terça-feira, junho 17

Renegociar créditos

100.585 milhões de euros era o valor da dívida em crédito à habitação em 2007.
Num momento em que o endividamento marca a vida das famílias portuguesas, queremos neste SC lançar algumas soluções práticas e eficazes para renegociar com as entidades bancárias os seus empréstimos.
No entanto, quatro dos maiores bancos nacionais não praticam o chamado crédito consolidado. Preferem ter um contacto próximo com o cliente. Como contornar este obstáculo? E os portugueses estarão preparados para negociar com os bancos? Nenhum banco quer que deixe de pagar o seu empréstimo, portanto utilize as armas que lhe vamos dar a conhecer.

27 comentários:

Adriano Reis (conta.storia@gmail.com) disse...

BOA TARDE! tenho um amigo que paga um crédito habitação a 12 anos de 300 e tal euros, vai reformar-se em breve com 200 e tal euros.
Numa situação desta, o crédito é renegociavél?

lady_blogger disse...

Até há bem pouco tempo estava mais familiarizada com este assunto. Ajudei inclusivé uma amiga a suavizar as suas prestações. Há diversas formas de o fazer. Primeiro pode pedir-se a uma empresa que analise o seu caso concreto e que indique qual o banco que oferece melhores condições. Não querendo custear essa análise, tem de se ir pelo próprio pé negociar junto de cada instituição bancária. Se o nosso banco habitual não ceder às nossas tentativas de negociação, o melhor é apresentar-lhes as propostas da concorrência e dar-lhes nova hipótese de reconsiderarem baixar as prestações dos créditos. Se mesmo assim não acederem, o melhor é tentar mudar, e saiba que há transferências que podem sair muito caras, mas também há bancos que assumem os custos das mesmas.
Pode também tentar consolidar os seus créditos e assim as prestações serão bem menores.
Cuidado com o tipo de créditos que pede à banca, com a variação das taxas Euribor e com a actual crise financeira.
Evite endividar-se! Se não tiver alternativa, seja prudente, e nunca aceite um spread como um dado adquirido, pois tudo que é "comprável" é negociável.
Mais alguns conselhos sobre poupança podem ser encontrados no euronios.blogspot.com

CC

Maria Mendes

Nuno Pereira disse...

Boa tarde!

A culpa não é só de quem dá crédito é
também de querermos ter tudo e mais alguma coisa, queremos gastar dinheiro que ainda não ganhámos...
Queremos fazer uma vida para a qual não temos posses.

Para mim o cúmulo da ingenuidade é viver "chapa ganha, chapa gasta" e pedir um crédito para ir viajar...

Pedro de Castro disse...

Boa tarde,
O problema que se verifica nos créditos em Portugal é resultado se sermos uma sociedade de deslumbrados. As famílias com a facilidade que têm de obtenção de crédito e pelo indevido esclarecimento, levam os valores dos empréstimos aos limites máximos das suas possibilidades. Muitas famílias que só têm possibilidades para comprar um T2 querem comprar T3 e T4. Acrescem a isso o carro, e muitas das vezes novo, porque têm que mostrar um certo status. O problema que vemos hoje em muitas famílias prende-se com a "necessidade" que têm de querer viver acima das suas possibilidades. À 30 anos tinha carro quem podia. Hoje toda a gente quer ter carro, uma casa enorme e viajar para as Caraíbas de férias mesmo que não tenha possibilidades! É a mentalidade do amanhã logo se vê, o que importa é o que já gozei hoje.
Falta formação social no que diz respeito à gestão do rendimento do agregado e falta muita humildade para viver de acordo com as suas possibilidades.

Andreia disse...

Boa tarde,
Isto sim é serviço público.
Que programa tão interessante para a população portuguesa. Pena este horário! Porque a esta hora?? Os temas aqui abordados são tão ou mais importantes que os abordados no Programa "prós e contras"...
Os portugueses estão literalmente "a afundar-se" em créditos, ditos fáceis, é preciso educar e explicar que devem ser muito cepticos a estes sucessivos apelos...
Continuação de bom programa, Andreia.

Pedro de Castro disse...
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Milton Batista disse...
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Pedro de Castro disse...

Uma outra questão e o grande problema do endividamento em Portugal é mesmo a habitação. Não sei se a população em geral tem noção que o nosso parque habitacional novo é suficiente para que cada português pudesse ter 2 casas. Junte-se a isso os edificios usados e ficamos a ver que em Portugal não faltam habitações. Falta é vontade de resolver este problema, e que é um direito consagrado na Constituição que é o direito a habitação. Andamos a pagar juros ao estrangeiro para pagar casas hipervalorizadas, de construção de pouca qualidade realizada por mão-de-obra não qualificada. Deixo esta questão: Será qualidade de vida passar 40, 50 e mais anos a pagar uma casa que bem avalidada e minimizando o efeito da especulação vale metade do seu valor de compra? Temos de deixar de ter pena dos empreiteiros e começar em dar qualidade de vida à população!

Pedro de Castro disse...
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Pedro de Castro disse...

Quem recorre a créditos deve pensar que NINGUÉM DÁ NADA A NINGUÉM! São empresas que estão a prestar um serviço com vista à obentção de lucro. Lembro-me de comentários de pessoas mais velhas que diziam "se soubessem o que custo ganhá-lo, não o gastavam com tanta facilidade". Este facilitismo que vemos vem precisamente desta falta de noção do que custa ganhar dinheiro. Não existe dinheiro fácil em local nenhum do mundo! Se é comprador compulsivo, não se esqueça que existe a possibilidade da devolução.

menina-m disse...

boa tarde!

creo que a chamada educação financeira feita por fora não tem efeits nenhuns. se um miudo aprende a ter os tais 3 mealheiros mas se quer uma camisa os pais dao-lhe a camisa, estraga-se tudo.

creio que a minha geração habituou-se a ter tudo e já, de mão beijada. a nova mentalidade "ikea" do compre e deite fora daqui a um mes estyá entranhada na nossa sociedade e é este consumismo irresponsavel que leva a que as pessoas se endividem. quero um plasma, porque é moda: vou comprar um plasma. a mesa da sala esta velha: para quê arranjar? deita-se fora e compra-se uma mobilia de sala nova.

creio qu é nestas pequenas coisas que as pessoas se sobreendividam. nisto e em quererem casas acima das suas necessidades, mais por "exibicionismo social" do que por necessidade real.

Parsec disse...

Fale com um advogado que ele pedirá ao juiz que o considere falido e depois nem a divida o banco receberá.
Não será assim?

Unknown disse...

Boas Tardes
Em primeiro lugar os meus parabéns à Fernanda Freitas e à sua equipa pelo excelente Programa que produzem (devia haver mais do mesmo tipo).

A questão que gostava de colocar é simples e aconteceu comigo recentemente :

Possuo um automóvel com 10 anos e portanto com algumas "maleitas" próprias da idade e as quais resolvi reparar .

Quando recorri à oficina da marca para fazer um orçamento ponderei ainda a possível troca do veículo, o qual me foi avaliado por 1000 euros pelo vendedor numa possível troca por outro novo ou usado, ora o valor da reparação acabou por ser superior a esse valor ( aprox. 2000 euros, incluindo pintura).

Pergunto, será mau negócio, atendendo a que um carro mesmo usado rondaria os 11000 euros ?
Os meus amigos dizem que sim, eu estou convencido que não pois o carro está pago e não tem encargos mensais ...

Obrigado pela atenção

Cumprimentos

Joaquim Jorge

Angelina disse...

Será que é por vergonha que as pessoas nao recorrem renogociaçao do crédito?
Nuno pereira deu um testemunho de uma renegociaçao de crédito de uma senhora conhecida, esta renegociaçao deu certo com grandes proveitos para a senhora.
Será que indo a dita senhora ao banco conseguiria o mesmo beneficio?!
Porque o Nuno sabia todo o caminho a seguir para obter o que obteve.
Será que a senhora teria todo a sabedoria ou todo o conhecimento para obter o mesmo?!
Os funcionários estao ensinados para defender os interesses da instituição bancária, muitas das vezes ocultando informaçao que pode prejudicar quem está a fazer a consulta!
A questão é se for o Nuno facilmente conturnará a situaçao, se for a dita conhecida provavelmente nao será tao capaz!
Será vergonha?

Graza disse...

Sem querer menosprezar o valor dos temas dos Programas das Manhãs das televisões, acho que são temas como estes ( Economia Doméstica) que está hoje em debate, que podem fazer a diferença de qualidade e ter um verdadeiro interesse nacional, face à lacuna que é o entendimento mínimo que muitas famílias tem das novas formas de gerir os seus orçamentos familiares. Prometeram voltar ao assunto e acho bem que o façam e re-incidam, porque quem vos está a ouvir deve estar a ouvir pela primeira vez falar destas questões de um modo que entende e que raramente ouve, e porque o fazem de uma descodificada e nova. É que o cerne da questão é exactamente este: aprenderam Matemática e Português mas nunca aprenderam alguma coisa que pudessem transpor para estas novas formas de consumo que os levam à falência familiar.

N disse...

Boa tarde! Tenho 27 anos e possuo um crédito automovel (239€/mês até deembro 2009), e fui quase forçada a usar o meu cartão de crédito pois apesar da minha licenciatura e da minha pós-graduação trabalho a recibos verdes e durante o verão não recebo. Como poderia então pagar as despesas de casa, comida, carro? Poderão dizer-me que podia ter poupado durante o ano para precaver-me quando não tivesse... mas era quase impossível. agora tenho uma divida de 3000€ no cartão de crédito... o que devo fazerpois está novamente a chegar o verão e não quero contrair mais dividas.
Muito obrigado.

Unknown disse...

Boa tarde, sou um estudante de 3 anos preste a acabar o curso. Nos ultimos meses tenho procurado casa mas deparo-me com prestações altissimas e avaliaçoes das casas por baixo por parte dos bancos. É boa estratégia depois de aprovado o crédito num banco, ir mudadando de banco, aproveitando as taxas de credito variaveis de banco para banco? É esta uma boa altura para comprar casa ou vale a pena esperar que aconteça uma crise ainda maior tal como no Reino Unido em que esta a acontecer um decrescimo do preço das casas, o que não acontecia há anos? Caso seja uma boa altura, valerá a pena um credito por ex. a 30 anos com prestaçoes elevadas ou a 50 anos para se ficar mais desafogado? Levando uma vida a pagar a casa...

Unknown disse...

Os portugueses não se podem esquecer, de pagar primeiro a eles próprios e só depois ás outras entidades!! Por mais pequeno que seja o valor.
O estado faze-o permanentemente, descontam-nos no ordenado antes mesmo de o recebermos. Necessitamos de criar este hábito urgentemente.

lady_blogger disse...
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ana chagas disse...

Boa tarde,

Ouvi dizer que nos EUA existe um parâmetro numérico chamado FICO que os bancos e instituições de crédito utilizam para avaliar a situação de cada cliente. Basicamente, quanto maior o FICO de uma pessoa, significa que a situação desta é bem vista, é positiva.
Percebi que esta informação não chega ao público, porque alguém com um FICO elevado merece uma taxa de juro bastante menor, coisa que não convém às instituições de crédito.
Existe algo assim em Portugal? Onde nos informamos?

Cumprimentos, Ana Chagas

Orlando Pinheiro disse...
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Orlando Pinheiro disse...

Oiço diáriamente....:

- Mais vale pagar ao banco uma casa que será minha do que arrendar uma casa pelo mesmo valor.

- Não será pior?!?
- A casa custa o dobro do seu valor real, fico com um compromisso infinito, tenho de pagar custos de manutenção da casa. Para mudar de casa é uma carga de trabalhos.

Penso que devemos INCENTIVAR o ARRENDAMENTO.
Estarei certo?

Pedro de Castro disse...

Se as pessoas que adquirem créditos fossem menos crédulas talvez as coisas não estivessem neste ponto.
Mas quero ver como vai ser daqui a 5/10 anos quando quem quiser frequentar o ensino superior tiver que fazer como se faz nos EUA e no Reino Unido e as pessoas requererem créditos de 50.000 e mais euros

Ana Maria Brandão disse...

A Deco so da conselho a socios ou a qualquer pessoa?????

Orlando Pinheiro disse...

Cabral.

Deves arrendar e não comprar....

manuel disse...

boa tarde; tenho um credito habitacao de 280 euros mes,tenho uma poupanca que fis a 10 anos e acaba este ano em agosto. faco bem amortizar este credito?

lady_blogger disse...

Olhe Manuel, na minha opinião acho que deveria tentar amortizar o máximo possível, mas sem ficar "descalço". Por amortizar terá na certa de pagar uma multa, mas mesmo assim deve compensar fazer a tal amortização. Contudo deixe sempre algum dinheiro reservado para o dia de amanhã.
Isto teria muito mais que se dissesse...
Espero ter ajudado.

CC

Maria Mendes