Ainda no inicio do ano, apresentavam-se argumentos contra e a favor do acordo ortográfico.
Hoje, já temos grande parte das publicações a alterarem a sua grafia e adaptarem-se a esta nova forma de escrita.
Acontece que apesar destas tentativas, muitos portugueses ainda têm muitas dúvidas sobre as novas regras.
Queremos transformar este programa numa “aula” em direto sobre o acordo ortográfico.
Apesar de ainda não estar implementado no ensino, o que sentem os professores e alunos sobre este novo português. Estão preparados? Que esforço fizeram jornais e outros meios de comunicação? Todas as dúvidas sobre o acordo ortográfico neste Sociedade Civil.
Convidados:
Paulo Feytor Pinto, Ass. Professores de Português
Sandra Duarte Tavares, Consultora do Ciberdúvidas
Hermínio Corrêa,Confederação Nacional das Associações de Pais
Henrique Monteiro, Diretor Expresso
22 comentários:
confesso que me faz alguma confusão quando leio jornais e revistas e aparecem palavras como "fato" em vez de "facto", por exemplo. para mim à primeira vista parece um erro ortográfico apesar de saber que não o é, actualmente (cá está outra palavra!), mas é dificil mudar o hábito de tantos anos, tenho 34anos e aprendi a escrever assim, sem estas regras do acordo ortográfico, há 28 anos.Daqui por uns anos se calhar serei eu que estarei a escrever mal, se não conseguir adaptar-me não é? penso que a intenção do acordo ortogáfico foi boa mas não sei se terá sido muito acertada, afinal a riqueza da nossa língua reflete-se na sua diversidade não só fonética, através dos vários sotaques dos vários países lusófonos, mas também das diferentes grafias, não deixando de ser por isso "Língua Portuguesa".
Mas que fato interessante...
Para este acordo...
Como diz?
fato ou facto?
Pára ou Para
Pára este acordo? ou Para que este acordo ter sucesso...
Olá Fernandinha.
Como vai?
Não sei se chegou a visionar o meu comentário no dia cuja temática oi o Marketing.
Pois de facto ando um pouco distante, e muito devido a daqui a um mesito ser novamente mamã.
Continuo a gostar do seu SC, e continuo a lamentar não poder trabalhar no mesmo.
Sobre o tema de hoje, tenho a dizer que nos próximos tempos pareceremos todos uns analfabetos, pois não será fácil perdermos os hábitos de escrita que sempre seguimos até aqui. Percebero que vai mudar é o primeiro passo, e o seguno é conseguir adoptar definitivamente as regras da nova ortografia.
Cumprimentos Civis
Maria Mendes
(ladyblogger)
O director do Espresso rende-se à lógica dos números. Se Espanha fosse pelo mesmo caminho escrevia-se mexicano em Madrid e americano em Londres.
Não se escreve o que não se articula, pois Egito, mas egípcio e egiptólogo; caráter, mas caracterização Carros com tração às quatro rodas também vai ser demais. Foram uns vândalos que por aí andaram a pintar traços enormes nas rodas do pessoal...
Pelo menos já reconheceram que a grafia é uma violência.
Quem gosta do Acordo Ortográfico deve andar feliz. Num repente, jornais e revistas adoptaram o novo jargão, cuidando de que assim se tornariam mais modernos. Mas não se vê nenhum entusiasmo na opinião pública. As cartas que vão chegando, por correio tradicional ou electrónico, os comentários online, os textos nos blogues, tudo surge à antiga (quando não chega simplesmente mal escrito, com erros que dispensam acordos), enquanto do lado de lá das trincheiras se dá o martírio silencioso das consoantes.
No primaríssimo opúsculo “Atual”, dado à estampa em 2008, os seus autores Malaca e Dinis garantiam que “o novo Acordo Ortográfico apenas afeta [sic] a grafia da escrita e não interfere de modo nenhum nem nas diferenças nem orais, nem nas variações gramaticais ou lexicais”. Ora na página 15 diz-se que eléctrico passa a “elétrico” e espectáculo a “espetáculo”. Mas diz também que, “nos casos em que a consoante se articula, teremos, pois, a sua manutenção”. Exemplos: “bactéria”, “compacto”, etc. Mas se ninguém diz “batéria” ou “compato”, será que alguém diz “espetador”? Não, é claro. Pronunciamos “espéktador”, tal e qual. Sucede que alguém, por excesso de zelo ortográfico, resolveu ir mais além. Veja-se este despacho da Lusa, um entre muitos: “As duas primeiras jornadas da Liga portuguesa de futebol tiveram menos cerca de 14.000 espetadores na bancada.” Não é caso único: esta agência e, com ela, os jornais e revistas que usam os seus textos sem mudar uma vírgula também descobriram “espetadores” na Red Bull Air Race, no último filme de Danny Boyle, no automobilismo de Vila Real, no Festival do Sudoeste, até numa corrida de touros em Navarra – onde há “espetadores”, sim senhor, mas não costumam estar nas bancadas, estão na arena. Espetam bandarilhas e até espadas, não se dê antes o azar de o touro lhes espetar um desembolado corno.
O mais caricato de tudo isto é que, no Brasil, de onde supostamente partira a mania de atirar fora consoantes como quem descasca amendoins, ninguém escreve “espetador”. É verdade. Lá, onde se pronuncia “ispétadôrr”, escreve-se, e bem, “espectador”. Nós por cá, à cautela, preferimos a boa e velha via do analfabetismo. Que agora até tem um pretexto legal. Querem saber se um texto é escrito de acordo com as novas normas? Tirem-lhe consoantes. Não importa porquê nem a que custo. Umas consoantes a menos e aí está o vero texto. Cheio de “ação”. Muito “atual”. Definitivamente “correto”.
Mas a relação “espetáculo”/espectador também tem que se lhe diga. Como é possível fazer derivar a palavra “espectador” (bem dita e bem escrita) da palavra “espetáculo”? Como explicar nas escolas tamanha incongruência? Onde vai a palavra derivada buscar o “c”? Apenas à pronúncia? Ou à raiz antiga entretanto adulterada e desfigurada?
Se o disparate pagasse imposto, o Acordo de 90 chegava para liquidar a dívida pública. Como não paga, os liquidados somos nós e a língua.
Espetados contra essa parede de erros e misérias a que uma trupe de inomináveis malabaristas resolveu chamar lei.
Nuno Pacheco, Director Adjunto
[transcrição integral (manual) da crónica publicada no jornal Público de 18 de Outubro 2010]
Quem gosta do Acordo Ortográfico deve andar feliz. Num repente, jornais e revistas adoptaram o novo jargão, cuidando de que assim se tornariam mais modernos. Mas não se vê nenhum entusiasmo na opinião pública. As cartas que vão chegando, por correio tradicional ou electrónico, os comentários online, os textos nos blogues, tudo surge à antiga (quando não chega simplesmente mal escrito, com erros que dispensam acordos), enquanto do lado de lá das trincheiras se dá o martírio silencioso das consoantes.
No primaríssimo opúsculo “Atual”, dado à estampa em 2008, os seus autores Malaca e Dinis garantiam que “o novo Acordo Ortográfico apenas afeta [sic] a grafia da escrita e não interfere de modo nenhum nem nas diferenças nem orais, nem nas variações gramaticais ou lexicais”. Ora na página 15 diz-se que eléctrico passa a “elétrico” e espectáculo a “espetáculo”. Mas diz também que, “nos casos em que a consoante se articula, teremos, pois, a sua manutenção”. Exemplos: “bactéria”, “compacto”, etc. Mas se ninguém diz “batéria” ou “compato”, será que alguém diz “espetador”? Não, é claro. Pronunciamos “espéktador”, tal e qual. Sucede que alguém, por excesso de zelo ortográfico, resolveu ir mais além. Veja-se este despacho da Lusa, um entre muitos: “As duas primeiras jornadas da Liga portuguesa de futebol tiveram menos cerca de 14.000 espetadores na bancada.” Não é caso único: esta agência e, com ela, os jornais e revistas que usam os seus textos sem mudar uma vírgula também descobriram “espetadores” na Red Bull Air Race, no último filme de Danny Boyle, no automobilismo de Vila Real, no Festival do Sudoeste, até numa corrida de touros em Navarra – onde há “espetadores”, sim senhor, mas não costumam estar nas bancadas, estão na arena. Espetam bandarilhas e até espadas, não se dê antes o azar de o touro lhes espetar um desembolado corno.
O mais caricato de tudo isto é que, no Brasil, de onde supostamente partira a mania de atirar fora consoantes como quem descasca amendoins, ninguém escreve “espetador”. É verdade. Lá, onde se pronuncia “ispétadôrr”, escreve-se, e bem, “espectador”. Nós por cá, à cautela, preferimos a boa e velha via do analfabetismo. Que agora até tem um pretexto legal. Querem saber se um texto é escrito de acordo com as novas normas? Tirem-lhe consoantes. Não importa porquê nem a que custo. Umas consoantes a menos e aí está o vero texto. Cheio de “ação”. Muito “atual”. Definitivamente “correto”.
Mas a relação “espetáculo”/espectador também tem que se lhe diga. Como é possível fazer derivar a palavra “espectador” (bem dita e bem escrita) da palavra “espetáculo”? Como explicar nas escolas tamanha incongruência? Onde vai a palavra derivada buscar o “c”? Apenas à pronúncia? Ou à raiz antiga entretanto adulterada e desfigurada?
Se o disparate pagasse imposto, o Acordo de 90 chegava para liquidar a dívida pública. Como não paga, os liquidados somos nós e a língua.
Espetados contra essa parede de erros e misérias a que uma trupe de inomináveis malabaristas resolveu chamar lei.
Nuno Pacheco, Director Adjunto
[transcrição integral (manual) da crónica publicada no jornal Público de 18 de Outubro 2010]
Boa tarde,
o vosso programa mostrou claramente vários exemplos do absurdo que é o "Acordo", mas tenho de referir 2 pontos sérios aos quais ninguém liga:
este acordo torna a aprendizagem do Português muito mais complicada para quem vem do estrangeiro - os imigrantes ficarão muito mais confusos do que já estão;
ou para as crianças com dificuldades de aprendizagem linguística: disgrafias, dislexias, etc.
Eu conheço as 2 realidades, pois tenho um filho que, além de ter estado vários anos no estrangeiro, tinha problemas a nível fonológico com a Língua Portuguesa.
E mesmo depois da Terapia da Fala, ainda hoje tem problemas, com as incongruências entre a fonética e a grafia que JÁ EXISTEM na grafia actual.
A nova grafia só piorará a situação dele - voltará ao início!
A nova grafia é só para alguns, quem tiver problemas ou fôr estrangeiro "azar".
Onde está a "sociedade da inclusão"?!
Meus caros,
Não percebo como este assunto pode ser tão divertido. É certo que o português é falado mais fora de portugal mas já antes fazíamos a distinção entre português de Portugal e português do Brasil, por exemplo, que muitas vezes nos referimos como brasileiro. Quando entro num site internacional existe sempre essa distinção.
A mim não me consta que a cultura seja uma questão de números. Quantas pessoas falam inglês no mundo? Não fazemos nós a distinção entre british english e american english? E não há também pessoas a falar em África do Sul, inglês australiano (permitido vários "ingleses" no ensino australiano) e por aí adiante? Até há inclusivamente pessoas no Reino Unido a falar inglês de variadas maneiras, todas permitidas.
Realmente isto é um assunto muito divertido. Eu vou escrever em código, será? Eu não vou escrever como falo nem como aprendi a escrever. E a fonética? Oiço falar na ortografia e a fonética muda? É porque "Para ai!"(antigo "pára aí!") não me diz nada.
Não seria melhor não haver regras?
http://ilcao.cedilha.net/?page_id=92
PROJECTO DE LEI N.º ___/X
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
No pressuposto de que as leis da República têm por finalidades a defesa dos interesses e a regulação das relações entre os cidadãos que são parte integrante e a própria razão de ser dessa mesma República, caberá a estes exercer os seus direitos de cidadania, nomeadamente através de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC), caso considerem que houve prejuízo para os seus interesses colectivos ou que foram afectadas as relações entre os indivíduos e/ou entre os grupos sociais.
...
Como é possível continuar a ouvir recomendar o uso de correctores electrónicos? Qualquer autor ou editor que se demita do dever de revisão rigorosa do texto e confie a tarefa a uma ferramenta electrónica não merece ser publicado. Revisão é um dever básico do editor!
E como se diz... desactivo, ou desactivado? A TMN usa e abusa do termo desactivo. "o serviço está desactivo", é frase frequente, em vez de desactivado.
Pena não é só o cariz colonialista e racista que reveste determinados comentários mal esclarecidos sobre o Acordo Ortográfico nas redes sociais. Pena é o vosso programa dar a uma hora em que todos os que deviam ver estão a trabalhar. Bem hajam!
PROJECTO DE LEI N.º ___/X
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
No pressuposto de que as leis da República têm por finalidades a defesa dos interesses e a regulação das relações entre os cidadãos que são parte integrante e a própria razão de ser dessa mesma República, caberá a estes exercer os seus direitos de cidadania, nomeadamente através de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC), caso considerem que houve prejuízo para os seus interesses colectivos ou que foram afectadas as relações entre os indivíduos e/ou entre os grupos sociais.
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO), tendo atravessado um longo processo, não apenas legislativo como de discussão pública (que de facto nunca existiu), durante mais de 19 anos, e tendo por fim entrado oficialmente em vigor no passado dia 1 de Janeiro, por força do determinado na Resolução da Assembleia da República n.º 35/2008, de 29 de Julho, veio criar na sociedade portuguesa uma situação de total indefinição, não colhendo receptividade por parte de largos estratos da população e nem mesmo por parte das estruturas e serviços do Estado, salvo raras e pontuais excepções. Ou seja, e mesmo considerando que a entrada em vigor do referido Acordo Ortográfico prevê um período de implementação de seis anos, verifica-se, na prática, o geral incumprimento de uma lei da República, sendo que tanto os organismos e serviços desta como os cidadãos que a corporizam se limitam, por regra, a pura e simplesmente ignorá-la.
As generalizadas e sistemáticas resistências ao cumprimento daquilo que determina a lei indiciam, no mínimo, e plenamente comprovam, no máximo, que a entrada em vigor deste Acordo Ortográfico foi precipitada, por um lado, e que, por outro, não serve esta mesma lei da República a res publica cujos interesses deveria defender e servir.
O Acordo Ortográfico de 1990 não veio resolver problema algum, já que nunca se verificou a mais ínfima dificuldade decorrente da existência de duas grafias oficiais da Língua Portuguesa, sendo a sua entrada em vigor, pelo contrário, e essa sim, fonte geradora de problemas, provocando confusão e conflitualidade sociais, com evidente e patente desequilíbrio no binómio custos/benefícios quanto à sua entrada em vigor.
O que está em causa, fundamentalmente, é a defesa do interesse público, já que é de património nacional que falamos quando falamos da Língua Portuguesa e, por conseguinte, trata-se de uma questão de interesse interesse nacional – que não deve nem pode ser confundido com quaisquer outros interesses –, o qual o Estado português não quis ou não soube salvaguardar.
Verificando-se que a aceitação não é nem pacífica nem são as suas directrizes acatadas pela esmagadora maioria da população, outra solução não restará se não arrepiar caminho, remover a fonte dos conflitos e eliminar a causa da indefinição, potencial geradora de verdadeiro caos social. Ou seja, e pelo exposto, não restará outra solução que não seja a de revogar de imediato a Resolução da Assembleia da República que determina a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.
...
(http://ilcao.cedilha.net/?page_id=92)
Este debate só me traz à mente aquela anedota sobre o polícia que, ao tomar conta da ocorrência no local de um acidente, não sabia se haveria de escrever "passeio" com "c" ou "ss"... vai daí, chuta a cabeça da vítima que jazia junto ao dito passeio, e quando ela pára de rolar, anota no seu caderninho: "cabeça na berma"... Assim se justifica o Acordo Ortográfico: "a gente também nunca sabia em qual dos 'e' se põe o chapéuzinho, assim ele desaparece e acaba-se o problema!". Resumidamente, eis toda a abordagem científica deste AO! Recomendo a seguinte leitura: "Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico”, de Francisco Miguel Valada
O programa sobre o NAO foi uma decepção para mim como telespectador e como utilizador da língua até como meu ganha-pão.
Verificando, no dia-a-dia, como a língua é mal escrita e falada, vejo que com o acordo se está a dar uma palmadinha nas costas dessas pessoas ao facilitar-lhes a vida.
A língua inglesa tem variante britânica e americana e nenhum deles muda a sua ortografia (color e colour, por exemplo) e cada um deles tem o seu lugar no mundo.
No caso da língua portuguesa, verifica-se que o Português do Brasil entra cada vez mais (e com o aval de Portugal) no mercado internacional, e até alguns estrangeiros aprendem o Português Brasileiro.
Em vez do NAO, dever-se-ia aplicar o tempo e dinheiro que se gastou com as modificações a ensinar o Português pelo mundo. É triste como os professores da língua são tão mal apoiados lá fora. Em Macau, por exemplo, o governo local aposta mais no ensino da nossa língua que da parte da representação de Portugal.
Ao ver o programa fiquei assustado pela falta de sentido crítico da parte de qualquer das intervenções no que respeita a estes aspectos, além de como a língua é actualmente aplicada.
Além disso, o NAO é um atentado à língua pelo facto de retirar aspectos que são utilizados. Por exemplo, na palavra facto, a letra c não é uma letra muda. Fato é o que se veste, e além disso, utiliza-se o advérbio factualmente com o som [k] antes do t, ou em factual. Temos ainda as duplas consoantes como em acção, em que a combinação cç abre a vogal anterior (a), ou direcção.
Voltando ao ponto das variantes das línguas, a variante Brasileira tem um sotaque mais aberta, o que facilita a pronunciação de ação sem o c, mas em Português o som é diferente, obrigando ao uso da letra para obrigar à abertura da vogal.
O mesmo em relação aos hífens. Hás-de já é tão prejudicado com o vulgar "hádes" que muitas pessoas dizem, e ainda facilitam com o has de. E a perda de acentuação de algumas palavras é, então, um atentado à língua (pára dar lugar a para - sonoridades diferentes para significados diferentes)!
Portugal deve dizer não ao novo acordo ortográfico e apostar no ensino correcto da sua ortografia, porque senão qualquer dia, e com respeito aos Brasileiros, a língua Portuguesa é conhecida como Brasileira e não como originária de Portugal!
Só para acrescentar que o jornal que continuo a ler regularmente é o Público pois ainda não aderiu ao novo acordo. Mas o seu director nem sequer é entrevistado sobre o assunto. Porquê?
O novo acordo é um acordo não só ortográfico mas também gramatical e fonético, sendo a sua propaganda caluniosa para a língua!
Cumprimentos e desejo ver as minhas dúvidas esclarecidas!
O programa sobre o NAO foi uma decepção para mim como telespectador e como utilizador da língua até como meu ganha-pão.
Verificando, no dia-a-dia, como a língua é mal escrita e falada, vejo que com o acordo se está a dar uma palmadinha nas costas dessas pessoas ao facilitar-lhes a vida.
A língua inglesa tem variante britânica e americana e nenhum deles muda a sua ortografia (color e colour, por exemplo) e cada um deles tem o seu lugar no mundo.
No caso da língua portuguesa, verifica-se que o Português do Brasil entra cada vez mais (e com o aval de Portugal) no mercado internacional, e até alguns estrangeiros aprendem o Português Brasileiro.
Em vez do NAO, dever-se-ia aplicar o tempo e dinheiro que se gastou com as modificações a ensinar o Português pelo mundo. É triste como os professores da língua são tão mal apoiados lá fora. Em Macau, por exemplo, o governo local aposta mais no ensino da nossa língua que da parte da representação de Portugal.
Ao ver o programa fiquei assustado pela falta de sentido crítico da parte de qualquer das intervenções no que respeita a estes aspectos, além de como a língua é actualmente aplicada.
Além disso, o NAO é um atentado à língua pelo facto de retirar aspectos que são utilizados. Por exemplo, na palavra facto, a letra c não é uma letra muda. Fato é o que se veste, e além disso, utiliza-se o advérbio factualmente com o som [k] antes do t, ou em factual. Temos ainda as duplas consoantes como em acção, em que a combinação cç abre a vogal anterior (a), ou direcção.
Voltando ao ponto das variantes das línguas, a variante Brasileira tem um sotaque mais aberta, o que facilita a pronunciação de ação sem o c, mas em Português o som é diferente, obrigando ao uso da letra para obrigar à abertura da vogal.
(continua)
(continuação)
O mesmo em relação aos hífens. Hás-de já é tão prejudicado com o vulgar "hádes" que muitas pessoas dizem, e ainda facilitam com o has de. E a perda de acentuação de algumas palavras é, então, um atentado à língua (pára dar lugar a para - sonoridades diferentes para significados diferentes)!
Portugal deve dizer não ao novo acordo ortográfico e apostar no ensino correcto da sua ortografia, porque senão qualquer dia, e com respeito aos Brasileiros, a língua Portuguesa é conhecida como Brasileira e não como originária de Portugal!
Só para acrescentar que o jornal que continuo a ler regularmente é o Público pois ainda não aderiu ao novo acordo. Mas o seu director nem sequer é entrevistado sobre o assunto. Porquê?
O novo acordo é um acordo não só ortográfico mas também gramatical e fonético, sendo a sua propaganda caluniosa para a língua!
Cumprimentos e desejo ver as minhas dúvidas esclarecidas!
Hahahahahahahahahahahaha,SIM !!!!
Isto sou eu a rir em voz alta !
Ass.Espetador em Direto :D
Epá,gosto mesmo do programa mas por favor, não nos lixem...
Os erros ortográficos que dei no meu post anterior, não foram propositados. Deveram-se à confiança demasiada que depositei no teclado do portátil.
Queria acrescentar que participei no último Campeonato de Língua Portuguesa que era apresentado por Bárbara Guimarães. De 3 testes que fiz, tive uma questão errada, porém foi o suficiente para já não poder entrar na competição final.
Lamento que programas como aquele tenham desaparecido da grelha televisiva. Mas por parece-me que de momento até faz sentido... pois com tanta polémica em torno do novo acordo ortográfico, por que regras se iria reger a correcção dos testes desse campeonato..?!!
Cumprimentos Civis
Maria Mendes
Este programa trata habitualmente temas interessantes e úteis, mas o que francamente destoa é a doentia obsessão da autora pela implementação do Aborto Ortográfico (AO).
Nunca neste programa houve pluralidade de opiniões relativamente ao AO. Os convidados sempre foram cuidadosamente escolhidos entre os apoiantes dessa aberração, embora noutros programas, pouco mais que charlatães tenham sido convidados para fornecer o contraditório a temas como, pasme-se, o aquecimento global.
Confesso porém alguma curiosidade em verificar que género de intelectualóides serão convidados para tentar explicar as inexplicáveis contradições, omissões, asneiras e tolices explícitas ou implícitas no OA.
À falta de defensores do OA respeitados, a autora terá que raspar fundo o tacho de catedráticos pró-Sócrates, escritores arrivistas, jornalistas desempregados e brasileiros naturalizados.
Faço minhas as palavras do Prof. António Emiliano: «O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um desastre, produto de inépcia científica e de indigência intelectual. Basta lê-lo atentamente. Não assenta em nenhum consenso alargado, não resulta do trabalho de especialistas competentes, contém imprecisões, erros e inconsistências de toda a ordem, não tem base científica sólida e vem minar, pela introdução generalizada e irrestrita de facultatividades “ortográficas”, a própria noção de ortografia.» (António Emiliano, “Perguntas sobre o Acordo Ortográfico… assim como quem não quer a coisa”, Revista Autor, 1/7/2008). E acrescento: o AOLP é uma mentira de Estado. E como tal deve ser denunciado.
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