terça-feira, novembro 23

Porque produzimos pouco?

Haverá razões culturais para que não sejamos um país próspero? De que forma podemos valorizar a nossa imagem no exterior? A fraca qualificação e formação dos vários quadros laborais poderá ser uma explicação? Quanto vale a marca Portugal? Produzimos de forma diferenciada ou em massa? Que barreiras existem à produtividade? A informalidade no cumprimento das nossas obrigações permite uma economia paralela? Como atingir níveis de produção elevados insistindo em atividades pouco produtivas. Vamos conhecer várias propostas para dinamizar o tecido empresarial português, hoje, no SC, com os maiores especialistas.

Convidados:
António Neto da Silva, CIP - Confederação da Indústria Portuguesa
Margarida Barreto, Presidente APG - Ass. Port. dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos
Manuel Teixeira, Presidente da Comissão Executiva da ANJE - Ass. Nacional de Jovens Empresários
Fernando Santo, Ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros

6 comentários:

Heráclito Guimarães disse...

Este é um tema vasto e que poderá reportar a muitos outros assuntos.
Todavia, existem alguns pontos que falham em Portugal, nomeadamente:
- A liderança;
- Os incentivos;
- O reconhecimento;
- A aposta no desenvolvimento da excelência;
- Atribuição de qualidade de trabalho;
- Remuneração deficiente;

Estes são apenas alguns pontos.
Depois existe a insatisfação generalizada e incompreensão de salários praticados em cargos públicos.

O ambiente de descrença afecta o psicológico, que por sua vez afectará a produtividade.

A falta de capacidade financeira diminui o ego pessoal e a capacidade de o individual poder orgulhar-se, apresentar-se e destacar.

Relativamente às empresas o que acontece é que os bancos apenas financiam quem tem dinheiro ou garantias reais, caindo por terra, bons projectos que dariam muitos postos de trabalho.

Manuel Rocha disse...

Será que produzimos mesmo “pouco” ? Que será preferível : ter um lagar de azeite como o de Ferreira do Alentejo que faz com 15 empregados o mesmo que 10 lagares convencionais , ou ter 150 empregados em lagares convencionais a produzir azeite menos “competitivo”? Não teremos a criatividade aprisionada no main stream produtivista / competivista ? Por que não uma atitude de “decroissance” e de desaceleração ?

Saudações.

Miguel disse...

Miguel Meireles
As razões culturais nada têm a ver com a qualidade (nível de utilidade esperado) da economia, apenas a questão se prende com a capacidade e intenção do Governo e sistema político-social.
As entidades públicas esqueceram totalmente a economia real e criaram uma economia paralela (troca da verba pública entre famílias congénitas e políticas). A outra economia paralela, entre actividades informais no público, só beneficia a economia por causa da liberdade de escolha, e porque representa o investimento agregado que vai sempre parar a uma transacção ou depósito.
O sistema de separação de poderes em Portugal é falso, porque é apenas uma separação administrativa. Para travar o furto da verba pública pelo capitalismo socialista ou outro a única possibilidade é separar a análise do objectivo da decisão porque a sociedade é indivisível (a mesma entidade que analisa não pode ser a mesma que tem a verba e decide sobre ela. As transferências só devem respeito ao funcionamento e nada mais). Registar as pessoas através de um número e data para que se possam verificar nos relatórios quem foi ilicitamente beneficiado (ex: nos centros de emprego). E proibir o lucro pessoal e colectivo, fazendo dele o investimento económico das empresas e do Estado.

Heráclito Guimarães disse...

A Dra. Margarida Barreto está correcta em relação aos pagamentos e à exigência.
Sem dúvida que os títulos académicos estão a sobrepor-se sobre as capacidades, desvalorizando-se as capacidades adquiridas com os cursos médios e com a formação adquirida pela experiência.
Ser-se doutor é fundamental, para se ter no cheque o título.
As estatísticas valem o que valem e as empresas estão a perder resultados graças às estatísticas de educação e formação.
É necessário a existência e reconhecimento de cursos técnicos assim como a diminuição de recrutamento de licenciados e aumento da selecção de técnicos.

Qualquer empresa bem liderada tem em si funcionários motivados. Os líderes não retiram dos seus colaboradores, mas proporcionam o crescimento destes, pois o seu crescimento será o crescimento da empresa.
Não há que ter medo de ter subordinados mais capazes, apenas têm é de saber liderá-los e fazer deles elementos fortes da equipa de trabalho.

O problema é estrutural, mas muito, muito enraizado culturalmente. A cultura empresarial, apesar de já ter iniciado a sua mudança, tem de acelerar e adaptar-se a uma visão mais partilhada e mais virada para o win win relativamente à produtividade das equipas de trabalho.

Cumprimentos

Miguel disse...

Miguel Meireles
Por exemplo o Fundo Comum, site à pouco tempo editado, não tem outra intenção senão aprovar os projectos já previamente estabelecidos.

Porque não é através de um formulário que se dá a conhecer um projecto. Para acompanhar a economia do conhecimento é o empreendedor que sabe como se apresentam os seus projectos.

Os projectos devem ser objecto inicialmente de um registo prévio0 em resumo, para aprovação da ideia.

Seguidamente é que se realizam as fases seguintes.

Os sistemas do IAPMEI e os concursos de projectos são todos uma banalidade. Só servem para criar empresas não competitivas, ou seja, compradas.

Miguel disse...

Os concursos divulgados por entidades bancárias são uma fraude económica, destinam-se a produzir necessidades e não a ir ao encontro delas, daí os flagelos do mundo. Servem aqueles programas e prémios a projectos para criar empresas para as famílias congénitas e políticas.
Como é que se pode produzir e acorrer às necessidades da população se as entidades apenas trocam entre si o investimento?