quinta-feira, abril 23

Hoje é dia de ler

Metade dos portugueses tem apenas instrução primária ou nem isso, contabilizando-se 1 milhão de analfabetos – dados do Censos de 2001.
A par desses resultados, um estudo da OCDE para avaliar os níveis de literacia colocou 48% dos jovens portugueses nos patamares mais baixos da classificação.
A preocupação com os níveis de literacia levou à criação do Plano Nacional de Leitura, que em 2007 já tinha envolvido 1 milhão de crianças em actividades diárias de leitura.
Apesar do aumento dos hábitos de leitura – 7% nos livros e 20% nos jornais nos últimos 10 anos –, no Dia Mundial do Livro o Sociedade Civil quer saber o que podemos fazer para termos mais e melhores leitores.

Convidados:
Isabel Alçada
, Comissária do Plano Nacional de Leitura
Carlos Reis, Reitor Universidade Aberta
António Ponces de Carvalho, Diretor Escola Superior de Educação João de Deus
João Piedade, Escritor

25 comentários:

Catherina Sanders disse...

Boa Tarde,

Queria deixar aqui perguntas para todos responderem, ponderarem, argumentarem....

- Porquê cada vez mais existe grandes grupos de editoras e as pequenas mal têm espaço e mal sobrevivem?

- Porquê quando existe alguém com dom de escrever ou tem um bom projecto para livro, é lhe difícil publicar? E dispendioso!

- Somos um povo com alma de poetas, porquê é tão difícil as pessoas lerem e gostarem de poesia?

- Hoje em dia verifica-se que pessoas famosas lançam livros...
será que sabem mesmo escrever ou será que é para ganharem mais dinheiro com a fama que têm???

Abraços,

Catherina

ana disse...

Devo dizer que quando era criança não estava muito motivada para a leitura, nunca fui realmente motivada para tal actividade lúdica.

No entanto, quando cheguei ao 10ºano escolar tive um professor de português que nos incentivou a ler e a comentar o que tinhamos lido perante o resto da turma. Esse exercício deu resultados. Comecei a ler os livros que os meus colegas tinham lido por causa da descrição tão motivadora que eles deram.

Agora vou regularmente à biblioteca requesitar livros para ler em tempos "vazios" (estou a viver em londres e tenho de me ocupar durante o tempo gasto no metro).

E, um livro é sempre uma bela companhia num dia de sol à beira-mar ou numa esplanada.

Anónimo disse...

num país pobre como portugal, basta alinhar numa visita à fnac para perceber porque cos portugueses nao lêm.
A somar às bibliotecas municipais como pouco mais que manuais técnicos, o acesso à leitura em portugal nao é tão obvio como às vezes parece ser.
é possivel ler sem ter dinheiro, mas envolve ir procurar, se o problema é a falta d gosto pela leitura é improvavel que o façam, se querem acabar com o mau habito terão que tomar medidas bem menos passivas,

Lúcia disse...

Penso que o PNL é uma óptima iniciativa, e é com muito agrado que vejos grupos de crianças e jovens reunirem-se para comentar os livros que lêem, e felizmente cumprem um dos objectivos mais nobres da leitura - fazer-nos pensar e discutir, ajudar-nos a crescer.

É uma pena que muitos jovens vejam ainda a leitura como "uma seca", era bom que os professores mas sobretudo os pais ajudassem a criar hábitos de leitura, mostrando vários tipos de livros desde cedo. Às vezes as pessoas gostam de ler, mas nunca encontraram "aquele livro". É fundamental diversificarmos os tipos de texto e leituras, para podermos criar aquela paixão pela leitura que nunca mais se perde! A leitura, por muito educativa que seja, deve ser apresentada como uma actividade lúdica e divertida ao longo de toda a vida... para ser um prazer e não uma obrigação!

Já agora, um agradecimento muito especial à Isabel Alçada, uma das escritoras que mais marcou a minha infância e adolescência e cujos livros me ajudaram a ser quem hoje sou.

Sandra C. disse...

Boa tarde, eu adoro ler, no entanto nesta fase, a vida profissional e pessoal não me permite ter o tempo que gostaria para ler, mas num contexto normal sou capaz de ler 3 a 4 livros por ano...
Gosto de alguns escritores portugueses, mas aprecio muito Isabel Allende, adoro ler algumas autobiografias e romances históricos...
Acho que hoje lê-se mais, do que há uns anos atrás!
Cumprimentos
Sandra Monteiro

deep disse...

Boa tarde.

A escola tem um papel fundamental na motivação para a leitura, desde tenra idade. É muito difícil levar à leitura adolescentes que não tomaram desde muito cedo, de casa ou da escola, contacto com os livros.
O João teve o incentivo da escola, porém esse veio-lhe muito mais da família. A maior parte dos alunos das nossas escolas têm pais que não consideram ser importante adquirir ou ler livros.
Nas escolas, a obrigatoriedade do cumprimento dos programas deixa aos professores pouca margem para levar os alunos à fruição dos textos.

Obrigada.

Luísa

MyShoes disse...

Boa tarde
Gostaria de deixar aqui a minha experiência. Os meus pais fazem parte da população com baixa escolaridade e não têm por hábito pegar num livro, porque realmente antigamente não tinham possibilidade de aceder aos livros. No entanto mesmo sendo pessoas que alguns podem intitular como pessoas de baixos conhecimentos, sempre me proporcionaram a leitura, comprando-me alguns livros, pois percebiam que tal era importante. Penso que às vezes o problema é os próprios pais acharem que livros são uma seca...
Para mim também o papel dos professores de português foi fundamental, pois conseguiram mostrar pelos livros que existe algo mais para lá da nossa própria realidade, fazer-me sonhar...
No secundário tive um excelente professor que efectivamente dava valor à nossa opinião, todas as obras eram discutidas com sentimento e posso dizer que adorei entrar na pele dos autores, chegando-me nos periodos conturbados da adolescência me identificar com a as suas ansiedades... Sentia realmente na minha alma o que eles queriam dizer. Posso dizer que os Maias foi a obra com que até hoje mais me identifiquei... É lindo!!

fifi disse...

Boa tarde a todos!
Desde muito cedo tive 'queda' para a leitura, para ler tudo aquilo que pudesse ler!!!
As obras que me foram 'impostas' na escola foram lidas, mas como são 'impostas' são mais dificeis de ler porque nos parecem leituras bastante maçudas e'secas' como tem sido dito por ai!
Sou neste momento uma leitora bastante assidua,de escritores portugueses ou internacionais!
Só tenho pena que os livros sejam demasiado caros! Ou peço emprestado, ou vou à biblioteca! Comprar só muito raramente!
O meu escritor favorito é Paulo Coelho, também gosto muito de José Rodrigues dos Santos! Saramago nunca li, mas confesso que tenho curiosidade!
Beijinhos e um bom programa
Daniela Pais, Viseu

A Assassina Ri disse...

Boa tarde a todos.
Eu tenho 17 anos e sempre adorei ler. No entanto penso que a forma como as obras são tratadas no ensino vai contra o gosto que se possa ter pela leitura, porque ao lermos um livro iremos desenvolver a nossa própria interpretação, no entanto na escola somos obrigados a decorar a interpretação que outras pessoas fizeram da obra.
Estou de acordo com a necessidade de incentivar o gosto pela leitura, mas penso que isso não é feito da melhor forma.
Parabéns pelo programa.
Cumprimentos.

Unknown disse...

Boa tarde,

Sou estudante e tenho 17 anos. Encontro-me no 11ano e de vez em quando gosto de escrever poesia, sendo que já tenho vários poemas feitos por mim, talvez mais de 200. Assim sendo, gostaria de um dia os publicar e, como constatei que o vosso convidado mais jovem já tinha publicado várias obras, gostaria de saber como seria possível eu publicar o que tenho escrito.

Desde já quero felicitar o programa e desejar continuação de uma boa tarde,
Cumprimentos.

Marta disse...

Boa tarde,

quis deixar aqui o meu testemunho porque não há dúvida que os professores fazem toda a diferença nesta questão de ler ou não ler. Eu sempre li muito, desde miúda, era encorajada em casa, mas no ciclo preparatório tive o prazer de ter uma professora de Português, em Cascais, Ana Maria Hempel, que nos pôs a todos a ler e a adorar Eça, por exemplo, aos 10 anos. Mais tarde sofri os efeitos nefastos da ignorância paterna e fui encaminhada para os números porque "as letras não tinham futuro". Acabei por deixar a licenciatura a meio e sempre trabalhei nas letras. Agora, com 35 anos, voltei a estudar, Línguas, Literaturas e Culturas - Estudos Portugueses, na Universidade Aberta, e estou radiante. Reencontrei o meu caminho. Não saberia viver sem livros e estou agora a adorar aprender coisas que me ajudam a ler melhor, a chegar mais fundo na leitura. Faz-me muita impressão esta cultura de que estudar Letras não serve para nada, quando pode ser uma formação de base para inúmeros percursos profissionais e que cria melhores leitores e melhores pensadores.
Um cumprimento especial ao professor Carlos Reis e ao trabalho excelente que tem feito na Universidade Aberta. Não posso deixar de recomendar os manuais do professor à Fernanda... vai ver que afinal "aprender" Pessoa pode ser apaixonante!

Cumprimentos a todos.

Ana Marta Ramos

Gonçalo disse...

Não cabe exclusivamente aos professores a tarefa de motivar os jovens para a leitura.

A meu ver, acima de tudo, é preciso fazer com que os alunos percebam que têm o privilégio de ter quem os eduque e conduza na leitura.

joana disse...

Boa Tarde!

sou aluna do 12º e acho que, neste momento, os alunos nao estao contra a leitura de autores como Sttau Monteiro, Garrett, Saramago ,... de uma maneira geral, os alunos sabem que estas obras sao importantes ferramentas que nos permitem adquirirm um olhar mais critico sobre a sociedade e o mundo, e compreender o passado. o problema está forma como eles sao dados. na maior parte das vezes nao podemos explorar correctamente as obras, debater pontos de vista e opinioes, nem explicar que significados tiramos de determinados versos ou excertos, por falta de tempo. acabamos sempre por ter que adquirir a visao da professora, ate porque é essa que nos da pontos nos testes.

nao sei se esta directamente ligado a este assunto, mas gostava de saber a opiniao de todos sobre a ausencia do ingles no 12º ano. percebo que é importante o contacto com as obras obrigatorias deste ano escolar, mas nao considero fundamental. ja para nao falar na gramatica, que ao fim de 12 anos, torna-se um bocado repetitiva. enfim.. é ou não é verdade que no mundo universitario que se aproxima e no proprio mundo do trabalho que se adivinha dificil, nao seria mais importante continuar com o ingles (em que debatemos temas actuais e pertinentes) em vez deste portugues?

Gaivota Maria disse...

De louvar a presença neste programa da Dra. Isabel Alçada, responsável pelo Programa Nacional de Leitura e do Snr. professor Carlos Reis. A primeira pelo conhecimento que tem e transmite do modo de como chegar ao livro. O segundo porque pôs o dedo na ferida das causas do desinteresse dos nossos alunos a quem nas últimas décadas tem sido permitido fazer tudo ao ponto de os descomprometer totalmente de tudo e não só da leitura. De salientar nas suas palavras o apelo à memória, ao decorar. Gostaria ainda de informar a apresentadora que em Portugal há hoje uma boa e vasta bibliografia juvenil de autores espantosos e apelativos. De lastimar a reportagem da Snra Ministra que se apropria do Plano Nacional de Leitura para cuja origem não foi tida nem achada.

Isabel Barbosa

J Rebelo da Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leandro Morgado disse...

"Somos aquilo que lemos."

As obras literárias não são meras histórias; são visões do mundo, são parte de alguém que nos comunica uma ideia, que nos convida a entrar num mundo que cremos ser real, são confrontos intelectuais entre o autor e o leitor.

A leitura é o primeiro passo para estimular o pensamento crítico, para criarmos a nossa visão do mundo e, possivelmente, para darmos ao mundo a nossa visão.

A aprendizagem dos estilos de escrita e a percepção do seu funcionamento, poderá ser um estimulo não só para a leitura mas também para a própria escrita. A adaptação de obras ao teatro ou ao cinema, pode ser um atalho para as camadas mais jovens, sendo insubstituível a experiência da leitura individual.

Toda a literatura, parece-me, é indissociável da filosofia, da história e da própria antropologia, pelo que o PNL só ganha em actuar de acordo com esta dinâmica interdisciplinar.

Leandro Morgado

Ana Conchinha disse...

Muito boa tarde.

Devo dizer que os livros são, desde a minha infância, meus grandes aliados. Tanto a minha mãe, como várias professoras que fui tendo ao longo dos anos, me despertaram o gosto que tenho pelas páginas escritas nos livros.

Na escola primária, a minha professora dizia que os livros eram os nossos melhores amigos. E pelo que a minha mãe diz, eu comecei a gostar de tomate depois de ela me comprar um livro onde um tomate vivia uma aventura na cidade.

Entre o 5.º e o 6.º ano, trocávamos livros entre colegas de turma, de 15 em 15 dias. No 9.º ano, uma professora mudou a nossa forma de entender o "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, organizando uma peça de teatro em que participámos com grande entusiasmo.

E, claro, como deixar de falar dos livros magníficos da colecção "Uma Aventura"? Tinha uma colecção invejável destes livros, em casa...

Hoje, adoro ler e, independentemente, dos custos que possa ter, os livros farão sempre parte da minha vida.

Anónimo disse...

O meu primeiro contacto com os livros foi na escola primária, com a Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi uma excelente iniciativa para as crianças que não moravam nos centros urbanos, de modo a terem assim oportunidade de chegar aos livros e ao gosto pela leitura. Hoje, com 31 anos, continuo a utilizar as bibliotecas públicas!

Unknown disse...

Permacultura.

Podia convidar o Arq. Paisagista Jorge Cancela (Biodesign) tirou um curso de permacultura na Austrália e está a fazer doutoramento em Agricultura Urbana. (Prof. na Faculdade de Arquitectura da UTLisboa)

Obrigada,

Ana Prata

Anónimo disse...

Boa tarde,

Gostaria de expressar a minha opinião sobre este tema: Ler é importante mas, muitas vezes são os pais que se esquecem disso. Uma criança segue sempre o exemplo daquilo que vê em casa, por isso também é importante que os pais incentivem os filhos a ler e a pensar. Acho que estas iniciativas são muito importantes para as crianças que não têm acesso, pois todos nós sabemos que a cultura paga-se e caro. Assim, custa-me assistir a certas situações onde crianças carenciadas, que até têm uma curiosidade grande e gosto pela leitura, simplesmente não têm acesso porque os pais não têm posses económicas enquanto que, os pais que têm certas posses económicas simplesmente se esquecem que podem incentivar os seus filhos a ler e não só. Trocam-se os livros pelas consolas e a televisão é realmente uma babysitter completa.

Joana

Catherina Sanders disse...

Olá Nuno,
Manda-me um mail para o meu e-mail (sanderscatherina@yahoo.com) que te dou dicas e sites onde podes pesquisar e expor o que escreves.
Não quero coloca-los aqui para não fazer publicidade.
:-)

Catherina

Anónimo disse...

O meu primeiro contacto com os livros foi na escola primária, com a Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi uma excelente iniciativa para as crianças que não moravam nos centros urbanos, de modo a terem assim oportunidade de chegar aos livros e ao gosto pela leitura. Hoje, com 31 anos, continuo a utilizar as bibliotecas públicas!

E.Cruz disse...

...o gosto pela leitura começa no berço. Sempre li para o filhote adormeçer. Ás vezes, quando o trabalho apertava,o tempo era pouco, e ele bébé, até livros técnicos lhe li. Hoje com 17 anos, tem uma biblioteca própria com mais de 1000(mil)títulos - lidos -e antes de ler as "sebentas" dos obrigatórios lê sempre a obra completa. Gosta de ler e não troca a leitura por jogos em computador. Deverá ser "anormal".

Um recado ao Prof. Carlos Reis. deixe de ser tão "professor" e ouça também os outros, recomendo-lhe a leitura do livro de Luis Martins Simões, `"És um Índigo, um Criador ...ou não passas de um Repetidor?"

Como o programa já acabou peço à Fernanda Freitas o favor de fazer FW para o Sr. professor (se achar por bem)... e a menina aplique lá o acento nos passados se faz o favor. Continue que está muito bem.

Unknown disse...

Boa tarde!

Sim as escolas são muito importantes, no icentivo à leitura mas enquanto a politica em Portugal direcionar os esforços mais no remediar no que no prevenir vai ser dificil até manter as crianças na escola, quanto mais incentivá-las a alguma coisa;falta tempo, faltam livros, faltam espaços, faltam educadores, faltam apoios.... Acredito que deveria haver um investimento muito maior nas escolas de primeiro cilclo, afinal são a base de tudo...
Penso que os principais instigadores à leitura ou não são os pais. Tanto eu como o meu marido adoramos ler, de sentir os livros e até de imaginar histórias, as nossas filhas (2 meninas de 6 e 8 anos) também já têm o bichinho, desde bébés que foram habituadas a eles, quando ia aos hipermercados punha-as dentro do carrinho das compras a ver livros enquanto eu fazia as compras, hoje a primeira coisa que pedem quando lá vamos ..." Mãe podemos ir ver os livros?" (bem mais que brinquedos)Já sabem que na maior parte das vezes é só para ver pois não posso comprar tanto quanto gostaria, mas mesmo assim têm bastantes... a mais velha tem Dislexia, e queremos incentivá-la o máximo que poder-mos para que não desista. Este - Disléxia - é um tema que gostaria muito de ver debatido no vosso programa pois existe uma grande falta de informação a todos os niveis ( pais, educadores, professores e até profissionais de saude)e não existe assim tão poucos disléxicos como se possa crer...
Gosto muito do vosso programa. Felicidades.

Jose Ferreira Pinto disse...

Edições ON-line e a leitura nos ecrãs do PC.

Não sei se no painel alguém já leu livros ou revistas on-line. Uma vez que está em causa o futuro,
1 - Que perspectivas há para a leitura ON-line em Portugal? É vantajoso?
2 - Que lugar pode ocupar a leitura ON-line na educação das crianças e dos analfabetos?