“Na génese da crise financeira e económica, muito pesaram a violação de normas éticas e a adopção de comportamentos de risco cujo impacto sobre o sistema financeiro e o bem-estar das populações não foi devidamente ponderado.” - palavras de Cavaco Silva no congresso da ACEGE. Será que os empresários que as escutaram as irão aplicar (ou já aplicam)?
É possível vencer no mundo empresarial com a bandeira da ética e da responsabilidade? Fazem parte da solução da crise?Empresários, gestores, economistas e representantes dos trabalhadores juntam-se no debate de hoje.
6 comentários:
No meio de tanta crise, como se justifica que os bancos tenham lucros multi-milionários?
Na verdade é a falta de ético do ser que trabalha e se esquece de aplicar a ética no que faz.
Importa acho eu, assinalar que quase tudo o que discute deriva directa ou indirectamente da crise de valores dos portugueses, e das culturas sulistas no geral,
Portanto assim como na evidência de doença viral, não é eficaz tratar individualmente os sintomas mas actuar directamente sobre o virus (causa de tudo o resto), seria importante pensar pelo menos tentar resolver (parte) da confusão moral dos que participam no país,
porque país = esforço comunitário em prol do bem comum
Odeio que me seja demasiado presente o quao a sociedade portuguesa se organiza em hierarquia piramidal, odeio o quão o "eu" faz porque a curto prazo lhe convém, odeio ainda mais quando o "eu" lamenta no longo prazo a consequência daquilo que faz e projecta a culpa onde lhe convém, e odeio sobretudo que quem assim é nao tenha consciência disso e ninguém parece empenhado em deixa-lo ver.
Assim gira a entreter a razão, o comboio de cordas que se chama empurrar responsabilidades.
É possível um novo paradigma na ética quer no trabalho quer na vida em geral. O modelo da sustentabilidade é uma via possível. Nos anos 90 esteve na moda na gestão e na administração a" gestão pelo caos" que visava unicamente os objectivos economicista e empresariais.
Neste programa a reportagem em que aponta a microsoft como a empresa nº1 no ranking das melhores para se trabalhar, até pode ser verdade, entretanto isto ser atribuído ao facto de a mesma respeitar tanto os trabalhadores como os clientes é uma falácia, basta para tal ver a "qualidade" do sistema operativo "windoze" cheio de erros de excepção fatal e ecrãs azuis.
É preciso ser consciente em relação ao custo/benefício daqueles produtos de tecnologia proprietária.
Em época de crise é preciso analisar as alternativas que exitem fora dos sistemas corporativos que afinal de contas são os causadores desta crise a qual todos nós estamos a pagar.
Às vezes hà discrepâncias na organização e na leis do país que dificultam algumas medidas que beneficiam as pessoas. Trabalho numa pequena empresa de design gráfico, cujo empresário oferece um bonús aos seus trabalhadores com filhos, paga-lhes a creche. Mas a lei foi alterada por este governo que no caso de despesas com a educação das empresas T~em de ser efectuadas por cheues educação ou infância. O trágico-cómico nesta alteração é que a maioria dos colégios privados e dos infantários não aceitam o pagamento via cheques-educação, o que quer dizer que as pessoas não podem usufruir dessa aposta das empresas . Há aqui uma contradição e uma disfunção na prática e que me afecta pessoalmente a minha vida.
Sobre este tema acho muito importante o contributo do Dr. Ricardo Vargas no seu livro "Os meios jutificam os fins", no qual aborda a questão da ética das empresas e o papel dos gestores, sobretudo de que forma essa ética se enraiza na cultura das empresas e se reflecte no comportamento e na motivação dos colaboradores.
Aconselho a leitura deste livro e de um outro do mesmo autor: a Arte de Tornar-se Inútil.
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