terça-feira, junho 16

2º emprego

Perto de 400.000 portugueses têm um segundo emprego – uma tendência que tem aumentado desde o início de 2008. O sobreendividamento e a escassez de empregos estáveis obrigam a procurar outras formas de remuneração. Part-times, duplos turnos, trabalhos de fim-de-semana ou trabalho em casa são as soluções de recurso. Mas onde encontrar estes extras? Que tipo de tarefas são mais rentáveis? É necessária formação? Onde adquiri-la? É possível trabalhar apenas as horas estritamente necessárias para obter a quantia extra? Soluções, no SC.

Convidados:
Miguel Pacheco
, Sub-director Jornal "i"
Manuel Sousa Antunes, Membro da Direcção da Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos
Ana Paula Reis, Psicóloga
Francisco Madelino, Presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional

26 comentários:

Inês Brito disse...

Não sei se o facto de ser trabalhador-estudante se pode considerar um segundo emprego, mas a meu ver seria algo injusto. Estudar só o faz quem tem oportunidade para tal, não sendo um emprego nos dias que correm, mas sim uma necessidade.

No meu caso pessoal, fui obrigada a iniciar uma actividade profissional paralela aos estudos tendo em vista o pagamento da faculdade, onde espero entrar no próximo ano.

Patricia disse...

Tenho 17 anos, trabalho e estudo.

Considero sim o estudo como segundo trabalho e, de todas as profissões, das mais senão a mais desgastante a nível fisico e mental.
Com a aproximação dos exames (já amanha)a minha rotina, tal como a de vários trabalhadores-estudantes que conheço, anda uma confusão mas a triste realidade que o nosso país atravessa obriga-nos a trabalhar se quisermos estudar e tentar um futuro que certamente acabará no desemprego.

Lúcia disse...

Boa tarde,

Eu acumulo dois empregos - sou bolseira e formadora, não propriamente por necessidade mas porque ambas as actividades são interessantes a nível pessoal e profissional. Além disso, estou a terminar o mestrado.

Claro que tira algum tempo livre, mas com uma boa gestão do tempo e com a noção de que o lazer e as relações pessoais não são um luxo, mas uma necessidade, é praticável e não significa menos qualidade de vida. Pelo contrário, no meu caso reflecte-se num maior preenchimento a todos os níveis.

Madalena disse...

Quando entrei na faculdade, durante as ferias sempre fiz voluntariado para o IPJ, e fazia esse extra para ganhar algum dinheiro para gozar uns dias de ferias com os amigos e com o namorado, e fazia esses trabalhos não por necessidade, mas porque me dava gozo ganhar o meu proprio dinheiro. Quando acabo a licenciatura em GRH, vejo-me lançada no mercado de trabalho e a não conseguir trabalho na minha area, e como tal fuime agarrando ao que me ia surgindo. E comecei a dar conta que o que ganhava não dava para sustentar uma casa, entao comecei a arranjar outros trabalhos. Eu até ainda sou daqueles portugueses que ainda vive em casa dos pais, por isso o que vou ganhando é para guardar para o futuro. Nesta situação que perde são os amigos, a familia e o namorado. Eu perdi qualidade de vida social, e o que ganho nos meus dois trabalhos não dá para grande coisa.

Cristina Rocha disse...

Boa tarde!

Também acho que o estudo é um trabalho que desgasta, mas já fui trabalhadora-estudante; tive um acidente de percurso: tive um acidente rodoviário que me deixou tetraplégica mas continuo a estudar na faculdade e se todos achassem que quando acabarem o curso, ou equivalente, vão para o desemprego mais valia nem sequer nascerem. Há que ser positivista e pensar que vão conseguir.
Este tempo de crise é menos bom, mas também é uma oportunidade. Há que agarrá-la.
Um abraço a todos de incentivo.

Alexandra disse...

Boa Tarde,

Eu não me importava de ter um 2º emprego se ao menos tivesse já um 1º. Estou desempregada, inscrita no subs. de desemprego, mas não posso ter um part time... Assim, o meu rendimento é mais do que reduzido.

Sandra Monteiro disse...

eu sou trabalhador estudante e comecei a trabalhar para poder pagar as propinas da faculdade, pois, apesar da minha mae ser uma ENI, os negocios ja nao dao rentabilidade. neste momento estou a trabalhar no call center, fazendo apoio a clientes. Nao desgosto daquilo que faço, mas faço um sacrificio muito grande para conseguir consiliar tudo, principalmente quando se tem cadeiras atrasadas, mas o que acho revoltante no meio disto nao e ter-mos de trabalhar para poder estudar, por que isso, na minha opiniao enobrece-nos e faz-nos crescer, revolta-me e alguem , como o nosso actual presidente da republica, que por acaso veio do nada como eu, vir a publico dizer: o ensino superior e para os ricos, nao para os pobres, gostava de deixar o alerta ao sr presidente de que: sao os pobres que levam o pais pa frente, nao os ricos

obg

curso de pintores e decoradose de ceramica disse...

boa tarde eu neste momento tenho um emprego mas gostaria de saber como aderir ao teletrabalho pois queria poder fazer algo que me de gosto e realizaçao pessoal
obrigado

vanda disse...

Sempre trabalhei e com muito gosto...em vários empregos. Tirei o meu curso universitário à minha custa. Sou do Funchal e estudei no Porto, onde sempre arranjei trabalhos para manter-me...desde colaboradora na cantina...até em cafés.
Agora tenho 3 empregos! Podia ter mais se tivesse mais tempo. Também é preciso e ser positivo, fazer por gosto..e guardar tempo para o lazer e familia.....gestão do tempo, comer e dormir bem

Hugo disse...

No caso dos bolseiros da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), o regime de exclusividade impede que possamos ter outra actividade que não se relacione directamente com as actividades da bolsa. Podemos apenas dar aulas e (soube-o agora) formações.

A verdade é que este regime acaba por castrar as nossas oportunidades em termos de poder ir entrando, por exemplo, na indústria. Um emprego simultâneo com a bolsa poderia até aliviar a despesa que estado tem com os bolseiros que têm segundo emprego, mas é o próprio estado que o está a dificultar.

Parabéns pelo programa!

Hugo Natal da Luz

Lúcia disse...

Vi agora a história do Samuel Alemão e identifiquei-me bastante, porque também sou trabalhadora independente - trabalho em casa, todas as despesas saem do meu vencimento, não tenho colegas com quem partilhar ideias, experiências, etc. e, sobretudo, não tenho a segurança de um contrato.

No entanto, o que importa mais é que estou a trabalhar na área que quero, gosto do que faço e tenho a liberdade para gerir o meu tempo de uma forma flexível - isso permite-me, por exemplo, fazer uma hora de almoço alargada e acompanhar o vosso programa!

Uma pessoa anónima disse...

Sou a Joana Gouveia e no ano passado (2008) acabei a licenciatura em comunicação social.
Não se ouve falar dos estágios não remunerados.
Até agora só arranjei estágios, onde não me pagavam nada ou então apenas me pagavam subsídios de 150€ por um horário full-time.

Na última entrevista onde fui, disseram-me que só aceitavam estagiários para aquele lugar porque lhes saía mais barato do que contratar alguém.

É a nova escravatura do século XXI que dá jeito a todos e que, por isso, não é falado por ninguém.

Bárbara disse...

Ser trabalhador estudante não depende exclusivamente de vontade própria, há cursos que simplesmente não o permitem. Se há cursos teóricos que dispensam bem a presença nas aulas e que têm horários favoráveis, há outros que não o têm. Para tirar verdadeiro partido da formação em cursos verdadeiramente práticos, é necessário ter tempo para eles e não esqueçamos que bolonha veio reforçar a necessidade de trabalho extra (em casa).

Piloto Automatico disse...

Boa Tarde.
Tenho 2 licenciaturas tiradas em França e em Inglaterra respectivamente, e uma Pós-Graduação tirada em Portugal. Tenho 38 anos e trabalho desde o 16, trabalhei durante toda a minha escolaridade de ensino superior, por vezes em full-time.

Contudo, se puder proporcionar aos meus filhos a possibilidade de não terem que trabalhar para pagar os estudos, como foi o meu caso, não será por isso que não lhe incutirei os valores que advêm do trabalho.

Francisco Guedes de Amorim

Anónimo disse...

Luciana Gomes:

Boa tarde!

Eu também gostaria de ter um segundo emprego se ao menos me dessem oportunidade de demostrar aquilo que sou capaz de fazer. Finalizei o meu mestrado em Janeiro deste ano e tenho feito candidaturas espontâneas e nem se dão ao trabalho de responder. É triste verificar que em Portugal não vale a pena ter formação porque afinal nos são fechadas as portas na mesma.

Unknown disse...

Olá, chamo-me Miguel Teixeira e sou Enfermeiro.

Sobre o assunto da acumulação, a classe de enfermagem é profundamente reconhecida pela acumulação, única e exclusivamente por não ser uma profissão rentável. Isto porque apesar de há 10 anos existir o curso de licenciatura, ainda somos remunerados como Bacharéis.

Assumindo que existem neste momento alguns milhares no desemprego com uma desenfreada formação de enfermeiros, aliando ao agravamento das condições de vida, assistiremos a um fenómeno muito pouco abonatório para um dos pilares do SNS (Sistema Nacional de Saúde). Mais enfermeiros necessitarão de acumular e teremos o efeito "pescadinha de rabo na boca", como foi referido.

Cláudia Pinto disse...

Olá,

Chamo-me Cláudia Pinto, sou jornalista freelancer há quase um ano por vontade própria. Estive quatro anos num Jornal em regime de recibos verdes mas a ter de cumprir horário e a estar num escritório, para além de trabalhar muito mais horas do que as supostas. Depois de achar que a situação já se estaria a tornar sustentável, optei por continuar a ser trabalhadora independente mas legal, ou seja, trabalhar a partir de casa e fazer os meus próprios horários. Actualmente, estou em várias revistas, já ganhei um Prémio de Jornalismo internacional e tenho sido muito mais reconhecida. Trabalho não me falta e não sei o que são férias... Eis uma das dificuldades de quem trabalha como freelancer. O pior mesmo é o pagamento mensal para a Segurança Social sem qualquer tipo de benefícios. É que 160 euros no orçamento mensal não é nada simpático!

M. disse...

Boa tarde, Fernanda!
Não tenho segundo emprego, mas, na prática, tenho tripla jornada, só que equitativamente distribuída ao longo do dia. Sou tradutora freelance, trabalhando exclusivamente em casa para vários clientes, faço todas as tarefas domésticas (excepto passar a ferro, o que contrato a uma lavandaria) e sou cuidadora da minha mãe, há 8 anos, que tem Alzheimer já numa fase bem avançada e vive comigo.
Comentando a peça do jornalista freelance, pela minha parte, não sinto qualquer insegurança no facto de trabalhar por conta própria, pelo contrário. Com os baixos salários que se praticam um pouco por todas as áreas, não sei como conseguiria viver.

Um abraço,

Madalena

Unknown disse...

Boa tarde,

Os jovens não vivem, sobrevivem.
Tenho 25 anos e desde os 18 trabalhei na CGD, no que seria um trabalho temporário que se transformou em trabalho de 7 anos. Estudei na faculdade de noite porque era a única forma de conseguir o curso e de o pagar. O desalento dos jovens adultos, prende-se, na minha opinião, com o facto de os trabalhos não darem para ter uma vida como ambicionámos. Mesmo tendo dois trabalhos, a remuneração é fraca para o tempo dispendido. Antigamente, aos 25 anos tinham a vida orientada, perspectivas, filhos e trabalho. Agora não.
Eu sou independente, mas neste momento, desempregada, é muito difícil. Os trabalhos que surgem pagam menos que o subsídio de desemprego. No IEFP dizem que tenho habilitações a mais para fazer outros cursos. E o curso que já tirei depois de estar em casa de nada vale pois estou há 3 meses à espera do CAP.

Obrigada, boa tarde

Anónimo disse...

Luciana Gomes:

Boa tarde!

Eu gostaria de ter um segundo emprego se ao menos me dessem oportunidade para o primeiro e demostrar o que se capaz de fazer. Finalizei o meu mestrado em Janeiro e até lá tenho feito imensas candidaturas espontâneas mas sem sucesso, nem sequer se dão ao trabalho de responder. É triste verificar que em Portugal ter formação não serve de muito.

Felgueiras disse...

Tenho 41 ano, e chamo-me António Alves. Estou desempregado à dois anos e frequento um curso de formação de nível 3 na área das novas tecnologias, no entanto, não sei de facto qual vai ser o meu futuro. Gostaria muito de criar o meu próprio emprego, penso que desta forma poderia ter uma boa oportunidade de reentrar no mercado de trabalho,por isso pergunto: Será esta, uma boa solução?

Claudia S disse...

Devo dizer que sou optimista. A esperança é a última a morrer... Acabei o meu curso há dez anos, ainda consegui trabalhar quatro anos na minha área e depois as oportunidades acabaram. Depois, tive de trabalhar em call centers e actividades afins. as vezes tinha 2 e 3 actividades ao mesmo tempo. Mas, tenho agora 33 anos e agora nem um emprego consigo... Não me importaria até de der empregos precários se nestes coubessem pessoas com a minha idade e mais velhas. Depois é um ciclo vicioso. Quanto mais velho se é, menos oprtunidades se tem, mesmo sendo precárias...

Cláudia santos

fnac sta. catarina disse...

Boa tarde,

Tenho 25 anos e trabalho desde os 16 anos, onde passei por várias actividades ao longo do meu percurso escolar e académico.

Aos 21 anos tinha 3 empregos acumulando ainda a licenciatura em psicologia organizacional que todos os meses me retirava mais de 250€ em propinas. Continuei com os meus "part-time" sendo que um deles proporcionou-me um estágio em RH.

Ao fim de 6 meses passei para Resp. de RH mas fui para o Funchal, sem conhecer a ilha, apenas com uma curta realização profissional, e são poucas as pessoas que descobrem que a mobilidade geográfica pode ser uma solução. Neste momento já estou em Portugal continental mas ainda não estou em casa com a família.

No que diz respeito aos colaboradores, tenho dificuldades em recrutar jovens que nunca tiveram uma experiência profissinal, sou exigente, pela minha própria hiostória de vida. Trabalho com muitos par-time que complementar os seus ordenados.

No entanto, estou ligada também à area de Marketing onde avaliamos o comportamento do nosso Cliente que continuam a usar imenso os cartões de crédito, para comprar um livro um bilhete de teatro. Para nós, que queremos continuar a aumentar o nosso volume de negócios, informamos sobre o crédito e riscos associados e verificámps que cada bvez temos compra por impulso de bens que não essenciais.

Internamente, sensibilizamos os nossos colaboradores para a gestão financeira, e nós, gestores de topo, pela nossa vida profissional, já estamos tão habituados a cortar nas despesas, que de uma forma inconsciente, acabámos por fazê-lo em casa e na família.

Neste momento dou formação como complemento financeiro e realização pessoal.

Obg,

Zeta Draco disse...

Eu já me esforcei muito por um emprego digno. Dez anos de universidade (Lic, Mest, PhD), quatro de bolsas de investigação e um de pós-doutoramento, vários trabalhos publicados. Chega! Agora é a vez do "mercado" de trabalho fazer a sua parte e oferecer um emprego adequado às minhas habilitações. SEstou desempregado há mais de um anos - isto aí para o sr. que diz que os licenciados têm maiores chances de encontrar emprego. Ele só não diz é que tipo de emprego.
Não me submeterei ao "run to the bottom" do mercado. Sem emprego não poderei comer, e sem comer morrerei. Tão simples quanto isso. Certamente não aceitarei nenhum McJob! Morreria de vergonha, depois deste esforço todo. O "mercado" que se esforce; eu já fiz a minha parte.

ana vi disse...

Tenho 25 anos e trabalho no comércio, mais propriamente na distribuição alimentar, concretamente num hiper. Tal como eu a quantidade de colegas meus licensiados e com mestrados anda na ordem das dezenas. No meu local de trabalho em concreto, limitam-se a ser operadores de caixa! Têm idades desde os vinte até aos trinta e com grandes responsabilidades desde casas para pagar até filhos para criar! Será um segundo emprego a solução? Mal têm tempo para a família e para sí mesmos, quanto mais disponibilidade dum segundo emprego. Não haveria esta necessidade de segundos empregos se os primeiros ou principais fossem devidadmente e justamente remunerados. Justifica-se que o meu salário nem me dê para pagar as propinas da faculdade?! Obrigado

MMagalhaes disse...

Boa Tarde!
Para um casal com um filho (já não digo mais filhos), mesmo que queira, é muito difícil ter um 2º emprego ou qualificar-se (por exemplo através de um mestrado).
Sou mãe desde Março e quero dar toda a atenção à minha bebé. Eu e o meu companheiro temos necessidade de ganhar mais dinheiro para correspoder às necessidades financeiras, mas também sentimos muita necessidade de acompanhar a nossa bebé.
Como é possível consiliar o meu emprego, com o emprego por turnos rotativos do meu companheiro, com o acompanhamento da nossa bebe e ainda pensar num 2º emprego, sem prejudicar nenhuma das partes?
Já prescindi da minha actividade desportiva, da minha participação política e das minhas actividades teatrais.