quinta-feira, fevereiro 28

Universidade mais competitivas: a solução para o ensino superior?

No top das 100 melhores universidades (na área da ciência e tecnologia) 80% são americanas e apenas 12% europeias. As universidades americanas são grandes em ideias, em criação de empresas, produtos – geram dinheiro portanto. No caso europeu, apenas Cambridge tem essa facilidade em criar empresas, mas que no final acabam por ser compradas por americanos. E em Portugal? Qual deve ser o papel das universidades na economia nacional? De que forma podem as universidades desenvolver as regiões onde estão localizadas? Faz sentido que o Estado continue a investir em cursos que quase não captam alunos e não oferecem saídas profissionais? Deve premiar o mérito investindo nos pólos onde se faz investigação de ponta?

25 comentários:

lady_blogger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lady_blogger disse...

Para que coloquemos uma das nossas universidades nesse top 100, talvez tivessemos de acompanhar algumas ideologias americanas. E que tal uma reforma do ensino superior que reestruturasse as nossas universidades tornando-as tão produtivas e férteis em ideias de negócios quanto as americanas?
É claro que por cá não podem ser todos empresários, porém podem todos ter boas ideias que de algum modo tirem o nosso país de uma conjuntura de crise económica.

CC

Maria Mendes

Pedro de Castro disse...

Boa tarde,
Para haver excelência é necessário haver motivação e meios. Obtive a minha licenciatura para Faculdade de Arquitectura de Lisboa e era incrível o que conseguiamos com o pouco que tinhamos à disposição e que felizmente foi aumentando ao longo do tempo. Mas sem dúvida que deveria haver restruturações para deixar o academismo e fomentar o empreendedorismo e a iniciativa. Esse factores são determinantes para a formação de profissionais e investigadores motivados.
Da minha experiência considero ainda estarmos longe. Reportando-me a uma pós-graduação que realizei no Instituto Superior Técnico - UTL, era incrivel verificar a falta de profissionalismo e interesse de Doutores que diziam não ter meios, nem sequer verba para fotocópias. Sem dúvida algo tem de mudar!

Pedro de Castro disse...

O desemprego de licenciados é escandaloso! Não vale a pena ser bom aluno, uma boa cunha vale mais que qalquer média ou profissionalismo. Tenho 28 anos, sou licenciado em Arquitectura pela FAL-UTL com média de curso de 16 valores com uma pós-graduação pelo IST-UTL com média de 15 valores e estou desempregado porque as únicas ofertas para arquitectos são com remunerações de 750€ a recibos verdes. Ou seja, quem aceitar tais condições vai estar a trabalhar para aquecer! Acho indecente o estado a que chegou o mercado de trabalho para licenciados. A minha geração é a geração dos 500€. Posso apenas dizer que em paises como a Irlanda e o Reino Unido agradecem a cada vez maior exportação de mão de obra altamente especializada. Portugal não para de perder capital humana e dispender meios a formar pessoas que não valoriza.

Mário Santos disse...

Boa tarde,

Tudo depende da política educativa e das "paixões" que os sucessivos executivos governamentais vão tendo...

Repare-se no projecto de objectivos comuns para a Educação e Formação na Europa, despoletados pela Estratégia de Lisboa em 2000 e que deveriam estar atingidos em 2010... era a Educação e Formação a contribuir para o crescimento e desenvolvimento económico e para a sustentabilidade do emprego... mas o processo não está a decorrer à velocidade que se previa... e parece que vai cair no esquecimento...

Repare-se que nos 5 grandes objectivos para a Europa em 2009, comunicados por Durão Barroso o Pres. da Comissão Europeia, no website da Comissão Europeia, não constam uma única vez as palavras Educação ou Formação... porque será?

Por isso, a ideia que fica é que é tudo uma questão de moda... provavelmente fala-se na Educação e na Formação quando se quer desviar a atenção de outros assuntos difíceis de justificar pelos políticos.

Gostaria de deixar estas questões: porque será que no caso das nossas Universidades (ao contrário das bolachas Nacional) o que é nacional não é bom? Porque será que por vezes basta falar numa qualquer universidade estrangeira, mesmo desconhecida, para logo à partida ser considerada como de melhor reputação que qualquer uma das nossas universidades?

Pergunto isto porque se temos massa cinzenta que é reconhecida lá fora, porque é que as nossas universidades não conseguem passar para esse patamar?

Saudações,

Mário Santos

JoanaM disse...

É de facto preciso mudar, e as mudanças são difíceis. Mas TODOS NÓS somos responsáveis pela mudança. Não é só uma questão de política educativa, é também uma questão de cultura, trabalho e brio e vontade de fazer as coisas bem. E esse papel está na atitute e forma de fazer de cada um de nós. Não nos podemos todos desresponsabilizar deste papel e estar sempre à espera do "estado". Porque esquecemo-nos sempre que o estado somos todos nós.
Acredito que a mudança só é feita com a educação, e isso começa muito antes da universidade.
Parabéns pelo programa!
Joana

Psicologia disse...

Boa tarde,

Gostava de saber o que tem feito o governo para precariedade laboral dos jovens licenciados...

Cumprimentos

Hugo

CuboMágico disse...

Pegando nas questões do último comentário revejo-me num Futuro não muito longinquo a fazer essas mesmas questões.

Sou estudante de 1º ano de um curso especialmente vocacionado para Investigação Científica e bastante recente em Portugal (Ciências Biomédicas). A questão é que infelizmente numa área destas somos quase obrigados a passar uns tempos no estrangeiro (Erasmus ou Estágio) para conseguir algum reconhecimento em Portugal.
É pena que assim seja, porque uma vez que uma ida para o estrangeiro no meu caso será algo bastante difícil de conseguir a nível económico, tendo a pensar que provavelmente serei mais uma licenciada desempregada ou a trabalhar em tudo menos num Laboratorio onde poderia contribuir para algum desenvolvimento no meu País.

Mário Santos disse...

Como podem as Universidades exigir que se saiba pensar, se até ao Secundário se promove o facilitismo? Não universidades a admitir jovens com média de 9,5 valores do secundário?

O Tratado de Bolonha dá indicações para se articular os 1º e 2º. ciclos do Ensino Básico, por um lado, e o 3º ciclo do Ensino Básico com o Secundário...

E entre o Secundário e a Universidade? Continua a haver um grande choque entre estes dois níveis de ensino, quer na quantidade de matérias tratadas, quer nos métodos pedagógicos... enquanto isto não for harmonizado, não se vai a lado nenhum... e decerto não passa por passar licenciaturas para 1 ano, Mestrados para 2 e Doutoramentos para 3 (claro que estou a ironizar)...

Sem exigência não há qualidade... tem de se exigir aos alunos, mas os docentes também têm de ser de excelência... e que sejam docentes que se possam dedicar ao ensino e que não sejam "obrigados" a gastar metade dos seus dias com actividades burocráticas e de secretaria... há quem goste de ensinar... deixem esses ensinar... os outros coloquem-nos nas secretarias...

Saudações,

Mário Santos

Turn left to Agra Morta disse...

Boa tarde
Sou aluno de mestrado da universidade de aveiro. e após alguns anos activo no mercado apercebi-me ao voltar ao estudo académico de que a universidade continua nos conteudos programáticos empenhada em apenas apetrechar os alunos com competências intelectuais que em pouco se relacionam com as necessidades do mercado profissional. Há como que um desligar insensível do mundo real que força os alunos a um assimilar constante de teoria que em nada será util na futura vida profissional. no meu caso sinto-me muitas vezes forçado a fazer trabalhos por fazer, por ter que cumprir um calendário de conteúdos e de timings que em nada nos enriquecem e em nada nos tornam mais valias para as empresas.

obrigado
leonardo Pereira

Rossano disse...

Porque é que em Portugal o ensino é tão fraco?

Porque é que os estudantes aprendem tão pouco em muito mais tempo que em outros países?

Noutros países, em que as aulas não ocupam o dia inteiro, mas sim, só as manhãs, os estudantes aprendem mais e melhor que em Portugal.

Porque é que noutros países as escolas conseguem organizar-se de tal maneira a oferecer aos estudantes bons horários escolares e em Portugal os horários estão sempre cheios de furos e estendem-se pelo dia inteiro?

Como é possível haver FALTA de profissionais em certas áreas e ao mesmo tempo licenciados desempregados nessas mesmas áreas?

Luisa disse...

Boa tarde!

Concordo que as universidades têm de ser mais competitivas e penso que têm um papel importante na articulação do seu licenciado com o mercado de trabalho.
A articulação da informação das Universidades com outras entidades estatais é fundamental.
É surpreendente por exemplo no meu caso, o Centro de Emprego não perceber ou reconhecer o que é um Bolseiro de Investigação e que os bolseiros fiquem completamente desprotegidos em termos de segurança social, após um período de investigação!

Luísa

Raquel disse...

sou licenciada e já estive inscrita no centro de emprego. Porém acabei por desistir da minha inscrição já que era notória a falta de resposta para a minha situação. Creio que os licenciados acabam por desistir de estarem inscritos nos centros de emprego visto eles não conseguirem funcionar para licenciados. O que mascara os verdadeiros números de desemprego

Deragnu disse...

Acabei de abandonar o ensino superior, por várias razões:

- Os cursos nocturnos entram por assim dizer pelo horário de trabalho, percebi então que a esmagadora maioria de estudantes nocturnos, são funcionários públicos, ou seja os outros não tem direito a estudar, não tenham a menor dúvida disto. Tinha 3 professores razoáveis e 3 péssimos, uma delas começou logo desde inicio a desmotivar-nos, (chegou a vir para aulas alcoolicamente feliz, ela o dia de outra forma, (justiça seja feita), e só uma outra professora nos incentivava. Tinha um professor que dava vários erros de português e chamado a atenção dizia que não estávamos numa aula de português. Meus amigos, são tantas e variadas até a declaração de Bolonha era pretexto, para desculpas, que desisti, com muita pena, realmente, mas o dinheiro não “estica”.

Até,

Pedro de Castro disse...

Relativamente à última peça, gostaria de fazer referência ao autêntico carrossel que são os gabinetes de arquitectura, a aproveitarem-se da necessidade de realização de estágios académicos e estágios profissionais para ingresso na Ordem, para terem mão de obra ciclíca a custo zero. São práticas como esta que estão a minar o mercado de trabalho. Relativamente a saída de quadros, as estatísticas valem o que valem e quem as faz não se iluda porque em áreas como a Arquitectura os licenciados não recorrem a centros de emprego porque as ofertas são anedóticas. Tenho conhecimento do meio e cada vez mais o norte da Europa e Espanha são o escape.

Maria Fernandes disse...

Para uma jovem que se encontra no secundário e pretende fazer formação na Fac. de Arquitectura de Lisboa na área da moda,será que irá ter alguma saida prpfissional?

Nossa disse...

A classe empresarial não se muda de um dia para o outro, mas existem associações empresariais que podem ser um alvo preferencial para a divulgação da mais valia que constitui empregar conhecimento (licenciados. Porque é que a Universidade não se dirige a essas associações que representam a enorme malha produtiva portuguesa? Não esquecer que essas associações empresarias possuem, por vezes, meios próprios de divulgação (boletins, etc) que maximizariam essa digulvação.

sonharamar disse...

A educação é só para alguns, quem vai para universidades privadas tem sempre melhor qualidade de ensino. Vejo colegas meus com óptimo aproveitamento que se vêem obrigados a desistir dos cursos porque simplesmente não têm capacidade económica para pagarem as propinas e os gastos inerentes ao estudo académico. Algumas universidades nem têm condições para os alunos terem aulas em salas de aula normais com um mínimo de condições dignas. Portugal é dos poucos países do mundo onde existem doutorados desempregados, ou vão para fora ou não têm emprego porque simplesmente as empresas não vêem uma formação mais elevada como uma mais valia mas sim como um gasto. Para quê contactar um doutorado se posso contratar um licenciado qualquer por um preço mais baixo para fazer o mesmo tipo de trabalho? É esta a mentalidade que precisa de ser mudada.

Maria João disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Gostaria de deixar o meu testemunho relativamente a esta matéria.
Sou Licenciado em Engenharia Electrotécnica e terminei o meu curso em 2003.Para conseguir trabalhar e ganhar experiência profissional tive que realizar vários estágios, na área que gostaria de exercer a minha actividade (Manutenção e Produção fabril).
Nos estágios efectuados ganhei imensa experiência, em ambiente multinacional. O problema é que estas algumas empresas colocam estagiários todos os anos apenas para suprimir carências de mão de obra e não contratam. Neste momento estou desempregado, e tem sido muito dificil arranjar emprego.
Gostaria de dizer que já trabalhei como técnico de manutenção a receber vencimento superior ao que me ofereceram em algumas empresas como Engenheiro.

Maria João disse...

As universidades seriam mais competitivas, ou melhor, formariam pessoas mais competitivas se os docentes passassem todo o seu conhecimento, nomeadamente a sua experiência profissional, ou seja prática. Muitas vezes parece que há uma resistência em passar todo o "know how" aos mais novos....aos menos experientes....Vivemos num país competitivo mas no mau sentido. Penso que deveria ser uma honra passar todo o conhecimento aos mais novos e inexperientes para que todos avancemos e o país avance. É fundamental que logo na Universidade haja uma preocupação em passar conhecimentos enão "licenciar pessoas"

acferreira disse...

Boa tarde.
Queria perguntar ao Sr Secretário de Estado quando será feito um estudo comparativo das classificações dos alunos das universidades privadas/públicas (mesmo curso)com as classificações alunos obtiveram nas provas de acesso ao ensino superior?
Por exemplo conheço varios casos de amigos, que frequentaram a mesma escola secundária que eu fizeram mesmas provas de acesso obtiveram notas nas provas 10 valores e que por isso foram para o ensino privado enquanto meu caso obtive 17 valores Matemática prova acesso acabei entrar universidade pública com um nível de exigência elevado acabei curso Engenharia com 12 valores enquanto esses colegas privada obtiveram sem qualquer esforço 17 valores média final do mesmo curso de Engenharia !!!!
Será que é justo como já aconteceu num concurso não conseguir o trabalho porque apareceu um desses espertos do privado(maioria das privadas) com notas altas que consegui o lugar mesmo sabendo menos?

As Universidades Portuguesas não estão nos primeiros lugares porque em Portugal há falta de meio natural num pais pequeno.
Depois em portugal as universidades são muito "bairristas" andam muitas vezes entretidas a discutir qual delas a melhor quando seria mais lógico juntarem esforços e meio e criarem curso conjuntos /em parceria.

Um relação ao trabalho existe dsemprego não vale pena tentar esconder, além disso existe muita gente que mesmo empregada (não conta para a estatistica)
ganha 500 euros e a recibos verde em trabalho fora da sua área prinipalmente em cursos baratos de abrir onde as Universiadades privadas apostaram e que saturaram o pequeno mercado Português.




António Cruz
Licenciado engenharia na Universidade Minho

Filipe Paulo disse...

Esta matéria é de facto das mais complexas e dificeis de debater porque vai englobar toda a economia;sociedade e mentalidade do pais.
No meu caso, bacharelato em Eng. Topografica, decidi fugir para Espanha em programa Erasmus, actualmente a fazer a licenciatura(4º e 5º ano).Como disseram no programa,é bom expandirmos os nosso conheçimentos,mas como se explica o encerramento do meu curso em Beja(ja so existe em Faro e Guarda),sendo que tem indice de empregabilidade de 100%?
Todos os alunos que sairam(alguns ainda estao a acabar) daquele curso,têm emprego e o curso encerrou porque so entravam 10 pessoas por turma.
De que nos vale formar pessoas e ter cursos com 200vagas(via ensino;ciencias sociais;etc) se depois vao para o desemprego?Quando cursos com excelente empregabilidade começam a fechar ou a ter menos vagas.
O estado tem de pagar a formaçao e ao fim de uns anos, o fundo de desemprego a essa pessoa.Porque nao ver e informar as pessoas sobre os cursos que ja nao têm saida profissional ao inves de formarmos desempregados??
Quanto ao desemprego, os melhores alunos sao convidados para ir trabalhar para o estrangeiro(tenho amigos na alemanha;brazil;holanda;etc) como engenheiros e cá temos de contratar empresas de fora para fazer esse trabalho.Algo está mal meus amigos.Temos de começar a manter o nosso produto(os melhores profissionais),para dps esses sim ensinarem os alunos.
Resumindo,é por isso que quem pode tira o maximo de graduaçao possivel e temos mestres e doctores sem saberem como recuperar o investimento feito.
So pa dar exemplo,ninguem pensa em mestrados;pos-graduaçoes e afins.Faz-se 3 anos e depois é trabalhar!Nao se preocupam com + nada.
Gostava que este assunto fosse debatido pelos nossos responsaveis,porque gostava de 1 dia regressar ao meu pais de modo a puder ter 1 vida digna.
Obrigado

Filipe Paulo disse...

So pa dar exemplo,em Espanha,ninguem pensa em mestrados;pos-graduaçoes e afins.Faz-se 3 anos e depois é trabalhar!Nao se preocupam com + nada.

Mário Santos disse...

"em Espanha,ninguem pensa em mestrados;pos-graduaçoes e afins.Faz-se 3 anos e depois é trabalhar!Nao se preocupam com + nada."

Olá Filipe Paulo,

Se calhar cá é ao contrário... pensa-se em Mestrados, PGs e Doutoramentos porque não há trabalho... lá como têm trabalho, não têm tempo para estudar...

Saudações,

Mário Santos