sexta-feira, outubro 17

Como lidar com o vício de um familiar

Será que as primeiras experiências com álcool ou com drogas começam por prazer, por mera curiosidade ou, ainda, somente por que os outros o fazem? Nem todos sabemos a resposta a esta pergunta, porque não há receitas absolutas, mas para muitas famílias portuguesas o importante é que sabem como é que estas estórias começam, mas não sabem como acabam.
Na véspera da 18ª convenção “Recuperação da Família”, realizada pela Associação Portuguesa das Famílias Anónimas irá ser discutido o conceito de recuperação, tanto a nível pessoal como na sua dimensão colectiva.

Convidados:
Neves Cardoso, Médico Psiquiatra
Albina Sousa, Terapeuta Familiar e Coordenadora do Projecto Integrado de Apoio à Comunidade do Instituto da Droga e da Toxicodependência
Maria Elvira, Familiar de dependente
Pedro Castro, Vice-Presidente da Associação para o Tratamento das Toxicodependências

25 comentários:

Jorge Nogueira disse...

Acho que as opções da votação englobam só um nível básico das razões. Parece-me que esta questão está mais ligada à psique da pessoa e à sua predisposição genética.

Porque um vício muitas vezes começa por ser uma utilização controlada, como se fosse um medicamento para a "alma".

lady_blogger disse...

Um dos meus vícios confesso ser o chocolate. Como-o quase diariamente e somente 4 a 8 cubos, se forem bonbons como menos. Sinto a falta destes sobretudo no Inverno. Serão a minha doce droga?!
Mas este deve ser um dos vícios menos nocivos de muita gente.
Já o tabaco e o alcool não só fazem mal a quem os consome como a quem convive com esses dependentes.
É preciso ter força para deixar um vício como a droga, e mais ainda para não se recair.
Dou graças por até agora sempre ter tido a força suficiente para nunca me deixar tentar nem por tabaco nem por drogas. Sou aquilo a que chamam de "clean".
Excepto as drogas usadas em tratamentos médicos, nada mais justifica a dependência destas nem do alcóol. A justicicação de proporcionar alegria perde a validade quando ficam de ressaca, pois aí toda a tristeza anterior volta até com uma intensidade maior e surgem problemas de saúde.

Não caiam na asneira de se tornarem um trapo humano, e viverem dependentes de algo que vos destrói a vós e à vossa família e amigos!

CC

Maria Mendes

Pedro de Castro disse...

Boa tarde,
Os vícios e dependências podem ser destrutivos, quer sejam por alcool quer seja por toxicodependência os ainda outros tipos de vícios.
Penso que é necessário o apoio da família e dos amigos sabendo excluir todas as más influências que podem levar a recaídas.
Um ponto que gostaria que esclarecessem é relativo à própria fisiologia da dependência e como pode ser inibida, pois já ouvi falar de estudos que revelaram que existem pessoas com uma predisposição para dependências e que uma vez nesse percurso torna-se muito dificil sairem. Comprova-se? Em que medida as recaídas podem ser justificadas por este motivo? Em que medida a motivação do próprio pode ser suficiente ou não para ultrapassar o vício?

Pedro de Castro
Lisboa

O Homem dos Leões disse...

Vicios. A depressão e esquizofrenia, o porquê do vicio. Nem todos tem possibilidades de ser viviciados; a não ser em amar e amar os outros, hoje dia em que se fala em pobres; "bem-aventurados so pobres, pois será deles o reino dos céus", quem olha para um pobre, para quem tem um problema e ajuda, quem? "Sabe-se hoje que doenças como a esquizofrenia, que no passado era relacionada a um trauma psicológico, têm origem orgânica." http://www.genismo.com/psicologiatexto30.htm

tt

arizlagatosz disse...

A Adição sendo uma doença não se enquadra na relação das perguntas que o programa propõe.

Pedro de Castro disse...

algumas dependências podem ser muito alternativas indo desda a adernalina ao sexo!

joana disse...

Quando falam em vícios esquecem-se muito da comida. Eu considero-me dependente da comida, e acreditem que também destrói e muito.. a nível físico e psicológico. A nível familiar é terrível , pois quando perco controlo sou capaz de esvaziar vários pacotes de bolachas, etc chegando muitas vezes a recorrer se necessário a comida congelada. Tem de me esconder a comida, e isto causa-me uma imensa culpa e vergonha..
Joana

arizlagatosz disse...

Obrigada à RTP2 pelo interesse desta problemática.
Sugiro mais divulgação do programa de 12 Passos tão necessário em todos os aspectos da vida.

Com ele podemos vir a perceber que na família, além do adito que vemos, existem (ou podem existir)outros que teimamos em não ver pelo "NEVOEIRO" dos sentimentos.

arizlagatosz disse...

O Programa 12 Passos permite ver-me como realmente sou e com isso, antes de acusar o outro devo olhar para dentro de mim.
Será então possível, através das reparações,comigo e com o outro,dar-se início à recuperação da família.

KaRdoZo disse...

Sou um jovem com 30 anos, metade dos quais vividos entre consumos e privações. Começei com drogas leves e até chegar às duras foi um piscar de olhos. Existe sempre a noção de que controlamos o vicio até um dia acordamos e percebemos que é o vicio que nos controla.
neste momento vivo uma batalha dia a dia. apesar de ter deixado a heroina e cocaina há 5 anos e as drogas leves há 3 anos, a dependecia psicologica é algo que simplesmente me irá acompanhar até que a morte nos separe. Mas é possivel viver sem drogas ... mas não é facil, é como a sombra que nos acompanha num dia solarengo. Força de vontade, apoio familiar, acompanhamento psicologico e psiquiatrico são fundamentais neste momento para que dia após dia vá conseguindo superar esta luta que se tounou a minha vida... e não se refugiem no alcool... porque fugir á realidade é continuar a não querer enfrentar a realidade.

Obrigado, e parabens pelo vosso programa.

Luis, Alverca

Pedro disse...

Na minha opinião, todo o comportamento aditivo, ou seja, um comportamento conpulsivo que vá em busca do prazer, com ou sem sucesso, é uma doença psiquica, visto que existe uma diminuição da liberdade. Não existe auto-controlo.

As Pessoas com comportamentos aditivos são capazes de se desligar de todos os outros prazeres da vida. Os neurónios dopamínicos (neurónios responsáveis pelo prazer que temos das coisas) só conseguem ser estimulados com as substâncias aditivas. Tomando este ponto de vista, o vício é uma doença do foro mental

Luís B. Monteiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
arizlagatosz disse...

Força de vontade!

Muitos estão convencidos dela, mas morrendo em cada dia, não percebendo que a adição é mais forte que qualquer outra.
É necessário ter BOA VONTADE.
Para aceitar a doença,que precisa de ajuda e que necessita "baixar os braços" com humildade para iniciar a sua recuperação.

O Homem dos Leões disse...

O que faz falta? É animar a malta, ou um enchada nas mãos e perceber o que isto significa.
Depois como agora é moda, não se poder dizer nada aos meninos e meninas, senão telefonam para o SOS criança, é simple, siga a dança. A questão é sempre a mesma; o elo de comando está quebrado e portanto o resultado está bem à vista e ficará pior, claro como a água, (limpa).

tt

arizlagatosz disse...

Tenho conhecimento, de que se pode consumir sem qualquer prazer.
A adição faz com que consuma para "Preencher" vazios e a determinada altura do percurso passa a consumir para auto-destruição.
A disfunção cerebro/emocional e o desespero é tal que já há quem consuma para morrer mais rápido.

jovision disse...

O meu nome é Jorge Roque sou o representante portugues da Encod, ONG que defende o Direitos das Pessoas que utilizam Drogas. O facto das drogas ilicitas serem as responsaveis pelos maiores disturbios sociais, é justamente porque ao serem proibidas o Estado permite que elas existam (vendem-se em qualquer vila de Portugal), mas atribui o monopólio da distribuição aos traficantes, que inflacionam os preços desumanamente, fazendo com que 1 questão de opção pessoal, ou até de saude mental se transforme num problema social, económico e criminal! O Alcool mata anualmente 1.7% da população mundial,enquanto as drogas todas juntas matam apenas 0.2%. Que aconteceria se o alcool fosse proibido e 1 cerveja custasse 8 euros?
Já chega de verem o problema da mesma forma, com a culpa dos "drogados", é cinico continuar a crucificar sempre os ultimos dos grandes martires!
O Estado deve atribuir a destribuição aos seus responsaveis de saude mental, ou entao dentro de 100 anos continuaremos a bater na mesma tecla à custa da vida e do sofrimento de milhoes de seres humanos.
Jorge Roque

Joana disse...

Ao contrario do q se diz eu nao penso q a toxicodependencia seja uma doença, uma doença p mim é cancro, pneumonias, alergias, pq a pessoa nao pode fazer nada p as impedir. a droga é diferente, é por vontade propria q existe o consumo e é por vontade propria q existe a cura ao contrario do cancro, por exemplo...
Qt ao papel de familia, é mto subjectivo, se eles nao quiserem sair, nao é a familia q os salva... o meu marido foi toxicodependente varios anos, e nao era nenhum desgraçado, era sim mais um "parvo" q nao soube dizer a palavra "NAO"...

Obrigada
Boa tarde

Hugo disse...

Nos dias que decorrem é muito difícil ajudar um familiar ou amigo, pois vivemos numa sociedade muito consumista e com falta de tempo para tudo. Muitas Vezes passamos mais tempo com os amigos, trabalho, em vez de estarmos em família, tudo isso muda a nossa forma de comportamento e os valores que nos foram transmitidos. Só a força interior é capaz de vencer...eu venci.

O Homem dos Leões disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro disse...

Na minha opinião, todo o comportamento aditivo, ou seja, um comportamento conpulsivo que vá em busca do prazer, com ou sem sucesso, é uma doença psiquica, visto que existe uma diminuição da liberdade. Não existe auto-controlo.

As Pessoas com comportamentos aditivos são capazes de se desligar de todos os outros prazeres da vida. Os neurónios dopamínicos (neurónios responsáveis pelo prazer que temos das coisas) só conseguem ser estimulados com as substâncias aditivas. Tomando este ponto de vista, o vício é uma doença do foro mental.

arizlagatosz disse...

A frequência dos grupos é de extrema importância para vir a saber como mudar atitudes e aprender mais sobre esta doença de adição.

Sendo um programa de "fim de linha" -quando já tentei tudo e não resultou - pode tirar-se muita sabedoria desta forma de ver o problema,e iniciar a recuperação. Também pode servir para quem está no início do contacto com estas situações.
Grata pelo vosso programa RTP2

Anónimo disse...

Parece-me que vivemos numa sociedade de "ovelhinhas", onde as pessoas tem sempre tendência para seguir os outros, confesso que os meus vicios são a Leitura, adoro ler. Muitas vezes digo não aos meus amigos quanto à questão de sair à noite, Ler para mim é uma Droga, uma Bebida....

Mas Também gosto de beber com os amigos com moderação e quando vejo que não posso beber mais não bebo pois eu quando saio vejo nos Jovens uma Maratona como que a gabarem-se ou exibirem-se para parecerem bem perante os outros, se não beberem pensam que estão a ser inferiorizados....é esta a minha opinião


Marco Miranda
23 anos
Lisboa

O Homem dos Leões disse...

Caricato é colocarem a enfase já nas consequências finais e de forma fatal, e não nas causas e prevenção.

O meu vício pelos leões e leoa era tanto, que fui devorado,... pelo vício.

tt

lady_blogger disse...

Parece um pouco duro o comentário das 15:04 do homem dos leões, porém ele se compararmos os nossos antepassados com o tempo actual, a educação está muito permissiva. Antigamente um filho mais desalinhado como castigo era posto a cavar terra, a guardar rebanhos ou levava um esticar de orelha, e acreditem que entravam nos eixos. Agora mesmo que descarrilem, são sempre as vítimas, e ai de quem lhes toque.
Não sou salazarista, mas acho que se Salazar fosse vivo, teria bom remédio para estes vícios.

CC

Maria Mendes

lady_blogger disse...

E por falar em vícios...
Acho já aqui ter dito várias vezes que o SC é o meu aditivo. Que vício!

CC

Maria Mendes