouvi nada de concreto...
É um problema de quantidade de pontos? Complexidade dos parametros? Não aplicabilidade?

Ensinar é para mim uma paixão. Não sou professora, mas desdobro-me em explicações e formação profissional, além do emprego convencional de 8H diárias...

Sou avaliada nas explicações... na formação profissional... e no emprego...
Nas explicações é claro como a água... se o menino não melhora as notas... chumbo!
Na formação profissional... se os formandos não atingem os objectivos ou a entidade formadora não gostou dos meus 'apontamentos'... chumbo!
No emprego é uma incógnita. Bem gostaria de ter uma grelha certinha e bem definida para saber o que esperam de mim... além do lucro ao fim do mês...

Momiji disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Momiji disse...

Penso que esta situação decorrente no cenário educativo em Portugal é bastante preocupante. Nesta altura em que temos tantas opiniões que vairiam, temos de parar e pensar que esta situação não beneficia ninguém! Penso que a Ministra deveria ponderar as decisões que está a tomar neste momento: para além de haver descontentamento por parte dos docentes, e consequentemente greves e outros tipos de manifestações, este ano lectivo será muito prejudicado e muitos alunos estão a ser prejudicados nos seus estudos! Falo isto como estudante e digo que sou a favor de uma "avaliação correta e justa" dos professores.

Continuem com o programa! :)

eu sou do contra disse...

Cara Sr.a Ana margarida, eu não falei em direitos, falei em privilégios.
E não ser avaliado é um privilégio para os medíocres, mas é acima de tudo uma maldição para os competentes. Deviam ser os Sr.s os primeiros a defenderem uma avaliação, fosse ela qual fosse. Pelo menos poderiam ter crescido como classe, pelo menos poderiam ter o orgulho de separar algum do joio. Assim, não tem nada, nem mesmo o respeito que merecem.

Li o seu post com a atenção merecida, mas confesso não ter percebido a argumentação. Nenhum dos pontos a que se refere são apanágio do sector privado, muito, mas mesmo muito pelo contrário.
Se os usa como comparação é porque desconhece a realidade do país. Sabe quanto ganha um arquitecto com 15 anos de trabalho no lombo? E um Eng. Civil em quantas terras acampou em 15 anos de trabalho? E quantas horas trabalha por dia? É que, sabe, não são só os professores andam na estrada. Os outros também andam, e acredite em mim, alguns com bastante mais habilitações que o secundário.

Fala também na incerteza no contrato de trabalho, e nesse ponto concordo consigo. Algo tem de ser feito para melhorar a situação. Não é justo para ninguém e acredite que, mais uma vez, também não é uma característica do sector privado. Mas logo depois vem falar de férias, seguro de saúde e galinhas? Está a falar a sério? Não está, pois não?

Mas essa não é a nossa guerra, certo? Estamos a falar de avaliação de desempenho.

Diga-me, qual é o bom profissional, o profissional competente que tem medo de uma avaliação? Mesmo injusta ou desajustada? Eu não (mesmo correndo o risco de falsa modéstia), mas enfim já estou habituado. São muitos anos a ser avaliado, e por muitos! Alguns (para responder a um outro comentário aqui no blog) com habilitações muito mais baixas que as minhas. Mas não me queixo. Amanhã faço mais e melhor.

Num outro ponto do blog e em resposta directa falam em democracia?
Caro amigo Pete, eu nasci num país onde tal não existia.
Sei no coração, nas rugas e nos calos o que é a democracia, lutei por ela e mereço-a tanto como qualquer outro. Porventura mais.
Se não sabe o que quer dizer, por favor consulte um dicionário ou peça a alguém mais velho que lhe explique. Não seja aquilo que aparenta ser!

É uma pena que uma classe que tanto respeito merece se trate a si mesmo desta forma.
Lamento.

Cumprimentos

Carlos Mendes disse...

Não entendo isto. Eu sou completamente burro ou não entendo isto MESMO.
Os cépticos da autenticidade deste movimento dos Profs.

Eu sei que não são os nºs que validam uma tese. Seja que tese for. Bem. Isto é válido mais na ciência, certo?

Estamos a falar de pessoas, não!? De concidadãos seus, certo? De quase os 100% dos professores, certo?

Então se eles estão TODOS errados em relação ao trabalho desta Ministra e do seu secretário, tem que existir aqui uma GRANDE MANIPULAÇÂO.

Isto é um espectáculo.

Neste país, onde ninguém se impressiona com nada, que temos que ser tolerantes com todas as minorias e que todas as minorias podem dizer o que querem, com lógica OU NÃO; E que muitas destas minorias tem discursos que ninguém entende; Se calhar porque perseguem um objectivo que não querem dizer (nós ainda não estamos preparados para isso); Por isso em cada momento o seu discurso concentra-se na progressão que pode ser dita; E expurgam esses pensamentos no pressuposto que somos todos burros e comemos toda a palha se for bem dita. “Tipo” reality show. É isso que somos. Espectadores do “quem é que vai cair”. Dos takes artificiais que estamos preparados para ver.

Ou será antes esta a verdade: a dos alinhamentos.

Por um lado são os Socialistas (ou que pensam que são mais socialistas que os outros - ou mais alinhalistas), que escondem a sua real lógica quando botam decibéis para fora: a cega defesa da corporação. Daí que ninguém entenda o que dizem pois falta-lhes lógica na sua "clareza". Ou põem outras lógicas por cima da “verdade”.

Por outro lado os Socialistas que estão em consciência (ou em luta de consciência) a verificar que se calhar, nas próximas eleições, vão dar uma facadinha na sua eterna fidelidade. Alguns destes mostram essa sua dicotomia e insegurança no seu discurso. Outros há que não. Seguem a direito.

Temos também os outros que alinham sempre para o lado do poder, porque já lhes convém, ou estão ainda nesse discurso ... a cenoura na ponta da cana. Ou não. Nestes momentos de viragem e de realinhamento de forças tudo é possível.

Depois há os outros que estão-se a lixar para alinhamentos. Sócrates, Ministra, Governo ou desgoverno, Presidentes do Executivo, etc e que pensam por si e concluíram que BASTA. Livres pensantes. Nada de novo na história.

Haverá também os conspiradores. Há de tudo neste canto. E neste mundo. Os meus “parabéns” para eles, se, no caso de terem conseguido este output, é obra que faria inveja à escola Maquiavélica. (e é neste momento que toca a música do Twilight Zone)

Da parte que me toca, que não sou docente, não quero saber o PORQUÊ desta manifestação até ao pormenor. E porquê isto? E porquê aquilo? Sei no entanto que o ambiente em muitas escolas está no limite de qualquer coisa muito má. E que se praticam prepotências, se criam redes de sumidades intocáveis que criam ciclos de renovação do poder segundo trâmites monárquicos. E para mudar alguma coisa, preciso desta classe profissional em que muito acredito.

Não querendo comparar, há no entanto outras classes profissionais que quando se levantam o país fica todo em sentido, e que a mim não dizem nada.
Comparar por exemplo os Advogados, os Magistrados e outros afortunados com a idoneidade dos professores. Ah! Não me lixem. Tá.

E tentarem ligar os 120 MIL professores aos interesses sindicais. Ah! Não me lixem, tá?!

Portanto, isto é mais um jogo de xadrez político para uns e de legitimidade para outros.

E porque estamos em democracia, e porque a democracia evolui, tá fácil de ver, não?

Aceitam-se apostas. Eu aposto no "Ministra, XAU!". Eu aposto ainda no “PS, ouve e ouve bem. Ou senão o ovo com que estás a contar, não sai. Fica onde está, em antecipação, para verificações prostatais futuras”.