Recentemente, o antigo guarda-redes do Benfica e actual titular da selecção alemã, Robert Enke, despediu-se da mulher e da filha de oito meses, saiu de casa, dirigiu-se para a estação de comboios e atirou-se para a linha. Estava no auge da carreira, era aclamado pelo público – o seu funeral foi o mais participado desde a II Guerra Mundial – e ganhava bom dinheiro. Não aparentava sofrer de depressão, tão profunda que o levou a pôr termo à vida. Por vezes são as fatalidades com famosos que chamam a atenção para patologias comuns, que afectam cidadãos comuns. É o caso da depressão, que está por trás de boa parte dos problemas sociais: suicídio, absentismo laboral, divórcios, dependência de álcool e químicos, etc. No SC de hoje os maiores especialistas identificam os sinais de alerta e indicam os locais que prestam apoio.
Convidados:
João Cabral Fernandes, Chefe de Serviço e Director do Internato Médico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
Filipa Mafra, Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral
Manuel José Ferreira de Oliveira, Psicólogo e Director Clube do Optimismo
Lígia Garcia, Gestora de Informação do Centro de Informação sobre Medicamentos
20 comentários:
Nas palavras de John Steinbeck: "Uma alma infeliz pode matar-te mais rapidamente, muito mais rapidamente, que um germe."
http://cronicasobscuras.blogspot.com/
Bom dia.
Creio que é útil deixar os meus contactos e também os da Cátia (caso alguém queira falar com ela)
Aqui vão eles:
Susana Cor de Rosa 96 4598276 cura-quantica@netcabo.pt o site é http://susanacorderosa.googlepages.com/
Cátia Antunes monteiro.antunes@gmail.com
Lembrei-me que faz sentido criar um programa de ajuda às pessoas que têm tido depressão e querem "curá-la" de forma alternativa. O nome desta formação pode ser «Depressão. Acabou-se!»
Estou mais uma vez muito grata à vida por continuar a caminhar contigo. Muitos beijos e luz para todos.
Susana Cor de rosa (por mail)
Chamo-me Miguel! Neste momento ando meio estranho, ou seja, não dormo bem e não tenho apetite. O meu humor mantêm-se, sou jovem e sempre bem disposto. Não tenho traumas e sempre tenho conseguido alcançar os meus objectivos. Mas neste momento sinto-me estranhamente diferente...
Cumprimentos
Gostaria que desenvolvessem o aspecto de que umas pessoas são mais susceptíveis de desenvolver uma depressão do que outras - o que está na origem disso assim acontecer?
Gostaria também que falassem um pouco sobre a depressão na adolescência, associada ao sentimento de solidão aquando da descoberta e reconhecimento da importância dos valores e de questões relacionadas com o sentido da vida e o propósito do ser.
Boa tarde, sr.Vitor Frazão as suas palavras encaixaram no meu cenário como o sol no céu!
Problema ainda mais grave é quando "germes" e a angústia depressiva andam de mãos dadas!
Foi violento ser sujeita a umas quantas "inspecções médicas" "juntas médicas" quando no período após o nascimento do meu primeiro filho tive que estar de "baixa" várias vezes por crises depressivas agudas, olham par nós como se fossemos uns "aproveitadores", uns "mentirosos". Nunca aconteceu de duvidarem do meu estado, tive sempre as minhas baixas "aceites" mas só o sofrimento que passava por aquele momento deixava-me ainda bem pior do que o meu estado por si só.
Quando ao fim de 2 anos tive finalmente o diagbóstico do meu filho, Fibrose Quística, chorei, chorei muito mas deixei de sentir aquela angústia da incompreensão. Lembro-me da médica dizer: "Nada de bom esta situação tráz a não ser que vão deixar de olhar para si como tolinha!" Agora estava oficialmente justificada a minha tristeza, a minha preocupação, a minha angustia!
Estou quese certa que nos primeiros tempos a depressão se deveu essencialmente ao cansaço, dormia no máximo 3 horas por dia, deixava cair biberões enquanto o meu filho deglutia devagarinho..., batia com a cabeça na parede para me manter acordada, enfim...quem não deprime?!
Andei mais de 1 anos a ser medicada, mas senti-me tão mal que abandonei, foi terrível o desmame, fui 3 vezes para urgências com vómitos constantes, dores horríveis de cabeça etc.
Senti-me mal com a medicação por que me levava à alienação afectiva, a comportamentos compulsivos, como comprar desenfreadamente revistas ou outras coisas, etc.
Agora tenho altos e baixos, picos de tristeza profunda, outros de acalmia, mas consigo mais ou menos viver sem a "escuridão" constante no meu território "visual".
Dou-me ao direito de estar triste, quero chorar...choro e acho que tenho legitimidade para tal.
Acho que uma das causas da depressão agudizar é não darmos diretito á nossa alma de estar triste e depois esse acumular de sentimentos de sofocar de emoções leva a estados de angustia e sofrimento constante e muitas vezes aparentemente sem razões.
Quantas vezes não consigo achar o minimo sentido para a "vida" durante dias seguidos e aparentemente tudo está a correr "bem" e isso leva a uma culpabilização, ou seja não dámos o direito a nós próprios de estar tristes sem ter motivo válido ou visível aos olhos dos outros.
Segue o alerta de que isto é um sofrimento muito grande, e não depende da nossa vontade estar ou não bem!Olham para nós como tontinhos que até fazemos isto para chamar a atenção ou por não termos nada para fazer, é o contrário, às vezes o termos tanta coisa para fazer bloqueia-me e causa-me desorientação e isso leva-me a deprimir.
As perguntas deixo num outro post!
Depressão nas crianças é possível?
Quais os sintomas?
As doenças crónicas sem cura levam a um estado de angustia permanente nos doentes e nos familiares, como encontrar soluções para o que aparentemente não têm solução?
E a culpa perante a felicidade, também pode existir? Estranhos paradoxos!
http://salgadosanjos.blogspot.com
http://www.apfq.pt
Convido a voluntários ( psicologos, médicos, etc) a participarem nos blogues e foruns da Associação Portuguesa da Fibrose Quística e assim ajudar muitos doentes e familiares que muitas vezes não têm condições ou meios de se deslocarem a serviços hospitalares, é uma ajuda diária que é muito bem vinda e pode ser partilhada por toda a comunidade.
Creio que a depressão pode sem dúvida ser uma doença mortal, tal como muitas outras. A grande questão é o acompanhamento e o tratamento seja de que doença for. Na minha opinião há muitas pessoas que se acomodam a vários "problemas" que as incomodam, dificultam a vida e impedem que continuem saudavelmente e a questão é que os problemas se vão acumulando e trazem posteriormente situações complicadas a muitos níveis. Passo a passo, num crescendo! É por isso que acho que deveria haver um acompanhamento multidisciplinar focado nesta doença. Considero que se os problemas não forem sinalizados atempadamente, os deprimidos só recorreram a ajuda muito tarde. Estes casos deveriam começar por ser acompanhados em casos simples como médicos de família, enfermeiros, centros de dia... até aos profissionais mais adequados, psiquiatras e psicólogos. Penso que só desta forma se poderá caminhar para melhores resultados!
Boa tarde,
Há anos, quando finalizei a minha licenciatura, integrei um estágio profissional, que para além de ficar muito aquém das minhas expectativas era um stress constante.
Após sintomas como um grande desânimo, crises de humor, insónias, dificuldade em desligar mentalmente dos problemas do trabalho, e até sintomas físicos como sangrar do nariz quando me irritava, não hesitei em procurar a médica de família.
Fiquei de baixa medicada com ansiolíticos e aconselhada a procurar uma actividade como o yoga.
Assim fiz, e acabei por descobrir outras actividades como o reiki, a meditação e a pintura.
O ponto positivo da situação é que fiquei a conhecer-me melhor e a proteger-me de algumas pressões.
O ponto mais negativo é que reconheço é que após sofrer uma situação destas, nunca voltamos ao 100% da nossa saúde.
Obrigada. Ana Chagas
A depressão é certamente uma dor da alma com reflexo no corpo (e uma alteração do corpo que acentua a dor da alma)... Mas também não será um momento necessário? Um momento em que a vida fica nua, pronta para ser diagnosticada? Será que a depressão se acentua porque no nosso mundo ocidental, vivemos a obsessão pelo sucesso, pela ilusão de continuo optimismo? Será que, no fundo, a nossa sociedade é afinal bi-polar e só aceita a fase maníaca, a ilusão de "all-mighty"? Será que se aceitassemos mais humildemente que a depressão pode fazer naturalmente parte do nosso percurso a coisa se tornaria mais fácil? Será que deviamos adoptar uma atitude de não-violência para com a "nossa" própria depressão e abandonar a ideia de "lutar contra-ela"?
Fernanda
P.S. mais uma vez, gosto do modo como este programa é feito :-)
Inicialmente, não é fácil nos apercebermos de que estamos com uma depressão.
Digo-o por experiência própria. No meu caso croncreto, foi provocada por excesso de trabalho.
Um ritmo de vida alucinante que acabou por me levar à depressão. Não tive noção do que estava a acontecer.
Comecei a ter dores no corpo todo, deixei de conseguir dormir decentemente e os dias perderam a côr.
Felizmnete, procurei ajuda e estou muito melhor.
É incrível o que a mente nos pode causar.
Obrigado pela abordagem do tema no vosso programa.
Cumprimentos.
Miguel (Lisboa)
sem querer colocar em questão a metodologia do profissionais de saúde ligados a esta problemática, creio que os primeiros contactos com a pessoa "doente", a primeira abordagem feita de forma directa ao doente ("mentiroso" potencial, por diversas razões), deveria ser focada no "meio envolvente"... por muito que o "doente" peça ajuda ou materialize as suas fragilidades, os elementos familiares e outros que o rodeiam, sentem-se "impotentes" por desconhecimento de causas...
Não existem soluções mágicas, mas muitas desgraças poderiam ser evitadas pelo simples facto de reconhecer os sintomas da doença silenciosa.
DEPRESSÃo e PÂNICO
Tive uma depressão há cerca de um ano. Começei por sentir palpitações, o coração acelerado, começei por consultar um médico de clínica geral que me encaminhou para um cardiologista. Fiz todos os exames, electrocardiograma, eco, prova de esforço, Holter, nada justificava os sintomas. Entretanto tive ataques de pânico. Acabei por consultar um psiquiatra que me receitou anti-depressivos. Tomei durante 9 meses, quando parei senti-me bem, passados dois meses os sintomas voltaram, mais fraquinhos e sem ataques de pânico. Actualmente, sinto ansiedade permanente, o psiquiatra receitou-me ansiolíticos. Continuo com sintomas e muitas vezes com um aperto no peito para o qual não encontro justificação. Sinto que me deveria sentir mais feliz mas não consigo! Estou em permanente vigilância em relação ao meu corpo, nomeadamente no que respeita ao coração.
Patrícia
Obrigada!
Olá sou uma pessoa com constantes momentos de "depressão", fico logo com insónias, irritadissima, com vontade de desistir de tudo etc. Já fui ao médico e num me receita nada. O que faz que eu recorra a medicinas e medicamentos alternativos.
Grata
Rita Costa
Nem de propósito, encontrei esta notícia:
"Uma canadiana perdeu o direito ao seguro de saúde por causa do Facebook. Segundo a agência «Associated Press», a mulher, que trabalhava na IBM, estava de baixa há mais de um ano por causa de uma depressão e perdeu o seguro quando colocou na página fotografias da festa de aniversário na praia.
O problema é que as imagens chegaram aos responsáveis do seguro, da companhia Manulife, que consideraram que, «era evidente que Nathalie Blanchard já não estava deprimida» e que parecia até «muito divertida».
No entanto, Nathalie Blanchard alega que foram os médicos que a aconselharam a sair e a divertir-se para inverter o processo de depressão. A mulher já anunciou que vai tentar reaver o direito à baixa."
Obrigada. Ana Chagas
Obrigada Fernanda!!!Já estava a achar que o meu computador estava "deprimido" pois nunca mais vejo os meus comentários!!!
Chã de hipericão, Alacre, são inofensivos?
"Nem todas as alterações que sentimos no corpo são necessariamente as que se estão a passar." António Damásio
Boa tarde
Eu já tive uma depressão,(fui despedido era responsavel comercial) devo dizer que é uma doença terrivel que da qual apenas podemos sair sózinhos porque tudo os que nos possam dizer ou aconselhar só nos incomoda quase nunca nos ajuda. Penso que só nos podem ajudar os médicos com especialidae na matéria, eu fui a um psiquiatra e tomei venlafaxina durante um ano e meio, e penso que saí do abismo.
Mesmo que me sinta melancólico irei sempre sair do fosso, tenho a certeza.
Muitos dão palpites mas nunca passaram pelo problema portanto não sabem, vale mais ficarem calados. Gostei da forma como falam os convidados de hoje.
A empresa onde eu trabalhava foi à falência 6 mese depois de me despedirem, não era culpa minha, o mau resultado da má gerência.
Joaquim.
Quando fui passar umas férias á República da Irlanda achei algo interessante. Apesar de ser um país muito chuvoso, as pessoas são alegres e bem dispostas. Não sei se terá influência, mas as localidades tem as lojas com cores carridas. E os jardins limpos e floridos.
A depressão é uma doença devastadora. O pior é que existe muito preconceito e muita ignorância acerca do assunto.
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