quarta-feira, março 26

O Valor da Virgindade


Será que casar virgem hoje é uma imagem apenas dos filmes de época? Actualmente, as pessoas escolhem a virgindade até ao casamento por várias razões – por opção, pela moral e bons costumes, cultural ou religiosa, outras por pressões familiares. Mas terá a virgindade ainda valor ao ponto de algumas mulheres optarem pela cirurgia que devolve a “pureza”?
Haverá tempo para falar de um movimento nascido nos EUA, no anos 90, a “nova virgindade”, em que pessoas deixam de acreditar em relações que tenham como alicerce o sexo. Outros optam por não ter mais sexo na vida, por receio de contraírem alguma doença sexual. Muitos decidiram-se pela abstinência na adolescência e hoje, já adultos, ainda esperam pela pessoa certa.

21 comentários:

Nheca disse...

Gostaria apenas de deixar um ponto de leve discussão: a virgindade como oposto à promiscuidade. Costuma-se dizer que no meio está a virtude! A verdade é que a Igreja Católica (e quase todas as religiões) aponta a virgindade/castidade (não fazer ou fazer com pureza?) como um caminho, no sentido de ser o oposto da promiscuidade. Estando a maioria de nós a meio caminho de ambos os extremos, para qual dos lados optamos por nos aproximar mais? Inês.

Moscat Girl disse...

A virginidade é um estado de espírito. Não acredito que deva ser um valor, sendo o sexo um acto natural no ser humano qual a importância da "1ªa vez"? A 1ª vez implica outros valores tal como o respeito por si próprio. Cristina

Inês disse...

Uma pergunta: o dogma da Imaculada Conceição de Maria não está totalmente deslocado nos dias de hoje?
Jesus filho da Virgem Maria, concebido pelo Espírito Santo. Porquê? Concebido sem pecado?

Unknown disse...

O artigo é muito pertinente. É pena que a religião católica não tenha as respostas adequadas para responder a esta como a tantas outras perguntas. Na verdade a virgindade é defendida pela Bíblia, não só no Antigo Testamento como no Novo (pelos apóstolos). Conheço imensas pessoas (com idades variadas) que permanecem até ao momento virgens (no pleno sentido da palavra). Os valores morais, para quem acredita mesmo neles, permanece virgem até ao casamento (sem contacto fisico nenhum). A perda da virgindade é um crime contra o nosso próprio corpo. O verdadeiro amor, porém, “não se comporta indecentemente, não procura os seus próprios interesses”. (1 Coríntios 13:4, 5) No casamento honroso, o sexo tem um objetivo digno e belo. (Gênesis 1:28; Provérbios 5:15-19) Mas, fora do casamento, muitas vezes não passa de lenitivo para traumas emocionais, fuga das pressões, muleta para o ego deprimido, reação à pressão de outros jovens ou oportunidade de desfrutar as intimidades do casamento sem aceitar suas responsabilidades. Agradeço a oportunidade de expressão. Só para salientar que os valores das Testemunhas de Jeová não evoluem com a mentalidade da sociedade, mas mantém-se integros aos valores morais da Bíblia Sagrada.

Orlando Pinheiro disse...

Quando se fala de Virgindade, fala-se apenas da virgindade feminina.
E a virgindade masculina?

E vou mais longe, nós os homens que "sabemos" sempre tudo sobre sexo, nunca temos dúvidas, somos os verdadeiros 'virgens' quando entramos para uma relação.

Outra coisa: Podemos apostar numa relação que queremos que dure muito, o mais possivel, sem conhecermos sexualmente o nosso parceiro?
É o sexo muito importante na relação? Sim, claro que é.

J.Ligeiro disse...

O facto de se ser "virgem" é apenas uma regra criada para que o homem respeite a mulher. Se o namoro for só para a brincadeira, então não houve contacto fisico entre ambos para além do beijo. O homem tem tendencia para desrespeitar esta caracteristica fisica e forçar os acontecimentos. As mulheres, ávidas da descoberta do corpo, deixam-se levar pela vontade que é acompanhada pela libertação das hormonas. Isto fisicamente, mas tambem conta a parte mental. Cada cidadão é livre de pensar eroticamente sobre outro, do mesmo género ou não, e isso é um facto natural que não pode ser evitado. Neste caso, desrespeitar é imaginar a pessoa com quem está na forma de outra.

S.E.Q.S.O. disse...

Como movimento de Estudantes que luta por uma Educação Sexual nas escolas, acho que é importante referir que existe entre os jovens de hoje um pensamento generalizado, onde se diz que a virgindade se perde, no caso das mulheres, quando existe a penetração por parte do pénis na vagina, e nos homens quando o pénis “penetra” na vagina da mulher. Sendo este um tema que infelizmente não é discutido nas escolas (como quase todos que abrangem a sexualidade), não demonstra assim, a partir deste pensamento que grande parte dos estudantes tem, uma postura muito “heterossexista” das escolas? E assim sendo da sociedade?

Diogo Silva

Orlando Pinheiro disse...

As minhas desculpas Fernanda...

Vamos lá fazer de conta que estamos no século XXI e arranjar temas mais interessantes para este Fabulástico programa.

desculpem a transparencia

A. SILVA disse...

b tardes

Mario Clipper disse...

A etnia cigana, os catolicos conservadores, a comunidade ismaelita ou judaica, tem todo o direito de fazer permanecer a sua identidade e padroes morai : é tb isso que os mantem unidos.

Sao as maes que transmitem às suas filhas estas tradições,provavelmente, mais que os os proprios pais.

Quem quer abandonar estas tradições pode faze-lo, mas corre o risco de perder a ligação para a sua própria comunidade.

A virgindade é aliás um tópico de discussão actual tb nos Estados Unidos na comunidade caucasiana.

Podemos contestar tudo e mais alguma coisa: e isso faz parte em geral da sua própria busca de identidade contestar aquilo que lhes parece menos "democratico" ou "evoluido".

O valor atribuido à virgindade é apenas um aspecto dessa diferença.

Mario Filipe

.lado errado do coração disse...

Para mim a perca da virgindade seja lá qual for o seu sentido da palavra, deve ter como critério apenas um: ser com alguém que amamos e que nos respeita plenamente.

Com matrimónio ou não, a práctica de sexo num casal que se ama, aumenta a sua intimidade e confiança em todos os aspectos, tambem fisicos e nao so' espirituais.

E de certeza que um casal que já se conhece fisicamente e tem grande intimidade, terá pilares bem mais sólidos para um matrimónio duradouro.

Concordo que o sexo nao é só penetração vaginal, o sexo é darmo-nos ao outro plenamente e pode ter várias formas, mas uma coisa é certa, o sexo nunca será uma coisa impura, apenas uma coisa que nos é intrinseca.


Bom tema
Andreia, 17 anos

A. SILVA disse...

SEJAMOS HONESTOS, A VIRGINDADE TAL COMO A CONCEBEMOS, O HÍMEN, NÃO PASSA DE UMA PROVA, TAL COMO O SELO DO IMPOSTO AUTOMÓVEL, PORQUE ALGUÉM TEM MEDO DE POSSÍVEIS COMPARAÇÕES OU DE OUTROS, PARA NEGÓCIOS CRIMINOSOS. TENHO A CERTEZA QUE A NATUREZA NÃO DESTINOU O HÍMEN, PARA ESSAS INTERPRETAÇÕES, O HOMEM É QUE COMO SEMPRE ADULTERA TORCE A NATUREZA CONFORME AS SUAS VONTADES.

A. SILVA disse...

SE QUISERMOS SER HONESTOS, PODEMOS FACILMENTE CHEGAR A UMA CONCLUSÃO MUITO SIMPLES: QUEM DEFENDE FANATICAMENTE O HIMEN, SÃO AQUELES QUE, NÃO TENDO AUTOCONFIANÇA, FICAM COM MEDO DE POSSIVEIS COMPARAÇÕES DA RECENTE CONSORTE, COM PARCEIROS ANTIGOS, EM DESFAVOR DO ACTUA, COMO TAL NADA MAIS FACIL, EXIGE-SE O HÍMEN INTEGRAL, SEM MACULA DE PECADO.

A. SILVA disse...

O HÍMEN SERVE DE DEBATE NOS EUA PARA COMBATER DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS SEXUALMENTE, E NÃO POR RAZÕES MORAIS OU RELIGIOSAS.

A. SILVA disse...

ASSIM COMO EM DETERMINADAS RELIGIÕES SE OBRIGA AS MULHERES A TAPAREM-SE DA CABEÇA AOS PÉS, E PRINCIPALMENTE A TAPAR COMPLETAMENTE O CABELO, ISSO EXPLICA-SE CITANDO UM DITADO BEM CONHECIDO EM PORTUGAL: A GALINHA DO VIZINHO É BEM MAIS GORDINHA QUE A MINHA. ASSIM ESCONDE-SE A GALINHA (TAPA-SE).

A. SILVA disse...

NESTE PONTO DO DEBATE CHEGA-SE FACILMENTE A UMA CONCLUSÃO: A MULHER E O HÍMEN É TUDO MENOS UM SER HUMANO OU UM SIMPLES MISERÁVEL PEDACINHO DE PELE OU LÁ O QUE SEJA, PARA PASSAR A UM SÍMBOLO DISTO E MAIS AQUILO, OU PARA SUJEITAR A VONTADE E LIBERDADE DE UM SER HUMANO, POR RAZÕES QUE BEM NO FUNDO SABEMOS BEM PORQUE (COMPLEXOS DE INFERIORIDADE,BAIXA AUTOESTIMA, NEGOCIOS).

A. SILVA disse...

NÃO PERCEBO PORQUE É QUE ALGUÉM PRECISA DA RELIGIÃO OU DOS PAIS, PARA SE MANTER VIRGEM TODA A VIDA?
BASTA SIMPLESMENTE DIZER NÃO.

A. SILVA disse...

OS CIGANOS QUE IMPONHAM A LEI DA VIRGINDADE EM RELAÇÃO AOS HOMENS, HAVIA DE SER O BOM E BONITO, E O MESMO APLICA-SE AS OUTRAS RELIGIÕES. E SABEM PORQUE É QUE ISSO NÃO ACONTECE NEM NUNCA VAI ACONTECER? PELA SIMPLES RAZÃO DE AS REGRAS E LEIS ESTAREM VICIADAS DESDE O PRINCIPIO, FORAM CRIADAS E APLICADAS PELOS HOMENS.

A. SILVA disse...

POR ALGUMA RAZÃO NAS SOCIEDADES ONDE EXISTE ESTE TIPO DE REGRA E LEIS AS MULHERES NÃO SÃO TIDAS NEM ACHADAS SOBRE ASSUNTO NENHUM. NEM SOBRE ESTES NEM OUTROS ASSUNTOS, NEM SOBRE AS SUAS VONTADES NEM SOBRE O SEU CORPO.

A. SILVA disse...

UMA PERGUNTA MUITO SIMPLES AO SENHOR REPRESENTANTE DA COMUNIDADE CIGANA: O QUE É QUE ACONTECE A FILHA DE CIGANO QUE NÃO QUEIRA OU NÃO ESTEJA DE ACORDO COM ESSA LEI OU REGRA E RESOLVA TER DEIXAR DE SER VIRGEM ANTES DO CASAMENTO????

Ana Ferreira disse...

A perda da virgindade é, ainda, nas sociedades de hoje alvo de uma série de preconceitos e de estereotipos. Todavia, mesmo na manifestação de este acto há uma clara desigualdade nos termos de género. Por exemplo, na comunidade cigana a traição contra o homem é impensável, o que já não acontece com o sexo oposto. O homem é preparado para o valor do autoritarismo, do emotivamente mais forte e do machismo. Nestas comunidades, há uma clara relação de dominação, mesmo na determinação de valores tão lógicos como a crença sexual. Isto estende-se às restantes sociedades. Para muitos homens, a perda da virgindade é um valor banal, que manifesta o papel do “macho latino”. As mulheres resumem-se a meras propriedades ou objectos a preservar e a integrar nos moldes pelos homens exigidos. Qualquer comportamento menos próprio por parte da mulher seja ou não cigana, já é motivo de chacota social. Mesmo nos termos da educação, a mulher cigana só necessita de ter o 4º ano de escolaridade, porque a sua função é reduta: ler, escrever e fazer contas nas feiras. O homem, contrariamente, pode e deve estender o seu campo educacional, o que não se tem vindo a revelar em massa. A mulher tem, ainda, a função da lida da casa, da educação e do suporte da carga da educação dos filhos. Os homens reduzem a sua função à educação machista dos homens-filhos e à educação conservadora, regrada e rígida das mulheres-raparigas, mesmo em matéria de sexualidade.
No que diz respeito ao acto de manifestação ou de visibilidade do lençol com sangue isto reverte-nos para uma reflexão extremamente delicada: nas comunidades ciganas o ritual do acto sexual torna-se público, quando, na realidade, é posta em causa a intimidade ou revelação privada do acto.
No que concerne à religião, esta ainda continua a confinar como valor máximo, a perda da virgindade pós-casamento. Todavia, nas sociedades hodiernas este comportamento tem vindo a manifestar-se tendencialmente contrário, felizmente.
Contudo, a sexualidade deve ser usada em momento certo, oportuno, independentemente do estado civil, da raça, da etnia, da crença religiosa, etc.