quarta-feira, abril 14

Pobreza: uma violação dos Direitos Humanos?

Apesar de a União Europeia ser uma das regiões mais ricas do mundo, 17% da sua população não tem suporte financeiro para cobrir as necessidades básicas.
Apesar de não existirem problemas de desnutrição, fome ou falta de água, também no velho continente se sentem grandes desigualdades e problemas graves de exclusão social.
Neste programa queremos tentar avançar com algumas soluções para minonar estas discrepâncias. Como se motivam os cidadãos para esta luta? Como se derrubam estereótipos? Como se reforçam os valores de solidariedade? É com compromissos políticos? Ou vontade social?

Convidados:
Luísa Valle, Dir. Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano
Maria da Luz Cachapa, Directora do Centro Porta Amiga de Almada
Zé Justino, Presidente Amnistia Internacional - Portugal
Susana Ramos, Presidente da Associação Margens

17 comentários:

Raquel disse...

Saudações!

Ainda há muita pobreza e não adianta esconder ou ignorar isso.
Se todos contribuirmos um pouco na área onde vivemos com donativos de roupa, mobília usada ainda em bom estado, brinquedos ou livros já não usados, estando atentos às campanhas do Banca Alimentar contra a fome, etc, já é minorar esse problema. Quem é que não fica feliz ou satisfeito de contribuir um pouco para melhorar ( nem que seja minimamente) a condição dos oprimidos?
Por exemplo, nas Juntas de freguesia informam-nos onde deixar os donativos...a internet também é um ferramenta poderosa para ajudar a combater a pobreza, mas cuidado com a charlatanice...
Mas para além da solidariedade social, também tem de haver mais e melhores medidas políticas.
E depois há que vencer os estereótipos na medida em que, um pobre materialmente não significa que seja pobre de carácter e de cultura geral. Muitas vezes são doenças graves e falta de apoio familiar, grandes enganos (vítimas de burlas) por parte de pessoas chegadas ou "azar" na escolha de profissão juntamente com outros factores que levam à pobreza. Mas muitas pessoas têm de perder a "vergonha" de ser pobre, deixar de se sentirem inferiorizadas, deixarem-se ajudar, para resolverem melhor a sua situação.
Enfim, são muitos os casos...

Cumprimentos a todos,

Eugénia Fonseca

Pedro Marinho disse...

Há medida que nos apercebemos que a nossa terra é uma espécie de nave arremessada num espaço infinito parece-nos cada vez mais absurdo não conseguirmos organizar a vida humana, cada arma que se constroi cada navio que é lançado ao mar cada guerra que se inicia cada missil que é disparado é ultima análise um roubo àqueles que tem fome e não tem que comer e àqueles que tem frio e não tem que vestir, A pobreza é resultado do excesso da riqueza bem como a corrupção, a educação é o trajecto certo para este combate, começanso pelos mais novos já.... um beijinho Dra Fernanda .

Pedro Marinho
Arcos de Valdevez

Pedro Marinho disse...

Quer os animais quer os seres humanos são seres que merecem ser tratados com e legitima dignidade,eu aprendi que a minha mestre a Dra Maria Barroso que a pobreza é uma realidade irrefutável da sociedade , mas dizer que esta questão sbretudo a sua resolução passa por cada um de nós , devemos todos nós, todos os dias agir neste combate que nos comove,que nos envolve a todos, o que seria de muitos se as instituições de solidariedade que trabalham de forma abnegada não existissem , felizes aqueles que ajudam o próximo. Um abraço a todos que ajudam os mais carenciados.

Pedro Marinho
Arcos de Valdevez

Pedro Marinho disse...

Como Voluntário:

Por vezes sou surpreendido e interrogado por algumas pessoas de quanto ganho por mês na Cruz Vermelha, às quais eu respondo que ganho muito, ganho a felicidade de poder fazer muita gente feliz sendo esse o meu melhor ordenado.

Pedro Marinho
Arcos de Valdevez

Pedro Marinho disse...

Na forma como se estimula nos dias de hoje os jovens, deve existir uma metodologia, pedagogia e eficácia em conseguir tocar na verdadeira essência, alterando a sensibilidade da juventude, fazendo – a crescer de uma forma saudável e estimulada. Os coordenadores são sem dúvida verdadeiros motivadores, comunicadores e muito sociáveis.
Ser voluntário é acima de tudo gostar de dar um pouco de si a quem mais precisa, ser voluntário é não virar a cara a um mendigo mas sim tentar ajudá-lo, ser voluntário é aquele que quando vê alguém a chorar não ri e partilha do mesmo sofrimento, ser voluntário é não ficar de braços cruzados e partir à luta de um mundo melhor.

Pedro Marinho
Arcos de Valdevez

Pedro Marinho disse...

A vibração intrépida das minhas emoções terá de ser sentida na instituição sem esquecer que o fundamental é termos eco junto dos jovens portugueses.
É preciso trabalhar para merecermos o apoio, é preciso lutar para convencer, é preciso provar para vencer, vamos afirmar a C.V.P. nesta juventude em mudança por uma nação mais humana e solidária.

Pedro Marinho
Arcos de Valdevez

Pedro Marinho disse...

A caridade com os jovens nunca falha

Todos nós nos preocupamos em ensinar aos jovens, que tudo é possível conseguir com muito esforço, dedicação, sempre na insatisfação da procura do saber-saber, saber-fazer e saber-estar.
O Mundo não se pode ver só com os olhos é preciso vê-lo também com o coração estando estar atento ao próximo. O voluntariado é uma enorme vontade de dar um pouco de nós sem receber nada em troca. A experiência mais importante que os jovens podem fazer dentro desta instituição é descobrir novos amigos, deixar “soltar” afectos, é uma aprendizagem constante que os envolve a todos e à qual se dedicam quase sem limites.
Qualquer projecto de voluntariado que a juventude realize acaba por reverter sempre a seu favor em questão de ambição, experiência e formação exercendo a sua cidadania de uma forma mais solidária intervindo num mundo mais livre e activo em que se nota que os jovens já começam a abrir mais as mãos ao mundo e à sociedade em que estão inseridos, porque cada jovem é um mundo novo para descobrir.
Os jovens ao olharem a destruição sentem-se deprimidos e sentem necessidade de preservar o mundo num todo, como por exemplo a Paz.

Pedro Marinho
Arocs de Valdevez

Paulo Santos disse...

Do meu ponto de vista a pobreza cria ciclos viciosos é como uma droga o problema é cair nesse sistema.
Digo isso pois é um tema que me é beliscado na pele a cada respirar.
E tentar ver uma vida digna segundo exigências sociais pois a própria sociedade cria padrões que exigem níveis de vida que criam a economia.
Mas ser-se pobre em Portugal é algo cancerígeno onde podemos ver os seus vestígios já históricos.
Mas falando de um problema concreto, devido a um problema de saúde fui reformado com uma reforma de 230euros, depois de complicações e altos e baixos nos momentos em que estive melhor andei a trás de trabalho, devido a regularizar a minha necessidade de trabalho dirigi-me a segurança social, e ai fiquei a saber que se quiser estar legal o meu salário mensal não podia ultrapassar os cento e poucos euros, pois não podia ultrapassar o salário mínimo tendo a reforma como plataforma de calculo,
Bem ao falar com a entidade que me ia empregar e por a par do assunto fui logo dispensado pois não me podiam legalizar,
Depois tive outras crises de saúde, e voltei a trás de trabalho, o último que concorri foi para fazer embrulhos numa loja bem conhecida onde a época natalícia é muito movimentada, não fui aceite pois não me integrava nos padrões exigidos, tinha dois 12 anos e estava na faculdade.
Mas vivia sozinho dividia apartamento e devido a economia e esticar essa reforma mínima fui para a rua, dirigi-me a segurança social e foi-me dado um subsidio de risco para a renda para me tirar da rua, onde só era dado dinheiro para a renda, devido ao subsidio nunca chegar antes do dia para pagar a renda e com as rendas em dia fui posto na rua por não comprimento das datas contratuais, como fiquei sem casa fiquei sem ajuda, e como estava sem casa não tinha direito a estar na rua, concuri a um quarto numa residencial de estudantes universitária, foime dado um quarto e apesar de ser bom estudante ou regular era alcunhado pelo o da caridade,

Decidi voltar para a casa materna e neste esquema elíptico que depois de estares nel não consegues sair.
Neste momento estou numa aldeia meia vazia, sem arcaboiço ou físico para ser agricultor, pois ando sempre cansado não posso estudar, e tudo o que fasso ou projectos que desenvolvo não passam do papel, pois não tenho acessos a empréstimos, nem a qualquer tipo de financiamento.
O mais interessante, é que a própria sociedade descrimina quando souberam que andava a ter um subsídio de risco, era o sidoso que anda aqui na mama.

Francisco Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Marialva disse...

A pobreza é um assunto recorrente e até adoptada pelo actual sistema social, porque, ao contrário de eliminarmos as verdadeiras causas, insistimos no conceito de esmola e solidariedade pontual. As causas estão na definição do actual sistema remuneratório, em que as pessoas são diferenciadas pelos estatutos académicos, culturais e tradição económica. Se houvesse espírito de solidariedade social, com altruísmo, democracia, justiça social e racionalidade produtiva, as remunerações seriam diferenciadas apenas em função do cálculo do gasto energético em cada função, do valor social de cada função e da qualidade do desempenho de cada um; é que o trabalho é o resultado do dispêndio energético, e como tal devia ser pago prioritariamente em função disto! Assim seria gerada maior motivação e conforto justo, para que todos os pobres se empenhassem no trabalho e na sua valorização. Com certeza, os que são excessivamente bem pagos não pretendem isto, e começa aqui a dificuldade da eliminação da pobreza, na base de uma certa mentalidade atrasada das elites! Por isso continuamos a ter pessoas pouco esforçadas e muito bem pagas e outras muito esforçadas e muito mal pagas, relegando-as à auto-marginalização!

Unknown disse...

O tema da pobreza seja ela em que sentido for, subjectivo, relativo ou absoluto, é um tema dificil, de reposta também ela dificil. Pobreza e exclusão andam de mãos dadas numa dança que se perpetua enquanto não se desenvolver um espirito egoista de partilha , de distribuição equitativa da riqueza, e se esqueçerem os direitos fundamentais consagrados na constituição. O combate à pobreza passa necessáriamente pela educação, pelo desenvolvimento, mas passa também como qualquer outra enfermidade pelo tratamento dos sintomas numa primeira fase e das causas numa segunda. Quando me refiro a egoismo de partilha, refiro-me ao facto de que por minhas egoistas que sejam as minhas motivações e objectivos eu só as conseguirei alcançar com a ajuda dos demais, se quero enriquecer a vender televisões tenho necessáriamente que ter quem as compre, e para que assim seja tenho que me preocupar em criar e distribuir riqueza para que assim seja. até porque os ricos por mais ricos que sejam um dia deixam de comprar televisões. Quando me refiro aos sintomas refiro-me a dar a mão (o peixe) a quem desesperadamente necessita de ajuda e só depois ensinar a pescar. Quando falo em desenvolvimento falo no desenvolvimento de uma escala de valores todos eles constitucionais subjacentes à dignidade humana que se opoem à indiferença. Mais que marchas, concertos pela pobreza, iniciativas "n", seria importante a partilha do tempo e do conhecimento de quem o possui por quem o quer adquirir. O combate à pobreza não passa por dar, por virar a cara ao lado, passa por ajudar, por perder tempo, por ensinar.

pedro oliveira

Unknown disse...

O tema da pobreza seja ela em que sentido for, subjectivo, relativo ou absoluto, é um tema dificil, de reposta também ela dificil. Pobreza e exclusão andam de mãos dadas numa dança que se perpetua enquanto não se desenvolver um espirito egoista de partilha , de distribuição equitativa da riqueza, e se esqueçerem os direitos fundamentais consagrados na constituição. O combate à pobreza passa necessáriamente pela educação, pelo desenvolvimento, mas passa também como qualquer outra enfermidade pelo tratamento dos sintomas numa primeira fase e das causas numa segunda. Quando me refiro a egoismo de partilha, refiro-me ao facto de que por mais egoistas que sejam as minhas motivações e objectivos eu só as conseguirei alcançar com a ajuda dos demais, se quero enriquecer a vender televisões tenho necessáriamente que ter quem as compre, e para que assim seja tenho que me preocupar em criar e distribuir riqueza , que combater a probreza. até porque os ricos por mais ricos que sejam um dia deixam de comprar televisões. Quando me refiro aos sintomas refiro-me a dar a mão (o peixe) a quem desesperadamente necessita de ajuda e só depois ensinar a pescar. Quando falo em desenvolvimento falo no desenvolvimento de uma escala de valores todos eles constitucionais subjacentes à dignidade humana que se opoem à indiferença. Mais que marchas, concertos pela pobreza, iniciativas "n", seria importante a partilha do tempo e do conhecimento de quem o possui por quem o quer adquirir. O combate à pobreza não passa por dar, por virar a cara ao lado, passa por ajudar, por perder tempo, por ensinar.

pedro oliveira

Rodrigo Ribeiro disse...

Sugestão

10 Solutions to End Poverty - The Petition Site
http://www.thepetitionsite.com/1/10-solutions-to-end-poverty

The End of Poverty? Think Again
http://www.theendofpoverty.com/

http://www.youtube.com/watch?v=LRZnEBFYNS0

Global poverty did not just happen. It began with military conquest, slavery and colonization that resulted in the seizure of land, minerals and forced labor. Today, the problem persists because of unfair debt, trade and tax policies -- in other words, wealthy countries taking advantage of poor, developing countries.

Renowned actor and activist, Martin Sheen, narrates The End of Poverty?, a feature-length documentary directed by award-winning director, Philippe Diaz, which explains how today's financial crisis is a direct consequence of these unchallenged policies that have lasted centuries. Consider that 20% of the planet's population uses 80% of its resources and consumes 30% more than the planet can regenerate. At this rate, to maintain our lifestyle means more and more people will sink below the poverty line.

Filmed in the slums of Africa and the barrios of Latin America, The End of Poverty? features expert insights from: Nobel prize winners in Economics, Amartya Sen and Joseph Stiglitz; acclaimed authors Susan George, Eric Toussaint, John Perkins, Chalmers Johnson; university professors William Easterly and Michael Watts; government ministers such as Bolivia's Vice President Alvaro Garcia Linera and the leaders of social movements in Brazil, Venezuela, Kenya and Tanzania . It is produced by Cinema Libre Studio in collaboration with the Robert Schalkenbach Foundation.

Can we really end poverty within our current economic system? Think again.

The film has been selected to over 25 international film festivals and will be released in theatres in November 2009. Directed by Philippe Diaz, produced by Cinema Libre Studio with the Robert Schalkenbach Foundation, 104mins, 2008, USA, documentary in English, Spanish, French with English Subtitles.
Short Version:

The End of Poverty? is a daring, thought-provoking and very timely documentary by award-winning filmmaker, Philippe Diaz, revealing that poverty is not an accident. It began with military conquest, slavery and colonization that resulted in the seizure of land, minerals and forced labor. Today, global poverty has reached new levels because of unfair debt, trade and tax policies -- in other words, wealthy countries exploiting the weaknesses of poor, developing countries.

The End of Poverty? asks why today 20% of the planet's population uses 80% of its resources and consumes 30% more than the planet can regenerate?

The film has been selected to over 25 international film festivals and will be released in theatres in November 2009. Directed by Philippe Diaz, produced by Cinema Libre Studio with the Robert Schalkenbach Foundation, 104mins, 2008, USA, documentary in English, Spanish, French with English Subtitles.
http://www.democracynow.org/2009/11/10/filmmaker_philippe_diaz_on_the_end

Rodrigo Ribeiro
http://essentialsharingdocs.blogspot.com/

http://ecogitar.blogspot.com/

Paulo Santos disse...

Do meu ponto de vista a pobreza cria ciclos viciosos é como uma droga o problema é cair nesse sistema.
Digo isso pois é um tema que me é beliscado na pele a cada respirar.
E tentar ver uma vida digna segundo exigências sociais pois a própria sociedade cria padrões que exigem níveis de vida que criam a economia.
Mas ser-se pobre em Portugal é algo cancerígeno onde podemos ver os seus vestígios já históricos.
Mas falando de um problema concreto, devido a um problema de saúde fui reformado com uma reforma de 230euros, depois de complicações e altos e baixos nos momentos em que estive melhor andei a trás de trabalho, devido a regularizar a minha necessidade de trabalho dirigi-me a segurança social, e ai fiquei a saber que se quiser estar legal o meu salário mensal não podia ultrapassar os cento e poucos euros, pois não podia ultrapassar o salário mínimo tendo a reforma como plataforma de calculo,
Bem ao falar com a entidade que me ia empregar e por a par do assunto fui logo dispensado pois não me podiam legalizar,
Depois tive outras crises de saúde, e voltei a trás de trabalho, o último que concorri foi para fazer embrulhos numa loja bem conhecida onde a época natalícia é muito movimentada, não fui aceite pois não me integrava nos padrões exigidos, tinha dois 12 anos e estava na faculdade.
Mas vivia sozinho dividia apartamento e devido a economia e esticar essa reforma mínima fui para a rua, dirigi-me a segurança social e foi-me dado um subsidio de risco para a renda para me tirar da rua, onde só era dado dinheiro para a renda, devido ao subsidio nunca chegar antes do dia para pagar a renda e com as rendas em dia fui posto na rua por não comprimento das datas contratuais, como fiquei sem casa fiquei sem ajuda, e como estava sem casa não tinha direito a estar na rua, concuri a um quarto numa residencial de estudantes universitária, foime dado um quarto e apesar de ser bom estudante ou regular era alcunhado pelo o da caridade,

Decidi voltar para a casa materna e neste esquema elíptico que depois de estares nel não consegues sair.
Neste momento estou numa aldeia meia vazia, sem arcaboiço ou físico para ser agricultor, pois ando sempre cansado não posso estudar, e tudo o que fasso ou projectos que desenvolvo não passam do papel, pois não tenho acessos a empréstimos, nem a qualquer tipo de financiamento.
O mais interessante, é que a própria sociedade descrimina quando souberam que andava a ter um subsídio de risco, era o sidoso que anda aqui na mama.

Paulo Santos disse...

Achei imensa piada ao texto em inglês pois apela-nos a ver documentarios quando muitas vezes basta olhar a volta ou dar um passeio pelas ruas das cidades.
Se, só através do acto fílmico se conhece a realidade porque não fazem documentários sobre pobreza velhice e educação infantil no interior e em zonas que sofrem de desertificação humana.

Raquel disse...

As sondagens não enganam: o que é mais eficaz no combate à pobreza são as medidas políticas. Porque mesmo que cada um de nós faça regularmente solidariedade na zona onde habita, dê esmola aos pobres que vê pela rua e contribua nas campanhas nacionais de combate à pobreza, isto é mínimo, e quase nada resolve. Mas pelo menos as pessoas ganham algum ânimo ao saberem que alguém se preocupa com a triste situação delas. O pouco de bom a dar, é melhor que nada!
Um grande Bem haja aos voluntários pela caridade!
Mas como já disse aqui J.M. Macedo Barros, é preciso haver mudanças, especialmente, na mentalidade das elites. Muitos usam os "pobrezinhos" como desculpa para se armarem em bonzinhos, divulgando exageradamente qualquer ajuda que dão e auto-enaltecendo-se.
E concordo com o que escreveu aqui Pedro Oliveira, pois também também valorizo a importância da Educação, nomeadamente, na formação cívica para adultos e ensinar a deixar de ser pobre, a lutar, da arranjar oportunidades viáveis, e não somente dar o "peixe" ou o pão...
Quanto a casos de semi-pobreza de alguns, é lamentável, mas a mensagem que gostaria de deixar é: não desistam dos vossos direitos e por melhor qualidade de vida, se de facto,têm razão, não se importem com os que outros pensam.
Uma senhora, não me recordo o nome, disse hoje no programa do Sociedade Civil, que o título deste tema até escusava de ter um ponto de interrogação. Pois também concordo. A pobreza é uma violação dos direitos humanos.
Há uma coisa muito triste que acontece frequentemente na sociedade em relação às mulheres: muitas delas nem conseguem ser simples mendigas, tornam-nas logo prostitutas. Porque se uma mulher fica sem casa (vítima de incêndio ou ficar sem salário, por exemplo), viúva, com doença prolongada, sem família por perto ou sem emprego à vista e não consegue refazer a vida nem obter ajuda das entidades de apoio social...vai para "debaixo da ponte?" Não! Infelizmente algumas são forçadas a prostituírem-se. E se têm filhos, muitas vezes estes também são arrastados na desgraça, o que é desumano.
Um homem mendigo, safa-se melhor, se tiver saúde, se for honesto, se não for toxicodependente e tiver alguma força de vontade e auto estima.
Atrás da pobreza material ou física, há uma grave pobreza de espírito e cultural.
Alguns ficam pobres, por excesso de má gerência dos seus ganhos mensais, maus vícios, fracas companhias, grande falta de informação, más escolhas constantes, tanto a nível da alimentação como de saber cumprir as prioridades das suas vidas. Endividam-se com inutilidades até às orelhas e depois...queixam-se! Cá está, a própria televisão estatal podia ser educativa e preventiva destes comportamentos, em vez disso entope as emissões constantemente com futebol e telenovelas em horário nobre!
Mas a maioria dos que estão na situação de pobreza, não têm culpa! Quem não deve dormir com a consciência (os que a têm) tranquila são os muito ricos e milionários que nem valorizam o que têm, nem partilham e distribuem justamente...
Pobres tristes milionários! Não sabem que a maior riqueza é ser um humano bondoso! Está no Ser e não só no Ter... isto faz-me lembrar a velha revista Xis (Mude de atitude para melhor!) do jornal Público e a Laurinda Alves, jornalista com qualidade.
Lembrei-me desta citação, mas não me lembro do nome do autor: "Os ricos são tão sumamente pobres que só têm dinheiro."
O que acham disto?

Raquel disse...

A desertificação de zonas do interior português agrava a possibilidade de pobreza, mas depende da situação global da pessoa. Qual a razão principal da emigração em Portugal? Fugir à miséria! Antigamente, era quase a única razão, embora muitos também fugissem das aldeias para as grandes cidades à procura de emprego (migração) e nem todos se deram bem...
Com imaginação e persistência em pedir ajudas às pessoas e entidades certas, é possível escapar da pobreza na maioria dos casos.
E quanto ao que disse das mulheres em situação limite, ou seja, já a passar fome e sem tecto, muitas terem-se de prostituir, se calhar não será tanto assim, porque acredito que muitas não teriam estômago, nem coragem, nem nada que se pareça para actos tão auto-desrespeitadores e ofensivos desses. Eu e muitas mulheres que são apologistas dos direitos e dignidade humanos, dos valores éticos e têm auto-estima não teríamos tal atitude. Hipoteticamente, em situação mesmo de solidão total e miséria, sem nenhuma solução digna pela frente, optaríamos por suicídio, tal como defendo a eutanásia em situações de sofrimento prolongado, total falta de qualidade de vida e sem solução no futuro próximo. Mas tudo isto é muito triste, só de pensar.
A propósito de tristezas, nesta revista Visão de 21 de Abril 2010 saiu um artigo peculiar acerca da Holanda:
- "Um grupo de intelectuais e políticos holandeses está a lançar um movimento aparentemente inédito em todo o mundo: a despenalização do suicídio assistido a partir dos 70 anos...(...)" Só para quem esteja farto de viver!!! E na Holanda, em geral, até têm boas reformas e boas condições de vida...
Que mundo é este em que as pessoas, tendo saúde e posses materiais, simplesmente fartam-se de viver? É estranho, acho mesmo esquisito, mas até sei parte das razões, só não sei porque os governos não tomam atitudes urgentes.