Imagine uma cidade sem carros, sem buzinas, sem o ruído do trânsito, sem o ar poluído das grandes avenidas. Imagine uma cidade em que as crianças podem brincar na rua, onde se vai de bicicleta para o trabalho e onde tudo se faz a pé.
A descrição pode parecer a de um futuro longínquo, mas faz parte de muitos projetos europeus e asiáticos que idealizam cidades sem carros.
E em Portugal, alguém sonha com esta realidade? Um inquérito de 2011 revela que mais de 70% dos jovens portugueses não se imagina a viver sem carro. Será assim tão difícil? Fora dos grandes centros urbanos o automóvel é mais necessário?
4 comentários:
Como partilha de opiniões deixo algumas notas. Além da mentalidade, devemos considerar outros parâmetro que podem definir a possibilidade de usar a bicicleta. Para o meu trabalho, por exemplo, na maioria das vezes tenho de transportar um, dois e três saxofones de diferentes tamanhos, algo que torna o uso da bicicleta impossível. Por outro lado, e infelizmente, a maioria dos trabalhadores das grandes cidades vivem a muito mais de 10km do seu trabalho. Quanto a transportes públicos, no meu caso que estou no interior, horários são impraticáveis e o consumo de gasóleo sai mais barato que o bilhete ou assinatura mensal. Por último, usar a bicicleta para ir trabalhar depende se no local de trabalho há um espaço seguro para a guardar; onde trabalho facilmente ficamos sem bicicleta ou acessórios mesmo com cadeado.
Imaginem só o que são dois ciclistas a circular a par (pois pelos vistos já é permitido)na Marginal Cascais-Lisboa em hora de ponta. A fila que provocam é imensa! Faz algum sentido uma estrada destas (com o trânsito que tem) permitir a circulação de bicicletas em hora de ponta?! Moral da história uma ou duas bicicleta afetam milhares! Defendam é a construção de ciclovias. Ou há condições ou então não vamos estar a forçar a utilização da bicicleta!...
Em maio de 2013 fiz uma viagem a Santiago de Compostela e no regresso apenas 3 bicicletas era permitidas viajar (de Santiago até Vigo). Eramos apenas 4 a viajar e "fomos obrigados" a viajar separados (1h30 entre cada comboio).
Em Valença, fomos avisados pelo revisor da CP que não é permitido viajar com bicicleta no comboio, tendo sido recentemente alterado (salvo o erro entre Março / Abril de 2013).
Apesar da bicicleta ganhar mais adeptos (enquanto prática desportiva esporádica / regular e talvez como transporte diário para o trabalho), os transportes públicos não facilitam na mobilidade.
Por outro lado, nem para este nicho de mercado do próprio Turismo estamos a contribuir...
Só para completar a informação anterior, podemos verificar no site da CP:
"O Transporte de Bicicletas nos comboios Urbanos e Regionais é gratuito.
É ecológico, é saudável e não custa.
A sua bicicleta pode viajar sem custos adicionais todos os dias e em todos os horários."
Porém:
"Devido às características do material circulante que efetua o serviço Regional nas linhas do Minho e Douro, não é autorizado o transporte de bicicletas."
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