As campanhas contra a violência doméstica estão a falhar entre os homens mais velhos, alerta a presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Elza Pais acrescenta ainda que se regista um aumento preocupante de outras formas de violência familiar: filhos que agridem os pais, maus tratos a idosos e até nos relacionamentos homossexuais a violência doméstica parece generalizar-se. Conheça neste Sociedade Civil alguns dados inéditos sobre violência no seio familiar, no âmbito da campanha “Combate à Violência Contra as Mulheres, incluindo a Violência Doméstica”, que está decorrer até ao final do mês.
27 comentários:
Um assunto cheio de barreiras....soaciais, políticas, culturais.
tenho uma amiga que foi vítima de violência doméstica. a dada altura apercebi-me que ela se afastava das pessoas que a aconselhavam a afastar-se do agressor.
gostava de saber como se deve abordar uma amiga vítima de violência doméstica, sem que ela acabe por não querer falar com as pessoas que estão contra a pessoa que exerce violência sobre ela (e de quem ela gosta)?
rita, lisboa
Bom dia!
Esta realidade tem associada a si muitos outros problemas (mentais, geracionais, culturais, sociais, etc...). É muito difícil admitir-se que se é vítima de violência, enfrentando o problema e tentando de alguma forma resolvê-lo.
Na semana passada tive uma amiga que foi agredida pelo próprio pai, que teve de receber cuidados hospitalares, mas ocultou esse facto (tem 20 anos)... Pergunto que apoios existem na nossa sociedade para estas "vítimas"? Esta questão ainda é pouco abordada e muito estigmatizada, não facilitando a procura de ajuda. Acho que devia haver equipas especializadas em relações familiares que interviessem em situações de violência e mediassem um processo de mudança de atitudes e comportamentos, quando possível.
Não se deve falar só de violência sobre as mulheres, mas sim violência sobre quem quer que seja. E esta assume formas que não se circunscrevem simplesmente a gestos agressivos.
O stress, as incertezas da vida, o corre corre do dia-a-dia, deixam muitos sem tempo para dar a devida atenção a quem desejam e acabam por descarregar as suas ânsias e fúrias em quem está mais próximo.
É quem mais se ama que mais se maltrata, isto porque já se conhece o limite e reacção dessa pessoa.
Não sou apologista da violência gratuita.
Não há ninguém que nunca foi violento. Não esqueçamos que uma palavra por vezes vale mais que uma chapada.
Dar um tapa pode não ser agressivo, mas dar uma estalada já o será.
Há quem goste de apanhar e faça disso profissão- e isto já não é violência?!
CC
Maria Mendes
Boa tarde!
Eu deixei o meu ex-namorado (com a qual vivia) precisamente porque me batia. Toda a família/vizinhos me criticou na altura porque tínhamos uma filha com poucos meses de vida.
A minha sogra pedia-me constantemente para eu voltar para casa e para aguentar a situação como uma boa mãe deveria fazer! Dizia-me que quase todos os homens tinham o hábito de bater nas mulheres e que ela já tinha passado por isso e que tinha aguentado! que chegou a uma altura e ele parou de lhe bater (quando chegaram a uma certa idade porque enquanto foram jovens aquela mulher levou porrada sempre!). Houveram vezes em que pensei em voltar para casa mas não cedi ... por mim e pela minha filha não crescer a ver a mãe a ser mal tratada. Não me arrependo nada de ter tomado a decisão de o deixar. Mesmo tendo quase todos contra mim como tive.
Aconselho todas as mulheres a não se deixarem acomodar a tal situação. E não esquecer que maus tratos não se resumem apenas á violência física. Há a violência verbal na qual as mulheres são insultadas e humilhadas diariamente durante anos! o que faz isto a auto estima de uma pessoa?
E, claro que, não acontece só ás mulheres! também há homens neste tipo de situação. É triste.
Cmp.
Sílvia
Lisboa.
só se fala de mulheres vitimas de violência, mas há homens que também são as vitimas e não os agressores. Alem do estigma da sociedade que têm de enfrentar quais são as respostas que o estado dá a essas situações?
Muitas vezes os idosos são violentados e submetem-se a essa violência porque não têm mais ninguem que tome conta deles, e se acusarem os agressores vão ficar sozinhos ou terão que ir para um lar o que é um pesadelo para muitos dos nossos idosos.
Além da violência física, há que falar também da violência psicológica: as ameaças, os insultos, as humilhações. Também são formas de violência, provavelmente tão generalizadas que já não se falam.
Acrescente ainda que cada mulher vítima deste tipo de maus-tratos, exerce uma especie de auto-censura, sente culpa e sobretudo vergonha, o que a impede de procurar ajuda externa.
Os familiares, muitas vezes, tendem a defender o status quo, alegando que "ele até nem te bate"; as autoridades não parecem ainda minimamente senbilizadas para este tipo de violência.
Alda, Lisboa
sonharamar, realmente há muitos homens que são violentados, fisicamente serão uma minoria, mas psicologicamente serão bastantes. A mulher pade trata o homem "abaixo de cão" em áreas que não deixam marcas físicas que não são abranjidas pelo codigo penal.
Gostaria de saber quais as soluçoes para os homens nesta situação. E para as mulheres que tambem as há mestas situaçoes.
Apenas para dizer que os apoios são irrealistas...nem comissões, nem associações funcionam...fui alvo de agressões durante 30 anos porque se denunciasse o agressor, eu e os meus filhos não voltariam a entrar em casa...se apresentasse queixa na polícia ela não me protegia dentro de paredes...a protecção que os centros da APAV oferecem não garantem ou impedem que o agressor se aproxime da vitima...e quando se chega à questão da prova nos tribunais tudo se esfuma...e o agressor acaba por sair ileso...agredir e ser violento parece que continua a compensar!!
Violência, venha em que forma vier, é sempre negativa e destructiva.
Faça a paz, seja a paz.
Apenas para dizer que os apoios são irrealistas...nem comissões, nem associações funcionam...fui alvo de agressões durante 30 anos porque se denunciasse o agressor, eu e os meus filhos não voltariam a entrar em casa...se apresentasse queixa na polícia ela não me protegia dentro de paredes...a protecção que os centros da APAV oferecem não garantem ou impedem que o agressor se aproxime da vitima...e quando se chega à questão da prova nos tribunais tudo se esfuma...e o agressor acaba por sair ileso...agredir e ser violento parece que continua a compensar!!
Margarida, 47 anos
Sempre achei que os problemas familiares ñ seriam para chegar ao tribunal, pelo menos os meus. No entanto, no dia 27 de Setembro fui agredida pelo o meu pai, com murros na cabeça.. Sem saber o que fazer, derigi-me ao hospital e ainda bem, e também apresentei queixa na Polícia, não me arrependo e muito pelo o contrário, sinto-me um pouco mais segura. Eu, de nada tenho vergonha, ele é que errou.Neste momento foi-se embora de casa, à cobarde, fugiu, de mim, da minha mãe, do meu irmão e dos seus netos.. Deixou 1 bilhete escondido à minha mãe, dizendo que voltava em Fevereiro (será k voltas mesmo?!) , o qual dizia também que nessa altura que eu fosse independente dos pais, ou seja k eu já não vivesse aqui; isto tudo por 1 paixão, como diz a minha mãe "paixão de velho"... Sempre assisti a gestos mais bruscos, aos murros nas portas, à loiça partida... mas murros em mim NÃO, basta, basta para mim e para a minha mãe!!
O apoio social que o nosso pais dá às vitimas, constitui uma segunda violência, pois a criança abusada sai da sua familia, da sua casa, do seu quarto, da sua escola; a vitima que procura ajuda é apoiada para abandonar o seu lar, deixando as suas amigas, o sei meio... sei que é dificil mas deveriamos tentar resolver o problema na origem (a primeira vez que for exercida violência ser logo tratado/resolvida, com psicoterapia, por exemplo) e ser dado o tratamento adequado e atempado em termos judiciais, garantindo o afastamento do agressor!
Boa tarde,
Em primeiro lugar, gostaria de felicitar-vos pelo tema escolhido que como sempre são pertinentes e interessantes.
Estou a assistir ao vosso programa, hoje dedicado às vitimas de violência doméstica que conta com a participação da Drª Elza Pais, que foi a minha orientadora de tese.
Sou assistente social, e a minha tese tinha como problemática o fenómeno da violência doméstica, abordando os refúgios, recurso social ainda pouco explorado no nosso país. Para a realização da tese contamos com a participação/colaboração da Umar e com a preciosa orientação da Drª Elza Pais.
Gostaria que encaminhassem este email para a Drª Elza Pais, pois perdi o seu contacto e necessitava de algumas orientações para o meu percurso profissional.
Fui aluna no ISSSL em 2005 no Seminário População Utente no 5º ano, deixo o meu contacto e os meus agradecimentos.
Carla Silva 913528808
Melhores Cumprimentos
Boa tarde,
Em primeiro lugar, gostaria de felicitar-vos pelo tema escolhido que como sempre são pertinentes e interessantes.
Estou a assistir ao vosso programa, hoje dedicado às vitimas de violência doméstica que conta com a participação da Drª Elza Pais, que foi a minha orientadora de tese.
Sou assistente social, e a minha tese tinha como problemática o fenómeno da violência doméstica, abordando os refúgios, recurso social ainda pouco explorado no nosso país. Para a realização da tese contamos com a participação/colaboração da Umar e com a preciosa orientação da Drª Elza Pais.
Gostaria que encaminhassem este email para a Drª Elza Pais, pois perdi o seu contacto e necessitava de algumas orientações para o meu percurso profissional.
Fui aluna no ISSSL em 2005 no Seminário População Utente no 5º ano, deixo o meu contacto e os meus agradecimentos.
Carla Silva 913528808
Melhores Cumprimentos
depois de me separar continuei a sofrer agressões físicas e psicológicas pelo meu ex-companheiro. incluindo manipulação dos meus filhos que neste momento vivem com ele.
Aconselham DENUNCIE, NÃO SILENCIE...e depois? Que amparo dão, que protecção garantem? Quem testemunha com medo das consequências futuras do agressor? Ninguém...sei do que falo!
Que determinação e projecto de vida se pode ter quando se sobrevive perseguida e sob ameaça de morte pelo agressor...linhas de atendimento não me protegem...mais que imagens de exposições valem as acções no terreno!
Rita, 32 anos
Estou a ver o vosso programa e o que a SRA da GNR está a dizer não é bem assim pois sou vizinho de uma pessoa que sofre de violencia domestica e telefonei para denunciar e a GNR nada fez, ainda esperei que eles fossem ver mas nada, ficaram com o meu contacto para confirmar se realmente era verdade o que eu diza pois ligaram de seguida para mim, mas a casa da pessoa em questão não foram.... de que adianta estar a denunciar , pondo-me no lugar da agredida que já fez queixa uma vez e o caso está em tribunal já para mais de 1 ano e ainda nem sequer foram chamados e ela continua a ter que viver com "ele" pois não tem independencia monetaria do agressor
A propósito de ameaças e agressões verbais, gostava que me esclarecessem sobre a seguinte situação:
No passado domingo, o meu marido estava demasiado embriagado para conduzir. Parou o carro à beira de uma estrada e começou a ameaçar-me e a dizer que se tivessemos um acidente a culpa era minha. Dentro do carro, além de mim, seguiam os dois filhos menores.
Era de noite e a estrada era nos arredores de Lisboa. O podia/devia ter feito nesta situação?
Obrigada
Alda,Lisboa
então porque não foi a GNR lá????confirmar ????
vila nova de poiares
Existem boas intenções, iniciativas louváveis mas todas elas longes da realidade!!...nem uma ordem de restrição de aproximação imposta por tribunal impedem um agressor de continuar a ameaçar a vítima...os "refugios" da APAV, nem a PSP não garantem sigilo...há fugas especialmente quando o agressor tem acesso profissional a eles, uma coisa é o que está previsto na lei, outra coisa é a sua aplicação no momento da prova.
Anabela, 36 anos, Lisboa
Alda, a unica sugestão em relação ao seu caso ( domingo, automovel) seria chamar as autoridades e tentar retirar os seus filhos do local.
joao matos ~( elemento de segurança)
Cara Fernanda Freitas
Vejo sempre os seus programas e peço-lhe talvez em nome de muitas vitimas de violência, que não desista deste assunto...volte a ele, faça um novo programa com a presença de um Juiz,um jornalista, advogados, PSP e associações tipo APAV.
Temos que salvar imensa gente que está aprisionada vitimas de violência fisica (já nem falo na psicologica) e maus tratos...analise bem este assunto, mergulhe na realidade e verá que nada das boas intenções que se proclamam são realistas.
Fernanda Freitas volte a este assunto por favor, há que fazer pressão sobre as autoridades!!
Até lá os agressores vão continuar a actuar impunes e com um sorriso sarcástico.
Lisboa, Alice Cabral, 41 anos
Obrigada ao João Matos. Também foi o que pensei. Mas não foi o que aconteceu. Nem sempre conseguimos pôr em prática, as "melhores práticas".
De facto, tirei os meus filhos de dentro do carro. Mas o pai veio ter com eles e disse-lhes que era eu que não estava boa cabeça. Eu é que o irritada e o fazia ficar zangado. Aliás, a culpa dele beber é apenas minha.
Eles acabaram por entrar no carro (eu também, porque não os is deixar sozinhos com ele) e seguimos para casa. Felizmente chegámos ilesos!
Depois, em casa, "o espectáculo continuou".
Até quando?....
Não sei se alguém terá visto o episódio de anteontem da série "Conta-me como foi". Nesse dia grande parte desse bom momento televisivo foi dedicado à abordagem sobre violência exercida sobre a mulher, mas visto ao modo do tempo retratado na série.
CC
Maria Mendes
Eu vi!!!
É uma série fantástica, que pelo que me parece muita gente ainda desconhece que dá na RTP 1 aos domingos às 22:30. É apenas uma hora.
Retratando tempos mais antigos, dá-nos grandes lições para a actualidade!
A par do "Sociedade Civil", é o que mais gosto de ver na tv actualmente. Fico anciosa que chegue o domingo à noite para ver!
Que mais gente veja! Assim as audiências crescerão e continuarão com a fantástica série!
E agora pergunto à RTP... e porquê não colocar a série mais vezes durante a semana ou ao sábado também? É q uma hora por semana... sabe a muito pouco...
Obrigada!
AJ
Enviar um comentário