quarta-feira, fevereiro 27

Fé em tempo de crise



A grande maioria dos portugueses são católicos, mas o número de protestantes e testemunhas de jeová tem vindo a aumentar, como revela o último CENSOS. Em momentos de crise são muitos os representantes das mais diversas religiões que referem haver um aumento no número de crentes. Mas, afinal, que conforto buscam os portugueses na religião? O que procuram nas comunidades religiosas?
Como ajuda a crença a atravessar momentos mais difíceis? Ter fé significa acreditar num futuro promissor por intervenção divina? A fé renova a motivação? Transforma os cidadãos para a mudança? Torna-os mais resilientes?

3 comentários:

Anónimo disse...

A crença em Deus é algo que acompanha o indivíduo em todas as fases da sua vida e não apenas em altura de crise. Quem crê verdadeiramente, crê sempre.
A crença e a fé têm por base o conhecimento e não o desespero. Quem procura a religião para resolver os seus problemas materiais está a ir à fonte errada.

Scotex disse...

Acho incrível falarem de fé e não falarem da falta dela. Se há mais pessoas que dizem professar outras fés, há muitas mais as que dizem não professar nenhuma! Não faria mal nenhum convidarem um ateísta, ou faria?

Scotex disse...

A religião foi a nossa primeira tentativa no que toca à Filosofia, à Biologia, à Geologia, à Astronomia, mesmo à Literatura – e há que reconhecê-la por isso. Éramos ignorantes: desconhecíamos os movimentos das placas tectónicas para explicar os sismos, não conhecíamos a teoria dos germes para explicar as doenças e não tínhamos conhecimentos para interpretar os fenómenos astronómicos. Vivíamos borrados de medo. E que melhor explicação do que a existência de um ser (ou seres) divino(s). Mas hoje? Por amor de deus! Hoje todos os fenómenos relacionados com a vida (sua origem e evolução) podem ser explicados – pelo menos, melhor explicados – através da teoria da Selecção Natural do Darwin em combinação com a ocorrência de pontuais mutações genéticas. E o mesmo acontece com a ciência em relação ao Universo, salvo no que se refere à sua origem. Temos uma boa ideia da sua evolução através da muito consensual teoria do Bigbang, mas não sabemos o que aconteceu antes disso. E é aqui, com o amontoar das provas cientificas, que os teístas e os deístas se têm vindo a refugiar nos últimos tempos, advogando que tudo o que é criado tem de ter um criador – falo da analogia do relógio encontrado por uma tribo primitiva: os membros duma tribo primitiva não saberão para que serve um relógio, mas de certeza saberão que existe um criador (o relojoeiro) por detrás dele. A falácia deste argumento é evidente, pois por detrás de deus terá também de existir um criador, e por detrás do criador de deus outro criador, and so on and so on…