segunda-feira, junho 9

Novos portugueses

Arrancam este mês, em força, as acções de promoção do Ano Europeu para o Diálogo Intercultural.
Portugal tem história no que respeita a emigração: um terço da população portuguesa vive lá fora. Cá dentro, 4,2% da população são imigrantes que escolheram o nosso país para viverem e são já, em bom rigor, os novos portugueses.
É neste contexto que é necessário rever, à luz do Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, as políticas de integração e acolhimento e de que forma estão a ser acompanhadas por medidas operacionais e concretas.

Convidados:
Isabel Cunha - ACIDI
Alina Esteves - Fac. de Letras – Geografia Universidade de Lisboa
Cláudia Semedo - Actriz

10 comentários:

Jose de Lopo disse...

Os portugueses, de qualquer cor, são sem duvida, “racistas pacíficos”, numa bonita que expressão que bem os define!

Muitas vezes, a forma de vestir ou de falar são as principais formas de auto-exclusão... e, consequentemente, provocadoras de racismo ou xenofobia.

Ana Ferreira disse...

Deixamos de ser um país de emigrantes, passamos a ser, também, um país de imigrantes. Efectivamente, ainda nos dias que correm, os imigrantes são vistos em Portugal como os “estranhos”, “os estrangeiros”, aqueles que nada têm e, por isso, podem ser explorados do ponto de vista laboral. Se é estranho, é marginalizado, pelo simples facto de não haver uma integração por diferença. O xauvinismo, a xenofobia, o racismo, a exclusão do multicultural são realidades que estilhaçam o “Outro” do ponto de vista físico e psicológico. Por outro lado, um cidadão que venha de um outro país tem que aprender a reinterpretar uma nova cultura e, muitas vezes, só é aceite pela comunidade de acolhimento se houver uma ruptura completa com os laços sociais e com os valores da comunidade de origem. Para se adaptar a um novo estilo de vida, o cidadão mal acolhido desorganiza um estilo de vida herdado, para responder à mudança e à exigência do país de acolhimento.

É dramático perceber que determinadas culturas se sobrevalorizam em relação a outras. Formas de etnocentrismo são evidentes, a cada dia. O acolhido tem que assimilar novos traços culturais e, contrariamente, a comunidade de origem, raras vezes tenta perceber que para uma plena interacção, esta deve receber alguns valores e normas, mesmo tratando-se de uma maioria. Não há um esforço social, no sentido da reunificação intercultural. É urgente a construção social da diferença! É urgente agir para camuflar a violação do direito à imigração e os efeitos perversos que essa acarreta como o xauvinismo, xenofobia, etnocentrismo, violação, manipulação, exploração, etc...

Ana Ferreira disse...

Onde se lê "xauvinismo", leia-se "chauvinismo"

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Fica aqui a sugestão para todos os colegas do blog, de um documentário realizado por Sérgio Tréfaut: "Os Lisboetas" exibido no IndieLisboa em 2004, acerca da temática de hoje.

(http://photos1.blogger.com/blogger/2858/213/320/clip_image002.jpg)

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Citando:"Lisboetas é um retrato por dentro. Quem és tu? O que fazes aqui?"

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Ana G.

hgp disse...

Boa tarde a todas,
Parabéns pela escolha do tema de hoje.
Sou estudante universitária, e todos os dias, mesmo entre pessoas da minha faixa etária eu vejo manifestações do chamado racismo pacífico.
Acho que muitas pessoas continuam a expor aquilo que havia de menos positivo nos comportamentos que seriam comuns no tempo dos seus pais ou avós, e isso é triste.
Não consigo compreender esse tipo de preoconceitos nem de onde vêm.
Trabalhei durante alguns meses como professora de inglês do primeiro ciclo em escolas com turmas multiculturais, e fazia questão de incluir esse elemento nas aulas, e encorajar os alunos a falarem sobre as suas culturas, e sobre a cultura portuguesa.
Actualmente estou prestes a embarcar num dos projectos que me vai possibilitar conhecer melhor ainda a dimensão global das sociedades actuais, o Scholar Ship, o primeiro navio-universidade do mundo onde vao estar alunos e professores de universidades de todo o mundo.
Gostaria de poder usar os conhecimentos que lá adquirir para trabalhar em projectos relacionados com a integração e o diálogo intercultural.
Parabéns à Cláudia Semedo pelo trabalho que faz na rádio e a às restantes convidades pelos projectos que desenvolvem.

lady_blogger disse...

São cada vez mais os portugueses que se deslocam dentro do seu próprio país, e doravante perante a actual crise económica não será de admirar que haja uma vaga de partidas para o estrangeiro para tentar melhorar a vida.
E se até aqui muitos procuravam o nosso país para viver e trabalhar, também eles já estarão a pensar em alternativas...

CC

Maria Mendes

Anónimo disse...

Eu penso que é mais fácil quando se emigra em criança do que em adulto! Porquê?! Porque uma criança não tem a mesma consciência do mundo que a rodeia do que um adulto!

É mais fácil ver as diferenças de país para país quando viajamos pelo o mundo, por isso, se quisermos conhecer melhor o nosso país penso que a resposta está em tomar contacto com outra cultura primeiro!


Mário N. Brito
www.msptx.com

Adriano Reis (conta.storia@gmail.com) disse...

Acho que as pessoas que viram a peça de teatro: LISBOA INVISÍVEL.
passaram a ter uma noção mais clara sobre a imigração.
falar da imigração, é falar da globalização, pq sem ´mais margem de duvidas é uma das consequencias da maldita globalização que beneficia os mais ricos...