quarta-feira, fevereiro 17

Doenças graves: tratar no público ou no privado?

30% da população portuguesa tem seguro de saúde e o recurso ao setor privado passou a ser a primeira opção – uma escolha cada vez mais óbvia à medida que os melhores especialistas são contratados pelos hospitais privados.
Mas por que escolhemos o setor privado em detrimento do público? A resposta é mais rápida no caso das cirurgias, mas a qualidade clínica no caso de doenças graves é igual à do SNS, que não raciona os gastos com doentes oncológicos, com sida ou outras patologias incuráveis?
Em que doenças graves compensa mais recorrer ao privado? Vale a pena fazer os tratamentos no público e a recuperação no privado? Um tema actual, em debate no SC de hoje.

Convidados:
Nuno Miranda
, Diretor clínico do IPO de Lisboa
António Vilar, Secretário-geral Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide
José Manuel Pavão, Médico Cirurgião Pediatra
Nobre Leitão, Diretor Clínico do Hospital dos Lusíadas

13 comentários:

Joana disse...

Olá!
Os hospitais publicos, são um horror ao nivel do atendimento! Não têm respeito algum pelos doentes!
O meu avô à uns anos teve um "acidente" em casa e foi de urgencia para um hospital distrital, onde passado uns dias lhe disseram que passaria a andar de cadeira de rodas e que nao havia nada a fazer, passado 15 dias foi para um hospital privado por livre e espontanea vontade, de onde saiu passado + ou - 3 semanas depois a andar, bastou uma operaçao à coluna!
Um neuro-cirurgiao meu conhecido, tb me disse que se as pessoas com ciática soubessem, como é facil ficarem boas com uma simples cirurgia, não passariam meses a trata-la com comprimidos fortissimos...
Gostaria que me justificassem estes diagnosticos e a sua deficiente resolução!?!

Boa tarde,
Teresa

Maria disse...

É-me indiferente o acesso ao publico/privado, já ñ me é indiferente a qualidade do serviço.Logo,não consigo optar pela questão posta. Por experiencia própria tanto obtive "exitos" no privado como publico sendo o inverso igulam/ verdadeiro. A leitura q tenho é sp a mesma, a qualidade senão a sorte ( se acaso existe...)reside no acerto especifico de um bom medico. Deveria existir um "diagnostico" sobre o SNS. Pelo q me é dado a observar há desperdicios e mto aproveitamento de "material" medico .. nada mais a adiantar. Só p um pequeno ex, tenho um tornozelo partido desde Dezembro e lá continuo a aguardar ser chamada ao Hospital, pq- sei qual deverá ser o medico competente a tratá-lo e não estou interessada em ser atendida por outrém, como já me aconteceu num passado recente

Muito mais factos deveras "bizarros", abrangentes a todos os agentes desta área, poderia aqui escrever, apenas a v/ exigencia de "espaço" não o permite
Cumprimentos
Maria Ramalho

Unknown disse...

Num pais onde a saude é um negócio, quem não tem uma boa carteira, está literalmente "tramado".

Anjos disse...

Boa tarde,
conheço ambos os serviços devido aos internamentos do meu filho.
Após um mês de internamento na pediatria do Hospital São João o que constatei foi que existem bons profissionais, muito conhecimento, o que nos dá mais segurança, mas as condições eram ainda à muito pouco tempo péssimas o que condiciona muito o bom trabalho dos profissionais de saúde.Difícil fazer omolete sem ovos!!!
Acabamos por em muitas situações procurar consultórios privados dos mesmos profissionais que trabalham no sector público, procuramos aliar o "saber" com o "conforto" e com tempo para dedicar ao doente!

Kalium disse...

Boas ! O meu pai faz anos hoje, está preso a uma cadeira de rodas, graças aos "médicos" que tem tido e uma artrite reumatóide em estado grave. Falaram em medicamentos revolucionários, de que servem, quando a "médica" do hospital de Torres Vedras recusa-se a receitá-los, (quando confrontada com o diário da república) e o que faz é atribuir medicação utilizada para transplantes ? (Já tinha antes disso feito injecções de metotrexato, durante 2 anos sem resultados) Graças a isso o meu pai neste momento é diabético, e teve um AVC o ano passado. A "médica" neste momento mostra-se (curiosamente) desinteressada atendê-lo. Aguarda há um ano e meio uma consulta de reumatologia, porque estqa "médica" é clínica geral ...

Unknown disse...

Quem não tiver uma boa carteira, está literalmente "tramado".

Sylvie disse...

Boa tarde!
Eu tenho uma doença crónica, sou seguida num hospital público e sou mt bem tratada e atendida.
Tenho uma equipa de médicas e por isso sou sempre atendida pela(s) mesma(s) e só vejo vantagens nisso!
Acho que a qualidade de atendimento depende mt do médico que nos calhe (é uma questão de sorte!). No privado (a pagar preços bem altos) há doentes a serem mal atendidos...

OUTUBROSEMPREPRESENTE disse...

Desejava questionar abertamente se no privado tratam as doenças graves sem haver convenções. De forma explícita um dos vossos convidados pôs o dedo na ferida. O problema dos seguros. Sou da Guarda e efectivamente desejava saber se há investimento compagínável com a acessibilidade ao SNS.

Anónimo disse...

Eu já não falaria das doenças graves... eu começaria por coisas mais simples como a Saúde Oral. A Medicina Dentária continua a ser uma grave lacuna no Serviço Nacional de Saúde.

Conto com o vosso apoio para divulgar a seguinte petição:

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N871

Mizaa disse...

Ola boa tarde mais uma vez,realmente lhes digo que hoje não optava nem pelo publico nem pelo privado,pois já tive a minha dose nas mãos dos dois.
As doenças realmente nunca são curadas mas sim tratadas e foi isso que aconteceu comigo desde o aparecimento de um problema nos meus joelhos tinha eu 15 anos na altura.
Como ainda podia usufruir da ADSE fui operada no hospital militar Porto,fiz fisioterapia e não fiquei a 100%.
Anos mais tarde voltei a recorrer á medicina convencional,pois não conseguia ter uma vida normal,tive que deixar o desporto que praticava na altura,e correr era algo que não conseguia fazer normalmente.Fui consultas ortopedia no hospital Gaia,e voltei a ser operada com 23 anos,fiz fisioterapia muita,mesmo muita.Anos mais tarde algo de muito errado estava acontecer com meus joelhos pois inchavam da noite para o dia,pensei que podia ser lesão por esforço e recorri ao meu seguro no trabalho da altura.Bem a seguradora foi muito clara era uma doença reumatica e não era da competencia do seguro de trabalho.Bem ali estava eu com 27 anos e uma doença debilitante para resto da vida?Não aceitei!Então tentei recorrer medico desta especialidade no Hospital em Gaia,pedi medica familia e ela lá enviou pedido.Esperei 1 ano da minha vida em vão,a tomar doses elevadas anti-inflamatorios.Pensei então recorrer por escrito ao Hospital a preguntar porquê de tanta espera,e meu espanto foi que nem sequer tinham recebido pedido de consulta...fiquei revoltada e com ajuda familia recorri a um reumatologista privado,muito boa pessoa e que me disse que em Portugal não existia medicação que aliviasse meus sintomas,mas que havia umas injecções de cortisona francesas muito boas.Bem por sorte tinha familiares emigrados na França e la me enviaram as injecções.Foi alivio e achei que era milagre,meus joelhos não ganhavam mais liquido e pareciam estar curados...Mas passados 7 meses precisei de nova dose e assim sucessivamente até me fartar de pagar 35€ por injecção mais 20€ consulta(pois medico fazia-me desconto).
Agora com 30 anos não tomo medicação,faço natação,mudei a minha alimentação(sem carne,sem produtos refinados)como muitos legumes e frutas,tomo suplementos alimentares e estou finalmente a tomar controlo da minha vida e da minha "doença" que de facto já não existe...
Peço desculpa por ter sido extensa mas isto foi uma parte dos 15 anos em que entreguei a minha saude aos médicos..
Obrigado Sofia Fernandes

OUTUBROSEMPREPRESENTE disse...

O que se coloca hoje efectivamente é a matriz ideológica neoliberal no sector da Saúde. Desejava questionar ao participantes se o sector privado permitia a sua formação pré e pós graduada e também na oportunidade formativa em congressos e contínua.
Um exemplo concreto, um único reumatologista contratado por antigo hospital SPA que entretanto foi integrado numa ULS Guarda, EPE não foi permitido a continuação da sua contratação pela ARSC. Hoje com os EPE’s infelizmente criou-se um espaço tipo campeonato de primeira e segunda divisão. Mais uma vez o Interior é relegado p+ara segundo plano.

Efectivamente apesar das dificuldades no acesso o SNS continua a ter qualidade e excelência na prestação de cuidados de saúde públicos. Devemos combater que o estado deve ter apenas o papel de financiador, o estado deve ser efectivamente o grande prestador e deve-se combater as promiscuidades entre o sector público e privado.

Sylvie disse...

@spip
Se me permite uma sugestão:
apresente queixa da referida "médica".

Cmps

Soraia disse...

A minha achega vai no sentido de falar num problema mais que de saúde pública, de higiene pública, que o Estado não assegura aos portugueses.
O problema é que para ele não há possibilidade de nos questionarmos se recorremos ao público ou ao privado, pois o público simplesmente não o assegura.
Há hábitos de higiene que estão ao alcance de todos em nossas casas.
Não ter esses hábitos é uma questão individual de (ausência de) civismo até, e na sociedade atual, em que felizmente, a esmagadora maioria de nós vai tendo as condições mínimas de salubridade, como água potável, saneamento, energia, etc , ninguém tem desculpas para não ter essa higiene para consigo.

Onde já temos desculpas como portugueses, é na higiene oral que o Estado nos permite ter.
É que manter bocas sãs não passa apenas pela higiene que temos em casa ao nosso alcance.
É preciso consultar com alguma regularidade um médico dentista, e ao contrário das outras especialidades que vão existindo nos centros de saúde, o Sistema Nacional de Saúde não tem dentistas para servirem as comunidades.

Que resta então ao cidadão que se preocupa com a sua higiene e saúde orais?
– Recorrer à clínicas dentárias privadas.

Ora sabemos bem que isso sai caro todos. Bem caro. Aliás, correspondendo também ao quão caro fica a um médico dentista formar-se a sua especialidade, como também a Sociedade Civil mostrou noutro programa.
Há que escolher muito bem o seguro dentário mais em conta.
Mas o Estado não deveria "lavar as mãos" (para dar mais um toque de higiene a tudo isto) e alhear-se da necessidade de tratar da saúde oral dos seus cidadãos.
Os cheques-dentista são uma gota no oceano das necessidades dos portugueses.