Sabia que em 1979 o estado gastava em saúde 29€ por pessoa? E que o valor chega agora aos 1.500€ por ano?
Ao estabelecer esta análise dos 30 anos do SNS, que agora se comemoram, importa perceber se os ganhos em saúde compensaram todos os investimentos feitos. Há melhores hospitais? E melhores profissionais? Somos mais responsáveis pela nossa saúde?
Escolheu-se o caminho certo? Estão os portugueses satisfeitos com o SNS? Continuam a existir diferenças regionais? E o futuro? Como é que vai ser a relação entre o utente e o SNS?
Todas as respostas no SC, com as explicações do “pai” do SNS, António Arnaut.
Convidados:
Vítor Ramos, Médico de Família do Centro de Saúde de Cascais
Pedro Pita Barros, Economista especialista na área da saúde
Inês Guerreiro, Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados
Adalberto Campos Fernandes, Presidente Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa-Norte
11 comentários:
Boa Tarde,
O SNS Português podia e devia trabalhar melhor (mais produtividade por parte dos profissionais)e ser menos um dos maiores encargos do OE todos os anos. Devia de começar acima de tudo pela a existência de respeito aos utentes do SNS; acima de tudo por parte de alguns profissionais que se limitam a "picar o ponto" e atender os utentes a correr sem o correcto respeito pelo utente (pessoa) e acima de tudo pela sua dignidade. Esses profissionais devia deixar de trabalhar no SNS (são exclusivamente negociantes de saúde, só veêm o €€€) e dar lugar a profissionais que querem exercer medicina e que são Médicos (com letra grande).
Cumprimentos,
Mónica Ferreira
Aqui vai uma sugestão para reduzir substancialmente os custos. Proíbir a entrada em todos os estabelecimentos do Estado a delegados de informação médica.
A menos que estejam doentes, claro.
Pois são uns parasitas no sentido que provocam esperas aos utentes e custam milhões aos contribuintes.
Basta ir a um posto médico de manhã para os ver de um lado para o outro. Todos os dias. Ou então ir a uma cantina por volta das 13h30~14h30, aqui vai um exemplo que não é à sorte: Hospital S. João do Porto.
Todos sabem disto, até gostei da cara do bastonário da ordem dos médicos quando confrontado com isto na RTP2 no jornal da noite, excelente evasão ao assunto, e ninguém faz nada neste país. São as televisões, as viagens, as prendas... tudo pago pelo contribuinte. Assim não custa oferecer!
Boa tarde.
Possivelmente o SNS poderia e deveria funcionar bem melhor, um pouco de esforço e sabedoria na gestão dos meios ajudaria!
No centro de saúde da minha area de residência há falta de médicos, os que há estão sobrecarregados de doentes e já não atendem nenhum com dedicação, e o pior é que não há especialidades nenhumas, sendo que eu apenas sou atendida para clinica geral, maioritariamente para pedir exames médicos, tendo um filho de 8 anos que tem de ir ao pediatra particular que pago 75€ por consulta, ao dentista por 50€ e ao otorrino por 60€, sem contar com outras especialidades que eventualemnte necessite, ora eu como mulher também preciso de um ginecologista, dentista, entre outros e tenho de pagar bem para todos estes serviços, aos quais qualquer cidadão tem o direito de ter acesso sem tantos encargos como eu tenho tido! Ora expliquem-me então para que me está a servir a SNS??!
Boa tarde!
Sou Enfermeira(desempregada), não porque os Enfermeiros não são precisos ou porque são em demasia, mas sim porque o nosso país vive à sombra de "politiquices", e o acesso ao trabalho é feito em função dos factores "c" e não de currículos.
Deste modo, pergunto para quando concursos de acesso ao SNS transparentes e verdadeiros em prol dos actuais existentes, que muitas vezes são abertos para encobrir vagas que já foram de antemão preenchidas?!
Obrigado!
Não sei como é que é possível dizer-se que se está a mudar para melhor. Experiência pessoal: em 2007 era utente do centro de saúde da minha zona. Funcionava todos os dias da semana durante o dia. O tempo de espera era em media de 15 minutos.
Em 2008 deixou de funcionar aos fins de semana. Depois devido á nova reorganização do SNS transferiram-me para outro centro de saúde a mais de 15km do anterior. Recentemente tive de me deslocar ás urgências de um hospital como um problema de saúde. Esperei 7horas para ser atendido.
Melhorias onde?
À 10 anos estava bem melhor!
Experiência noutros países europeus: há poucos centros de saúde. Existem muitas clínicas privadas. As consultas custam 25euros (não sei como é que dizem que os médicos em Portugal ganham pouco!) o estado devolve todos os gastos com saúde que o utente gasta.
ASS: Pedro Silva
Parece que a realidade está a passar ao lado dos portugueses: neste momento estamos a pagar a saúde quatro vezes: nos impostos, nas taxas moderadoras (que tiveram aumentos criminosos e já não são assim tão moderadoras), nos seguros de saúde (que temos que ter se quisermos ter alguns cuidados de saúde minimamente razoáveis) e nos hospitais privados para onde os seguros de saúde nos mandam.
Mas a saúde não era para ser um bem essencial, garantido para todos? E os interesses lucrativos não chocam com o interesse geral da população?
E estarem a licenciar novas unidades privadas nos mesmos locais onde nos fecharam as unidades públicas, não é criminoso?
Acordem, portugueses!!
Exemplo?
Hospital da Luz - negócio de base: estacionamento. É vergonhoso! Nem levantar o resultado de uma análise é gratuito, já que temos que lhes pagar para parar o carro.
Pensando um hospital como uma empresa, é claro que se vai poupar em tudo o que se puder, até mesmo nos ordenados dos médicos, nos curativos, nos consumíveis, em tudo.
Quanto tempo acham que vai demorar até chegarmos ao estágio em que se está nos EUA, em que um acidentado fica deitado na rua se não tiver seguro de saúde ou cartão de crédito, porque nem as ambulâncias (também privadas) os querem levar.
Bom, mas sequerem tanto entregar a saúde aos patrocinadores dos políticos, então digam-me qual é a parte dos meus impostos que seria para a saúde, e descontem-na, para eu poder ter dinheiro para ir pagar os meus cuidados de saúde a esses senhores. Assim, é que não mesmo!
Isto vem tudo no seguimento da entrega de tudo o que pode dar lucro aos senhores patrocinadores dos políticos: primeiro, deixa-se descambar tudo o que é serviço do Estado, para nos convencer que só o privado pode prestar bons serviços. Depois, privatiza-se. Assim, tapam-se mais uns buracos com receitas extraordinárias, e paga-se o investimento feito nas campanhas e partidos. Resultado? Bom, já foi o petróleo, a electricidade (mas a parte q custa dinheiro ficou no Estado), os telefones, as auto-estradas, os terrenos, o gás, etc. A água está quase, e a saúde já está a ir.
E depois? Bom, estudem o fenómeno americano e verão no que isto dá. Mais de 50% da população vive abaixo do limiar da pobreza no país mais rico do mundo. E com a maior dívida externa, e com o maior orçamento de defesa.
É isto que queremos?
Sobre a gratuicidade dos medicamentos que se avizinha em breve, e retomando o comentário feito há pouco por um dos intervenientes do programa, é compreensível em tempos de crise.
Como farmacêutico, vejo na minha profissão que quando alguns medicamentos são gratuitos, há uma total desresponsabilização do utente, muitas vezes acumulando medicamentos em casa sem necessidade.
Os contentores "ValorMed" estão cheios de medicamentos que não cumpriram a sua função, seja por abandono da terapêutica, seja pela sua alteração, ou simplesmente por algum "prazer coleccionista".
Dinheiro deitado pela janela fora, do bolso de todos nós.
Concordo com os dois primeiros comentários, e quero deixar aqui a minha experiência com a médica de familia: existia um horário estipulado para consultas, nunca tive a sorte de na prática o ver cumprido, se era para chegar às 8.30 chegava sempre mais às 9.30, com a sala cheia, ás 10.00 fazia uma pausa p´ro cafézinho de uns 45minutos pelo menos, com a sala ainda mais cheia. se voltava depois do Almoço, duas horas antes do fim do horário de trabalho já lá não estava, comentário da secretaria " ainda queria que atende-se mais doentes hoje?" só até ao fim do horário de trabalho afinal é para isso que existem não? e são pagos para essas x horas não? ou é por numero de doentes?
Se chegava lá por uma suposta gripe, ainda nem me tinha sentado direito e já tinha a receita estendida à minha frente para sair, podia pelo menos fingir que auscultava...
A minha filha foi chamada para fazer os exames para a entrada na primária escreveram na ficha de entrega para a matricula que tinha problemas psicomotores e não me foi dito absolutamente nada, só vi em casa. Mais tarde decubri que tem disléxia, pedi ajuda porque estava com dificuldades com a comparticipação da ADMG para o particular disse-me para me deixar estar que estava melhor como estava e não me fez uma unica pergunta sobre a menina.......
À coisa de um ano o meu pai foi a cerca de 5 a 6 consultas com absolutamente todos os sintomas de insuficiência cardiaca,que até eu percebi e tenho apenas o 12º ano, implorou-lhe com lágrimas nos olhos, pelo neto que tinha apenas meses que lhe passa-se a credencial para voltar ao cardiologista no hospital, e ela negou umas 3 a 4 vezes, mudou-lhe a medicação em todas as consultas e ele cada vez estava pior. Deu entrada na Urgência do hospital de S. João no Porto por "cunha", sim por "cunha" que é a unica forma das pessoas serem tratadas com alguma dignidade em Portugal, somos quem conhecemos... os médicos disseram que ele estaria morto em alguns dias se... e mm assim... Quando a médica foi confrontada com isto pela minha mãe, ainda teve o descaramento de lhe dizer que se prepara-se porque em menos de seis meses estaria viuva...
se denunciámos? NÂO. Porque? por causa das represálias não temos meios para ir ao particular e até resolverem alguma coisa...
Não, não estou minimamente satisfeita com o sns, fujo sempre que posso porque por enquanto ainda existe a ADMG - com o que querem acabar em vez de alargarem a todos - acaba-se com os que estão mais ou menos e ficamos todos mal,porque ninguém é mais que ninguém - é este o lema...
Obrigada e desculpem qualquer coisa.
Gosto muito do vosso programa.
Carla de Braga
Não posso deixar de criticar as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde criadas pelas USF. Dois cidadãos com a mesma medida de direitos e que cumprem igualmente as suas obrigações (impostos, contribuições,...) têm acesso a cuidados de saúde de qualidade altamente desigual. E atendendo a que temos um grave problema estrutural que não se resolverá nas próximas 2 décadas - a falta de médicos, como é que se explica aos cidadãos esta desigualdade que não é provisória como alguns srs do sistema defendem.
Não obstante, como é possível pagar mais aos profissionais de saúde (incentivos) das USF para produzirem menos???
É que as litas dos médicos são finitas, são estanques e não dinâmicas, ou seja, não variam de acordo com as variações populacionais. Fazia sentido pagar mais aos profissionais para eles cobrirem as necessidades existentes´. É por isso que o Dr. Pita Barros se enganou qdo disse que o pensamento dos srs do sistema se encontra centralizado no utente. Não é o pensamento, é apenas o discurso...
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