quinta-feira, fevereiro 10

Carro ou transporte público?

A questão é levantada por muitos portugueses, especialistas e não especialistas: é mais económico para a carteira e para o ambiente a deslocação em transporte público ou em veículo particular? Milhares de carros entram todos os dias nas principais cidades do país e, para além de poluírem, consomem uma fatia significativa dos orçamentos familiares. Apesar de os transportes públicos terem registado aumentos entre 3,5% e 4,5% ainda compensam na deslocação para o trabalho? Por que razão os portugueses não aderiram a iniciativas como o car-sharing? A rede de transportes públicos permite prescindir do veículo para as deslocações diárias? Compensa comprar um carro elétrico?

Convidados:
Mário Alves, Especialista em Mobilidade e Transportes/ ACA-M – Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados
Afonso Paiva e Pona, Coordenador da Especialização de Energia da Ordem dos Engenheiros
Susana Fonseca, Presidente Quercus
Nuno Moreira, Administrador CP

13 comentários:

Cristina Luís disse...

Seria fantástico se as pessoas começassem a aderir à bicicleta nas cidades, como na Holanda ou na Suécia. Quem sabe um dia...

despido-a-rigor disse...

As pessoas continuam a preferir o conforto e a privacidade que o transporte privado oferece.

EVISTA disse...

É pena que não seja fácil a circulação por exemplo de bicicleta nas nossas cidades.Vivo na Póvoa de Varzim e para já a bicicleta é vista apenas como uma utilização lúdica. Há cerca de 15 dias que resolvi pegar na bicicleta e procurar deslocar-me neste meio de transporte, mas confesso que não é fácil. Ir na estrada ao lado dos carros faz medo, andar nos passeios tem que ser feita com redobrada atenção pelos transeuntes nos passeios em que é possível dada a sua dimensão.E para estacionar a biccleta? Não é fácil. E é pena porque a sensação de liberdade com este meio de transporte é imensa.Ainda contem mparticipei à Policia Municipal por ex os passeios que estiveram a ser reparados na semana passada e foram retiradas as rampas.Nem bicicletas, nem carros de bebé, nem cadeiras de rodas!Esqueceram-se naturalmente os trabalhadores das acessibilidades.
Um abraço e parabéns pelos programas sempre interessantes que apresenta.

Unknown disse...

Olá, Boas tardes e parabés pelo programa...sou a Sofia, sempre vivi em LIsboa até 2008, tenho 39 anos e até o ano de 2010, Janeiro, não tive carta nem carro de condução, por isso sempre me desloquei em transportes e realmente tudo normal e até mais barato e com menos preocupações (pagamento de estacionamento, horários, etc.)... mas tudo muda, quando vim viver, em 2008, para a Margem Sul, Lavradio e tenho um filho em 2009. Inicialmente colocáva-o no Marsupial e lá vinha-mos os dois, mas depois cresceu, adquiriu mais uns Kgs e precisava de carrinho. Até aos barcos as coisas corriam, mas o metro, por exemplo em Lisboa, torna-se muito complicado para quem não anda só com as duas pernas, pois grande parte das estações não tem elevador ou está avariado e as pessoas cada vez ajudam menos, já não falando no mau estado das ruas... calculem e imaginem um carrinho dentro dos eléctricos, pois se já dentro dos autocarros é difícil... acho que tentamos estar ao nível do resto do mundo e Europa, mas acho que primeiro temos de ter civismo, partindo logo da educação desde bebé... mas o nosso país não deixa... Imagino as pessoas que se deslocam em cadeirinhas de rodas. Agora com o meu filho com pouco mais de 1 ano, prefiro vir de carro, embora me saia muito caro. P.S.: Bem sei que existem seguranças nas estações de metro, mas primeiro que venham e ajudem mesmo demora tempo e nem sempre estão para isso - eu não sou excepção. Obrigada

Sara disse...

Acham que o político português, algum dia ia de bicicleta para o parlamento? Enquanto os ricos continuarem a ocupar os luguares de poder, nunca a nossa sociedade terá alguma esperança, relativamente a tudo que implique uma mudança profunda de pensamento. E que começa na educação. Mas fazem os cortes na educação...

Unknown disse...

O transporte ferroviário está a ser despromovido com o encerramento de linhas, com a falta de condições nas carruagens e com o aumento do preços dos títulos de transporte. Por exemplo, a linha do sotavento algarvio está completamente degradada e a dificuldade de acesso às estações é talvez o principal factor que leva ao esquecimento da mesma pela parte dos utentes. Porque é que isto está a acontecer?

Ass: Pedro Coito

Mário Ramos disse...

Gostaria de colocar algumas perguntas:

1- Porque razão em Lisboa e no Porto não existe uma única empresa de trasnportes ou pelo menos uma única autoridade interligada a exemplo de: Paris, Londres, Madrid, Milão, etc.

2- Nestas cidades quando se compra um bilhete pode-se circular quer no metro quer nos autocarros ou electricos.

3- Por exemplo, estive recentemente em Milão e o bilhete de 1€ dava para 75 minutos de autocarro e 1 viagem de metro; aqui, se entro no metro, já não posso usar o mesmo bilhete na carris.

4- Porque razão para comprar o cartão para recarregar o passe social, é necessário um formulário quase como se se fosse fazer um empréstimo bancário; é um completo absurdo e tudo isto junto afasta as pessoas da utilização dos transportes publicos.

Porque não seguem os exemplos das cidades europeias referidas?

Já agora outra quetão: o presidente do metro de lisboa, afirmou numa entrevista que a empresa estava a pensar concorrer à gestão de empresas congéneres no estrangeiro; pergunta: se nem a nossa conseguem gerir convenientemente, como comprovam as constantes avarias nas escadas rolantes, a não actualização do cronograma da rede nos acessos das estações(prolongamento da linha vermelha a s.sebastiao inexistente nesses cronogramas)como querem concorrer ao estrangeiro?

Places&Memories disse...

Muito recentemente cheguei de avião ao Porto por volta das 19h.
Ora como pensei que o comboio seria o mais indicado dirigi-me para Porto Campanhã e surpresa o ultimo comboio para Lisboa parte pouco depois das 19h. Assim tive de alugar carro.

ana chagas disse...

Boa tarde,

Os meus tempos de estudante não me deixaram as melhores memórias relativamente aos transportes públicos, visto que dispendia em média 4 horas diárias no simples trajecto Sintra - Lisboa.

Contudo, até porque não tenho qualquer vocação para condutora, quero acreditar que os transportes públicos podem evoluir e tornarem-se a melhor solução. Mas, para que isso aconteça, há que encontrar uma forma de os tornar mais confortáveis, mais rápidos e, sobretudo directos ao destino de cada um.

Pessoalmente, tomei a decisão, por diversos motivos de não conduzir. Optar por viver sem carro torna-se na realidade, melindroso e limitativo, até em situações profissionais.
O custo dos transportes públicos também alcançou níveis deveras chocantes: na minha zona, pago por €2,10 por um bilhete de autocarro para chegar a Sintra, a 1km de distância.

Inclusivé, lamento as poucas e pobres condições que existem para os peões. Adoraria andar mais a pé, mas muitas vezes evito-o porque é perigoso, por falta de passeios em condições.

Obrigada. Ana Chagas

ana disse...

o ideal para facilitar o transporte público era criar um site que englobasse todos os transportes existentes. tal e qual o de londres, que funciona lindamente. através dele conseguimos pesquisar o percurso ideal e quanto tempo demora do ponto a ao ponta b.

com os cumprimentos de uma ex-londrina

Guimaraes disse...

Em Portugal desincentivou-se o uso do transporte ferroviário, com a conivência da própria CP. Veja-se o fraccionar de linhas como a do Oeste, onde havia um comboio Figueira da Foz - Lisboa, em vários troços cujos horários nem serão coincidentes, e o desactivar de diversas ligações.
Compreende-se em termos económicos, uma vez que os comboios de passageiros são altamente deficitários. Dizia um economista, há mais de 100 anos, que "um comboio de passageiros é uma nódoa na paisagem". O erro foi acabar com a carga, parece que retomada de há um ano para cá.
Há notícia de que a ligação ferroviária ao porto de Aveiro, de Setembro a Dezembro de 2010,tirou da estrada 6.500 camiões.
Sou utente ocasional dos urbanos do Porto e não quero outro meio para ir de Aveiro ao Porto.

Marco Vieira disse...

Acho de enorme importância abordarem o assunto da energia. Particularmente da inevitável crise à porta.

É de notar os usos do petróleo, particularmente na agricultura industrializada que permitiu uma explosão de população. Sendo um recurso finito, e dado as características geológicas, a produção segue um padrão em sino. Chega-se ao pico de produção e entra-se em declínio.

Quem verifica os dados de produção e pode confirmar também através do World Energy Outlook 2010 da IEA, esse pico ocorreu em 2006. Nós já estamos a enfrentar o declínio.

Por exemplo a Arábia Saudita atingiu o seu pico de exportação em 2005 e desde de lá tem vindo a reduzir em cerca de 20%. E quando as exportações passam a ser equivalentes ao consumo domestico, deixa de haver exportações.

Aviso que o esta semana a Wikileaks divulgou informação sobre a Arábia Saudita ter exagerado as suas reservas em cerca de 40% e que não possuem capacidade para manter a sua produção.

Quem acredita em descobrir mais reservas engana-se, o pico de descobrimentos de poços de petróleo ocorreu na década de 60, desde lá não foram encontrados nada de significativo. Considerando que o consumo global é de aproximadamente 70 e poucos de milhões de barris por dia, os novos descobrimentos, como no Brazil por exemplo, duram apenas meses.

Outras fontes de petróleo grandes como no Canadá e na Venezuela são de tipo "pesado" e necessitam de grandes quantidades de energia para processarem, fazendo assim velocidades de produção muito baixas. Com isto é preciso notar o conceito de EROEI, ou melhor, a energia necessária/investida para obter energia. Se é preciso a energia de um barril de crude para produzir e processar um barril de petróleo pesado, não é muito sustentável.

Não falta muito tempo. Vamos viver tempos "interessantes" considerando a nossa sociedade iludida que depende do consumo e crescimento infinito; declínio de energias fosseis; excesso grave de população e alterações climáticas.

Vejo agora o fim da era industrializada. Acredito que há pouco a fazer, considerando o relatório de Robert Hirsch, "Peaking of World Oil Production: Impacts, Mitigation, and Risk Management", e o trabalho do Clube de Roma, "The Limits to Growth", já estamos com décadas de atraso para podermos fazer algo com impacto.

Domingos disse...

É mais económico para a carteira e para o ambiente o uso de transportes públicos em vez do veículo particular: não se sujeitam a gasto excessivo de combustivel em horas de ponta nem a possiveis (garantidos na cidade) pagamentos de paquímetro. Os transportes públicos compensam, o problema é acordar cedo, e perda de tempo...
car-sharing? É uma possibilidade, mas isso acarreta compromissos adicionais, e penso que as pessoas querem gostam de privacidade.
Quanto ao carro eléctrico acredito possa ter as suas vantagens, mas tenho as minhas dúvidas quanto à gestão de energia.