terça-feira, junho 1

As crianças e a moda

Actualmente, as crianças crescem num ambiente de erotização precoce ditado pela moda, numa sociedade consumista em que a criança vive e se torna, ela própria, num objeto de consumo.
Estudos indicam que 80% das compras familiares são decididas pelas crianças. Por cá, psiclogos afirmam que as crianças são cada vez mais “pequenos reis”: tudo gira à volta delas e quando os pais têm que ser pais e mães ficam reféns dos caprichos dos filhos. Mas quem são os responsáveis? O marketing infantil? Os pais que não sabem dizer que não?

Convidados:
Rebeca Belo
, 11 anos
Madalena Castro, Especialista em Marketing Infantil
Melanie Tavares, Psicóloga
Afonso Lopes, 14 anos

15 comentários:

Martinha disse...

excesso de mimo... e uma má transmissão de valores e de regras por parte dos pais. Os grandes prejudicados são os filhos, porque mais tarde, no mundo do trabalho a vida não vai ser assim tão fácil e quanto mais cedo os pais compreenderem isso, melhor.
O pequeno império que os pais lhes criam, mais cedo ou mais tarde vai acabar por ruir...

Vera disse...

Poderei, eventualmente, ser considerada convencida. Não me importo. No caso específico que se debate hoje, penso que os culpados são definitivamente os Pais/Educadores. Nenhuma criança exige seja o que fôr se não souber de antemão que as suas exigências acabarão por ser atendidas. Em toda a educação dos Filhos, os Pais têm de saber dizer não e saber explicar porque não. Cá em casa (quatro filhos) nunca houve exigências de marcas. os produtos utilizados na alimentação são brancos, as roupas e o calçado são entre o herdado e o comprado novo mas a preços normais. Soubemos explicar e, penso, soubemos educar. Os meus Filhos têm a noção do que é caro e do que é possível terem/pedirem. Quando desejam ter algo especial e que eles sabem que não podem ter, iniciam uma poupança das suas economias. Esta é também uma forma de aprenderem o valor do dinheiro e quanto custa juntar até se conseguir o valor para adquirir o que se deseja.

Sérgio disse...

Na minha opinião as crianças podem e devem ter liberdade para escolherem as suas roupas, mas não devem ser impulsionadas pelos pais para entrarem no mundo da moda.

Têm o direito de crescer a brincar, com liberdade, sem certas retrições como no mundo adulto.

Unknown disse...

Incutir nas crianças que a imagem está acima de tudo, é um crime de de pais ignorantes.
De facto o que estes pais fazem, é transmitir aos filhos que o exterior ou aparência, são valores primordiais.
Estes pais servem-se das crianças para vender a sua imagem.
O Marketing infantil, é uma corrupção das próprias crianças e do seu mundo.
Então e o "Direito das crianças"?

Pedro_D disse...

Isto é o mal, da sociedade de consumo e lucro fácil que vivemos, que exploram o alvo mais influenciável, as crianças, mas o erro também é dos pais, que se ausenta da responsabilidade de educar e ensinar, quando digo ensinar, ñ é "ñ faças isto, ou ñ toques naquilo" e depois também prometem que vão comprar, em vez de falar como pequena pessoa que é, se explicarem as coisas, eles percebem, o problema é, pensar que como são crianças, eles esquecem. Como se constuma disser, tudo se resume à educação.

Unknown disse...

concordo Martinha...





esta moda de usar as calças MUITO descaidas nasceu nas prisões dos Estados Unidos.
Os reclusos que estavam disponíveis para manter relações sexuais com outros homens passaram a vestir-se desta forma para que pudessem ser fácilmente identificados pelos possíveis "Parceiros". Para além disso este "código" permitia ocultar, aos guardas prisionais, a sua verdadeira intenção.

Mas cada 1 tem a sua maneira de pensar eu pessoalmente não gosto !

mimimii disse...

Gostaria de fazer uma pergunta aos convidados. O que têm a dizer sobre os valores transmitidos actualmente (e no passado recente) pelo marketing (inclui a publicidade e todas as outras formas de chegar ao consumidor, como recorrer a figuras públicas) e o impacto que isso têm tanto na personalidade e percepção da realidade das crianças, como dos adolescentes. Será que a crescente falta respeito, que o "eu é que mando" teve a sua origem com o marketing? Digo isto porque os EUA, o país mais "atacado" pelas técnicas de marketing, apresenta comportamentos por parte das suas crianças e adolescentes que não lembram a ninguém, sendo assim o pior país neste aspecto.

Vitor Carvalho disse...

O problema não está no presente mas no futuro. As crianças de hoje irão ser adultos e trabalhar amanhã. Será que com esta maneira de educar esses futuros adultos saberão gerir a sua vida? A casa, o trabalho, o stress no trabalho... pior, o não poder comprar aquilo que querem porque não há dinheiro.

misabones disse...

alguns pais também sao muito contruladores.. e algumas criaças sentem-se presas e depois não aproveitam bem a sua juventude.
os meus pais são assim também

Unknown disse...

Boa tarde. Parabéns pelo programa. E pela permanência Fernanda.
O marketing diz o que o vendedor quer que o marketing diga ao consumidor. O marketing faz o melhor trabalho possível dentro destes parâmetros. Quem vende quer vender, quem compra, compra se quiser!
A influência das crianças sobre o consumo familiar trata-se da transferência do desejo anterior frustrado dos pais para a felicidade imediata dos filhos.

Teresa disse...

eu acho que as crincas devem ter as suas proprias escolhas ,a roupa;adereços ...afinal sao elas que as vao uzar e nao os pais. mas é claro que estes teem que dar a sua opinião (se quizerem).

Patricia disse...

tenho 2 filhos, um de 2 anos e outro de 9 anos. O mais novo ainda não percebe, mas o mais velho claramente já entende quando lhe dizemos que não lhe damos alguma coisa. Por capricho? Não. Tentamos incutir na educação deles que existem alturas em que é preciso dizer NÃO mesmo que nos fique a doer por dentro. O meu filho não pediu nada para o dia de hoje, mas quando chegar a casa vai receber um miminho, o relógio que anda a falar algum tempo. Penso que é importante saber incutir valores nos nossos filhos que futuramente lhe servirão de base.

Raquel disse...

Não pude, infelizmente, ver o programa na TV, mas quero dar a minha opinião acerca deste tema importante.
Quanto ao que disse a Martinha e que já ouvi de muita gente, especialmente dos mais velhotes, acerca da má educação ser do "excesso de mimo", para mim é falso é treta!
Depende do que entendem por mimo. Para mim e acho que é o mais correcto, o mimo é afecto puro de pai e mãe, é ter carinho respeitoso por, é amizade desinteressada...quem é que não gosta de mimos? Umas festinhas, um ombro amigo para nos encostarmos, um beijinho na bochecha, um abraço... que é que isso influencia na escolha de roupa?
Uma criança que pede aos pais roupa de marca é simplesmente mal influenciável, está mal acostumada e está a ser fútil e consumista.
O meu filho, com quase 10 anos, recebe muitos miminhos e recebe os "nãos" suficientes e os seus porquês, e não pede roupa da moda ou de marca.
Há que ter cuidado para não ficarem muito vaidosos e as roupas serem desadequadas à idade... vejo muitas meninas vestidas como "Barbies" sem cérebro e que chamam a atenção das mentes porcas. Os pais deviam ter consciência e aulas de como educar correctamente os filhos/as. Assim haveriam menos meninos/as a exigir roupa de marca aos pobres pais. Mas é curioso que alguns têm roupa cara, porque os pais querem, não são as crianças que as pedem.
Tenho visto pais piores que filhos e isto é profundamente preocupante...
Interessa que os mais novos entendam que é mais importante o "Ser", a alma do que a mera aparência. Afinal, por exemplo, as pessoas como presente ficam com o embrulho e deitam fora o interior, o conteúdo? Claro que não!
E não será o corpo um simples "embrulho" para a alma, ou a "caixa" que transporta o cérebro, orgão que comanda tudo? Lembrem-se do Stephen Hawking, cujo o corpo não se mexe, mas é um dos melhores cientistas actuais.
Para que serve roupa muito luxuosa, se o resto é tão feio? Quando falecemos, o exterior vira pó, dizem que a alma é eterna. Mas sendo isso verdade ou não temos é que valorizar como somos, quem somos, como pensamos...a aparência é efémera. Todos envelhecemos e ficamos flácidos, fracos fisicamente e feios, uns mais outros menos. Mas se emocionalmente estivermos jovens, não há corpo que nos impeça de "voar"... (isto é poesia)

Abomino a porcaria de mania de muitos adolescentes de andarem com as calças a cair, não sei se nas prisões dos E.U.A. isso tinha a haver com homossexualidade, mas é de profundo mau gosto, anti-higiénico, feio esteticamente e dá vómitos deparar com isso pela rua: subam as calças, por favor!
O Marketing infantil não influencia alguém bem educado, cujos os pais lhe deram atenção necessária, que foi bem orientado e esclarecido!
Quem inventou a moda foram determinados adultos que manipulam crianças a segui-la...tem de haver gente atenta a este flagelo, para que elas não sejam prejudicadas e lhes roubem a preciosa infância.

Até breve!

Martinha disse...

Oh minha querida Fonseca

Eu não quis dizer que as crianças não devem receber miminhos, abaracinhos e festinhas. Não. Não. Claro que não é nada disso. Todas as pessoas e animais devem ter direito a receber mimo, muito mimo vindo expressamente do coração.
Mas tal como você própria disse: "- depende do que entendem por mimo". E é a este "mimo" quase sinónimo de má educação ou falta dela (da educação) que eu me refiro.

beijinhos também pra si Fonseca.

Raquel disse...

Eh, eh, eh, ...já desconfiava que a Martinha se referia ao excesso de má educação, de alguns incitarem os miúdos ao consumismo e materialismo em detrimento do essencial...
Os velhotes à antiga é que acham que o miminho, tipo o que falamos mais o pegar ao colo, abraçar, etc, os faz "mimados", molengas, sensíveis demais (ou "piegas", usando a expressão dos meus pais) e para eles é o mesmo que dizer mal educados ou birrentos. "Excesso de mimo" para os tradicionalistas e retrógrados é dar muito afecto, actividades de diversão, é vesti-los demasiado bem.
E depois separam muito rapazes e raparigas: ainda há muitos que não dão tanto afecto aos menimos por acharem que as meninas precisam mais, falso! Nem mais a uns, nem menos! Os homens são muito carentes, afirmou um psicóloga minha amiga!
E em muitas zonas do país se o rapaz é sensível e se preocupa muito com Moda e andar bem vestido, penteado e arranjado é sinónimo de "gay"... que parvoíce!

Não quis incluir a Martinha, desculpe se não fui clara, tenho lido os seus comentários e sei que não é assim, de modo nenhum.
A Moda tem outros motivos complexos e acentuou-se com a perigosa globalização...
Mas agora não tenho tempo de desenvolver mais ideias.

Beijinhos em especial para a Martinha :)

Até breve!