É uma questão recorrente para largos milhares de famílias portuguesas: o que fazer com o familiar, idoso ou doente, que necessita de cuidados continuados, prestados por uma instituição especializada? A diferença entre ter os entes queridos por perto ronda os 2.000 Euros, que é o preço de uma enfermeira permanente, medicação e equipamentos. Um valor que não está ao alcance da maioria das famílias.
A solução foi criada e anunciada há precisamente dois anos: a Rede Nacional de Cuidados Continuados. Ao fim deste tempo, o que está efectivamente a funcionar? Como? Quem pode recorrer à Rede? Quem a fiscaliza?
Convidados:
Inês Guerreiro, Coordenadora Rede Nacional de Cuidados Integrados Continuados
Manuel Lemos, Presidente União das Misericórdias Portuguesas
António Vilar, Presidente da Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide
Jorge Nunes, Secretário-Geral da Associação Nacional de Espondilite Anquilosante
8 comentários:
Quem me dera ter tempo para comentar este assunto. Mas hoje não tenho nem tempo nem paciência, pois bateram-me no carro.
Mas não posso deixar de dizer que sou contra o internamento permanente dos idosos, porque vão para aqueles locais comno que para aí esperarem o suspiro final. No caso dos lares de dia, até compreendo a sua existência.
Quem tiver pais ou avós, dê-lhes o máximo, sejam para eles tanto ou mais do que outrora eles foram para vós.
"Filho és, pai serás, conforme fizeres assim acharás."
Quando se tem uma família elementar (nunca foi o meu caso) que sempre nos amou deveríamos amá-la muito e demonstrar-lhes todo o afecto e gratidão.
Não internem os vossos pais ou avós. Quando vós nascesteis, eles internaram-vos? Pensai nisso...
Abdiquem um pouco dos vossos caprichos a favor dos idosos, deêm-lhes a assistência que consigam, dediquem-lhes tempo, alimentem as suas bocas mas sobretudo os seus corações.
Um beijinho para todos os idosos. Força, criem amizades e não se deixem vencer pela solidão e pela ingratidão dos vossos familiares.
CC
Maria Mendes
Será que devemos falar somente de idosos ???? Será que não deveriam também ser considerados neste tema os muitos milhares de pessoas que tendo nascido com malformações congénitas (e inclusive os casos daquelas que tem multiplas malformações congénitas) vivem um dia de cada vez dentro das suas limitações fisicas; sem alguns deles saberem o que lhes espera o futuro (a sua qualidade de vida, as suas capacidades fisicas e mentais). Mas de facto é o meu caso, nasci com duas malformações congénitas (uma ao nível dos membros inferiores outra ao nível da coluna) a minha qualidade de vida nos últimos 3 anos degradou-se a olhos vistos (e tenho só 38 anos de idade)!!!
Cumprimentos,
Mónica Ferreira
Boa tarde.
Relativamente ao tema dos cuidados continuados, e ao comentário de um dos vossos convidados, sobre preferir estar em inglaterra, "dos males o menor, pelo menos lá tem uma enfermeira que os acompanha em casa..." alegra-me corrigi-lo porque também em Portugal em várias ARS temos disponivel o sistema de apoio domiciliar por equipas pluridisciplinares, nomeadamente médicos (em menor número, enfermeiros, fisioterapeutas...).
Parabéns Teresa,sou tua fã desde que comecei a ler o teu livro,vai mais ou menos 1 mês!És um exemplo de coragem,de luta,de insistência,de alegria.Serves-me de inspiração nos momentos em que pareço desanimar.
Sou mãe de doente de fibrose quística e vejo este programa com tanta atenção e esperança que quase nem conseguia participar.A verdade é que tenho grandes preocupações,que acho que este tipo de cuidados podem ajudar muito estes doentes.
No inicio o meu filho começou a fazer as sessões de cinesioterapia numa clínica de fisioterapia,as infecções eram constantes,a sala de espera estava sempre cheia com outros doentes e acabamos por optar na cinesioterapia ao domicilio.Nestes doentes é fundamental evitar as infecções,isso vai fazer a diferença entre a vida e a morte,mais cedo ou mais tarde.Nada é tão linear,mas quase.
O que acontece é que é dificil suportar os custos da cinesioterapia,as sessões ao domicilio rondam os 30 euros por sessão,fora todo o material inerente.Muitos doentes não suportam estes gastos,outras vezes não se encontram técnicos disponiveis.Além disto é também conveniente evitar os sucessivos internamentos hospitalares para antibióterapia,isto penso que seria possível se existissem equipas de enfermagem que seguissem estes doentes.
Existem equipas de fisioterapeutas e enfermagem que apoiem este tipo de situações?Obrigada.
Obrigada pela abordagem em directo da minha questão.Pelo que entendi da srª Drª Inês não é possível atender a todas as situações,e que certos problemas devem ser resolvidos pelas Associações existentes,especificamente no caso das doenças crónicas.Bem compreendo,talvez fosse realmente o ideal, mas por vezes não é assim tão simples,as próprias associações não possuem verbas para determinadas acções,o que é lamentável mas compreensível.São números reduzidos de doentes e por vezes é dificíl fazer eco da sua voz a altos níveis.Mas desde já agradeço a ANFQ e à Rarissímas por todo o empenho.
Sensibilizou-me a opinião do Sr.Dr.António Vilar,por conhecer e compreender tão bem a realidade dos doentes de Fibrose Quística.Estes doentes ficariam muito beneficiados se muitos dos cuidados que necessitam fossem realmente prestados no domicílio,principalmente as crianças,é muito complicado evitar as infecções cruzadas numa enfermaria pediátrica e em certas unidades hospitaleres.Se com adultos já o é...!Obrigada Fernanda pelo reconhecimento do meu esforço e dedicação.É verdade,deixei emprego,e realmente sou mãe a tempo inteiro,tento apreender as técnicas mas realmente sou incapaz de substituir a fisioterapeuta,até mesmo pelo respeito que impõe a uma criança é sempre diferente de ser a mãe ou o pai a fazer.E quando abordo estas dificuldades faço não só em meu nome mas também por conhecer a realidade de outros pais em circunstâncias semelhantes.Infelizmente são comuns este tipo de problemas.E se nós até temos familiares na àrea da saúde que nos facilitam muitos aspectos outros há que não têm qualquer apoio.E as dificuldades são realmente muitas.Infelizmente este ano morreram mais doentes de Fibrose Quística,um ainda pequenino e os outros muito jovens vitimas de infecções constantes e da falta de oportunidade de transplante e/ou erradicação bacteriana.As características dos fluídos destes doentes tornam-se um ambiente óptimo para bactérias que posteriormante os "destroiem"!
A solução não pode só partir da utilização de antibióticos,sem duvida que cada vez mais temos melhores antibióticos.Mas existem cada vez mais resistências e nem todos os doentes reagem da mesma maneira.Acho que devemos apostar muito na prevenção das infecções.Aproxima-se o dia Europeu da Fibrose Quística,21 de Novembro,gostava de saber se o SC Têm algo agendado para essa altura sobre este tema.Sou do Norte,não sei se vou ter possibilidade de me deslocar a Lisboa mas tudo o que poder fazer através de casa...óptimo.
Continuação de um bom trabalho!
Para a Anjos
Muita coragem minha linda e vive um dia de cada vez. És, de facto, uma grande mulher. Depois de estar no teu blog, fiquei bastante comovida... Apesar de tudo, sabes que tens dois filhos lindos.. muita força!
Martinha
Vila Real
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