As medalhas dos atletas portugueses paralímpicos e uma ou outra história de sucesso transmitem a noção de que em Portugal a barreira da deficiência se vence com facilidade. Errado. Vence-a quem persevera e pelos seus próprios meios. De resto, os apoios são escassos, falta legislação e poucos locais respeitam as acessibilidades.
Apesar de Portugal ter sido um dos primeiros países a assinar, em 2007, a Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, a sua ratificação parlamentar não teve seguimento.
O combate à exclusão social e a promoção de uma sociedade inclusiva parecem não passar de promessas sem aplicação prática em Portugal.
Convidados:
Mafalda Ribeiro, Escritora
Paula Costa, Presidente da Raríssimas
Adalberto Fernandes, Instituto Nacional para a Reabilitação
Paulo Azevedo, Actor
34 comentários:
Boa tarde,
Eu nasci com uma deficiência motora, faço tudo como as pessoas normais, menos conduzir, pois quando fiz os testes psicotécnicos o médico disse que eu tinha uma excelente cabeça, mas para ser 1 grande Doutora ou Engenheira, mas para conduzir não é preciso cabeça...
Acontece que eu NUNCA aceitei a minha deficiência e fugi do mundo e de todos, pois cada vez menos me aceito.
Admiro muito a Mafalda e o Paulo por terem uma alegria de viver incrível.
Só peço uma coisa, Deixem de chamar às pessoas Diferentes de COITADINHAS, doi muito!
AM
Boa tarde! Na sociedade actual o problema é a DIFERENÇA. Há padrões definidos e quem não se insere é excluído. Temos de lutar para que todos tenhamos as mesmas oportunidades e sejamos uma sociedade mais equilibrada! Um beijinho especial para o Paulo e para a Mafalda, verdadeiros exemplos de LUTA e de prova que ser diferente é ser especial!
SM
Boa tarde,
Não sou portadora de deficiências e só dei conta das dificuldades reais, quando saía com o meu filho no carrinho!
Meu Deus!
Como stressava!
São as paragens de autocarro sem margem suficiente para passarmos, os postes e caixas de electricidade mesmo no meio dos passeios, a falta de zonas pedonais e para cúmulo, quando há passeios, a falta de civismo, como estacionar os carros em cima dos passeios.
Adoro a Mafaldinha, é uma querida!
Beijinhos
Florbela
Eu tenho um amigo cego que adoro e que me ensina muito. Não deixamos de usar a palavra ver...
Também tenho outro amigo que não usa o braço direito e ele é muito descriminado por isso. Há pessoas que têm "nojo do braço dele". Tenho pena delas.
Boa tarde.
Estavam a falar e lembrei-me dos meus gatos... Tenho nove, dois cegos de um olho, ja tive gatos sem patas etc, a minha avô teve animais com todo o tipo de deficiencias... e os outros animais tratavam-nos exatamente da mesma maneira... nenhum animal, é condescendente, nenhum se estiver a comer deixa o outro ir comer primeiro ou passar a frente, so porque é deficiente, ele tera que lutar pela vida... e é positivo porque ele mexe-se e basicamente vive, como os outros...
:)
Ana
A seguir ao SC, entra em exibição o programa "Consigo", que aborda problemas de pessoas com deficiências.
Pergunto:
Porquê que não há apresentadores portadores de deficiência neste programa se lutam pela igualdade?
Quem diz este, diz outros.
Florbela
estar com a mafaldinha, ou com a minha amiga cátia, que é cega, vive em itália e corre esse mundo com a maior das facilidades, deixa-me muitas vezes com esta sensação de que o deficiente... sou eu. eu, que tenho as mãos e os pés todos, que vejo e ouço e não tenho doenças graves, sinto-me por vezes mais limitado pelas minhas inseguranças do que eles pelas suas deficiências. e aprendo um pouco mais da natureza humana cada vez q estou com elas, e solto-me um bocado mais. dá-me a sensação que, se conviver com elas o suficiente, talvez eu chegue a ser uma pessoal "normal"
E ser artesã é defeito?
Acreditam que também é considerado estranho e visto de forma depreciativa?
O mal está no modo de ser de um povo ainda muito pobre de espírito.
Bem hajam pelas pessoas que são e não deixem nunca de aparecer.
Boa Tarde Fernanda Freitas, Sociedade Civil, e aos convidados.
Chamo-me Claudia Correia e sou professora nas actividades extra curriculares
de actividade física, tenho alunos com deficiência motora e maioritariamente com deficiencia auditiva, entre outras,
estou a adorar trabalhar com estes alunos pois foram incluídos numa turma regular, sinto-me priviligiada por poder tomar contacto
com todas as dificuldades que estes alunos se deparam no seu dia a dia e que superam fantasticamente.
Obrigada pela atenção dispnsada
Bom Natal a Todos
Agradeço o esclarecimento.
Penso que deveria haver mais programas com apresentadores portadores de deficiência para que as mentalidades mudem e mais, para que futuramente os nossos filhos não tenham uma mentalidade fechada à diferença.
Florbela
olá Fernanda,
Sou o mano mais velho, do Filipe, mais conhecido por "Becas", que como se sabe tem spina bifida.Desde cedo o espicacei a sair das saias da mãe, e fazer-se à vida! cheguei mesmo a utilizar o desprezo como arma, mas no final o que "sobra" é um finalista universitário, uma pessoa activa e proactiva, etc.
Para concluir, eu digo sem vergonha e/ou vaidade: OBRIGADO FILIPE PELA TUA SPINA BIFIDA, FEZ DE MIM UMA PESSOA MUITO MELHOR.
Sérgio Pereira
Boa tarde a todos e a todas as pessoas.
Sou uma pessoa com deficiência motora, sou uma pessoa feliz e alegre. Espero que todas sejam felizes e menos preconceituosas.
Já fui discriminado numa entrevista de emprego, mas saí de lá com um sorriso na cara.
Abraços e beijos para todos
Atrevo-me a sugerir:
Convidem a Mafaldinha para apresentadora!
Sucesso garantido!
Florbela
Olá boa tarde!
Beijinho grande para todos, em especial para a Fernanda e para a Mafaldinha e muito obrigada pela colaboração, amizade e apoio que me têm dado! A grande barreira da defiência, e a que mais choca, está mesmo na sociedade e no olhar desta para as pessoas diferentes. Quando todos conseguirmos olhar para estes cidadãos como iguais, que é exactamente o que eles são, a Mafalda e o Paulo deixarão de ter de dar exemplos. Para comprovar, basta ver como uma criança pequena lida com os amigos diferentes. Beijinho para todos e obrigada por tudo, em nome dos meninos surdos de Gaia e dos seus pais, que não desistirão nunca de lutar por uma escola digna e igual para todos!
Maria José Salgueiro
Ainda hoje estive num hospital público e deparei-me com a falta de estacionamento para deficientes.
É somente um dos exemplos da nossa sociedade, mas enfim isso não me demove de chegar a qualquer lugar.
Não de desistam de viver a vida com a alegria apesar das "nossas" deficiências.
Beijos e abraços
Boa tarde.
Não resisiti em partilhar uma das minhas experiências do tempo de estudante que me fez aperceber rápidamente que realmente quando nascemos com algum tipo de limitação estamos tão habituados a ela que nos esquecemos fácilmente da sua existência.
Estava eu no laboratório,numa aula prática de micobiologia e observavamos atentamente os microorganismos no microscópio.Haviam microscópios bioculares e monooculares e numa distribuição aleatória eu tinha um biocular,lembro-me de pedir para trocar explicando que tinha alguma dificuldade em focar a imagem por ver apenas de um olho.A professora responde com determinação:"Não,nem pensar,está aqui e vai apreender a ver com os dois olhos",ao que respondo"mas eu não vejo de um dos olhos1!",e ela reponde"Então aprenda ou então o melhor é desistir do curso".Fiquei impávida e serena durante alguns minutos.Mais tarde entre sorrisos lá expliquei que era cega de nascença de um olho e que não seria a insistência que me iria fazer ver!!Ambas rimos com a situação e o certo é que me habituei a ver com todo o tipo de microscópios e consegui muito bons resultados!
Mais tarde num acidente de trabalho feri o olho que nunca teve até então problemas de visão.Conheci durante alguns meses o "universo" dos cegos,sem duvida assustador,mas ao recuperar a visão e no meio de tantas pessoas que veêm bem dos "olhos" reparo que a pior cegueira não é a do campo "visual" mas a do campo das percepções,dos sentimentos.Existem muitos cegos nesta sociedade que não precisam ter qualquer deficiência visual pois a sua cegueira está no seu próprio interior!
Boa tarde,
Tenho estado a assistir ao vosso programa e venho dar aqui um pequeno testemunho sobre o assunto.
Fui pai há poucos meses em Espanha e tinha que me deslocar pelas ruas da cidade onde vivia com o carrinho de bebé, não havendo barreiras no que diz respeito aos passeios públicos (passeios desnivelados, ausência de postes, caixas, sinais, etc). Ao voltar ao Porto deparei-me com uma situação completamente diferente, por exemplo são poucos os passeios desnivelados ou com indicaçoes para as pessoas invisuais. Enviei um mail à Câmara Municipal do Porto (inclusivamente disponibilizei-me voluntariamente a trabalhar com a autarquia para resolver o assunto) e verifiquei para meu espanto, que para além de existir um provedor para a moblidade, este tem também assessores, isto dá para pensar...e devo dizer que realmente o meu mail teve uma resposta muito cordial, mas que nao dizia nada em concreto. Tenho que dizer que ao andar pelas cidades de europa sinto vergonha da minha cidade, nomeadamente neste domínio, onde mais do que recursos financeiros é necessário força de vontade e sentido de servir a sociedade para que problemas destes sejam resolvidos.
Cumprimentos,
José Pereira
boa tarde...
estou em casa com o meu marido a ver o vosso programa,e ja agora tenho que fecilitar-vos porque é deveras muito interessante.
estamos os dois desempregados,todos os dias corremos centro de emprego,zonas industriais,shoppings,e nada...nao esta facil
o meu marido teve um acidente ha 11 anos e ficou com uma deficiencia no braço esquerdo,nao o impedindo de fazer o que quer que seja,como toda a gente ou melhor ainda.,nao e por acaso que foi sucateiro durante muitos anos,do trabalho ele nunca teve medo...mas é com enorme tristeza que vejo todas as entidades empregadoras lhe fecharem as portas por ele ter uma deficiencia no braço...não é justo,ele só quer trabalhar...peço-lhes a vossa opinião em relação ao caso do meu marido.
grata pela atenção
carla rodrigue
olá venho felicitar a fernanda pelo de ter uma amizade com uma pessoa maravilhosa como a mafalda.eu ñ conheço a mafalda nem o paulo pessoalmente, o qual tenho tristeza de ñ os conhecer pk são pessoas maravilhosas.são pessoas normais mas muito espaciais.bem hajam a ambos.
Onde se vendem produtos do Bicas a mascote dos paralimpicos?
De repente, dei-me conta que talvez tenha sido indelicada com a Fernanda, não foi minha intenção!
Esclareço, que o convite não seria para este programa!
Ou antes, até poderia ser, mas APENAS por motivos de força maior, caso a nossa querida Fernanda não pudesse apresentar.
Queria referir-me a outro programa.
Beijinhos e que continue sempre connosco!
Florbela
Muitas pessoas dão bens a instituições, que depois são deitados ao lixo em vez de serem vendidos ou trocados.
Algumas instituições precisam de uma melhor gestão dos recursos e até de saber serem solidárias com outras instituições ou com particulares carenciados.
O Estado, a televisão e as pessoas em geral só se lembram de ajudar as instituições de solidariedade social, talvez porque fica bem e porque é dedutível nos impostos... Nunca se lembram de fazer obras de caridade para com os vizinhos, os amigos, a família. Há tantas crianças, deficientes, carenciados, desalojados, doentes e idosos que precisam por vezes tanta ou mais dedicação do que as mais conhecidas instituições de solidariedade. Ninguém os ajuda porquê? Porque não são casos mediáticos, porque não dá para deduzir o valor das ofertas que se lhes faz?
Simplesmente tenho a dizer que tudo isto me provoca revolta e grande pesar.
É preciso alertar consciências para esta realidade.
CC
Maria Mendes
Se realmente querem ser solidários com outras pessoas, vão à Organização do Pai Natal ver o que as pessoas precisam durante todo o ano e deixem lá escrito aquilo que tendes para doar ou quereis trocar.
Assim só se dá a quem realmente pede algo que quer mesmo ou que necessita de facto.
CC
Maria Mendes
Boas tardes
Tem toda a razão lady_blogger, concordo plenamente, sinto o mesmo.
beijo
Gostava que esta questão das instituições de solidariedade fosse mais pertinente num debate e que opiniões como a minha se fizessem ouvir.
Quem dá algo tem o direito de saber o verdadeiro destino das suas doações. E se essas doações são desperdiçadas, essa constatação não deverá ser caso encoberto.
Todos pedem, e muitos desperdiçam...
CC
Maria Mendes
Então Luis Bernardes, vamos juntar pessoas com ideias similares e dar o mote por uma campanha de solidariedade para quem realmente necessita? O slogan poderia ser: Não ajude as instituições mas sim as pessoas!
CC
Maria Mendes
Claro que sim, vamos a isso lady_blogger, pode contar comigo.
E é um belissimo lema
Se as pessoas fossem mais solidárias entre si, não haveria a mesma necessidade de haver tanta instituição de solidariedade.
Atenção que não estou contra a sua existência, mas sim contra o modo como pedem ajuda e desperdiçam a mesma, e se mediatizam tanto.
CC
Maria Mendes
Muito bom o blog, parabéns!
Continua assim pra =))
Visitem o meu também:
http://www.gateenhas.net/
Se tiver interesse em parceria, posta la.. Abraços!
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