Num país onde há graves desigualdades de género e o insucesso escolar é superior à média da UE queremos analisar neste Sociedade Civil a diversidade educacional aplicada ao género. Rapazes e raparigas possuem os mesmos níveis de aprendizagem e capacitação para cumprirem tarefas e atingirem objetivos ou há diferenças a ter em conta? A expressão oral, a expressão escrita, a facilidade com a matemática ou o raciocínio matemático é igual em rapazes e raparigas? A escola está preparada para dar uma educação distinta a rapazes e a raparigas? Esta forma de educação poderia melhorar o sucesso escolar? Ou quem a defende tem uma visão estereotipada sobre o papel da mulher? Que casos de sucesso ou insucesso existem em Portugal e no estrangeiro?
Convidados:
Lucília Salgado, Professora ESE Coimbra
Hermínio Corrêa, CONFA
Teresa Fragoso, Presidente CIG - Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género
António José Sarmento, Director Colégio Planalto
8 comentários:
João
Tanto o ensino misto ou diferenciado apresentam prós e contras. Mas julgo que deveria ser anexada ao tema a questão de se realmente a partir do ensino secundário, os jovens têm a capacidade e a razão de escolher uma das duas opções.
quando somos crianças as meninas brincam com bonecas e os meninos com legos,assim como em relação as classes sociais as vivências são diferentes, o facto de terem gostos diferentes e serem estimulados neste sentido reflecte-se nos interesses em adultos. a educação deve ser direccionada para os alunos consoante as suas características individuais e os seus interesses.
Joana
(aluna de mestrado da doutora Lucilia)
Só uma picadelinha, sem qualquer tipo de ressabiamento: Já há muitos anos que não se diz "escola primária", "professor primário"; é escola do 1º ciclo e professor do 1º ciclo. Esta alteração de nomenclatura foi-nos imposta pelo Ministério da Educação.
Quanto à educação esteriotipada menino/menina, é uma luta permanente e só o tempo vai alterando mentalidades.
O senhor António José Sarmento, director do Colégio do Planalto, deveria saber que há anos a terminologia "professor/primário" deixou de existir e passou a constar: "professor do 1º ciclo".
Obrigada!
Maria Carolina professora/aposentada.
No meu tempo sim: professora primária.
Saudações!
Boas Tardes, Gostaria de perguntar aos intervenientes se já ouviram falar num estudo Norte Americano em que chegaram à conclusão que geneticamente os cérebros do homem e da mulher apesar de morfologicamente serem iguais, a nivel funcional tem pequenas diferenças enquanto o homem tem maior capacidade a nivel do pensamento abstrato teoria espacial, as mulheres tem uma capacidade superior a nível linguístico, dai terem chegado á conclusão que em turmas em que havia uma mulher e um homem juntos se complementavam e os resultados finais eram muito superiores.
Como nota final e indo de encontro ao que descrevi em cima `há um programa muito interessante no Discovery Chanel que explica porque os homens não passam a ferro (explica porque as meninas brincam com bonecas e os homens com bonecos.
Segundo o mesmo estudo refere que o ensino actual a nível mundial está vocacionado para as mulheres dai estas tirarem melhores resultados.
Boas Tardes, Gostaria de perguntar aos intervenientes se já ouviram falar num estudo Norte Americano em que chegaram à conclusão que geneticamente os cérebros do homem e da mulher apesar de morfologicamente serem iguais, a nivel funcional tem pequenas diferenças enquanto o homem tem maior capacidade a nivel do pensamento abstrato teoria espacial, as mulheres tem uma capacidade superior a nível linguístico, dai terem chegado á conclusão que em turmas em que havia uma mulher e um homem juntos se complementavam e os resultados finais eram muito superiores.
Como nota final e indo de encontro ao que descrevi em cima `há um programa muito interessante no Discovery Chanel que explica porque os homens não passam a ferro (explica porque as meninas brincam com bonecas e os homens com bonecos.
Segundo o mesmo estudo refere que o ensino actual a nível mundial está vocacionado para as mulheres dai estas tirarem melhores resultados.
Do meu ponto de vista, a proposta de escolas com ensino diferenciado no género inscreve-se no âmbito de possibilidades variadas da oferta educativa que cada indivíduo, de acordo com as suas convicções pessoais, poderá escolher.
Pela minha p...arte concebo a escola como um espaço alargado de aprendizagens: científicas, psico-cognitivas e socio-culturais. Recuso a escola que se resume a um espaço de instrução especializada. Uma fornalha de talentos...
A pluralidade, o confronto de perspectivas e modelos parentais/familiares é uma riqueza para o desenvolvimento de qualquer pessoa. A própria superação das dificuldades genéticas ou socio-culturais afigura-se como um desafio altamente enriquecedor que cada aluno ou aluna deverá afrontar. É esse o sentido fundamental de qualquer aprendizagem: resolver/integrar um novo problema através de esquemas pessoais previamente adquiridos.
A tarefa da escola, particularmente, do(a) professor(a) será facilitar aprendizagens, ou seja, proporcionar os melhores meios para a sua prossecução. Separar fisicamente numa escola os indivídiuos com base no seu género é uma redução perigosa. E se, porventura, o sucesso cognitivo, ou académico daí resultante se verificar, seguramente que no plano das competências psico-socio-afectivas haverá uma amputação.
Neste sentido, a diversidade de género em contexto escolar é uma mais valia para os alunos e alunas na medida em que lhes possibilitará uma preparação objectiva e subjectiva para a sua vida em sociedade.
Como sou professor em exercício numa escola pública devo dizer que me oriento pelo principio da diversificação de estratégias e adaptação dos modelos didácticos ao perfil dos alunos e alunas que encontro. Todavia esta diversificação não implica uma divisão física do espaço de aula. Apenas uma gestão proactiva da multiplicidade psico-socio-cultural que aí se encontra. E é esta a felicidade da minha profissão
Antes de mais permitam-nos dizer que o que conta não é tanto a relação rapaz/rapariga no contexto escolar mas a relação aluno/aluno (independentemente do sexo) e os seus efeitos no aproveitamento académico. Os problemas é aí que estão pois as diferenças individuais entre os alunos são muito maiores do que as diferenças entre rapazes/raparigas (ou alunos/alunas).
O que "separa" rapazes/raparigas é, por isso, muito menos importante e crítico do que as diferenças dos alunos entre si, seja qual for o sexo. São, por exemplo, diferenças de personalidade, diferenças de comportamento, diferenças de opções, diferenças socioculturais, etc. E são essas que têm reflexo nos aproveitamentos, não o género a que pertencem.
Muitas das diferenças entre rapazes e raparigas nas escolas - se bem que existam por razões mais socioculturais do que biológicas - valem menos, sob o ponto vista pedagógico, do que as diferenças - por vezes abismais - entre cada um dos alunos.
Nelson S Lima
Investigador na EURADEC
Ass.Europeia para o Desenvolvimento da Educação (Berlim)
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