terça-feira, novembro 20

O NOVO FÔLEGO DE FOZ CÔA

Raras são as notícias sobre o interior do país que abrem telejornais. Em 1995, todos os noticiários informavam em primeira mão que tinham sido descobertas em Portugal as mais importantes gravuras rupestres ao ar livre do mundo. Foz Côa passou a andar nas conversas de café, porque se discutia o que era melhor para o progresso da zona: a construção de uma barragem ou a preservação do património? Prevaleceu a defesa das gravuras e a promessa de desenvolvimento assente no turismo cultural. Passados quase 12 anos, o museu de Foz Côa ainda não abriu. Em 2006, o Parque de Foz Côa recebeu 12 mil visitantes, Para albergar visitantes não existe hotel na região. Há duas residenciais e uma pousada da juventude. Os acessos são demorados e continua a não existir uma auto-estrada nas proximidades de um dos mais importantes locais arqueológicos do mundo. Face a esta realidade há ainda criticas a alguns cortes orçamentais do Ministério da Cultura para o funcionamento do Parque de Foz Côa. Neste Sociedade Civil queremos discutir a actual situação de Foz Côa no dia em que estreia na RTP a emissão de um documentário franco-português sobre o Rio das Mil Gravuras.

11 comentários:

RUTE disse...

EXCERTO DO LIVRO "O Século Chinês" sobre a Barragem das três gargantas:

« A humidade agride-nos a garganta, exércitos de mosquitos colam-se a nós. O clima mudou. Vivemos imersos durante todo o ano nas nuvens criadas por este imenso reservatório. (...)

É a grande muralha do século XXI. Com as suas 26 turbinas, a sua produção de energia eléctrica equivale à de 10 centrais nucleares.

Toda a paisagem em seu redor foi redesenhada por esta avidez de energia: da barragem partem selvas de postes de alta tensão, feixes de cabos que se cruzam e sobrepõem como viadutos rodoviários, invadem as montanhas e alogam os tentáculos em direcção às grandes planícies. »

É óbvio que não tenho como objectivo comparar o Rio Côa com o Rio Yang-tsé :-)))
Mas considero este texto uma boa descrição do que acontece a uma paisagem, ao seu clima, à fauna e à flora local, aquando da construção duma barragem.

RUTE disse...

Mais do que preservar um património arqueológico nacional, há que preservar um património ecológico e de diversidade biológica.

RUTE disse...

Em relação à falta de infra-estruturas turisticas de alojamento, a culpa não é só do governo.

A falta de iniciativa privada é notória. Por exemplo, a maior parte da oferta na área de turismo rural português é da responsabilidade de estrangeiros.

Não é preciso ir mais longe... O próprio documentário sobre Foz Côa é dum realizador Francês :-)

Hilariante! Precisamos dum Francês para defender o nosso Património Arqueológico.

lady_blogger disse...

O não investimento em novos acessos para Foz Côa, talvez se prenda com o facto de quererem que estes se mantenham tão rupestres quanto as gravuras...

Quanto ao caso do projectado Museu, este já deveria ser uma realidade.
Se por um lado temos as obras
(gravuras) que não saem da pedra, também temos as obras que não saem do papel (Museu).



CC

Maria Mendes

RUTE disse...

Não sei se é possivel apostar em turismo náutico no Côa como é feito em Mértola pelo Clube Náutico/Centro de estágio do Guadiana.

O Clube proporciona aluguer de embarcações, organiza descidas do rio com guia e acomodações no centro de estágio.

Fazer canoagem no Guadiana é extraordinário.

Anónimo disse...

Boa tarde.

É de louvar o Documentário sobre o Côa é de lamentar que seja transmitido às 23:30

Carlos Florentino

Anónimo disse...

Eu acho ironico é: vamos travar o progresso no interior porque os novos ricos querem ter um museu ao ar livre para passear os casais, os filhos, o cao, o gato...e dpx moram nas grandes urbanas e chegam a casa e querem ter elctricidade nas tomadas de sua casa para alimentar o ar-condicionado, as tv's plasma, o aquecimento geral, o jacuzi... Mas n, vamos travar a construçao duma barragem e continuar a importar mais petroleo! Vamos perder o regadio para campos de cultivo, pq importamos as frutas, os legumes vindos de espanha! Ate parece k tamos a falar de minas de ouro! O que fizeram no Foz Coa foi/é uma atentica palhaçada! O que é k uns "risquinhos em pedras", sim Fernanda! risquinhos! vão trazer de bom para aquela região e para o país? Ha tantos museus por portugal fora, ha tantas serras, parques e afins por todo o pais, e n querem saber.. mas n, vamos travar o progresso, a sustentabilidade do pais, penhorar dinheiros publicos, pk n queremos afogar as gravuras q um pastor ante-passado riscou nas pedras enqto pastoreava os animais! Q nos vale agarrar-nos ao passado, se vamos comprometer o nosso futuro?!
E n se tratava de destruir as ditas gravuras! ...quiça ate hj ou amanha se podia pensar em fazer um museo aquatico e assim tinhamos uma barragem e patrimonio em comunhão e o país saia a ganhar nas duas vertentes! Mas n, vamos travar o progresso no interior e continuar a ir viver para as grandes urbanas e exigir que os outros façam das suas terras, espaços de lazer para a gente da cidade!
"Eu gosto mto do campo, mas viver e pensar fazer vida no campo, ai isso n, livra! Eu n passo sem electricidade, e dpx n tenho shoppings, n tenho hipermercados, n tenho estradas boas, n tenho trabalho à porta de casa!.."

Anónimo disse...

É de louvar que se tenha preservado um "pedaço" importante de história com milhares de anos, um dos exemplos únicos no mundo, para se evitar construir uma barragem sem sentido que iria destruir o ecosistema biológico do rio.

Com uma cajadada só, proteje-se o ambiente e um pedaço da história da humanidade.

cd

Anónimo disse...

A Barragem das três gargantas, a maior do mundo que foi terminada há pouco tempo e que fica na china, representa simplesmente o mais desastre e falhanço mundial em termos de construção de barragens. Afectou gravemente todo o equilibrio ambiental de milhares de kms, destruiu a vida de muitas centenas de milhares de pessoas, matou muitas pessoas, etc etc etc.



"Eu acho ironico é: vamos travar o progresso no interior porque os novos ricos querem ter um museu"

Destruir o ambiente e a história não é progresso, é ser retrógada. OS novos ricos querem sim é uma barragem para ganhar mais dinheiro.




"O que é k uns "risquinhos em pedras", sim Fernanda! risquinhos! (...) mas n, vamos travar o progresso, a sustentabilidade do pais, penhorar dinheiros publicos, pk n queremos afogar as gravuras q um pastor ante-passado riscou nas pedras enqto pastoreava os animais! Q nos vale agarrar-nos ao passado"


Risquinhos? LOL. Já agora também a escrita egipcia nas piramides e outros também são risquinhos. Só alguém ignorante diria tal coisa.

Trata-se de um pedaço de HISTÓRIA DA HUMANIDADE, que é uma coisa sem preço.

Por sua lógica também deveriamos destruir outros monumentos e pedaços de história que existem por todo o mundo... mais um pouco e vamos começar a queimar livros tal qual os nazis... que vergonha.

Para se compreender o presente tem de se conhecer o passado.

Anónimo disse...

Nem 8 nem 80!
E pq razao veio para aqui chamada a barragem da china? Qual é a comparaçao dessa c a barragem do alqueva? Oh pseudo-intelectual, mas ninguem é contra a destruiçao dos risquinhos nas rochas!
Se aqui alguem falou em destruiçao foi vc!
Desde qdo ficarem parte delas debaixo de água ia trazer problemas ao seu estudo ou destruiçao dos mm?
Para mim aquilo são riscos..
É como comparar o muro que divide o meu quintal com o da vizinha comparado c a torre eifel achados daqui a milhares de anos!

"Destruir o ambiente e a história não é progresso, é ser retrógada."

N me diga que voce vive numa toca! A sua habitação destruiu/destroi o ambiente! E a electricidade q usa em casa, acha que vem donde? Vc tb contribui para a destruiçao do ambiente, entao vc tb é um retrógado!

Se a barragem teve um mau estudo e o impacto ambiental foi tido pouco em conta é uma coisa, mas agora n vamos deixar de construir barragens!
Senao vamos construir o q? Centrais nucleares?

E desde qdo as lagoas são problemas ambientais? Problema sao os rios ja n terem aguas nos seus leitos.. e smp ouvi dizer, que sem agua n ha vida!

Anónimo disse...

"Desde qdo ficarem parte delas debaixo de água ia trazer problemas ao seu estudo ou destruiçao dos mm?"


Estranho, então nunca ouviu falar de erosão????
E submersos não seria possivel estudá-los, experimente mergulhar e tentar descobrir e ver "riscos" no fundo de um rio para ver se consegue... não se esqueça dos holofotes.



"Para mim aquilo são riscos.."

Mais uma vez, é um comentário ignorante.



"E desde qdo as lagoas são problemas ambientais? Problema sao os rios ja n terem aguas nos seus leitos.."


Desde quando um rio é uma lagoa???? E esse rio é um dos últimos rios selvagens e com uma importante biodiversidade que deve ser preservada. "Cortar" o rio em dois destroi os ecossistemas marinhos do rio, porque os animais e plantas não podem descer o rio ou subir. A falta de água pouco ou nada tem a ver com barragens, tem a ver com a Humanidade destruir florestas, a biodibersidade, provocar alterações climáticas, fazendo com que chova cada vez menos... isso sim.