terça-feira, outubro 2

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL - MELHOR É POSSÍVEL?

O Ministério da Justiça vai investir 200 milhões de euros em investigação criminal no ano 2008. O ministro Alberto Costa garantiu que os meios humanos serão reforçados e espera-se a entrada de 159 novos inspectores na Polícia Judiciária. Que números são estes? São suficientes para uma maior eficácia da investigação criminal? Teremos uma PJ adequada à realidade dos novos crimes? Ou vamos continuar a ser vistos lá fora – e não só no Reino Unido – como o país onde se investiga apenas ouvindo os telefonemas dos outros, sem capacidade para recorrer aos métodos científicos? E com o novo Código de Processo Penal, o trabalho da PJ ficou dificultado? Questões actuais, respondidas em directo no Sociedade Civil.

33 comentários:

Filipe Albuquerque disse...

Melhor é obviamente sempre possivel e desejável, o que não significa particularmente. que a nossa investigação criminal seja de má qualidade ou terceiro mundista...
Por vezes é nos pormenores que está o mal...na apresentação do discurso, nas relações publicas, na forma como se interage com a imprensa ou com a sociedade-civil que neste mundo imediato e mediatico são causa suficiente para um pré julgamento pouco sensivel aos factos, construido sobre especulações populistas que visam na maior parte das vezes descredibilizar a investigação em curso...

Este recurso (a manipulação dos média...) trata-se de uma estratégia natural das Defesas que as sociedades modernas tem de ter em conta quando fazem a administração da sua justiça...
portanto essencialmente estamos perante um problema de responsabilidade politica em que a qualidade e a celeridade da investigação não são os unicos elementos dominantes...

Aliás como em quase tudo em Portugal, a raiz do problema está numa Administração defeciente que tem uma extrutura de gestão do século desanove, desligada da sensibilidade publica sem uma estratégia de comunicação eficiente e que anda sempre um passo atrás dos acontecimentos embrulhando a credibilidade das suas Instituições por falta de comprensão profunda desta nova realidade que é o mundo globalizado e Instantaneo...

Anónimo disse...

Boa tarde Fernanda e boa tarde para os seus convidados.

Para quê criar Bases de Dados, se os criminosos não são julgados e acabam por ser libertados, sendo presos repetidas vezes por reincidência, para voltarem a ser novamente postos em liberdade?

Tal como a sociedade, a PJ por certo deve sentir-se muito frustrada, pois o seu trabalho acaba por ser tornado inconsequente...

Penso que a maior preocupação do Governo com as Bases de Dados, prende-se com questões de fisco, para rapar mais uns tostões àqueles que cumprem as suas obrigações... os outros, vão continuar a fugir.

Quanto às escutas, pergunto para quê? Para depois serem utilizadas em tribunal, ouvindo as tramóias dos visados, e termos os seus excelentes advogados a dizer que a escuta já está fora de prazo? Quer dizer, não se nega que tenha sido dito... alega-se é que já está fora de prazo, depois dos inúmeros recursos apresentados pelas defesas, para que as provas acabem por prescrever...

É o sistema que temos... como diria o "Gato Fedorento": "E os ladrões?"

É uma vergonha! Nem sei como as polícias ainda continuam a ter motivação para andar atrás dos criminosos...

Cumprimentos e parabéns pelo seu programa.

Mário Santos

Filipe Albuquerque disse...

Gostava que os demais presentes comentassem a proposito do que disse anteriormente sobre a responsabilidade politica e a alteração das mentalidades...

Anónimo disse...

Boa tarde.
A investigação criminal portuguesa até pode ser boa e acredito que seja, mas, por vezes, a comunicação social é que é má. E é ela que passa a informação cá para fora e ao fazê-lo de uma má forma vai deturpar a imagem da investigação criminal.

Filipe Albuquerque disse...

Não me refiro ao segredo de justiça mas refiro-me á celeridade de uma resposta dentro dos limites que este impõe e á criação de 1 gabinete para a comunicação social em casos altamente mediaticos em que a imagem do pais pode ficar afectada ,trata-se de 1 superior interesse nacional...

Filipe Albuquerque disse...

Não é 1 problema das diferenças da lei anglo-saxonica, é 1 problema de gestão de imagem...

Anónimo disse...

Sendo roubados diáriamente Bilhetes de identidade, números de contribuinte, cartas de condução e outros documentos, que são depois usados indevidamente, quem garante que as bases de dados adn não serão roubadas ou usadas indevidamente por quem lhes tem acesso, senão veja-mos as últimas noticias de policias impçicados em diversos casos.

Filipe Albuquerque disse...

A relação da Justiça com a Imprensa deve ter estes factores em conta sem que com isso se prejudiquem os interesses da Investigação e especialmente para que não se prejudiquem... porque por vezes os factos são menos importantes que os factos mediaticos...principalmente quando há interesse de terceiros em manipulá-los

Filipe Albuquerque disse...

Não resolve os problemas mas resolve a imagem publica...

Filipe Albuquerque disse...

De acordo em completo com o E.Rangel...

Filipe Albuquerque disse...

A causa está nas novas estratégias de defesa, não nos paises envolvidos...

Filipe Albuquerque disse...

...que utilizam os média para manipular a investigação e o seu entendimento publico...

anonymous smile disse...

Sou de acordo com a base de dados de ADN, apenas consultáveis por profissionais direccionados e competentes para lidar com esses casos e não disponíveis a qualquer pessoa.

lady_blogger disse...

Olá Fernanda.

Já por diversas vezes fiz referência a um assalto de que fui vítima e do qual há provas de imagens de ATM e a PSP não só não averiguou isso, como o MP disse que o caso estaria encerrado por falta de provas. Entretanto ficou tudo no impasse e os ladrões continuam "a monte" sem sofrerem consequências e livres para cometerem outros crimes menores ou maiores. Acham isso correcto quando há provas?
Além disso o SC disse-me por diversas vezes que um dos convidados de um dado tema posteriormente me responderia às minhas questões... Lamento que tal ainda não tenha acontecido e só me deixa a pensar na incapacidade de actuação da nossa autoridade. Se com provas não actuam, imaginemos sem provas.
E por favor, Fernanda diga-me se o tal seu convidado de há tempos ainda me responderá. Obrigada.

CC

Maria Mendes

lady_blogger disse...

O Filipe quis dizer Rui Rangel... não?!

CC

Maria Mendes

Filipe Albuquerque disse...

O caso Casa Pia juntamente com este ultimo no Algarve tiveram uma gestão catastrofica em termos comunicacionais que em nada favorecem a nossa imagem externa prejudicando interesses Economicos cada vez mais importantes em especial o Turismo...

Filipe Albuquerque disse...

lady_blogger disse...

O Filipe quis dizer Rui Rangel... não?!

pois...

lady_blogger disse...

Não de todo, não ando com medo na rua, mas estou longe de me sentir num país seguro.
Sobretudo nas grandes cidades há sempre perigos à espreita.
Sempre ao longo da vida fui vitima de pequenos roubos, quase insignificativos. No ano passado assaltaram-nos a carrinha no Porto, levando toda a documentação, objectos de valor, e bagagem, e como se não bastasse descobriram um código improvável de multibanco e fizeram vários levantamentos e no telemóvel que roubaram activaram uns serviços caros que ainda fomos nós que os tivemos de pagar e gastar mais dinheiro para os desactivar. Havendo provas deste assalto é lamentável que a Polícia ainda nada tenha feito.
Depois no mês passado, pelas 10 h da manhã em Lisboa, um indivíduo negro apontou uma arma branca ao meu marido para lhe retirar telemovel e carteira, mas ele conseguiu livrar-se do assaltante. Contactei posteriormente a PSP no sentido de lhes pedir uma certa escolta dado que ele dissera que o seguiria, e a PSP disse que se no dia seguinte ele o assaltasse que depois os contactásse. E eu pergunto: contactar como? Depois de lhe roubasrem o telemóvel e já vítima de umas facadas, como poderia o meu marido contactar a Polícia?
Afinal a PSP não serve para ajudar o cidadão? Para prevenir situações destas?
Se o meu marido no dia seguinte fosse vítima do assaltante, podería responsabilizar a PSP por isso?

Agradecia resposta a estas questões. Obrigada.

CC

Maria Mendes

Anónimo disse...

Ao Sr. Carlos Anjos agradecia-lhe encarecidamente que não faça do telespectadores parvos, pela simples razão: diga também qual a população dos países a frente de Portugal e qual a população d Inglaterra e dos Estados Unidos.

Filipe Albuquerque disse...

Infelismente tanto em Portugal como no resto do mundo é extremamente dificil devido á extensão dos numeros dar 1 resposta cabal aos problemas da pequena criminalidade urbana...

Filipe Albuquerque disse...

...é necessário fazer uma abordagem diferente, resolvendo problemas de desemprego e miséria procurando a inclusão social de grupos de risco,e tendo 1 actuação preventiva na educação e formação civicas...

Anónimo disse...

Sem dúvida que melhor é possível, pelo menos nos pormenores mais visíveis relacionados com os media , isto é, a visibilidade do andamento da própria investigação. Aqui,a nossa PJ actual fica muito aquém de um simples Relações Públicas que pode simular dizer o que público quer ouvir, sem se comprometer com factos. Espero que no naipe de novos inspectores se dê atenção às capacidades de comununicação, além das específicas da profissão...

ups disse...

Sobre escutas telefónicas 1 caso preocupante será o que ocorreu na Grécia a uns anos atrás. De resto, a intercepção de conversas de telemóvel não está mesmo ao alcance de qualquer pessoa.

Mário Portela disse...

Melhor é sempre possível com tudo na vida e a própria natureza nos dá o exemplo com a evolução.

Quanto aos humanos e àquilo que eles concebem, o método de aperfeiçoamento é o de errar e de aprender com os erros para para a próxima fazer melhor.

O problema que impede Portugal de melhorar e avançar é precisamente a incapacidade de reconhecer os erros para poder emendá-los e progredir.

Este programa de hoje foi um exemplo gritante pelos muitos (não todos) exemplos retrógrados nele avançados, sobretudo por dos participantes. Se não vemos os nosos erros e pontos fracos e nos julgamos já melhors que os outros nesta cloaca imunda em que vivemos, como vamos poder fazer melhor e progredir? É este o motivo número um do que mantém Portugal na sua bem conquistada posição de retaguarda.

Filipe Albuquerque disse...

O recurso á prisão não é 1 solução séria ou viavel economicamente...

para alem disso é na prisão que os pequenos criminosos fazem carreira aprendendo com outros tecnicas e métodos que até então desconheciam...
Desta forma a reintegração torna-se dificil...

Anónimo disse...

Por muito que se esforcem, Sr. Dª. Fernanda, existem aspectos que são demasiados óbvios: sem tecnologias não basta profissionalismo dedicação ou outras qualidades, porque simplesmente os criminosos também evoluem tecnologicamente.Sem investimento em material e formação, não vao la de certeza, e esta a vista , no caso Madie, ficaram reféns, da ajuda dos policias ingleses, e mais tarde ou mais cedo, vão ter os resultados.

lady_blogger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lady_blogger disse...

Em tudo, melhor é sempre possível, à excepção do filme "Melhor Impossível".

CC

Maria Mendes

Mentiroso disse...

Num país onde tudo se transformou em bandalheira, de cima para baixo, haverá ainda algum cego ou impostor que queira teimar em que a polícia escapou à onda rasca que varreu o país? Porquê? Porque havia de ter sidio diferente para eles? Eles não têm culpa nem foram eles que o fizeram, foi a máfia política que fez tudo deste género. Se essa máfia for controlada tudo continuar´+a a piorar como até agora. sempre se tem dito que não era assim tão mal, mas está-se a ver aquilo que não se queria ber na altura. Porque razão alguma coisa mudará, se se permitir a sua continuidade?

Anónimo disse...

Eu gostaria de acreditar que existe justiça PARA TODOS em Portugal...mas não é verdade. Eu própria, sou o exemplo disso. Vivi numa casa arrendada durante 29 anos, a fim deste tempo o meu senhorio disse-me que precisava da casa porque era emigrante e ia regressar a Portugal...estranho é, que o Senhor somente tenha mostrado este interesse após eu ter-lhe enviado uma arta a disser que o imóvel precisava de obras.
Como não aceitei o valor que ele me propõs para compra do imóvel, colocou-me uma acção de despejo.
Tive a infelicidade de ter escolhido uma advogada pouco séria, e ao fim de 6 anos verifiquei, que a Senhora nada fez, e inclusive, após o meu senhorio em último recurso ter-me acusado de não pagar uma renda, o que é falso, a minha advogada, não fez a prova desse feacto como devia de ser e eu perco o direito à casa ou à indemnização. O mais grave de tudo, perco o meu bom nome...hoje poderei ser acusada de "caloteira" quando sempre cumpri escruplosamente com tudo. Para agravar, o Juiz nunca me ouviu, e na sentença, declara despejo imediato.
Apresentei queixa contra a advogada na Ordem, pedi laudo às contas q a Senhora me apresentou, e embora a Ordem tenha verificado que a Senhora me enviou a nota de honorários por e-mail e só posteriormente por carta depois de contactada pela ordem, que a nota não continha a retenção de IVA. Mesmo assim, a Ordem diz que devo pagar. Continuu a aguardar despacho relativo à queixa que apresentei à Ordem. Mas como entretanto, perdi o processo apesar de ter apresentado um pedido de recurso de apelação, o Juiz negou-o por improcedente, e entretanto, já deixei a minha casa.
O Senhorio que precisava da casa para morar, logo após eu ter deixado o locado, colocou-a imediatamente à venda...nunca precisou da mesma, o que ele queria e sempre quiz era venê-la por um valor mais elevado do que me venderia a mim. A Advogada fez o jogo dele, e o juiz não acautelou os meus direitos como cidadã. Que era ser ouvida. E a caloteira sou eu. mas a minha dignidade ninguém compra.
Por isso não acredito na Justiça.
Mas acredito na minha força e em Deus, e sei que este fará Justiça mais dia menos dia.
Sara António-Lisboa

Sylvie disse...

Dona Sara António e aos restantes
Boa tarde
Injustiças ninguém gosta claro...fico sempre tão revoltada ao ler histórias como a sua! É frustrante perceber que a culpa não é só do juiz, da advogada que não fez o suficiente, do senhorio e da sua maliciosa atitude mas sim de todos e desta viciosa e imparável rede que é a Sociedade. Está mal desde há muito tempo e mudar, sem querer cair em idealismos utópicos, era possível mas obrigaria a uma alteração tão radical quanto improvável!
Sou particularmente sensível a injustiças e situações deste género porque eu mesma fui vítima das teias da sociedade, da burocracia neste caso. Deixei de existir no meu próprio País! Uma situação muito peculiar pela qual passei e vivi durante quase...sei lá...anos e anos! sem ter culpa nenhuma ainda por cima! Graças a mim, ao esforço e persistência que tive e a uma ou duas pessoas que me ajudaram consegui resolver o meu problema e hoje em dia tenho o meu Bilhete de Identidade e sou cidadã portuguesa (que sempre fui embora não me tivesse sido atribuída a nacionalidade). Isto é uma longa, longa história que tentei contar o melhor que consegui no meu Blog (identidade desconhecida.blogspot.com) embora seja complicado contar uma situação tão confusa.
Por tudo isto, por todas estas injustiças e por sabermos no fundo que não temos um Estado que nos ajude nestas armadilhas devemos sempre sempre reclamar, contar, revoltarmos-nos, lutar e não desistir. A razão faz a força é preciso não esquecer!
Cmp a todos e desculpem o post tão longo.

filipa_oliveira disse...

ola...devo dizer que hoje assisti a um dos programas mais interessantes (do meu ponto de vista) no sociedade civil

ate porque quero ir estudar criminologia...mas em espanha...o que vai ao encontro de um dos temas dos proximos programas...
uniao portugal- espanha utopia ou futuro


agradecia que abordacem mais vezes temas relacionados com a investigação...

Anónimo disse...

Boa noite!

Sinceramente não sei até que ponto vão as qualidades e as deficiências da nossa investigação criminal, mas acredito que se pode sempre melhorar. Mas as melhorias passam muito por certas leis da justiça que por vezes não deixam que as investigações criminais possam seguir outras condutas quem sabe mais eficazes.

Mas o que me leva a comentar é principalmente a questão da comunicação social que tantas vezes me enerva, me irrita profundamente por ser demasiado invasiva e por bater constantemente na mesma tecla apenas especulando à volta do assunto lançando hipóteses sem saber se realmente se passa assim. Para que é que me interessa saber, por exemplo, que X pessoa saiu às tantas horas de não sei onde e foi não sei para onde e que se pensa que isto ou aquilo...? Interessam-me os factos apenas e não especulações e invasões de privacidade que aliás podem prejudicar em muito as investigações ao divulgarem as pistas, as suspeitas e mesmo ao especularem (além de que influenciam, às vezes de maneira errada, a opinião pública). Muito do que diz respeito às investigações em curso devem manter-se em segredo durante o tempo necessário e só depois divulgado, mas a comunicação social parece não querer respeitar isso e invade, especula e bate constantemente no mesmo assunto mesmo que não tenha novidades relevantes. Não quero com isto ofender, louvo o trabalho que fazem mas há coisas que irritam!

Cumprimentos a todos! =)