terça-feira, outubro 20

Viver na escuridão

Os sócios da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que hoje comemora 20 anos de existência, sabem bem o que é viver ser ver – desde a nascença ou em qualquer altura da vida. A realidade é que com o avançar da idade diminui a capacidade visual, deixando-nos mais vulneráveis às doenças oculares, cujo aumento acompanha o aumento da esperança de vida. A degeneração macular e as cataratas são as principais causas de cegueira nas pessoas com mais de 65 anos. Estima-se que esta patologia atinja 25 a 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas quando se nasce cego? Como é a vivência no mundo? Como é que a sociedade os integra? As cidades estão preparadas para quem anda de bengala branca?

Convidados:
Carlos Lopes
, Presidente Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Pedro Gomes, Coordenador Nacional do Programa de Intervenção em Oftalmologia
Joaquim Murta, Médico Oftalmologista
Paula Costa, Presidente da Raríssimas

3 comentários:

Ruben Portinha disse...

Boa tarde,

Antes de mais, agradeço à equipa do Sociedade Civil pela escolha da minha pessoa para, de algum modo, exemplificar algumas das valências que fazem parte da vida de uma pessoa com deficiência visual.
Há pouco, o presidente Carlos Lopes referiu a questão do emprego e a consequente discriminação que ainda existe no meio. Não referi esta questão durante a reportagem - porque considerei estar fora do contexto da mesma - mas não queria deixar de passar esta questão em claro. No meu caso específico, sou licenciado em Ciências da Comunicação (vertente Jornalismo), pela FCSH-UNL e encontro-me há cerca de um ano à procura de emprego, nomeadamente no meio Rádio - "a minha praia". No ano passado, candidatei-me a estágio curricular numa das maiores rádios nacionais, estágio esse que cheguei a fazer, sem problemas de maior. Acontece que estive próximo de não o realizar, e adivinhe-se o motivo... valeu a minha persistência e, depois, a prova de que conseguiria executar o meu trabalho em perfeitas condições.
Assim, continuo à espera de uma oportunidade na área. Não posso aceitar que uma pessoa cega ou com baixa visão tenha como destino fatal o lugar de telefonista...

Ruben Portinha

Emily disse...

Boa tarde,

gostaria de perguntar ao Carlos Lopes em que pé se encontra a reactivação da Comissão de Braille, extinta em 2003.

Muito obrigada.

Patrícia Amoroso

Anónimo disse...

ola a todos:
Tenho dificuldades em votar num unico aspecto do inquerito, pois considero que de alguma forma todos são impeditivos e muito reais na vida de um amblíope e ou cego, falo disto, pois sou portador de algumas limitações, nada relacionadas com a a visão, apesar, de numa determinada fase da minha vida, tive a verdadeira noção do que é ser-se cego, uma coisa muito rudimentar, pois já fui operado aos dois olhos, excimer, em que tinha 0,5 e 1 díoptrias nos respectivos olhos.
Todas estas situações fazem-me estar atento ás realidades do nosso país, principalmente, à forma pouco inclusiva das pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência.
E para que essa situação se altere, convém que cada um individualmente se mova por esta causa da inclusão de todos. Por exemplo eu proprio conheço pessoas cegas e ou amblíopes, e já comecei a falar com estas para que unam esforços junto das entidades sociais para as quais estão ligadas, por ex., neste caso específico, a ACAPO, para que as bibliotecas nacionais comecem a ter registos audios dos seus livros.
O que fiz, foi uma gota de água num oceano, porém, a intenção foi das melhores.
saudações cordiais a todos;
Héber