Em 2007 fecharam mais de 50 mil empresas e perderam-se 50 mil postos de trabalho – perto de metade eram empresas familiares. Significa que este modelo de gestão é frágil e está condenado ao fracasso ao mínimo sinal de crise? Todavia, exemplos como o da Jerónimo Martins ou da Sacoor Brothers demonstram o contrário: que as empresas familiares são mais sólidas e nada permeáveis para gestores que queiram desbaratar o seu património.
Afinal, que modelo de gestão é mais eficaz para uma empresa? Os apoios do Estado devem ter em conta a raiz familiar?
Convidados:
Peter Villax, Presidente da Associação Portuguesa das Empresas Familiares e Administrador da Hovione
Victor Sá Carneiro, Presidente das BIC’s (Associação dos Centros de Empresa e Inovação Portugueses)
Filipe Amaro, Vice-presidente da Lanidor
Francisco Maria Pinto Balsemão, Presidente-adjunto da Associação Nacional de Jovens Empresários
13 comentários:
Pergunto aos convidados;
A globalização tem ou não consequências irreversíveis nas empresas familiares?
Estas, com graves dificuldades sendo os apoios quase nulos. O que deve fazer uma empresa que vive graves dificuldades, que tipo de apoio existe e a quem se devem dirigir?
Noto que os portugueses precisam de rever a sua postura no negócio, na gestão, na modernização, inovação e formação, penso que as entidades que apoiam o comércio deviam acompanhar estas empresas que na minha terra se chama “comércio tradicional “.
As associações comerciais locais noto que não tem o papel que deviam ter no apoio ao comercio , concordam?
Pedro Marinho
Arcos de Valdevez
Porque razão a maior parte dos filhos não querem o negócio dos pais?
Pedro Marinho
Arcos de Valdevez
Os mais velhos tendem a forçar as novas gerações a continuarem fazendo as coisas como sempre foram feitas, ignorando os riscos dessa postura. A cultura estável, que um dia representou uma poderosa arma de mercado pode, nesse momento, voltar-se contra a própria empresa, podendo se transformar num factor de resistência à mudança.
A modernização é um dos desafios das empresas familiares, principalmente nos casos
em que as habilidades foram incorporadas à história da empresa. Podem então, tornar-se
obsoletas a qualquer momento, em função das bruscas mudanças tecnológicas ou do mercado.
Também, o financiamento da modernização normalmente fica limitado à capacidade de
Investimento da família, o que coloca as empresas familiares de capital fechado em desvantagem com relação às não familiares, de capital aberto. A obtenção de financiamento no mercado financeiro poderia ser contornada com a admissão de novos sócios, mas a família resiste à essa alternativa por medo de perda do controlo das acções.
Pedro Marinho
As empresas familiares têm uma característica importante: o vínculo de amizade ou familiar que existe quer seja entre os donos da empresa ou mesmo entre o empresário e funcionários sempre será uma vantagem em relação às outras empresas, já que funciona não só como uma forma de aumentar a proximidade entre as pessoas, mas também como um estímulo ao espírito empreendedor.
É também uma forma de pais e filhos manterem um contacto próximo o que me parece importante nos tempos que correm, onde é habitual produzir-se um afastamento sobretudo em zonas mais rurais onde os jovens têm menos possibilidades de encontrar empregos nas suas áreas de especialização e são obrigados a procurá-los fora da terra o que pode levar ao enfraquecimento dos laços familiares, de enraizamento à sua terra, etc.
Os filhos podem ainda usar a experiência adquirida no ambiente de empresa familiar para se tornarem também empreendedores e desenvolverem posteriormente as suas próprias empresas, ou para ajudar a desenvolver e expandir a empresa da família.
A empresa familiar, tal como a designação o diz, vai procurar manter o seu núcleo executivo no seio da família. O modelo em si não me parece baseado na méritocracia, e se não houver uma preocupação de integrar profissionais qualificados, mesmo que não familiares, estará a limitar-se à partida.
Neste sentido, considero que seria mais interessante que muitas destas empresas, mais do que serem exclusivamente familiares, tivessem a capacidade de tornar sócios e não apenas colaboradores parte dos seus quadros.
Este modelo é recorrente em vários países e fumentam a motivação para um melhor desempenho da empresa.
Gostava de saber se tal acontece em Portugal.
Também gostaria de saber qual a opinião relativamente às diferenças salariais entre gestores familiares e restantes colaboradores.
Dra Fernanda Freitas não sou um visionário mas não deve faltar muito para que as empresas criem a figura do provedor do comércio familiar.
Pedro Marinho
Parece-me natural que para se criar e manter uma empresa familiar a condição sine qua non é coesão familiar, onde exista comunicação, famílias que funcionem como tal...
Será que a sucessão é como nos reinados? Tenho dúvidas...
Basta ser um sucessor natural ou o sucessor tem que ter as condições exigidas que uma empresa hoje exige?
Não minha opinião chega ser herdeiro directo...
Pedro Marinho
Olá a todos,
Deixo a minha pergunta:
O capital de uma empresa familiar é unicamente da familia?
Boa Tarde,
Vivo no Norte e o peso das empresas familiares sente-se cada vez mais com as falências das últimas semanas.
Outro problema prende-se com o facto dos cargos das empresas passarem de pai para filho, de tio para sobrinho...
O investimento na re-venda e instalação de paineis solares não deveria ser uma crescente actividade empresarial??
E a nossa política de integração dos imigrantes não é demasiado burocrática e discriminatória? Não seria importante ter os estrangeiros felizes e activos para lograrmos todos?
E a arquitectura e engenharia de restauro não deveriam abrir imensos postos de trabalho na área da construção? Ou afinal só eu é que vejo os patrimónios da baixa de Lisboa e do Porto na eminencia de cair??
E será correcto continuar a falar de uma crise na industria automóvel quando o aquecimento global está por resolver na agenda política?
Finalmente, não podemos acusar a ASAE de prejudicar uns quantos negócios de família?
posso dizer que ja trabalhei numa empresa familiar em que os únicos funcionários eram os filhos do sócio gerente. Os filhos estavam a ter os seus descontos para a segurança social feitos pela empresa embora não estivessem a trabalhar. Os restantes colaboradores, estavam em situação de falso contrato, a trabalharem a recibos verdes.
Infelizmente, as situações que vou conhecendo são semelhantes a este porque passei.
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