terça-feira, janeiro 15
Estudar é uma “seca”?
Portugal continua abaixo da média europeia em matéria de educação, com os índices mais elevados de insucesso e abandono escolar, revelou recentemente o Eurobarómetro. Mas porque é que as crianças não gostam de estudar?
Segundo dados do Ministério da Educação, em 2007 mais de 80% das escolas do ensino básico tiveram nota negativa no exame nacional de matemática.
Os psicólogos defendem que a televisão, a internet bem como jogos de computador são responsáveis pela falta de atenção das crianças.
Neste Sociedade Civil queremos saber o que pais e professores podem fazer para ajudar as crianças não só a passar de ano, mas a gostar de estudar e aprender.
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49 comentários:
Por favor!Minha filha foi sempre aluna do Quadro de Honra, em Luanda. Aqui, no antigo 7º ano continuou com óptimas notas. É professora de Economia na Secundária. As filhas, com 13 e 16 anos não ligam a mínima. Tirar 20 ou 8 é igual. Minha filha fica doida.Acho que represálias não dá.O clima em casa, por causa disso, não me agrada. O que faz uma mãe professora na Escola onde estudam as filhas, e onde ainda há boas alunas?
Gostava de abordar dois tópicos sobre esta questão:
1 - a culpa é do sistema, afirma-se sempre sem qualquer medo. Mas os encarregados de educação tendem sempre a demitir-se dos seus papéis de primeiros educadores. Quantos são os encarregados de educação que ao invés de acompanharem os estudos dos pequenos resolvem contratar um estranho que lhes dê explicações? Será que realmente a matéria não é dada na totalidade na sala ou o programa não está adequado às capacidades dos jovens (talvez por falta de estimulação em idades mais tenras).
2 - Métodos educativos - Encontramos a educação formal, educação não-formal e educação informal...todos eles se podem complementar e tornar o aluno um actor do sistema educativa ao invés de ser apenas mais um que decora conceitos e despeja no teste seguinte, esquecendo logo de seguida toda a matéria decorada! O enriquecimento curricular também poderá ser um local privilegiado de aprendizagem pela acção - basta que o governo não o deixe ao sabor do vento entretendo meninos a jogar à bola!
Com amizade
Pedro Henrique Aparício
A pedagogia waldorf é sem duvida de muito melhor qualidade que o ensino tradicional em todos os campos. Aconselho a todos que puderem.
Que truques existem para melhorar a capacidade de memoria e concentração, e quais os piores factores para estas questões?
Penso que o insucesso escolar é apenas o reflexo de como a mensagem não chega aos estudantes. É necessário que exista uma identificação com os conteúdos que estão a ser vinculados ao invés de querer "implingir" matérias, que embora tenham todo o interesse, não estão a ser transmitidas, nem com exemplos nem numa linguagem actual. O exemplo da matemática é clássico precisamente por ser ensinada de forma abstracta. Qual é o aluno que vê a finalidade de saber resolver equações do 2º grau?? É necessário saber falar na mesma "linguagem" para que professores e alunos se entendam. Não queremos formar automatos mas sim pessoas com capacidade de raciocinio.
Gostaria que a Sra Ministra da Educação estivesse a ver este programa: há tanta preocupação em alterar o Estatuto da Carreira Docente e apresentar "números bonitos", e tão pouca em levar os alunos a considerarem a aprendizagem algo de interessante, e não uma "seca". Utopia? Não creio...
Antes de mais, gostaria de saudar a Profªa Drª Dulce, com quem bastante aprendi. Sou professora do 1.ºCiclo e simpatizante do Movimento da Escola Moderna. O respeito à diferença é determinante, não só com os alunos portadores de deficiência, mas com todas as crianças. É um modelo que permite trabalhar os valores básicos da sociedade: a solidariedade, a intervenção, a democracia. E cada aluno aprende ao seu ritmo, de acordo com os interesses e necessidades individuais. Creio que só desta forma o Ensino pode enfrentar adequadamente a "concorrência" dos múltiplos interesses da era moderna.
Gostava de partilhar a minha experiencia enquanto professor e de ter constatado a dificuldade verificada em conseguir trabalhar com alunos do 7º ano em que as idades variavam entre os 12 e os 16anos. Foi interessante verificar que os alunos mais novos, quando separados dos alunos repetentes, se mostravam motivados e respeitadores. Quando a turma estava com os alunos mais velhos era impossivel trabalhar pois eles boicotavam as aulas. É necessário ter igualmente em conta a forma como se compõem as turmas, pois não se pode comprometer a formação dos alunos por causa de outros que andam a desperdicar a sua oportunidade de aprender
Porque será que as mocinhas procuram as companheiras mais mal educadas, piores alunas, etc. Será que são excluídas do grupo?É que não ouvem ninguém. Nem sequer uma avó prafrentex como eu!!!!!!!!!!!!!!!
Como aluno do 4º ano do ensino superior vi-me este ano sujeito ao processo de bolonha implantado às três pancadas. Toda a minha vida de estudante foi feita pelo método antigo, aulas, e exames finais. Nunca precisei de me dedicar ao estudo continuo e agora de repente sou confrontado com este método. Não o acho incorrecto, pelo contrário, mas acho completamente desadequada a maneira como foi implantado.
Abordando o aspecto do "decorar" apenas tenho a dizer que é inútil. Tal como frisaram, temos a necessidade de decorar fórmulas, etc, e não temos tempo de as aprender a usar. Felizmente tive a sorte de ter alguns professores que simplesmente nos forneciam um formulário, e nos ensinavam a aplicar os conteúdos. Não sei as fórmulas é verdade, mas sei usá-las, e posso sempre consultá-las em livros, enquanto que se quiser aprender a usá-las através destes, já é muito mais complicado.
Acima de tudo muito tem de mudar desde o 1º ano. Eu até ao 12º pouco precisei de estudar, nem me motivavam a tal, e sempre me correu bem. De repente vejo-me num ensino superior totalmente diferente.
estudar é tudo menos uma seca!! eu sempre fui um pouco "baldas", nunca pensei muito em seguir para o ensino superior, mas agora que trabalho (militar), tou a tentar tudo para entrar na faculdade.. isto é mais um aviso para os jovens, nunca quis ouvir os mais velhos, mas agora dou-lhes toda a razao!
ja agora, um alerta sobre o facto dos sites das universidades têm pouco a explicar os concursos especiais M23.
um abraço
Sou mãe de 3 filhos e cuido de crianças a titulo particular e uma coisa que me espanta com os miúdos de hoje é o descaso com que tratam o material escolar.Os livros rasgados os cadernos sujos!será que os professores se demitiram de exigir dos seus alunos o respeito que o material de trabalho merece?
Adelaide,Póvoa de Varzim
Relativamente ao Processo de Bolonha, como tem sido referido, assenta no facto de pedir aos alunos que estudem por si mesmos e aprendam ao seu ritmo, mas como tal é possível quando na faculdade se tem um horário em que as aulas começam pela manhã e terminam ás 8 horas da noite e ainda existem trabalhos e relatórios para fazer? Sendo ainda necessária a presença obrigatória a todas as aulas, práticas e teóricas quando muitas destas não passam de um professor a ler uma sebenta o que poderia ser efectuado em casa e este estudo complementado com o recurso a outras informações o que não é possível nas aulas.
É obrigação das escolas e dos professores passar o gosto por estudar aos alunos.
Disciplinas como a matemática deveriam ser a maior aposta de todas as escolas, com um currículo a incidir mais sobre a matemática.
O gosto por aprender não é inato, é passado de alunos para professores.
Quanto ao exame nacional do ano lectivo 2006/2007 foi dos mais acessíveis alguma vez feito.
Boa tarde!
O abandono escolar prende-se com factos diversos, a saber: falta de incentivos por parte de quem lecciona, os próprios professores perante carreiras incertas não se sentem motivados e consequentemente não conseguem motivam os seus alunos; as crescentes despesas com a educação; os planos curriculares que não vão de encontro às necessidades que os alunos sentem na vida prática; a falta de justiça nas avaliações, se estas fossem feitas sempre usando exames nacionais seriam mais isentas.
Há alunos autodidactas e não são respeitados por isso.
As matérias devem ser mais práticas .
Os alunos deveriam poder escolher mais as cadeiras que querem estudar, porque sinceramente há por exemplo quem prefira ter alemão em vez de educação musical e eu não vejo nenhuma desvantagem nisso. Cada qual é que sabe o que lhe é mais útil para a vida profissional.
Há tantas lacunas.
Quanto aos jogos de PSP, Wii, Nintendo, PC, deixo um conselho: deixem as crianças brincar enquanto não tiverem responsabilidades, pois se as privarem elas tanto não jogarão como não estudarão, ou quando crescerem estarão dedicados sobremaneira aos jogos dos quais foram privados enquanto crianças.
É igualmente importante responsabilizá-los, e mostrarem-lhes que na vida há tempo para tudo, as crianças podem jogar e estudar sem se prejudicarem, o jogo pode ser uma forma de intervalo no estudo.
CC
Maria Mendes
olá.. eu era um aluno "baldas" nunca gostei muito de estudar, entao decidi trabalhar, agora, sou militar e vejo tds os meus colegas a acabar os cursos ou recem-licenciados e eu invejo-os bastante! Estou a tentar entrar na faculdade e é tudo o que eu mais quero, estudar..
Um conselho aos mais novos, nunca ouvi os professores quando diziam "a melhor vida é a de estudante", agora eu digo o mesmo..
um abraço
Outro motivo para o abandono escolar será a conjuntura do nosso mercado de trabalho. Os alunos ficam muito desmotivados quando se apercebem que estão a estudar sem garantias de conseguirem trabalhar na profissão em que investiram tantos anos de vida académica. Querem motivo mais desmotivante que este?
Esqueci-me de referir que o bulling pode ser uma outra causa de abandono escolar.
CC
Maria Mendes
agradecemos que os comentarios sejam SOBRE O TEMA. comentarios à parte devem ser enviados por mail.
obrigado
SC
Um dia Ary dos Santos escreveu " Estudar é importante mas, pensar é tudo."
Sinto que se trata disso mesmo...de fazer sentir aos alunos que o que lhes é ensinado é uma dádiva e não uma amarga obrigação.
E para tal é necessário ambos, professores e alunos, falarem a mesma língua.
..
Motivação.
Respeito.
Liberdade de expressão.
Profissionalismo.
Vontade de se fazer.
E de se fazer, bem!
Sinto que é por aí...
Seca?
Sinto que infelizmente ainda há, grande em parte pela ausência de estimulação de ambas as partes.
Realmente pode ser uma "seca" estudar as disciplinas que nos impingem. A melhor alternativa é manterem algumas cadeiras comuns a todos os cursos e estabeler um número minímo (mas não máximo) de outras disciplinas a frequentar para se transitar de ano lectivo.
CC
Maria Mendes
fala-se muito da matemática, mas um exemplo clássico também é a Geometria Descritiva. Nesta disciplina não existe meio termo, ou se tem bons alunos ou maus alunos, precisamente por ser uma disciplina que assenta no raciocinio e visualização do problema para o conseguir resolver. Nunca se consegue ser bom aluno se se achar que memorizando métodos de resolução se vai conseguir resolver os problemas. O gosto pelo ensino tem de passar pela satisfação e realização consciente de objectivos alcançados.
EM RELAÇÃO AO PRE-ESCOLAR E PENSANDO NA CRIATIVIDADE ASSOCIADA À APRENDIZAGEM, GOSTARIA DE PERGUNTAR AOS PRESENTES SE É ACONSELHÁVEL OS ALUNOS LEVAREM BRINQUEDOS PARA A ESCOLA?
Lídia
Um outro pormenor que pode ser relevante, é que naqueles cursos com cadeiras onde é muitas vezes dada a oportunidade de os alunos darem a sua opinião pessoal, a avaliação pode não ser muito justa, porque convenhamos que os professores preferem as respostas que vão de acordo à sua própria opinião. E no meio de opiniões por vezes tão distintas há alunos que acabam por tirar negativas só porque têm ideologias tão dispares, porém não menos válidas, e que acabam por desprezar as escolas que ignoram as suas teorias.
CC
Maria Mendes
Sempre fui um 'bom aluno', ao longo do ensino básico e do secundário, pelo menos esse foi o feed-back que o sistema de avaliação me passou. Acho que a formação primária, com uma professora espectacular, foi determinante. Estou agora no ensino superior, no 2º ano de Engª Química e reparo que houve uma diferença entre entre tudo o que fazia antes e faço agora. Estudar é um hábito mas como já foi dito, e num ramo que preciso de muita matemática, os métodos nem sempre são os adequados favorecendo-se demasiado o 'marrar' em vez de ver fórmulas como ferramentas. Mas há excepções.
Amanhã irei ter um exame em que será permitida a consulta, o que por si diz logo ao aluno que é mais importante perceber do que decorar.
Numa altura em que milhares de alunos Universitarios estão de cabeça nos livros este é um óptimo tema.Parabens!
Sílvio Monteiro
Não querendo cair no clássico "A culpa é do sistema" parece-me importante assinalar um aspecto que foi ligeiramente abordado pela Dr. Dulce. O nosso sistema educativo funciona de um modo no qual é suposto que todos os alunos, ao atingir uma determinada idade tenham o mesmo grau de conhecimento, de competências, etc. a TODAS as disciplinas leccionadas. A minha questão é: o que fazer a alunos que, por exemplo, revelam muitas capacidades a nível da matemática e das ciências e poucas aptidões a línguas? Porque não permitir que os alunos possam frequentar as várias disciplinas mas em níveis diferentes? Por exemplo, frequentar matemática de um nível correspondente ao 9º ano e uma língua estrangeira correspondente ao 7º? Na minha modesta opinião de docente, não deverá ser apenas a idade a determinar o nível de ensino frequentado, mas também o nível de conhecimento que o aluno já possui sobre um certo assunto, sendo-lhe possível frequentar, simultaneamente, várias disciplinas de níveis diferentes. Creio que a motivação e estímulo do aluno seria diferente.
Obrigada pelo serviço público que todos os dias fazem.
Rosa Gonçalves
Sou professor do 3º ciclo (Educação Técnológica)e
estou a gostar de ouvir todos os intervenientes neste programa. Mas todos se esqueceram de uma coisa muito importante: a escola pública tem uma disciplina que deveria ensinar como desenvolver projectos dentro das diversas disciplinas. Essa disciplina é a "Área de Projecto". O problema é que a maioria dos professores encara esta disciplina como a extinta "Área Escola". Desta forma, em vez de ensinarem os alunos a desenvolverem projectos e a avaliar o trabalho desenvolvido, passam o tempo a fazer "coisinhas" para expor no átrio da escola. A própria disciplina é atribuída aos professores como forma de preencher os respectivos horários e não aos professores que têm formação específica nesta área. Como se pode leccionar esta disciplina sem ter a noção do que é uma pesquisa orientada, uma monografia, uma bibliografia, análise SWOT,tipos de apresentação pública, etc, etc.
Como estimular os alunos se a disciplina que lhes deveria ensinar métodos, funciona quase como uma disciplina de lazer?
Não será prioritário ensinar primeiro como fazer e só depois a fazer?
Não terá esta disciplina uma importância relevante e capital na formação dos alunos do 3º ciclo?
Gostaria que comentassem...
gostava de saber se existe alguma formação ao nivel do ensino do metodo de ensino atraves do calculador multibasico de joão Nabais?? conheço este metodo de ensino e acho que ele é optimo porque os alunos aprendem matematica de uma forma divertida e pratica e com excelentes resultados. por exemplo eu nao pratico este metodo no ensino publico por nunca tive uma formação pratica nele... nao me sinto muito a vontade para o praticar, mas gostava muito.
sera que a utilização destes novos metodos passa pela farta de foramçao e desconhecimento dos professores ??? falta de divulgação ??? gostaria de perguntar ao director do golegio joao de deus, como poderia eu, professor do 1º ciclo, adquirir esta formação ???
enquanto parte de uma minoria, os esquerdinos/canhotos, acho interessante a falta de ofrmação por parte dos professores para saber lidar com estes alunos que pode em limite estignatizá-los. Igualmente as próprias instituições não têm os equipamentos próprios para estes alunos, como se verifica em muitos estabelicimentos de ensino com as cadeiras com apoio para escrita esclusivamente no lado direito. Tudo pode contribuir para o insucesso, até o ser visto como diferente
Boa Tarde,
sou aluna do ensino secundário -
12ºAno, dum curso tecnológico, e tenho a sorte de ter alguns professores que por vezes "fogem" ao ensino tradicional.
O modo e método como interagimos é muito motivador, e as competências e capacidades não são trabalhadas para o "momento", mas para todo o futuro escolar e/ou profissional.
Por exemplo, num teste, a docente permitiu o teste que consulta, já que o seu objectivo não é que a matéria seja decorada mas percebida, e o teste não era simplesmente de significado de conceitos, mas aplicação dos mesmo na área/sociedade.
Catarina Alves
C.T.Desporto - 12ºAno
É também importante chamar as coisas pelo nome: como podem funcionar as escolas que foram criadas no princípio do século para uma capacidade de 500 alunos, e actualmente, sem qualquer tipo de intervenção adequada (as únicas intervenções foram apenas de conservação), estarem a funcionar com uma lotação de mil e muitos alunos? Que condições para alunos? e para professores? Como podem estudar e preparar aulas senão em casa? Com as escolas a encerrar e os alunos a acumular...
felizmente a maioria dos meus professores sempre foi da opinião de que uma capacidade de raciocínio elevada é mais importante do que a capacidade de memorização por si mesma. e, como tal, não me considero de todo uma pessoa com grande capacidade de memorização, e isto nunca me foi prejudicial até entrar no ensino superior, onde o objectivo não é, de todo, a percepção de qualquer matéria, mas sim a memorização da mesma. não será necessária uma mudança também aqui?
Ter como amigos bons alunos é um bom estimulo ao empenho escolar. Isto vai ao encontro do ditado popular "diz-me com quem andas, e eu te direi quem és".
CC
Maria Mendes
Interessante a conversa... Falar de ensino-aprendizagem em Portugal, num momento em que a confusaão é enorme, parece-me extremamente importante.
Não podemos esquecer, mesmo que discordemos, que existe um peso enorme, centralizado, que vem de cima... os currículos, os espaços, os equipamentos, a herança... Depois, há os encarregados de educação que, tmbém eles, não estão muito abertos à mudança... querem tudo como eles próprios experimentaram... Os profesores que inovem raramente são apoiados pelos pais... Para eles, os professores são responsáveis, não são simáticos, são exigentes... Na teoria é tudo fanatástico, no terreno as dificuldades são mais do que muitas!! Uma coisa é o ensino privado, outra é a escola pública! Não os confundamos!
esforço? Trabalho? Empenho? Concordo em absoluto! Os encarregados de educação é que não... Garanto-vos que estou no ensino básico...
Sabemos perfeitamente que estamos a viver uma época em que a pressão no trabalho é enorme. Na verdade a maior parte dos nossos pais têm dificuldades económicas, os ordenados são baixissimos, e a preocupação principal é "dinheiro" dificultando assim o acompanhamento dos filhos. A escola também deve ser um meio de educação/formação pessoal de cada aluno, o que muitas vezes não acontece.
Do 7º ao 11º ano tive uma professora a matemática que, em vez de ensinar esta discipina, levava-nos a descobri-la... A maior parte dos mEus colegas não gostava do método, pois exige de nós bastante trabalho, dedicação, motivação, interesse, TEMPO! Com este método nós percebemos, não só a funcionalidade ds matérias, mas também o porquê de 2+2=4
A minha filha é sobredotada e nunca precisou de estudar para ter sempre excelentes notas em todas as disciplinas no entanto agora no setimo ano está a ter notas abaixo dos 80% a matematica. Eu pergunto, como "ensinar" uma aluna destas a estudar matemática quando ela nunca precisou de o fazer antes? Ela própria queixa-se que não sabe como se estuda.
Acho inaceitável — criminoso! — alguém dizer, como uma professora que testemunhou no vosso programa, que «o erro é uma forma de aprendizagem»!
Não vamos fazer do erro algo que ele não é, algo melhor do que ele é, desta forma branqueando-o.
O erro é, na melhor das hipóteses, um alerta para a necessidade de mudar algo — por parte do professor e, muito importante, por parte do aluno (porque se este não quer, aquele não pode): mudar atitudes, mudar métodos de trabalho, trabalhar mais, trabalhar melhor.
Mas se não se passar do diagnóstico do problema (o que pressupõe reconhecer que errar encerra um problema) às medidas tendentes a colmatar esse problema (acabar com o erro), o erro é simplesmente estéril (ou, pior ainda, engendra mais erros).
É com lirismos destes, papagueados acriticamente por pedagogos-demagogos, que se vai enterrando mais e mais o nosso sistema de ensino.
Já manuseei um manual intitulado "Aprender a Estudar", de António Estanqueiro. É só mais uma sugestão de leitura alusiva ao tema de hoje.
CC
Maria Mendes
No caso dos resumos, das cábulas e cópias de conteúdos discordo do que foi reiterado. Justamente se pode fazer essas cópias enquanto se faz outras coisas como falar com outras pessoas, ver televisão, receber emails e conviver em ambiente social de café. De resto, continuo a considerar as cópias à mão de conteúdos escritos, das melhores terapias para acalmar e adormecer em casa.
Regards,
Daniel Alexandre
ps. Quanto às estatísticas dos medicamentos psiotrópicos e psicoactivos é preciso ter fé. Começo acreditar que os médicos psiquiatras são entidades religiosas muito crentes... É preciso ter muita fé para ainda acreditar na psiquiatria médica.
No caso dos resumos, das cábulas e cópias de conteúdos discordo do que foi reiterado. Justamente se pode fazer essas cópias enquanto se faz outras coisas como falar com outras pessoas, ver televisão, receber emails e conviver em ambiente social de café. De resto, continuo a considerar as cópias à mão de conteúdos escritos, das melhores terapias para acalmar e adormecer em casa.
Regards,
Daniel Alexandre
ps. Quanto às estatísticas dos medicamentos psiotrópicos e psicoactivos é preciso ter fé. Começo acreditar que os médicos psiquiatras são entidades religiosas muito crentes... É preciso ter muita fé para ainda acreditar na psiquiatria médica.
Como é possível exigir resultados com turmas de vinte e tal alunos, com escolas sem condições de conforto para os alunose sem auxiliares? A Escola Moderna não pode funcionar na Escola Centenária. É curioso ver as filmagens decorrerem em espaços agradáveis, mas a maioria das escolas são bem diferentes daquelas. Antes de falar vão a uma escola e vejam as condições reais.
A professora que se definiu a si «não como professora, mas como facilitadora de aprendizagens» (a tal que defende o erro como uma forma de aprendizagem...) estava sentada no chão em frente a... quatro-alunos-quatro!
Não me parece que os outros vinte (habituais nas nossas salas de aula) estivessem simplesmente fora do enquadramento...
Vi ontem um pouco do programa Sociedade Civil na RTP2 e fiquei estupefacta, mais uma vez, com a intervenção “compaginada” do senhor presidente da Confap e com o embevecimento do Senhor Zorrinho. Em minha opinião, é um erro enorme do Governo/Ministério da Educação, eleger como interlocutor privilegiado o presidente de uma confederação de pais (que não sei até que ponto é representativa dos pais), em detrimento do diálogo com os professores. Não me parece que desta forma sejam melhorados os resultados dos alunos, nomeadamente, em Matemática e Língua Portuguesa, sendo necessário não esquecer, que sem conteúdos essenciais, não se adquirem, ou desenvolvem competências, e que, as novas tecnologias por si só, não levarão a lado nenhum, por mais computadores e quadros interactivos que apareçam.
Gostaria de concluir o meu comentário anterior, dizendo que seria mais benéfico para os alunos, um bom acompanhamento dos pais, em casa, coordenado com a escola, e uma redução e limitação da intervenção directa dos pais na escola. Quando falo em acompanhamento, não me refiro apenas aos trabalhos de casa que, hoje em dia, até podem ser realizados nas escolas sob orientação, em espaços próprios, mas na definição e cumprimento de regras de convívio social, na criação de espaços de estudo e de lazer, na promoção de hábitos de trabalho, ... Não me parece que seja benéfico para ninguém a “profissionalização” das associações de pais, sendo de salientar que está aqui incluída uma percentagem reduzida de pais; os restantes, a esmagadora maioria, não tem muitas vezes tempo, possibilidade para falar semanalmente com o director de turma dos filhos, ou ir a reuniões necessárias na escola. E estes é que seria necessário chamar e orientar, para que o pouco tempo que passam com os filhos fosse de qualidade e facilitador das actividades escolares.
Concordo até certo ponto com o qu diz a "belicha" anteriormente, se bem que neste caso o Sr. Zorrinho n se tratar apenas de um personagem literário de algum escritor(a) com a envergadura de Isabel Allende, mas de alguém com muita experiência e uma noção muito clara da interacção, motivação e necessidades dos alunos, sejam eles mais virados para os números, as letras ou as figuretas.
E que tal os pais levarem os filhos em grupos de cinco ou seis, às escolas, em caminhadas em vez de ir "bater à porta" dos profesores insistentemente o tempo todo. Essas caminhadas de grupo de alunos matutinas levadas a cabo por cada núcleo de pais, já foi tentada e teve resultados bastante positivos. Não é fácil, pois não?
bn
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