Um cenário frequente hoje em dia: tenho 30 anos, sou engenheiro civil e vivo com os meus pais. Cenário pouco comum: tenho 30 anos e já consegui a minha independência e vivo na minha casa.Será este um cenário característico da sociedade portuguesa ou esta realidade que achamos ser só nossa é extensível a outros países? Neste SC não queremos decidir por si, mas apenas discutir este fenómeno que em muito está associado às condições de emprego e às financeiras dos jovens portugueses.
32 comentários:
Penso que a questão de viver com os pais é sobretudo uma questão cultural. Os portugueses são mais "agarrados" à família.
www.roteiro-jbm.blogspot.com
Joaquim
Vivo em casa de meus pais e certamente não o é por questões afectivas; a liberdade e autonomia são estandartes de quase todos jovens.
Os que nos move (ou precisamente o inverso) é o facilitismo de querermos perpetuar a eterna desresponsabilidade... nem tudo está relacionado com aspectos financeiros, mas certamente é um elemento fulcral.
António Martins
Concordo plenamente com a Ana Brito e Cunha. Tinha eu 14 anos quando decidi que queria ser Professora. Segui línguas, mas podia ter escolhido a vertente do 1º ciclo. Ora se a partir do 9º ano não voltei a ter contacto com a matemática (a não ser os Métodos Quantitativos)imaginem o que seria de mim se tivesse enveredado pelo 1º ciclo? Se calhar convinha manter determinadas áreas nucleares numa perspectiva, quanto mais não seja, de resolução de problemas que se nos deparam na vida.
Tenho 23 anos, vivo fora da casa dos meus pais desde os 18 porque vim para Lisba estudar. No 1º ano de faculdade partilhava um quarto com amigos (não funcionou) e apartir do meu 2o ano na faculdade passei a viver sozinho. O ano passado fiz Erasmus em Madrid no bairro de Arguelles (um bairro onde quase so ha estudantes pois a universidade Comillas aí se encontra). Viver sozinho e principalmente no estrangeiro é a melhor forma de nos conhecermos a nós próprios porque a vida custa e depende sempre de nós mas quanto mais cedo o aprendermos melhor. Hoje olho para amigos meus que ainda vivem com os pais e nunca sairam do pais com uma (indizível)superioridade pois acho que ainda lhes falta crescer um bom bocado (apesar de alguns deles serem mais velhos que eu).
Sair de casa e viver sózinho, sobretudo quando se entra na Universidade, é bom porque permite ao jovem aprender a tomar decisões, a atingir maturidade mais depressa e a aprender com os outros num contexto multicultural. Por outro lado, trabalhar e estudar prepara-nos para a vida.
Joaquim Matusse, Paço d'Arcos
A escolha da área aos 15 anos condicionou toda a minha vida. Na altura estava indecisa entre duas áreas completamente diferentes: Gestão de Empresas ou Jornalismo. Optei por Gestão, porque tinha muito mais saídas e (pasmem!) não queria deixar a Matemática com 14 anos. O Português acompanhar-me-ia até ao 12º. Tirei Gestão de Empresas e, quando termimei o curso, fui fazer um estágio em Marketing no Brasil. Voltei para casa dos meus pais e, aos 25 anos, comprei casa (embora só me tenha mudado com 26). Isto só foi possível, porque ganhava bem. No entanto, nunca gostei muito do meu trabalho e hoje estou a fazer um mestrado em Jornalismo!... recebendo do Fundo de Desemprego. A segurança preocupa-me, mas com 30 anos, ou tento agora ou nunca mais... e vivo sozinha. Voltar para casa dos meus pais
está fora de questão.
Boa tarde,
candidatei-me em janeiro último ao programa leonardo da vinci pois estou a fazer mestrado mas tinha o desejo de abrir horizontes e experenciar o 2º ano no estrangeiro.
agora deparei-me com a provável impossibilidade de o fazer por se tratar de um mestrado "antigo" e não de bolonha.
Será assim?
Penso que esta questão está mais relacionada com a sociedade do que propriamente com o indivíduo. Por exemplo nos Estados Unidos quase todos os adolescentes saem de casa aos 18 anos, quer para começarem a trabalhar quer para estudar.
Vivo sozinho desde os 18 anos, sou dos açores e vim estudar para Lisboa, e não me arrependo. Penso que me obrigou a crescer e a ganhar um nível de responsabilidade que não tinha. Aprendi a dar valor à comidinha da mãe e à roupa lavada. No entanto não trocaria a minha "semi-independência", ainda dependo financeiramente dos meus pais, por nada.
Tenho 18 anos e vivo sozinha penso que o facto de sair mos de casa dos pais facilita nos imenso ao crescimento tanto social como pessoal.
Boa tarde,
Eu tenho 18 anos e já trabalho desde os 16, neste momento estou no meu primeiro ano de faculdade e moro sozinha. Estou a trabalhar por opção, prefiro ser eu a pagar o meu curso e a minha sobrevivência que estar a pedir dinheiro aos meus pais. Pela experiência de trabalho que tenho tido conheci muita gente (especialmente mulheres) que também lá estavam para pagar os seus cursos. Quanto á experiência na faculdade, noto que não existem apoios e compreensão por parte dos docentes, uma vez que não existem mais apoios para quem tem menos tempo.
Sofia
Olá Boa tarde a toda a equipa,
Na minha opinião a escolha do curso que queremos seguir no 9 ano é absurdo, não temos maturidade suficiente para tal. Ao chegar ao 12º ano noto que os jovens tem muitas incertezas em relação ao seu caminho. Noto que nos outros pais depois de terminarem o 12ºano, fazem um viagem dum ano na sua área de interesse, para depois ser mais fácil a escolha, e terem uma escolha mais sólida. Coisa que não se vê em Portugal.
Em relação a vivermos com os Pais concordo com a independência mas a vida não esta fácil para tal por vezes.
Do Alexandre
Sou brasileira, tenho 29 e só saí da casa dos meus pais ano passado para casar, o mesmo aconteceu com os meus irmãos. Estudo Psicologia na Universidade do Porto e gosto muito. Mesmo feliz com o meu marido, estou distante dos meus pais e sinto muito falta. Falta esta que considero insubstituível, falta do amor incondicional deles...
Sempre gostei de ser independente e valorizava a solidão. Achava que estava pronto para cuidar da minha vida e que não teria problema algum. Confesso que me enganei completamente. Tenho mais liberdade e privacidade, mas aumentaram minhas responsabilidades. Por ser homem, não aprendi a lavar louça, fazer comida ou limpar a casa. Antigamente, se o despertador não me acordasse, ou se a água não estivesse quente para o banho, o problema não era meu. A culpa era sempre da minha mãe.·
Morar sozinho tem suas vantagens, é claro, mas não é tão simples como imaginava. Descobri, na prática, que comida não surge na panela, papel higiénico acaba, a roupa precisa ser lavada e o mais incrível, que banana não nasce na fruteira. Também não sabia que existiam tantos tipos de produtos de limpeza! Não sabia que tinham tantas cores, tamanhos e materiais diferentes. Montar uma casa é fazer muitas escolhas e agora já uso avental.
Pedro Marinho
Arcos de Valdevez
Na minha opinião a escolha do curso que queremos seguir no 9 ano é absurdo, não temos maturidade suficiente para tal. Ao chegar ao 12º ano noto que os jovens tem muitas incertezas em relação ao seu caminho. Noto que nos outros paises depois de terminarem o 12ºano, fazem um viagem dum ano na sua área de interesse, para depois ser mais fácil a escolha, e terem uma escolha mais sólida. Coisa que não se vê em Portugal.
Em relação a vivermos com os Pais concordo com a independência mas a vida não esta fácil para tal por vezes.
Do Alexandre
Vivo Sozinha em casa dos pais!
Tenho 24 anos e vivo sozinha numa casa dos meus pais. Estou a concluir a minha licenciatura e ainda são os meus pais que me sustentam financeiramente.
Porém, apesar de viver em casa dos pais, sinto-me responsável para escolhas que tomo e tenho consciência das dificuldades financeiras da vida.
Viver sozinho ajuda a tornar-nos mais responsáveis, contudo a nossa responsabilidade não é senão uma consequência da educação que os nossos pais nos deram.
Sou um jovem de 24 anos que nunca sai de casa dos meus pais, nem tao pouco está nos meus horizontes pensar nessa ideia porque simplesmente me assusta um bocado só de pensar. Não sei como vou suportar esse impacto na minha vida quando o tiver que fazer, sou licenciado e neste momento já trabalho mas continuo sem responsabilidades acrescidas.
Verifico cada vez mais que a educação dos pais em Portugal é uma educação muito protectora.
Filhos em geral vivem ate muito tarde em casa dos pais e quando finalmente saem de casa é para casar.
A casa que compram é com ajuda dos pais o automóvel também.
Não são de forma alguma autónomos.
Tenho 27 anos, tenho um filho e moro com a minha mãe e o meu marido, na minha casa materna. Estranhamente sempre fui muito independente: fiz 6 meses de Erasmus em França e três meses de voluntariado em Angola, vive 4 anos na Covilhã, enquanto tirava o meu curso. Agora, só por uma questão financeira é que não temos o nosso espaço. E faz-nos tanta falta... mas com os ordenados que recebemos para a nossa pequena família não dá. Sublinho: a independência é muito boa e traz-nos muito auto-conhecimento.
Concordo que seja possível escolher no 9º ano uma área de estudos para aprofundar e desenvolver o nosso conhecimento. No entanto acho que deveria haver mais conhecimento da vida posterior, ou seja, poderiam ser aproveitadas nas escolas as salas inutilizadas para promover à semelhança de outros países, conversas com diversos profissionais de diversas àreas de forma a existir um maior conhecimento na altura da escolha. Assim como que o retirar do estágio no processo de bolonha a meu ver é muito mau pois era uma ponte entre teoria e realidade extremamente necessária.
Tenho 25 anos ainda vivo em casa dos meus pais, tenho consciência da dificuldade de viver sozinha, acho que nunca estamos prontos, pois nunca podemos prever todas as nossas dificuldades, e a antiga estabilidade finaceira de empregos de uma vida é hoje substituída por uma adaptabilidade à constante mudança da sociedade.
Patrícia Santos
Tenho 23 anos e embora estudasse perto de casa, decidi ir viver com alguns colegas da faculdade aos 19 anos. Os meus pais, embora tristes, aceitaram a saída. Entretanto acabado o meu tempo universitário, comecei a trabalhar (a ganhar o meu ordenado) e já não fui capaz de voltar para casa dos meus pais. Apesar de todos os inconvenientes (as contas, as tarefas domésticas, a eventual solidão, etc), não me sinto minimamente arrependida. Quando tiver filhos, vou incentivá-los a sair de casa aos 18. É bom para libertar os pais (voltam a namorar!) e é a melhor experiência para ganhar maturidade e aprender a conhecer o seu espaço e a respeitar o dos outros!
Hoje temos muitas necessidades. O facto de aos 21 anos me ter encontrado totalmente independente dos meus pais fez-me perceber plenamente a geração de batalhadores que são os "nossos pais", a maioria dos portugueses dessa geração trabalharam toda a vida para ter uma casa, ajudarem os filhos e raramente tiram férias ou dedicam pouco tempo ao seu lazer.
Tenho 18 anos e estou a estudar medicina em Coimbra, como não havia possibilidade de fazê-lo na minha terra natal fui "obrigada" a sair de casa dos pais. Hoje em dia penso que terá sido o melhor que me podia ter acontecido, ganhei sentido de responsabilidade, liberdade e essencialmente adquiri a percepção de gerir um quotidiano.
Saudades dos pais? Claro que sim! Saudades do comodismo da casa dos pais? Muitas! Mas não trocava por nada a experiência! Abraço Ana Rita
Olá boa tarde!
Tenho 33 anos casada e mãe de dois filhos. Aos meus treze anos tive que me desenvencilhar sozinha pois a minha mãe teve que ser internada durante uns tempos e tinha que cuidar da casa, do meu pai e irmão, e claro estudar. De uma certa forma foi uma grande preparação para a minha vida em tudo.
Obrigado
sandra
Aos 18 anos saí de casa dos meus pais para ir para a Universidade. Mais tarde, voltei a sair de casa para trabalhar. Foi um enorme choque, após nove meses de verdadeira Independência, ter de voltar a casa por ter ficado sem contrato.
Só quando consegui um trabalho realmente estável é que voltei a sair de casa deles, tendo comprado, sozinha, um apartamento.
Falo com os meus pais todos os dias e vivo a 200 metros da casa deles, pois são muito importantes para mim e quero acarinhar a velhice deles que se aproxima a passos largos, como eles acarinharam a minha meninice.
Sandra Cavaco, 31 anos, Faro
Boa tarde!
Sou recém-licenciada e deixei há poucos meses a linda cidade de Coimbra onde vivi sozinha durante 5 anos. Aproveito para dizer que é uma experiência única, uma possibilidade de aprendizagem social e conhecimento próprio.
Neste momento estou com os meus pais, mas não sei como vai ser o meu futuro, tudo depende do trabalho que conseguir (em breve espero!). Para já não tenho um desejo de autonomia premente, apenas me preocupa começar a juntar algum dinheiro para ajudar nas despesas, tanto próprias como familiares (para alguma necessidade que surja). Acho que as coisas têm que se fazer com ponderação e realismo, daí que pense ir com calma em relação a sair de casa dos pais.
Em termos de pessoas que conheço da minha idade, estas são maioritariamente licenciadas e algumas pretendem sair em breve da casa dos pais, outras daqui a alguns anos, só quando se casarem.
Filipa
Viseu
Não existe mal nenhum em continuar a viver com os pais, mesmo tendo mais de 30 anos, desde que, claro, o indivíduo contribua para as despesas da casa (no mínimo, que cubra os gastos daquilo que consome). No caso de ser desempregado, é preciso procurar emprego (não recusando propostas a torto e a direito!) e ter em conta que viver à custa dos pais é apenas uma situação precária e, logo que possa, deve compensá-los, pelo menos numa boa parte, em termos monetários.
Mas há muitos indivíduos que vivem com os pais porque não são capazes de poupar dinheiro para comprar ou alugar casa própria. O tipo de pessoas que costumam gastar, a cada mês, tanto quanto ganham, e isto é que não é certo! Têm como pressuposto que, se não tiverem dinheiro para pagar, os pais têm e pagam... E há quem nem se preocupe em contribuir para as despesas da casa, gastando para si o seu ordenado e vivendo à custa dos pais pois não pagam a água, a luz, o gás, os alimentos e demais despesas mensais que gastam. Isto é pura irresponsabilidade, é indigno e abusador! É preciso conquistar autonomia e independência. Não estou a falar de sair da casa dos pais para ir viver sozinho ou com alguém, mas sim de arranjar trabalho e cobrir as próprias despesas. Todas as relações são diferentes e até se pode viver toda a vida com os pais por gosto, pela união familiar. O que é importante é ser auto-suficiente.
Olá!
Tenho 29 anos e ainda vivo em casa dos meus pais. Sou professora contratada e a incerteza quanto ao meu futuro tem aumentado a cada ano que passa.
Já vivi sozinha durante dois anos, enquanto estive deslocada, e considero que foi uma experiência de enorme aprendizagem pessoal.
Este ano lectivo, trabalho perto de casa com um horário incompleto e o meu ordenado mal me dá para as pequenas coisas.
Gostaria de imenso de ir viver sozinha, não porque a minha relação com a família seja má, mas porque sinto alguma necessidade de cortar o cordão umbilical, mas como posso tomar essa atitude? Seria economicamente insustentável!
Acho que os motivos principais para os jovens continuarem em casa dos pais são económicos, já que longe da casa dos pais teriam muitas vezes de passar privações que não tiveram experienciar ao longo da vida.
A sociedade não nos dá muitas oportunidades para deixarmos de viver dentro da bolsa marsupial! (O que vai, na minha opinião, afectar, por exemplo, a idade com que temos condições para constituir família e, a longo prazo, a natalidade, no nosso país!)
Uma boa tarde!
Sou mais uma pessoa que vive em casa dos pais. Tenho 25 anos, estou a concluir a minha licenciatura e estive fora da casa dos meus pais durante 5 anos, pois tirei o curso longe de casa.
Sim, fez-me crescer, aprendi muita coisa, mas a maioria já eu sabia...que a vida é dificil! Por isso, agora ainda a concluir o curso, mas voltei a casa dos meus pais e gosto muito de cá estar. Desenganem-se aqueles que pensam que a vida em casa dos pais é boa, pois quando toda a gente contribui, custa a todos! Eu só ainda não posso contribuir economicamente (espero poder em breve), mas de resto somos todos responsáveis, todos colaboramos e somos muito felizes.
Sair de casa dos pais? Sim, mas não tenho pressa, primeiro preciso de ser economicamente independente e depois sair só por sair, não me agrada! Só mesmo quando tiver que ser, porque gosto muito da minha familia e pais como os meus já não se "fazem", dou-lhes muito valor e se nunca chegar a casar, terei todo o gosto de viver sempre com eles. São os meus heróis e não os trocaria por nada deste mundo, dou muito valor à familia.
Claro que também gostava de ter a minha própria familia (casar, ter filhos), mas neste momento acho que isso ainda vem longe...
Conhecem a música da Celine Dion - Goodbye's (The Saddest Word)?
Se não, aqui fica o link para o video no site do You Tube;
http://www.youtube.com/watch?v=j774h01b0v8
Assim todos valorizassem as suas mães (e pais também)...
Se assim fosse, não haveriam hoje em dia idosos completamente abandonados e desprezados (em lares ou nas próprias casa).
Tenho 27 anos,Tenho 12º ano e vivo com os meus pais. Embora já tenha tido uma experiencia de vida fora da casa deles. Por variadas circunstâncias da vida e em diferentes , momentos cá estou !
Conclui um curso, mas já faz um tempo e continuo desempregada e ao contrario do que alguem disse, não ando a recusar trabalho, continuo a procura.
Por vezes dou por mim, a pensar como seria diferente se tivesse uma vida mais organizada, poderia continuar cá ou não, mas teria um pouco mais de Independencia Financeira e tambem emocional.
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