sexta-feira, setembro 12

A importância da formação musical

Portugal tem pouca tradição no ensino da música, e o cenário é pior quando se trata da música erudita. O ministério da Educação lançou um plano para generalizar o acesso à formação musical de qualidade, mas ele ainda não deu frutos.
Numa altura em que se reforma o plano de ensino artístico e se procura aumentar o número de alunos em música, é importante discutir a importância desta arte na formação pessoal. Antes de mais interessa perceber o lugar da música na escola e o seu papel para fomentar o gosto pela música erudita – e para reforçar a importância da música como património pessoal e cultural. É isso que o Sociedade Civil vai fazer.

Convidados:
Rui Vieira Nery, Direcção Programa Gulbenkian Educação
Jorge Matta, Maestro
António Wagner Diniz, Presidente da Escola de Musica Conservatório Nacional
António Pinho Vargas, Compositor e músico

40 comentários:

Unknown disse...

A formação musical representa uma disciplina diferente daquelas que normalmente fazem parte do currículo formal e por isso é uma alternativa muito válida.
No entanto, para aqueles alunos que não querem estudar, não poderá tornar-se mais um peso morto no processo de ensino?
Não deveria ser para aqueles que querem mesmo ter essa disciplina é que a palavra obrigação não rima com dedicação.

Nuno Moura de Lousada.

Pedro de Castro disse...

Boa tarde,
A formação musical deveria ser incentivada desde a mais tenra idade pois é potenciadora da criatividade e liberdade de expressão. Gostaria de colocar a seguinte questão visto eu ser canhoto: Estarão os professores de música preparados para o desafio de ensinar crianças canhotas a tocar certos instrumentos para os quais poderam não manusea-los da maneira que lhes é mais cómoda? No caso do piano, por exemplo, deverá incidir-se sobre peças que favoreçam a mão esquerda? E relativamente à guitarra, é favorável aprender com as cordas posicionadas para mão esquerda?
Coloco estas questões porque em muitas outras áreas da aprendizagem, os pedagogos não se mostram sensibilizados para esta pequena diferença, e que leva a que os canhotos vivam num mundo espelhado.

manucha disse...

Boas Tardes
A formação musical é um pilar fundamental para o nosso crescimento pessoal e cultural,logo deveria ser introduzida no quotidiano das nossas crianças desde o nascimento e fazer parte da formação desde a pré-escola,independentemente do futuro dessa criança passar ou não por uma carreira musical!

Rax disse...

Boa Tarde,

Gostaria de saber como é que alguém, que vive fora dos grandes centros urbanos tem acesso a formação musical?
Há uns anos ainda víamos as bandas de música, onde havia uma partilha de saber de geração em geração, mas parece que estão a desaparecer...

Obrigada

T. disse...

Devia ser implementada uma disciplina musical desde a primeira classe até ao 2º ciclo. Depois seria facultativa. Assim é uma forma das crianças com menos oportunidades descobrirem e desenvolver um talento. Quantos adultos hoje em dia se lamentam por não terem tido uma pequena formação musical em criança? Mesmo para todos aqueles que aspirem já a outras profissões, o contacto com a música é o contacto com a arte, a criação... De certa forma, penso que contribui para uma harmonia psicológica, o bem-estar. O futuro é o reflexto das bases da criança. É uma boa aposta.

Eva Cardim de Almeida
http://trofa-coracao-do-mundo.blogs.sapo.pt

Gonçalo Oliveira disse...

O tema de hoje vem mesmo a propósito!


Gostaria de saber o nome da música de genérico, se não for incómodo.

Parabéns pelo programa e um beijinho à Fernanda!


Gonçalo.

Tiago Vaz Osório disse...

Sempre houve procura pelo ensino da música, mas acho que as instituições estavam fechadas na música clássica. E hoje? as coisas estão diferente?

Pedro de Castro disse...
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Deragnu disse...

Sempre adorei música, aliás é a única "coisa", que não trái, um suporte emocional de topo, com a variante e vantagem maravilhosa das várias cambiências; tocar, cantar e dançar, para além de compor, mas isso será para poucos. Não compreendo, então do porquê não mais sendo criança, não poder aprender um intrumento. Já não sou jovem, portanto a vida acabou? Esta postura é recorrente em tudo e em Portugal.

Anttónio

Anónimo disse...

Tirando poucos nomes, quantos portugueses são conhecidos como grandes músicos profissionais? O que me faz pensar que, na altura de escolher uma formação profissional, certamente pensa-se 3 vezes antes de apostar num curso que deixa poucas saídas. Acho preferível optar por um curso de gestão e praticar música nos tempos livres. E assim a música ficará sempre num lugar secundário.

Sociedade Civil disse...

genérico do programa: "Sinnerman" versão Nina Simone.

Saudaçoes Civis

Pat disse...

Acho que estão a ser dados passos importantes na formação musical em Portugal. Em comparação com outros países da comunidade, em que patamar estamos?

Jubylee disse...

Comecei a aprender música desde muito cedo (tinha 4 anos) e desde logo aprendi a "gramática musical". Não me incomodou nada e não achei que aquilo me pudesse afastar do estudo da Música. É claro que, na altura, o que se ensinava era apenas a dita música erudita, mas talvez devido ao facto de, em minha casa, se ouvir música de outros géneros, nomeadamente pop, rock, cabo-verdiana, brasileira, o meu gosto musical tornou-se bastante eclético (incluindo o blues e o jazz, que vim a descobrir e a gostar por mim mesma). Mais tarde continuei o estudo de música mais a sério no Conservatório onde, tive bastante sucesso. No entanto, tudo isto foi apenas possível porque uma amiga dos meus pais se ofereceu para me ensinar. Se eu me tivesse sujeitado apenas ao ensino musical que existe nas escolas públicas, não teria sequer desenvolvido a metade as minhas capacidades. As alterações ao ensino das artes que o Estado quer implementar não são de todo o caminho para levar mais música ao país - pelo menos na minha opinião...

Interessada disse...

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Anónimo disse...
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Rui Silva disse...
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Anónimo disse...
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Rui Silva disse...
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MF disse...

Deixo-vos este vídeo, a propósito da reportagem no início do programa:
http://www.youtube.com/watch?v=tu-YhHTWpAY

E, a propósito: Música para todos, Matemática para todos, Poesia para todos! A seu tempo cada indivíduo toma o seu rumo.

Obrigada pelo programa!

Anónimo disse...

Terão já pensado que a música se relaciona e se complementa com outras áreas de destaque na educação??

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- Numa composição musical de Vivaldi ou Bach, o destaque para a MATEMÀTICA;
- Nos planetas de Holst, o amor e o estímulo pela CIÊNCIA;
- Como ACTIVIDADE SOCIAL, proporcionada pelas serenatas de Mozart;
- Na ARTE, como os marcantes exemplos cénicos, musicais e interpretativos de óperas de Verdi ou Puccini;
- Como MODELOS, no modo inspirador como Beethoven, Fauré e Smetana, que apesar de sofrerem de surdez, continuaram a compor;
- Ou então, como transportador de uma IDENTIDADE, como o fez Carlos Paredes, naquele dedilhado firme que emociona qualquer lusitâno.

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(De certo modo, penso que os gostos educam-se e essa responsabilidade deverá não só ser legada para as escolas mas também para uma sociedade que estimule essa promoção de estudo.)

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A música é como oxigénio. PRECISAMOS dele, quando APRENDEMOS inconscientemente a respirá-lo desde muito cedo.

Ana Gil

Rui Silva disse...

Gostaria de perguntar aos convidados se acham que o rock tem o mesmo valor que a música clássica.

Obrigado.

Rui Silva de Vila Velha de Rodão

Unknown disse...

Boa tarde!

Tenho alguma formação musical, quer obrigatória quer facultativa.
Gosto bastante de música e canto, inclusivé, num orfeão. No entanto, devo dizer também que, aparentemente sendo contraditório, não consigo de modo algum estudar, ler, trabalhar, etc. com música de fundo. Talvez por gostar tanto de música e por vibrar com ela não o consiga fazer!

Saudações cívis

João

ptbeer disse...

Esta arte é de extrema importância para o desenvolvimento de todos, falo de experiencia própria e do ponto de vista exclusivamente do consumidor.
Como cativar a camada mais jovem para a música, em especial para a chamada erudita, num país como Portugal?

Joaldi (José Alves Dias) disse...

Em resposta à questão colocada ficam aqui alguns benefícios da música retirados do Efeito Mozart de Don Campbell:
Estimula a aprendizagem e a memória.
Tem um papel salutar no tratamento de acidentes vasculares cerebrais, demência, traumatistmos cranianos e dores crónicas.
Reduz o nº de crises nas pessoas epilépticas (aclamados como uma receita segura para a epilepsia pelo Journal of the Royal Society of Medecine
Ajuda a reduzir a tensão arterial
Proporciona bons resultados em tratamentos terapêutipos de perturtabções de défice de atenção, dificuldades de aprendizagem e outras perturbações de processamento sensorial.
Fortalece a capacidade de concentração.
Estimula a criatividade em pessoas de todas as idades.

Exposto isto a pergunta que levanto é porque razão, um direito de acesso gratuito à educação que nos é garantido na nossa constituição, não contempla o nosso sistema de ensino a música na generalidade? (Excluo aqui o ensino vocacional, até porque nem todos os locais permitem ter um acesso a este ensino de forma integrada ou articulada)

Joaldi (José Alves Dias) disse...

A reforma que está a ser implementada no ensino da música pelo Ministério da Educação, é bem vinda na sua iniciativa.
Os moldes em que está a ser feita deixam muito a desejar.

Ricardo Martins disse...

Gostaria de saber a opinião dos convidados sobre o estatuto trabalhador/estudante nas escolas superiores de música. Ou seja um estudante que trabalhe a recibos verdes não pode pedir o estatuto de trabalhador estudante junto da escola! Quando se fala de trabalho de um músico, fala-se em TOCAR, tocar em concertos, ou pelo menos é para isso que um instrumentista estuda... Se uma escola não reconhece um trabalhador de música então para que estuda??? algumas leis têm de mudar...
Mesmo assim não deixarei a música, adoro música, adoro tocar..
Cumps

Joaldi (José Alves Dias) disse...

Relembro que os preços praticados para ouvir Daniel Barenboim na Gulbenkian eram bem altos. Este terá sido o concerto mais caro que pode constatar em Portugal onde os preços ascendiam acima dos 100€.

A grande maioria não é assim, mas neste ponto discordo do Dr. Rui Viera Nery

manucha disse...

Assim como se têm estado a apostar no "Plano Nacional de Leitura", a nivel escolar e familiar,deveria-se fazer o mesmo para a formação musical!

Dioguilini disse...

Quando disse aos meus pais que queria ser músico eles não me levaram a sério e disseram-me que podia estudar música mas tinha que tirar um curso "a sério". Eu quero e acredito que se pode ser músico neste país. Os meus pais não. Não será também preciso educar os pais?

Diogo Lopez

Pedro disse...

Para mim a formação musical deveria ser implementada no curriculo formal das escolas até o 12º ano obriatoramente, pois está cientificamente provado que o contacto dos jovens com esta discipli na fá-los crescer em vários aspectos. Considero que é uma disciplina de importância essencial no desenvolimento dos jovens de hoje.

Tripeiro disse...

Boa tarde.
Vejo-me obrigado a mostrar o meu desagrado com a seguinte frase: "Numa altura em que se reforma o plano de ensino artístico e se procura aumentar o número de alunos em música, é importante discutir a importância desta arte na formação pessoal."
Como é que se procura aumentar o número de alunos em música se existem apenas 4 ou 5 escolas profissionais de música em Portugal? São as ecolas profissionais do Espinho, Porto, ARTAVE, Almada e talvez outra. Reparem que nem na capital há uma...
Outra questão é o motivo que levou o Conservatório Nacional/Ministério de Ensino a acabar com o ensino articulado de música. Isto é, apenas aos 10 anos é que se pode ingressar no Conservatório Nacional para que se faça o 2º e 3º ciclos e o ensino secundário em ensino integrado. Isto quer dizer que aos 12 anos um jovem não está melhor preparado para escolher o instrumento musical que pretende interpretar que uma criança de 10 anos? Ou estão-se a formar "cegos musicais"?
Outra questão que me revoltou foi que no programa de hoje uma ouvinte telefonou e perguntou como poderia ter ingressado no ensino secundário via musical e a resposta que obteve foi que não seria numa escola secundária estatal que iria conseguir realizar esse curso mas sim "noutra". Eu sei perfeitamente que com o 9º ano de escolaridade e nenhum grau de ensino musical ninguém conseguirá realizar nenhum ensino secundário musical pois não há nenhum escola em Portugal que o faça, a não ser que seja admitido nas tais 4 ou5 escolas profissionais de música, mas terá que interpretar e bem algum instrumento musical.
Espero que um dia realmente se façam esforços neste sentido da formação musical!...
Obrigado e as melhores saudações.

Tripeiro disse...

"Numa altura em que se reforma o plano de ensino artístico e se procura aumentar o número de alunos em música, é importante discutir a importância desta arte na formação pessoal."
Como é que se procura aumentar o número de alunos em música se existem apenas 4 ou 5 escolas profissionais de música em Portugal? São as ecolas profissionais do Espinho, Porto, ARTAVE, Almada e talvez outra. Reparem que nem na capital há uma...

Tripeiro disse...

Outra questão é o motivo que levou o Conservatório Nacional/Ministério de Ensino a acabar com o ensino articulado de música. Isto é, apenas aos 10 anos é que se pode ingressar no Conservatório Nacional para que se faça o 2º e 3º ciclos e o ensino secundário em ensino integrado. Isto quer dizer que aos 12 anos um jovem não está melhor preparado para escolher o instrumento musical que pretende interpretar que uma criança de 10 anos? Ou estão-se a formar "cegos musicais"?

Tripeiro disse...

Outra questão que me revoltou foi que no programa de hoje uma ouvinte telefonou e perguntou como poderia ter ingressado no ensino secundário via musical e a resposta que obteve foi que não seria numa escola secundária estatal que iria conseguir realizar esse curso mas sim "noutra". Eu sei perfeitamente que com o 9º ano de escolaridade e nenhum grau de ensino musical ninguém conseguirá realizar nenhum ensino secundário musical pois não há nenhum escola em Portugal que o faça, a não ser que seja admitido nas tais 4 ou5 escolas profissionais de música, mas terá que interpretar e bem algum instrumento musical.
Espero que um dia realmente se façam esforços neste sentido da formação musical!...

Deragnu disse...

Bandas? Só instrumentos de sopro e é como para ser árbitro, limite 45 anos, se tiver 40 anos já se encolhem todos. Ficamos à espera de resposta indefinidamente, como certas pessoas e não se admirem do Skylander.

Anttónio

Dragonmaster disse...

Mais uma vez o tema dos preços, tanto de concertos na aquisição de albuns...

Música é entretenimento, cultura, sentimento.
Mas sobretudo são muito anos de estudo, práctica e muita disciplina.
É uma vida de sacrifício para alegrar os corações dos nossos ouvintes.

Fernando disse...

A música é tão importante no ser humano e a sua dimensão na formação do mesmo é tão grande, a tal ponto se todos nós tivessemos em casa as Cantatas de Bach e as ouvissemos todos os dias um bocadinho, o mundo seria bem melhor.

Parabéns pelo belo e soberbo Programa bem como por todos os assuntos abordados diáriamemte.

Helena Brantuas disse...

Boa-tarde!
Não será que deveria ser leccionada, desde o primeiro ciclo ou até antes, a disciplina de Educação Musical dentro do horário do programa , com o objectivo de: não ensinar não aqueles que têm vocaçâo musical para tocar qualquer instrumento, mas ensinar todos a aprender a gostar, apreciar, e viver com a música?
Um abraço e parabéns pelo excelente programa.
Helena

[Rita - A Conselheira Amorosa] disse...

totalmente apoiado!
música boa é essencial na formação de qualquer um.

Sociedade Civil disse...

o livro do dia será enviado a Diogo Lopez
( pedimos para entrar em contacto com a produção - 213805160)
saudações civis