quarta-feira, janeiro 23
Fundamentalismo islâmico ameaça Portugal?
Portugal está em estado de alerta face a uma ameaça de terrorismo. A investigação levada a cabo pelos serviços secretos espanhóis deteve 14 pessoas, em Barcelona, suspeitas de ligação a organizações terroristas islâmicas, em particular, paquistanesas. Além de Portugal, também a França e o Reino Unido foram alertados pela secreta espanhola para riscos de atentados, sobretudo porque estes dois países fazem parte, em conjunto com a Suíça, do périplo que o Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, está a fazer pela Europa durante esta semana. O Gabinete Coordenador de Segurança português chegou mesmo a reunir de emergência, perante a possibilidade da presença de uma célula terrorista em Portugal.
De acordo com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, esta ameaça de terrorismo em Portugal poderá estar relacionada com o cancelamento do Lisboa-Dakar 2008, uma vez que "tem a mesma fonte, que é o fundamentalismo islâmico".
Actualmente, o mundo islâmico conta com mais de 1,4 biliões de seguidores em todo o mundo, no entanto, o fosso ideológico e civilizacional que o separa do ocidente é, na maior parte das vezes, evidente ou, até, inultrapassável. Os quadros de valores são, em alguns casos, diametralmente opostos, como se provou no caso dos cartoons de Maomé. Queremos com este Sociedade Civil falar abertamente sobre o que nos separa do Islão, mas também sobre o que nos aproxima e compreender melhor esta religião com mais de 40 mil seguidores em Portugal.
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18 comentários:
Ninguém comenta?
Tema polémico este! E vem muito a propósito dos últimos acontecimentos por cá.
CC
Maria Mendes
A adesão da Turquia à União Europeia podia funcionar como uma mais valia na fomentação do diálogo entre o ocidente e o oriente, e, deste modo, obter uma melhor compreensão acerca do que conduz um povo a reger-se, culturalmente, pelo terrorismo. O primeiro passo na resolução do terrorismo passa por perceber porque é que as pessoas o practicam, por exemplo, o que é que leva a que Bin Laden practique tamanhas barbaridades?
Terrorismo islâmico? não acredito em nada disso. Acho que é a forma que eles encontraram para se defenderm do terrorismo psicológico e fisico exercido pela EUA e alguns países europeus. Se naquelas bandas não houvesse petróleo, acho que esta questão nem se colocaria. E são países como a EUA que fomentão os radicalismos pois só sabem apontar o dedo em vez de resolver os males por eles provocados. Parece-me que é necessário criar esta "diversão do fundamentalismo islâmico" para servir de desculpa a muita coisa.... Eu sou contra o terrorismo qualquer que seja a sua forma, agora não acho justo massacrar sempre os mesmos.
N.Pereira
A maior parte das pessoas apenas conhece o Islão através do que é dito pela comunicação social.
O terrorismo, infelizmente, existe, mas não é um exclusivo desta religião. É sem dúvida, um crime cobarde, altamente condenável.
O que separa as pessoas, criando aparentes fossos inultrapassáveis, é a ignorância.
o fundamentalismo começa quando uma sacola abandonada no metropolitano lá da capital contendo material electrónico é suspeito por conter um lenço árabe. Isto dá que pensar, é no mínimo curioso porque a única razão para o saco ser suspeito foi o lenço árabe. Se o saco não tive-se o dito lenço alguém lhe teria deita-do a mão e o levado para casa.
Noticia sobre o saco encontrado no metropolitano de Lisboa:
http://istoenoticia.blogspot.com/2008/01/saco-encontrado-no-metro-suspeito-tinha.html
Acho triste a realidade portuguesa em que as pessoas tem vergonha de assumir a sua verdadeira religião e inventaram uma religião católico não praticante... É triste o nosso pais ser intolerante
Eu sou antí-americano pois considero que eles são foco principal de terrosrismo psicológico no mundo. Acho incrível como eles se intitulam de democratas. Democracia? no país onde os direitos humanos não são garantidos? que moral tem eles para apontar o dedo? Enfim talvez o título do debate esteja errado...
N.Pereira
Pena que quando discutimos o radicalismo islâmico esquecemos que outras religiões como o Cristianismo e o Judaísmo sofrem do mesmo mal. Muitas passagens dos livros sagrados como a Bíblia e a Tora fazem alusões a visões radicalistas.
O radicalismo religioso cristão está presente no nosso país ainda que tome outras formas pois a sociedade onde se insere também é diferente.
INFELIZMENTE o terrorismo está a ganhar terreno, e a culpa é da arrogância do Ocidente.
O Fundamentalismo é e sempre foi ( independentemente da sua origem) uma estratégia política - canalizam-se os descontentamentos sociais para acções que NADA têm a ver com a religião.
Bin LAden Está a prejudicar o islão, já que o Islão nada tem a ver com o terrorismo, no entanto, ao virar a opinião pública ocidental contra as comunidades islãmicas ele apenas está a criar mais islâmicos descontentes e segregados ... que facilmente poderão aderir à causa do islão fundamentalista.
Somos europeus conscientes? Então não façamos o seu jogo.
Gostaria que percebesse-mos, que somos mais parecidos do que o que pensámos.....tal como o documentário que vimos, neste programa.....na escola Islâmica....
Vivi, num país islâmico do norte de África e senti-me mais segura do que cá.....
A própria religião católica, tem mais pontos em comum com a religião Islãmica.
O povo de cultura mulçumana, é em geral, povo muito sábios....
O terrorismo é um problema político e não de cultura ou religião...
Conheço muitas pessoas, de vários países (europeus e não só), que professam o Islão e são pessoas encantadoras. Não têm nada de radical, antes pelo contrário, aceitam que eu seja católica e querem saber mais sobre mim, sobre o meu país e sobre a minha religião.
O terrorismo existe, é um facto. Existem radicais islâmicos, outro facto. Mas também existem radicais católicos. E até radicais sem religião...
Não nego que neste momento o radicalismo islâmico não esteja muito aceso, mas não são todos os islâmicos que são radicais!!
O que me assusta é que por uns paguem todos. Aquela velha máxima "paga o justo pelo pecador" tem que desaparecer.
(Falando nos lenços... eu uso um lenço árabe há muitos anos!!!)
Parabéns pelo programa!
Boa tarde a todos!
Sou brasileira de origem libanesa e francesa.
Estou a assistir ao programa e embora não seja ainda mulçumana, tenho muitos amigos mulçumanos e leio muito sobre a religião. E admito que sei pouco, pq o estudo é longo, penso que podemos começar por corrigir a pergunta que aparece no rodapé do programa: "Portugal corre o risco de um ameaça islâmica"
Não acredito que seja o Islam a atacar Portugal, mas sim pessoas que podem usar o Islam e justificar sua atitude extremista, que distorceram toda essência da própria religião.
Também penso que TOLERAR é diferente de RESPEITAR e espero de verdade que de ambas as partes possam entender esta diferença.
Com os melhores cumprimentos.
Fernanda, pergunte ao Sheik Munir, porque usam lenço e burkas, porque não se destapam e olham as pessoas cara-a-cara.
Não tenho nada contra árabes, aliás nós portugueses somos meio árabes.
Acho que se discrimina a mulher nas sociedades árabes e isso não pode continuar a aconteçer, no século XXI, é uma vergonha e é desumano.
Isso são manias que têm de acabar, é quase como na religião católica os padres não poderem casar.
Sou agnóstico.
em relação ao casamento, divorcio.. o que estão a comentar tem a ver com cultura de cada país, não se devem confundir os assuntos.Gostaria de dizer que a mulher portuguesa é muito mais submissa que todas as mulheres Mulçumanas com quem vivi e convivi...
Gostaria ainda de recordar que há pouco mais de trinta anos as mulheres portuguesas não podiam divorciar-se,eram criadas essencialmente para viver em casa, criar os filhos e tratar do marido que estava encarregue de trazer o sustento para casa.
As mulheres no Islão são extremamente respeitadas pelos homens.A igreja não aceita o divorcio....
Não confundam a arte da dança oriental, como é correctamente assim definida, com o Islam.
A dança oriental vem muito antes do islamismo.
O véu também faz parte de votos da mulher com Deus e não essa mistura de danças, obrigações e afins
O Islão é uma ameaça para o modo de vida Ocidental. É um facto indesmentível. E não é porque todos os muçulmanos sejam violentos (não são), ou sequer porque o Islão estimule essa violência nos seus crentes (como pelo menos todas as principais religiões, o fim último do Islão é a paz e a harmonia). A razão pela qual (sem ser intrinsecamente violento) o Islão é uma ameaça para o modo de vida Ocidental é que o Islão não é compatível com um modelo de sociedade laica (modelo em que se baseia a sociedade Ocidental). Todas as máquinas por detrás das religiões organizadas tentam ou tentaram (e por vezes conseguiram) tirar dividendos políticos da sua influência espiritual, mas se, p. ex., no Cristianismo, essa dimensão política pode ser entendida como um desrespeito aos desígnios do Mestre («dai a César o que é de César»), e isso pode ser lançado à cara de quem assim procede (primeiro passo para alterar a situação), no Islão a dimensão política é indissociável de tudo o resto: o Islão é um projecto de sociedade completo, incluindo (e com muita relevância) a dimensão política. Ao contrário de Jesus, Maomé foi não só líder religioso, mas também líder político. Por isso o Islão é uma ameaça ao modelo de sociedade Ocidental: porque transforma a pertença religiosa numa condição sine qua non da plena pertença à sociedade. E isso, ao olhos do modelo ocidental, não é aceitável. Não o é certamente aos meus olhos (ateu, plenamente integrado na sociedade em que vive - o que não aconteceria numa sociedade Islâmica).
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