DESCOLONIZAÇÃO: O MEU CORAÇÃO FICOU EM ÁFRICA
Na véspera do 25 de Abril o Sociedade Civil quer avaliar a presença dos portugueses no continente africano, que cessou com a descolonização. Muitos trouxeram vivências diferentes, laços fortes, reminiscências de outras culturas, e uma ligação aos PALOP que vai para além da saudade. Depois destes anos todos, o que resta de África no coração de um país?
18 comentários:
Drª.Fernanda Freitas,
Estou a assistir ao programa e como anunciou a intervenção daqui a pouco do José Arruda, não sei se sabe mas ele foi um grande basquetebolista, no Clube Desportivo em Lourenço Marques...
Mais difícil é certamente para ele a situação actual. E pensar que quando lhe aconteceu o acidente na guerra ele tinha 20 anos (à volta disto penso eu) e veio para Portugal sozinho para ser tratado!
Nem Pais, nem o resto da família o puderam acompanhar, pois também isso não era fácil economicamente falando e enfrentou todo o processo sòzinho no hospital militar.
É um homem que eu admiro muito e cheguei a vê-lo jogar e ultimamente tenho-o acompanhado, tenho a Felicidade de ser sua amiga, bem como da sua mulher a CHIU que é uma grande mulher que sempre o acompanhou. Eram namorados quando ele teve este acidente de guerra.
Um grande abraço de admiração ao José Arruda e Parabéns pelo Programa!
Dores e Noel (Póvoa de Varzim)
Em relação ao sentimento que ficou nas pessoas que viveram nas ex-colónias, a realidade que melhor conheço é a dos "retornados" de Moçambique.
Veja-se a quantidade de "sites" na Internet criados entretanto e onde as pessoas se reencontram, para além dos "encontros" propriamnete ditos organizados por Grupos, desde as localidaes onde residiam, Escolas (onde estudaram), Empresas, Bancos (onde trabalhavam).
Parabéns pelo Programa .
Ana
A descolonização foi muito complicado sobretudo para as pessoas que estavam na altura na faixa etária dos 40, 45 anos, com a sua vida já definida, na sua maioria pessoas que já tinham a sua casa própria, rodeados do seu conforto e tiveram que vir para Portugal sem qualquer perspectiva de futuro. Os únicos que tinham assegurado algum rendimento mensal seriam os funcionários públicos e os funcionários do Banco Nacional Ultramarino, mais tarde alargado aos outros Bancos.
Eram famílias inteiras sem nada, com filhos para criar e educar .A sorte nalguns casos foi a existência ainda de laços familiares ainda nas terras de origem e eventualmente a existência de uma casa da família que os acolhesse. E a aceitação por parte dos Portugueses (em Portugal) nessa altura não foi a melhor.
Um abraço e Felicidades para o programa
Luísa
Vim de Angola onde vivi até aos 17 anos.
Nada fiz para merecer passar o que passei. Estive na guerra sem ser soldado.
Conheço uma família de retornados de Angola. O patriarca chegou cá com 50 anos e deixou tudo o que tinha em Angola. É um homem angustiado e revoltado com o que lhe aconteceu. Infelizmente esse homem hoje está com Alzeihmer! Se não tivesse uma família com possibilidades económicas, quem é que lhe deitaria a mão? Certamente que vivia a fase da doença de forma miserável.
Vivi em Angola até aos 17 anos e, se não fosse a forma "estranha" como a descolonização ocorreu certamente ainda lá estaria.
Ainda hoje não consigo aceitar aquilo por que tive que passar sem nunca ter feito mal a ninguém!
Gosto de assistir aos programas e faço-o sempre que posso.
Parabéns pelos seus programas
Maria Amorim
Arcos de Valdevez
Se o 25 de Abril foi feito para Democratizar, Desenvolver e Descolonizar, teremos que admitir que foi um grande fracasso. Em nenhuma das ex-colónias foi implementada a democracia, a estagnação e o atraso são ainda evidentes em todas elas também, e os colonos portuguese foram apenas substituidos por colonos de outros países. A seguir ao 25 de Abril, morreram e ficaram extropiados pela guerra,muito mais pessoas em Angola, Moçambique e Guiné ( o azar dessas pessoas é que não eram brancos e por isso nem puderam optar pela nacionalidade portuguesa que lhes tinha sido prometida durante séculos ) Em relação a África, o 25 de Abril foi uma anedota.
Portugal só saberá ocupar o seu lugar na história, se optar pela aposta na Cooperação, nomeadamente na Saúde e ajuda ao Desenvolvimento das ex-colonias e não deixar desvanecer a Língua Portuguesa, afirmando-a cada vez mais, como meio de aproximação dos países da CPLP.
Joaquim, de Arouca.
Parabéns pelo tema
O meu coração não ficou em Africa porque nunca lá estive , mas estou certo que quem lá viveu e criou laços fortes de amizade nem imagino as saudades e a ternura daquelas gentes, como a vida é, a guerra nunca trouxe coisas boas pelo contrário , mas podem vir guerras , separações , fugas mas nunca a guerra consegue afectar o amor a amizade o respeito pelos povos e sua identidade ... que bom conheço muita gente que esteve na guerra e todos eles me falam com grande sentimento de raizes e fortes laços de amizade que deixaram, a guerra nunca apaga o amor entre os povos .
Pedro Marinho
Arcos de Valdevez
Os Militares, os Ricos e poderosos que viviam em Angola e Moçambique (tais como Almeida Santos etç...) puderam trocar todo o dinheiro que tinham, sem perderem um tostão. O resto das pessoas que quiseram vir embora, tiveram de trocar o dinheiro (português) de Angola e Moçambique, pagando 15 vezes mais poela mesma quantia em dinheiro de Portugal Continental (na maioria cos casos este dinheiro era trocado pelos militares que depois o conseguiam transferir com grandes lucros) A maioria dos portugueses que residia em África, foram enganados pelo sistema fascista e abandonados pelo sistema "democrático" do pós 25 de Abril.
Com o devido respeito, de muitas coisas boas que os portugueses fizeram na Africa foram as mulatas. Como a genética é linda em detrimento da guerra.
Pedro Marinho
Arcos de Valdevez
Gostaria de lembrar que durante séculos Portugal fez acreditar às populações de Angola e Moçambique que eram todos portugueses. Depois do 25 de Abril, Portugal apenas se democratizou a si próprio, em relação a África, não exitou em entregar estes territórios a governos totalitários e anti-democráticos. O 25 de Abril, serviu mais os militares de carreira que tinham receio de morrer na guerra, do que o resto das pessoas portugueses ou africanos que viviam nas ex-colónias.
Pedro Mendes - Viseu
Nunca como hoje, foram as populações de Angola e de Moçambique tão exploradas por potências estrangeiras. Alguns dos intervenientes na revolução dos cravos, estão hoje a explorar serviços e comércios nos referidos territórios. É lamentável que ainda se pense que Portugal era um país opressor e explorador das populações africanas.
Olga Morgado
Seia
Boa tarde.
Venho só dizer que se esqueceram de colocar os temas desta semana no Blog... e isso é importante.
Obrigado.
Olá Drª. Fernanda Freitas,antes de mais parabéns pelo programa!
Pela sua útil informação e variedade de temas.
O meu coração não ficou em África,pois nunca lá fui,mas o meu pai ainda hoje chora por África...
Além de ser ex:combatente do ultramar,também lá trabalhou durante 10 anos.
É com tristeza que se recorda da África que ele conheceu e a que vê agora.
A descolonização foi um momento terrível para quem ama aquela terra,aquele cheiro e côr.
Não mereciam.
Tudo isto para quê???
Helena Rodrigues Pires Costa(Viana do Castelo)
Segundo o Sr. Mário Soares...A descolonização foi muito bem feita... , mas gostava de saber de qual descolonização ele fala...Este senhor evia estar calado , em prol das suas muitas broncas, após 25 de abri
Enfim ... Já que os ex-combatentes recebem entre 75 a 135 euros e nada se falou em seu nome(Pura vergonha nacional) , porque também eles foram o 25 de abril , mais que muitos parasitas que ainda andam por aqui e dos quais de uma forma ordinaria e por eclip
essada forma de pobres viraram ricos em prol de um 25 de Abril anarquico , quando tudo foi permetido...E por isso como se pode falar de uma revolução omitindo factos ?
Agradeço o 25 de abril ,mas dispenso este tipo de cerimónia de branqueio social , é demasiadamente imbecil , que a mim e a muitos outros portugueses ofende a inteligência
Quando o 25 de abril é usado para ocultar presentes situações (Inauguração do viaduto do marquês...Evidente demais...), que requerem um necessário activismo social...
E colaboradores e responsáveis pelo o Sociedade Civil sejam mais coerentes pelos os vossos temas estão brandos como os custumes sociais portugueses...
E que os convidados sejam mais irreverentes e acima de tudo mais audazes , porque as pessoas estão fartas do politicamente correcto , que cada vêz mais é a mascara de bandido , com fingimentos de anjo...
Lembrei qas perguntas que miudos fazem a Dr Mario Soares , que são faceis de resposta e dai não colocam em risco sua postura que sabemos um quanto maquilhada...
Enviar um comentário