Como recuperar a vida que se tinha após uma doença debilitante? De que forma se superam os efeitos de tratamentos duros e prolongados? Esta preocupação do pós-doença, presente numa sociedade com uma longevidade cada vez maior, tem feito crescer a terapia ocupacional, que se ocupa da prevenção da incapacidade e de reabilitar o indivíduo após uma doença. Aproveitamos o recente congresso sobre esta temática para dar a conhecer as vantagens desta multidisciplina que atravessa todas as idades.
Saiba mais sobre a terapia ocupacional neste SC.
Convidados:
Inês Guerreiro, Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados do Ministério da Saúde
Ricardo França Jardim, Director do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
Helena Féria, Directora da Unidade de Terapia Ocupacional do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão da SCML
Sílvia Martins, Presidente da Associação Portuguesa dos Terapeutas Ocupacionais e Docente na Escola Superior de Saúde de Alcoitão
5 comentários:
Quanto a este tema de suma importância, gostaria de informar de que no que toca à longevidade de vida existem 2 situações uma é a qualidade da mesma, a segunda é que a OMS já veio muito recentemente rectificar essa mesma longevidade de vida, o resto pergunte aos cidadãos do Portugal profundo do interior o que se está a passar com os mesmos, é só Lisboa e Porto, o resto é paisagem, esta é a verdade nua e crua do Portugal cheio de assimetrias e fossos entres classes.
É de louvar estes técnicos de terapia, e é de registar também, que dada a longevidade da nossa sociedade, mas muitas vezes com pouca qualidade em termos de saúde, cada vez iremos precisar mais destes homens e mulheres. O problema, é que no serviço nacional de saúde, poucos terão acesso à terapia ocupacional. O meu pai teve um AVC em 2001, e o hospital de Aveiro enviou-o para casa, sem mais nenhuma informação a não ser a medicação. Até agora ignorava este tipo de terapia, eu e provavelmente mais de 50% dos Portugueses.
Obrigado
Em Viseu especificamente como posso procurar terapia após avc suave e após cirurgia ao joelho (artrose)?
A terapia ocupacional é mesmo importante e infelizmente está pouco valorizada, divulgada e solicitada por outros médicos. Têm-se formado muitos terapeutas ocupacionais que são um complemento em casos de terapia de fala, doença mental ou psicológica, perturbações... enfim, pessoas que têm algumas incapacidades físicas e psíquicas.
Acho que os terapeutas ocupacionais também fazem falta nalguns Lares de idosos onde haja mais doentes e nos infantários e escolas onde há quase sempre, pelo menos, uma criança que necessita de ajuda para se desenvolver harmoniosamente a nível da motricidade, fala, destreza mental e raciocínio lógico, etc.
Eu já tive o prazer de conhecer, há uns anos, uma excelente Terapeuta Ocupacional, na altura ela só tinha 25 ou 26 anos e era recém formada. Ela trabalhava, e acho que se mantém, num Hospital e dava apoio num gabinete de Terapeutas de Fala. Desde uma senhora de 50 anos que teve um A.V.C. e deixou de falar, mas ela ajudou-a em conjunto com o terapeuta de fala, a recuperar e hoje a "doente" diz várias palavras, até a um menino que só começou a falar aos 4 anos e tal com muitas dificuldades na pronúncia, pois tinha dispraxia verbal (pouco conhecida, mesmo entre os médicos portugueses e confundida com algo do espectro do autismo), entre outros casos que me contou e cheguei a ver. Esta Terapeuta Ocupacional ajudava muita gente e acho que continua!
Trata-se, basicamente, de um trabalho de entretenimento elaborado para o paciente, este nem se apercebe muitas vezes que está a ser tratado e quem está fora do assunto não valoriza, mas eu sei da importância do trabalho destes Terapeutas.
Portugal não pode continuar a ser só Lisboa e Porto, afinal a maioria dos que moram lá não nasceram lá, ou os seus familiares não são oriundos de lá. Isto lembra-me um teatro interessante que vi há tempos no Porto "A Cidade dos que Partem"...
A migração do campo para a cidade ou do interior para o litoral, mantém-se? Tenho ouvido vários casos contrários e provavelmente, um dia ainda me mudo para longe do litoral. Estou farta da poluição, da confusão, do excesso de competitividade, da indiferença entre as pessoas...
Infelizmente, tenho andado adoentada e muito atarefada e não pude ver o programa dedicado a este tema.
O Estado também devia dar mais apoio subsidiário para Terapia Ocupacional e áreas semelhantes, a quem não pode pagar as sessões.
Pelo que sei, faltam em Portugal fonoaudiólogos (vulgares no Brasil) e respectiva formação, porque só Terapeutas da Fala, muitas vezes é insuficiente... e acho que o trabalho destes profissionais de saúde, fica mais completo com terapia ocupacional, dependendo da gravidade dos casos.
Espero que mais pessoas comentem este tema, porque quando se fala nas touradas e noutras coisas menos importantes, muitos, vêm logo a correr!
Quanto ao que perguntou a Rita, em Viseu, não sei onde fazem terapia ocupacional, mas pesquisando na internet, por exemplo, em hospitais, gabinetes de terapia ou alternativamente, perguntando ao seu fisioterapeuta ou médico de família, talvez...se eles não sabem, deviam saber. Não desista!
Cumprimentos,
Eugénia Fonseca
Parabéns pela excelente reportagem... só para complementar algumas das coisas que foram ditas. É sim possivel encontrar terapeutas em regime privado, cada vez mais, e em alguns locais com protocolos com companhias de seguro. Como terapeuta ocupacional, e na minha prática privada, recebo casos encaminhados por médicos, mas também de colegas de outras áreas, e até por pedido das familias, o terapeuta pode trabalhar sem prescrição, apenas com indicação médica, ou livremente.
estou disponivel para qualquer outro esclarecimento mafalda.correia@cadin.net
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