quinta-feira, maio 10

Crise na construção civil


Suspensão de obras públicas, atraso nos pagamentos pelo Estado, dificuldades de acesso ao crédito e diminuição da procura de mercado são os fatores principais da crise na construção civil, de acordo com a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas.
É no Algarve que a crise da construção mais se faz sentir.
A degradação deste setor tem aumentado desde 2002, levando à perda de mais de 200 mil postos de trabalho, prevendo-se que o desemprego atinja mais 130 mil pessoas até ao fim do ano.
A reabilitação urbana, renovação de estradas secundárias, construção de saneamento básico são apontadas por muitos especialistas como a solução para o setor. Mas segundo o INE as expetativas de evolução desta atividade nunca foram tão baixas.
Reunimos à mesa do Sociedade Civil os melhores especialista para mostrar novos rumos para o setor.

7 comentários:

asasa disse...

Apesar da crise que o país atravessa e isso ter influência, o sector da construção civil bebe agora do seu próprio veneno. Muitos lobies, veja-se que é um dos poucos sectores que conseguiu acabar com a fiscalização por parte das câmaras e estabeleceu regras que permitem a fiscalização das suas próprias obras. Depois, temos ainda a questão das licenças, onde sem rei nem roque devido ao próprio financiamento das Câmaras, licenciar é a maior receita. E urge ainda falar nas várias empresas, muitas delas bem conhecidas na praça, que constroem com pouca ou nenhuma qualidade sem que os construtores sejam chamados à razão não cumprindo os 5 anos de garantia e continuando a construir apesar das Câmaras, em cada uma das localidades saberem o mau trabalho e o que prejudicam os seus munícipes.

asasa disse...

Temos ainda a questão dos preços. São escandalosos os preços praticados. Estou bem à vontade para falar porque trabalhei no sector. Por norma faz-se uma casa por 15.000 contos e vende-se por 60.000 contos. Os bancos, os construtores e as imobiliárias com os os seus lucros escandalosos contribuiram para esta situação.

asasa disse...

E voltamos ao escândalo e à exploração, agora e mais uma vez por parte dos bancos. Em tempos de crise há sempre quem enrsiqueça com a miséria alheia. Primeiro, os bancos lucraram com os empréstimos à habitação sem respeitar a taxa de esforço dos clientes, isto devido a casas caras e com a contribuição das imobiliárias. Agora, embora, o negócio dos bancos não seja dinheiro, ao ficarem com as casas e tendo capacidade de gerir esses fogos, poderão mais tarde vendê-las. Venderam caro, recebem as casas de volta com avaliações de miséria e depois poderão vir a vendê-las mais caro em melhores dias.

asasa disse...

Há que mudar este paradigma. Praticar preços mais justos, empréstimos com spreads mais baixos e tudo isto com maior respeito pelos pdms, pelos clientes e pelo respeito da pós venda, no apoio e na reparação do que ficou mal construido e que é responsabilidade do construtor. A crise embora tenha efeitos negativos, não só mas com efeitos mais graves na falta de emprego, é útil para retirar do mercado as empresas menos idóneas e mantido os profissionais sérios e competentes.

Manuela Joplin Fiel disse...

Boa Tarde, Fernanda Freitas e Convidados. Ressalvo, desde já, que não estou ligada ao sector da construção civil. No entanto, quer como Tradutora, quer como amiga/conhecida de muita gente ligada a essa actividade, ouço queixar de 2 factores (tão importantes e tão pouco assinalados) para a crise no imobiliário: A concorência desleal, por parte da Banca, 1º, em não financiar o crédito à habitação;2º:Ao ficarem com as casas dos seus clientes, promovem-nas e concorrem c/as mediadoras/imobiliárias, vendendo-as por preços muito abaixo do valor de mercado, a investidores a quem, a própria Banca "avisa e incentiva" à compra (e, quantas vezes, nesses grupos de investidores, estão os próprios bancários, não "dando a cara" mas lucrando c/as "negociatas". Vale a pena pensar nisto! Foi preciso aparecer um Juíz de Portalegre, "revolucionando" a decisão da entrega da casa aos Bancos, para a Banca (e os Governantes)se predisporem a considerar a situação caótica e triste dos contribuintes/clientes que deixaram de poder honrar o seu compromisso bancário, ficando sem a sua casa, na maior parte das vezes, o sonho e esforço de uma vida. E o sector da construção civil mexe c/ tantos outros sectores da sociedade, levando para o desemprego milhares de pessoas. Obrigada.

Manuela Joplin Fiel disse...

triste dos contribuintes/clientes que deixaram de poder honrar o seu compromisso bancário, ficando sem a sua casa, na maior parte das vezes, o sonho e esforço de uma vida. E o sector da construção civil mexe c/ tantos outros sectores da sociedade, levando para o desemprego milhares de pessoas. Obrigada.

Jorge Oliveira disse...

Boa tarde, estou espantado com o programa de hoje, para um debate sobre os construtores não convidaram ninguém do outro lado, por exemplo:
-uma pessoa que tenha sido ludribriada por esses senhores(comprador de casa ou empregado que não recebeu o seu salário.
-uma pessoa do banco de Portugal para saber aonde meteram o dinheiro(490 milhões de euros),não pouparam?, não planearam?
Que pena que eu tenho deles!
E eu aqui (que comprei um casa que foi mais cara do que o que devia ser) a contar dinheiro para almoçar.
Jorge Oliveira