terça-feira, outubro 12

Que ensino da arte existe em Portugal?

Qual o panorama do ensino das artes plásticas? Que jovens talentos são reconhecidos pelo grande público? Quem são os professores destes precoces e futuros pintores ou escultores?
Quais dos espaços existentes dão oportunidade para uma primeira exposição? Queremos com este Sociedade Civil avaliar o ensino das artes plásticas em Portugal e as saídas que existem para dar continuidade ao que se aprendeu. Afinal, é muitas vezes pela prática da expressão artística e pela via da sensibilidade que se desenvolvem competências e descobrem-se novos horizontes.
Mas ser artista equivale a ser desempregado? Poucos se tornam nomes maiores das artes: o que acontece aos restantes? Que outras saídas profissionais existem?

Convidados:
Emília Nadal
, Diretora Sociedade Nacional Belas-Artes
Pedro Cera, Galerista
Margarida Uva, Aluna Sociedade Nacional Belas-Artes
Isabel Carlos, Diretora Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian

10 comentários:

Vera disse...

Bom Dia :-)
Da minha experiência de Mãe/Encarregada de Educação de 4 Filhos, o que tenho a dizer é que o ensino da Arte é fraco. Muito fraco. Todos os meus Filhos frequentam escolas públicas. A minha primeira Filha, ao chegar ao 10º ano, optou pelas Artes. [Com o meu apoio, porque acredito que devem fazer o que os fizer felizes e não o que pensam que lhes poderá dar uma situação económica estável.] Mais uma vez constatei que os programas do Ensino Básico estão a anos luz dos do secundário. A Educação Visual não prepara alunos que possam, eventualmente, vir a querer optar pela área de Artes. São programas pobres e sem conteúdos efectivamente preparatórios para o secundário. [Aqui na zona de Cascais existe um estabelecimento de ensino privado que foge a esta regra e prepara muito bem os seus alunos para as Artes]. A Educação Visual (e as artes em geral) sofrem do preconceito de toda a sociedade. Os Pais consideram-na uma disciplina secundária. Os alunos também.A nível do ensino superior, as coisas não são muito melhores. A Escola onde a minha filha entrou no passado ano lectivo, em Escultura, foi uma desilusão. Professores desinteressados. Desorganização. Falta de empenho.
É uma pena! as artes deveriam fazer parte do currículo dos nossos estudantes, mas de uma forma séria. nem todos têm "jeito", mas todos precisamos da expressividade da arte e isso deveria/poderia ser explorado nos programas da disciplina a nível do básico. Como é que a arte entra nas nossas vidas? De que forma influencia o nosso dia a dia? Como podemos ser influenciados pela arte? Acalma-nos? Alegra-nos?
A arte é Essencial!

Inês disse...

Como aluna de Artes penso que, realmente, sente-se uma pequena evolução. Não só a nível das escolas mas nacional. Acho que se investe mais na cultura, actualmente, contudo ainda há muito a fazer. Acho que deveriam passar mais informações nas escolas acerca das actividades que existam, pois uma das coisas que aprendemos é que, quanta mais experiência, melhor, e muitas das vezes não conhecemos o "mundo" lá fora e quando ingressamos no ensino superior e olhamos para o lado, apanhamos um choque.
Relativamente ao ensino de Artes nas escolas acho inadmissível num curso de Artes a disciplina de História e Cultura das Artes ser uma disciplina opcional. Quer dizer, não deveria ser suposto ter-mos bases? Claro que na disciplina de Desenho aprendemos as técnicas, mas não ter História quase equivale a um Biólogo não ter Geologia.
As Artes são realmente necessárias, por isso, é uma coisa a investir, tal como as Ciências ou a Economia. É necessário levar a Arte a sério!

Dulce Campos disse...

Eu fiz o ensino secundário na área de Artes (carácter geral) e adorei! Infelizmente não foi fácil porque a minha mãe estava a criar sozinha 2 filhas, e eu tive de trabalhar aos fim-de-semana para pagar os materiais (que são muito caros). No fim, quando disse à minha família que queria ir para a Universidade tirar o curso de Design de Comunicação, reagiram muito mal, dizendo que era uma profissão sem futuro. Não pude ir, então, e tive de começar a trabalhar para ajudar em casa.
Ainda fiz algumas exposições, por minha conta, em Hoteis e locais públicos semelhantes, e vendí alguns quadros também. Fui, e ainda sou, muito gabada pelas minhas qualidades artísticas mas, infelizmente, tive de desistir porque os materiais são muito caros e tenho algumas dificuldades económicas...
Estou grávida. Se um dia a minha filha disser que quer enverdar pelas artes plásticas, terá todo o meu apoio (e do pai também, que conhece a minha história), nem que tenha de passar fome para ela conseguir concretizar o seu sonho!

é so 1 pensamento disse...

Boa tarde,
Eucação pelas artes, para quando de uma forma sistémica?
Parabéns aos projectos d`artes na educação e que tentam fomentar o desenvolvimento integral do Ser Humano.
João,pai do Gabriel de 7 meses

Unknown disse...

Alertar hoje sobretudo que saíu no público hoje que o serviço de belas artes da gulbenkian vão encerrar a partir de Janeiro!!

E esta Hein?

Honestidade acima de tudo.

Miguel disse...

Miguel Meireles

A questão do artista em Portugal (inventores, pintores, músicos, etc) tem a ver com a subjugação ao interesse exterior. É preciso pois entender a intuição colectiva da Administração em que o tacto de um artista (a arte natural) não deriva do fenómeno metonímico usado em ciência política, e que controla o País na sombra. Isto significa que em Portugal as actividades amadoras (desporto e arte)são tomadas pelas autarquias e alguns institutos como um circuito fechado.

Miguel disse...

Miguel Meireles

Os trabalhadores das autarquias em posição para tal, por exemplo no Seixal, substituíram as associações livres. As associações existentes são formadas ficticiamente por aqueles que deviam ser a Administração-pública. Isto é, o público sabe entender que é tudo uma falsidade ou um interesse de um grupo sob a capa de fé-pública.

Miguel disse...

Miguel Meireles

As saídas para o criativo devem ser as entidades mais próximas do objecto cultural, as Autarquias, mas não vêm que as televisões só passam política e futebol.
Quando é que uma televisão perguntou a uma Câmara Municipal o seu programa cultural das artes de pintura e escultura, numa acção que apresentasse as artes de alguns concelhos.

As TVs é só estrangeiros, em Portugal não se passa nada.

João Biscainho disse...

Boa tarde, temos os prazer de informar que desde Maio deste ano surgiu o primeiro guia/ agenda de arte contemporânea em Portugal.
Trata-se de um instrumento muito importante não só para estudantes de artes mas também para todos os profissionais, turistas e público em geral.

é de distribuição gratuita em papel e está disponível on-line com inovadoras funcionalidades em:

www.gategalleries.com

Sociedade Civil disse...

Isabel Carlos,dir. do CAM , nossa convidada, já garantiu em directo :não serão alterados programas nem orçamentos nos proximos 3 anos. A extinção do SB-A é administrativa.