Em Portugal, a liberalização do setor têxtil e de vestuário fez com que, na última década, 20% das encomendas fossem desviadas para um mercado em expansão: a Ásia.
A industria têxtil e de vestuário é um dos setores mais importantes da nossa economia. Representa 11% do total das exportações, 22% do volume de negócios da indústria transformadora e 7% da produção, envolvendo 7.000 empresas.
Mas de que forma Portugal pode ser competitivo nesta área? Estará a nossa indústria têxtil preparada para inovar e diferenciar-se pela qualidade? Como exportar mais? Como evitar o elevado número de despedimentos neste setor?
Convidados:
João Costa, Pres. da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Pres. Pólo de Competitividade da Moda e Vice-Pres. da Confederação da Indústria Portuguesa
Rui Marques, Administrador Executivo Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
Miguel Oliveira, Pres. Associação de Artesãos da Região Norte
Fátima Lopes, Estilista
21 comentários:
Olá.
Penso que para "sobreviver" a indústria têm que apostar na qualidade e na inovação, porque a Ásia pode ter preços melhores mas se a qualidade for fraca mais tarde ou mais cedo volta-se a comprar o que é bom!
E a inovação é ponto acente ...vejam o exemplo de uma indústria em Guimarães "News Textiles" que fabrica roupa interior direccionada para pessoas (crianças) com pele atópica, a mistura de algas e sais de prata na composição reduz a s crises nessas crianças, excelnete não? Orgulhosamente Português! Como essas outras iniciativas devem surgir, roupa "antibacteriana", etc etc, e claro tentar que os prerços não inibam o mercado interno, senão só a nossa vontade de comprar o que é nosso não basta!
Eu gostava antes de mais de saber onde se pode comprar roupa feita em portugal...porque nas lojas que conheço não se vem produtos portugueses...à excepção de uma pequena loja escondida em aveiro onde eu compro as minhas calças...que são todas feitas em Portugal.
Penso que muitas pessoas compram roupa Portuguesa sem saber, muitas marcas nacionais optam por nomes estrangeiros para vender melhor, e origina por vezes alguma dificuldade nos compradores.
Por exemplo a marca Throttleman é uma marca portuguesa ou não?
Existem muitas lojas portuguesas já espalhadas pelos grandes centros comerciais e com sucesso, exemplo disso é Ana Sousa.
Textil portugues sempre foi de excelente qualidade, mas foi perdendo mercado- infelizmente por um mercado de texteis de pior qualidade - comercializados por todo o país por empresas de grande dimensao portuguesas.
Boa tarde Fernanda e convidados,
Não sei se de forma ingénua ou não mas desde criança sempre associei com os produtos portugueses o sinónimo de qualidade.
Hoje, enquanto consumidor adulto tenho como critério de escolha de um produto o facto de ser produzido em Portugal. Em sectores como o dos têxteis e calçado esse factor é determinante no momento de escolha. Quando se compram produtos, é preferível comprar menos, pagar mais e ser de qualidade do que andar a comprar muitas coisas, sem qualidade e que não duram nada que a médio/longo prazo vão sair mais caro.
Quanto à concorrência, ela será sempre desleal se considerarmos que as condições laborais na China são diametralmente opostas às que temos em Portugal, logo as empresas portuguesas jamais conseguirão concorrer com as empresas chinesas para o mesmo cliente final. Neste sentido acho desleal querer que se abram as fronteiras europeias à produção chinesa enquanto não se aplicarem critérios laborais semelhantes na China. Nessa altura iríamos realmente ver quem era mais competitivo.
A aposta portuguesa tem de ser de se demarcar como marca de qualidade e excelência. Qualidade invés de quantidade.
Quanto à produção em Portugal, é ainda muito elogioso verificar que até várias marcas estrangeiras que nem são comercializadas em Portugal, mas vêm para Portugal para as produzir.
O sector têxtil em Portugal à muito tempo que deixou de ser um sector estratégico. É completamente irrealista querer competir com outras economias nesta área. Claro que existem sempre nichos de mercado que podem ser explorados mas estes são sempre uma pequeníssima excepção que confirma a regra.
Todo o dinheiro investido é um desperdício absoluto.
Qualquer economista sabe ver que o sector têxtil em Portugal está simplesmente condenado e que a médio prazo irá desaparecer completamente.
Custa-me ver tanto dinheiro tão mal aplicado e que tanta falta faz a outros sectores, esses sim verdadeiramente estratégicos e com futuro em Portugal, como por exemplo o turismo.
Mas já se sabe o habitue do desperdício da aplicação de fundos públicos.
ASS: Pedro Silva
A qualidade dos materiais, dos acabamentos, do design é francamente superior em produtos portugueses. Vemos hoje muitos têxteis a virem da China, Índia, Bangladesh, Vietname, etc, e são aquele tipo produtos que todos conhecemos que se usam 2 vezes e ficam logo com um aspecto horrível.
O principal problema que vejo nas marcas portuguesas é quererem muitas vezes associar status que outras empresas estrangeiras têm e que levam a que o grande público se vire para os "supermercados" da moda.
Boa tarde
A semana passada vi roupa da estilista da Fátima Lopes lindissima e boa qualidade mas o preço não é para qualquer bolsa é para cliente classe média alta e alta.
A minha filha tem 14 anos e não quer roupa de marca portuguesa porque é mais cara mas sim das conecidissimas cadeias espanholas porque compra por alguns euros várias peças de roupa e porque é a moda na escola. Sou contra porque não tem qualidade, mas se compro marca portuguesa com o mesmo dinheiro só compro uma peça.
Cristina
Um aspecto que gostaria de referir é relativo à inclusão dos designers de moda na indústria. Talvez nunca como hoje tivemos tantos cursos de moda a formarem cada vez melhor futuros criadores. Nem todos puderam criar a sua marca, mas está a industria a incluir na sua estrutura estas profissionais, criando linhas próprias?
Boa tarde,
Peço desculpa de antemão, porque enquanto consumidora comum tenho que discordar de alguma forma de quase tudo o que foi dito até agora.
Em Sintra, onde moro tenho acesso a várias zonas de comércio, desde shoppings a lojas tradicionais e como é difícil encontrar produtos texteis portugueses, talvez com excepção da Modalfa.
A moda, a alta costura, a internacionalização das marcas têm o seu valor mas não é forma de chegar ao grande mercado dos consumidores comuns.
Em 30 anos de vida reuni no roupeiro uma peça de alta costura e outras peças de criadores portugueses, mas no meu dia a dia preciso de peças básicas de valor mas também a bom preço. Onde andam os famosos texteis lar fabricados no norte? As malhas de qualidade de que tanto se fala?
A dificuldade que é encontrar por vezes um simples t-shirt, umas calças com bom corte, algo que assente bem, uns sapatos confortáveis sem pagar exorbitâncias.
Experimentem apostar em pontos de venda com produtos nacionais pensados para o consumidor comum, nada de exuberante, consigam uma qualidade razoável a um preço também razoável, estejam onde as pessoas vos possam encontrar e poderam assistir a uma diferença.
Quanto ao sucesso dos texteis chineses em Portugal aqui vai a explicação: por 60 euros que é preço que paguei por um casaco de malha nacional compra-se o conjunto inteiro, e a qualidade por vezes não é tão má quanto a pintam. Quer queiramos ou não vieram preencher uma lacuna no mercado para os consumidores que não podem investir em roupa cara.
Obrigada. Ana Chagas
Independentemente de ser português ou não, quando compro uma peça de roupa procuro qualidade, mas procuro também personalidade. Não sou nem jovem nem elegante, mas gosto de ter peças divertidas e... vestíveis. Um dos sítios onde gosto de ver o que existe de nosso é... pasme-se! na FIA no Parque das Nações. E porquê? Porque tenho vindo a assistir a algumas tentativas de recuperação e revitalização de têxteis portugueses a que foi dado um novo aspecto. Um exemplo? O trabalho do burel que se está a fazer no Norte do país. Já comprei várias peças. O trabalho do linho que alguns grupos de artesãs vão apresentando.
Eu penso que a solução vai por aí. Não proponho que nos vistam de rancho folclórico, mas temos coisas excelentes. Há alguns anos, o Nuno Baltazar apresentou umas colecções "portuguesas" mas investíveis, acho. Que tal pegar nos motivos, nos materiais portugueses e redesenhá-los? O bordado de Ponte de Sor, as várias rendas e bordados que temos, os tecidos de tear...
Penso também que, já que falaram nos tapetes de Arraiolos, isto seja uma hipótese de abertura. Pela parte que me toca, não compro tapetes com motivos tradicionais - muito bonitos, mas já monótonos, lamento - mas tenho um espectacular tapete de Arraiolos, feito na origem, com um desenho super moderno. É um sucesso de cada vez que tenho amigos estrangeiros em casa.
Jorge Alves, Fundador da Federação de Futvolei Portuguesa, &
European Footvolley Federation.
Vem dar os parabéns ao programa, fazer um desafio a dupla de criadores de moda Portuguesa (jovens com talento, acima da media),criarem os equipamentos desportivos 2010\2011 da selecção nacional de Futvolei (masculino e feminino)
2ª melhor selecção do Mundo, que não tem campo para treinar,
(Portugal no seu melhor)
contactos 917029026 – info@ffvp.org
Com os melhores cumprimentos,
Federação de Futvolei Portuguesa
Jorge Alves
A Direcção FFvP
O que se passa na industria têxtil portuguesa é o que se passa em muitos outros sectores. A ganância dos seus patrões. As grandes empresas formadas por pessoas com muito sacrifício, visão, empenho máximo e estratégia. Mas, essas pessoas já estão velhas passam para os seus filhos. Estes estão é interessados é em andar de "Ferrari". Se a empresa lhes for pagando os vícios vai sobrevivendo. Se não, fecha. Investir nada!
Há excepções, mas, essas não estão em crise. Os seus patrões não se passeiam em vaidades. E têm o mesmo espírito de empenho máximo e dedicação dos velhos empresários
Já alguém pensou promover a moda portuguesa no estrangeiro conseguindo a adesão de personalidades com capacidade para influenciar em larga escala?
Publicitar uma marca portuguesa que é mal conhecida num mercado, dificilmente vai ter adesão... mas se uma figura de dimensão internacional for associada à marca pelo uso dos artigos talvez essa adesão ocorra de forma mais espontânea.
A solução para a 'invasão chinesa' e outras é muito simples. Bastaria criar uma Taxa Aduaneira Europeia sobre o Dumping Social (ou um 'Coeficiente de Dumping Social' a aplicar às taxas aduaneiras já existentes), a cobrar sobre as importações vindas de países extra-UE e indexada ao nível de desenvolvimento humano e social de cada país.
Esta seria uma medida importante também para o futuro crescimento europeu uma vez que a melhoria dos salários e do modelo social nesses países faria aumentar o procura de bens europeus.
Boa tarde,
Se realmente existe o desejo de reforçar a participação das marcas de texteis portugueses no mercado nacional, há que criar pontos de venda que reunam ofertas em texteis lar e moda, pensados para o grande consumidor.
A estratégia desta indústria tem que passar por saber diferenciar público interno do público externo, o nacional do internacional.
A participação em feiras mundias, etc, pouca ou nenhuma relevância tem para o mercado interno, para o diálogo com o consumidor nacional, especialmente quando este não encontra o produto.
Obrigada, Ana Chagas
Boa tarde!
Penso que à indústria textil portuguesa tem faltado alguma falta de ambição que se poderia traduzir numa alavancagem do seu desenvolvimento. A nossa indústria é constituída por muitas pequenas empresas, que pouco apostam na inovação e no desenvolvimento do negócio que não se traduza, no curto proazo, em lucro visível. Acho que se houvesse uma maior ambição das empresas portuguesas e, simultaneamente, ocorressem fusões entre estas pequenas empresas para criar maiores, mais competitivas, com maior capacidade de escala, e que apostassem na inovação e arriscassem em promover a marca, tanto em Portugal como no estrangeiro, poderíamos ter uma indústria mais forte e competitiva. Naturalmente, acrescento que a mudança de muitas mentalidades relativamente a marcas portuguesas vs estrangeiras será um ponto fundamental desta inversão de tendência. É necessário também uma divulgação justa das marcas portuguesas, do que é feito em Portugal e levar isso a todos, que esta informação chegue a todos. Porque o que produzimos é de muito boa qualidade, devemos valorizar-nos para assim crescermos!
Boa tarde, sou mãe de dois meninos gemeos e tenho muita pena que quando nasceram ainda não fosse conhecida esta prática, uma vez que sou de Coimbra e tenho acompanhado este tipo de serviços, espero nunca vir a precisar mas penso que esles como são gemeos homozigoticos, será mais facilitado o estudo em caso de patologia, será que é assim? obrigada pelo vosso programa.
Antes de mais boa tarde a todos, leio muitos contradizeres, e dizeres, relativamente à industria têxtil portuguesa, mas tenho a salientar que não podemos viver no passado e que como as outras economias acompanham a evolução do mercado temos é que mudar a nossa mentalidade e maneira de pensar porque se não podemos competir com a china, índia, e outras economias desse tipo em quantidade, pode-mos sim competir em qualidade, e produzir os nossos próprios produtos, com as normas que cada vez mais um futuro promissor nos aguarda, pois não podemos estar a espera como muitas grandes empresas portuguesas trabalhavam a (feitio) pois quem infiltrava cá esses produtos é óbvio que neste momento procura é mais rapidez na execução dos mesmos e baixos custos. Pois no meu ver a industria têxtil portuguesa tem é de desenvolver o seu próprios produtos e fazer uma venda directa dos mesmos não estar dependente de terceiros .
Se querem vestir roupa com qualidade superior e design de excelência tudo isto 100% Português optem por usar a marca BLACKSPIDER e confirmem.
Acho melhor atualizarem esta notícia!
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