Alimentação, lazer, transportes e desporto são onde os jovens gastam mais o dinheiro da mesada, isto sem contar com as contas de telemóvel e internet.
Mas como lidam as crianças e jovens com o dinheiro? Sabem o seu valor? Os pais ensinam a poupar?
Caso termine a mesada antes do tempo, os pais dão mais? Um inquérito recente indica que em 80% dos casos os pais acrescentam mais uns trocos à mesada.
De quem é a responsabilidade de não se dar valor ao dinheiro? Dos pais, Dos próprios bancos que empreendem campanhas aliciantes para jovens? Vamos ter uma nova geração de endividados?
Convidados:
Susana Albuquerque, Secretária-geral da ASFAC – Ass. de Instituições de Crédito Especializado
António Godinho, Vice-presidente da Ass. de Consultores Financeiros, Consultor Financeiro e Economista
Helena Alves, Presidente IPJ
Paula Guimarães, Resp. Gabinete de Responsabilidade Social do Montepio
15 comentários:
A função socializadora da família tem sofrido, como sabemos, uma retracção. A educação financeira e os princípios básicos de boa gestão financeira - para não falar de competências mais complexas - já não são ministrados pela família que sofre, ela própria, das dificuldades decorrentes da falta da dita educação financeira, de tempo e de competências várias.
Urge definir uma estratégia nacional de educação financeira que terá que contar forçosamente com o envolvimento directo das escolas. Os países mais avançados nesta área provaram já que é uma tarefa para começar cedo (no pré-escolar) e não abandonar enquanto o jovem estiver inserido no sistema de ensino e formação. Depois da aposta na Educação para a Saúde (incluindo aqui a educação sexual), o desafio que terá agora de ser enfrentado e ganho na educação terá de ser o de uma educação cívica mais empenhada e assumida, a qual hoje não pode dispensar a educação financeira,
E não se trata de algo impossível de fazer. Veja-se o exemplo da Escola Secundária de Rio Tinto, onde funciona, ao que julgo saber, o único programa consistente de educação financeira com origem em escolas públicas portuguesas.
Parabéns pela qualidade do programa e pela insistência em temas como o de hoje.
M. Alves
Este é a minha primeira vez nos "trabalhos de verão". É o primeiro ano que estou a "trabalhar"... não se pode chamar muito bem de trabalho, porque estou a fazer o que gosto - rádio. Mas cada vez mais sei de jovens que trabalham... uns por necessidade outros só para terem alguma coisa para fazer e outros para ter um dinheiro extra... no meu caso é para ganhar mais experiência na rádio.
Tiago Presley, 16 anos
MCanaveses
Olá Sociedade Civil.
Desde pequeno que me lembro de ouvir as discussões/conversas dos meus pais, quando haviam, quer fossem financeiras ou outros assuntos. E sempre achei que essa é uma boa estratégia para educar financeiramente ou noutros assuntos.
Hoje em dia muitos pais escondem os problemas, fazendo assim com que os filhos cresçam inocentes quando esses problemas acontecerem com eles.
Felizmente sinto-me preparado. =)
Rúben Silva !
Tenho 34 anos. Sempre tive mesada desde o preparatório... Sou de uma família numerosa, tenho 9 irmãos, ou seja, somos 10. Fui a única que tirei curso superior, face a ser impossível, manter por exe. 3 filhos a estudar (em pleno séc. 20), com 2 anos de diferença. Sou a favor da mesada; faz com que tenhamos responsabilidades, dá-mos mais valor à vida difícil, que eu considero que sempre foi. Ainda não tenho filhos mas, considero que se tivesse, daria uma mesada, mediante as necessidades do dia-a-dia, como os meus pais me ensinaram. ST Trás-os-Montes. Vila Real
Boa-tarde
Chamo-me Rita Marques e penso que
a educação financeira deve começar o quanto antes no dia-a-dia dos nosso filhos.
A minha filha fez agora três anos e está a começar a "querer tudo". O que eu lhe comecei a tentar explicar foi o seguinte: Quantas moedas precisas para andar no carro do Faísca? E ela já sabe que é uma. Depois explico-lhe que o que ela quer a mamã tem que dar muitas moedas; além de que depois já não pode andar mais no Faísca.
Penso que aos poucos ela tem vindo a entender e já não se alonga no seu pedido. É um contributo pequeno mas já ajuda os mais pequenos a entender que não se pode ter tudo.
Continuação de um bom programa.
Rita Pinto Marques
Boa tarde.
Se é um facto de que o único instrumento financeiro que permite suportar o peso da inflação, no longo prazo, reside no mercado de acções, porque é que não existe, por parte das instituições financeiras, um incentivo ao investimento em fundos que repliquem os índices de acções (por exemplo, ETF´s), numa lógica de investimento feito em custo médio?
(Veja-se o exemplo do passado, em que o juro rendia mais de 20% ao ano, onde a inflação era de 30%)
Cumprimentos
Quando era miúda há 20 e poucos anos atrás, nunca recebi nenhuma mesada. Os meus pais iam-nos dando o que precisávamos para o nosso dia a dia. Não havia "plafon" para roupas de marca e sabiamos disso. Sempre tivemos noção da importância do saber poupar e do real valor do dinheiro e das limitações do nosso agregado familiar.
Percebemos ao longo dos anos que devemos dar a importância ao dinheiro até um certo limite... há valores que nos foram transmitidos que nos permitem hoje ser adultas responsáveis e com o equilibrio suficiente para perceber como devemos lidar com aquilo que hoje recebemos.
Basicamente se ganhamos 1000 tentaremos fazer uma vida de 500 ou menos e não uma vida de 1000 ou mais.
Hoje tenho uma menina de quase 3 anos... e começo a imaginar como será com ela com toda a oferta que hoje os miúdos são bombardeados.
Parabéns pelo progama
Acho que jogos como o farmville ajudam na educação financeira, pois os mais jovens aprendem a gastar as moedas e notas que têm!!!
O dinheiro deve ser apenas uma forma para melhorar a troca de competências entre as pessoas.
Infelizmente o dinheiro é visto como objectivo último.
O dinheiro quando perde o sentido de troca justa entre competências passa a ser "o chicote" da escravatura, onde os "ricos" usam e abusam de quem não tem dinheiro.
É pena uma sociedade ULTRA-liberal que não tem sentido de comunidade...
Há outros critérios de crescimento para além dos financeiros...
Que sociedade é que desejam?
A minha filha de 9 anos tem uma semanada de 1 Euro, que recebe todas as semanas ao Domingo, alternadamente do pai ou da mãe, e que tem que ser ela a pedir. Se se esquecer perde automaticamente o direito á mesma.
Recentemente "endividou-se" em 23 euros, e teve de juntar o dinheiro para pagar a sua "divida". Quando chegou o momento do pagamento percebeu que nunca tinha tido tanto dinheiro nas mãos, pelo que lhe custou muito ter de abdicar daquele dinheiro todo para pagar a sua divida. Disse-lhe que se tinha conseguido juntar aquele dinheiro todo para pagar uma divida também podia aprender a juntar dinheiro para o te disponível sempre que quer comprar algo, e que para isso só teria que saber poupar. Entretanto já definiu um novo objectivo e como está impedida de se endividar, está ajuntar dinheiro para este seu novo objectivo.
Tenho sempre imensos mealheiros. Com montantes... pequeninos mas, muito necessários. Por exe. tenho 1 para o cabeleireiro, tenho outro para pequenos laseres nas férias, tipo entradas em museus (este começo em junho até agosto), etc. Tento sempre possuir disciplina e não gastar demais, por exe. em tempo de saldos.! não sou de registar tudo mas, tento colocar na agenda os montantes gastos, de laser, tipo roupa e calçado. Acho que é uma maneira de poupar e não exagerar nos gastos "supérfulos". ST Vila Real
Boa tarde,
1- A mesada ou semanada são próprias dum certo estrato social, quem não tem dinheiro não as dará.
2- Eu e a minha esposa nunca tivemos semanada ou mesada e NUNCA as daremos aos nossos filhos:
quem as recebe não percebe o seu peso nas despesas básicas - alimentação, luz, água, etc -
pois estas são sempre subtraídas da mesada sendo esta usada para o superfluo (isto está estudado e demonstrado).
3- O valor do dinheiro ensina-se assim:
mostrar qual a repercussão no orçamento familiar de cada um dos elementos da família;
levando as crianças às compras e ensinando-as a escolher o mais barato;
nunca comprar coisas superfluas - mesmo para os adultos.
4- Em suma, ensinar que a ESCASSEZ EXISTE SEMPRE!
Vivemos numa sociedade de consumo imediato. E a prova disso é que quando queremos ter algo a todo o custo e não podemos ter dificelmente pensamos duas vezes e compramos, mesmo que para isso tenhamos que recorrer a créditos pessoais com taxas entre os 8% e os 30%. Como mediador afirmo que propor ao cliente que deve poupar para depois comprar, a maior parte das vezes é recusado. Ainda para mais quando existem rentabilidades nos produtos de poupança. Enfim, já está no nosso ADN.
Boa tarde,
Tenho estado a seguir com bastante atenção... E concordo plenamente com todos os pontos que defendem e de forma bastante abrangente me identifico. Somos 3 irmão,sendo que o mais novo tem diferença de 15 anos de nós e é fruto uma 2ª relação da nossa mãe. Situação que se acabou por reflectir na nossa educação. Eu e o meu irmão mais velho usufruímos de avós ainda novos e abastados de ambas as partes, o mais novo infelizmente por perdas de património familiar não teve a oportunidade de crescer num ambiente tão "simpático" se é que assim se pode chamar nem de usufruir de outras tantas coisas.
Hoje o menos previligiado tem 21 anos, foi o único que sempre levou a sério os seus trabalhos de verão (desde os 16 anos) e direi mesmo que é o mais promissor dos 3 irmãos. Das poucas coisas que tivemos em comum, foi sem dúvida a semana/mesada, que mais uma vez acredito, de todo, ser o mais novo a saber gerir-la com maior sabedoria. Até porque confesso, para mim e para o meu irmão mais velho, sempre foi fácil contornar a "banca rota"... Bastava apelar para o pai que não morava connosco ou para os avós paternos que só visitávamos de tempos em tempos por se encontrarem a 300 quilómetros.Esse é um ponto a ter atenção... Quem dá o quê...
Obrigado,
Filipa
Óla sou o Mário alcides Rodrigues vi um pouco do programa "EDUCAÇÃO FINANCEIRA" estou no desemprego e gostava se possivel que-me informassem de aonde posso apreder agerir menhor o subcidio de desemprego-rodrriges.mario84@gmail.com
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