quinta-feira, abril 17

Com que se preocupam os portugueses?

84% dos portugueses considera que os riscos ambientais tendem a aumentar. A saúde e o sector alimentar completa a lista das maiores preocupações dos portugueses neste momento. Casos com a BSE, a gripe das aves, a pneumonia atípica, produtos alimentares contaminados a acumulação de resíduos industriais perigosos parecem fazer desta sociedade uma “sociedade em risco”, como alguns já apelidaram.

Neste SC queremos perceber quais foram as estratégias aplicadas para resolver estas problemáticas, quem foram os seus actores e tentar perceber quais as consequências existentes no sociedade que se encontra em risco permanente e os estados de angústia que o risco provoca nos cidadãos.

17 comentários:

lady_blogger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lady_blogger disse...

Desde sempre e a maioria das pessoas se preocupou com a morte. Mas se falarmos de quais são as preocupações que "andam na boca" dos portugueses, parece-me ser a crise económica, o desemprego, a saúde ou falta dela e as mudanças climáticas.
Pensam mais nos problemas do que em soluções. Se poupassem e se prevenissem talvez não tivessem tantas preocupações.

CC

Maria Mendes

Ana Ferreira disse...

Penso que as principais preocupações dos postugueses ultrapassam o sentido das verdadeiras e graves preocupações. Julgo que as mesmas são auto-centradas e revelam, antes de mais, a preocupação do “umbigo” de cada um. Evidentemente, que vivemos numa sociedade marcada, diariamente, pelo crime, maus-tratos e violência de forma continuada. As questões ambientais, as questões no âmbito da saúde, no âmbito económico, etc. têm vindo a manifestar-se como as que mais atormentam o povo português. Contudo, as problemáticas ligadas ao crime têm consequências nefastas e muito mais gravosas. No entanto, há que mostrar que problema gera problema e é este ciclo de problemas que, no seu conjunto, devem revelar igual preocupação. Por outro lado, estabelecer uma correlação entre problemas sociais é inteligível, mas nem sempre há uma relação de causa e efeito. Por exemplo, nem sempre a tendência para o “carjacking” resulta de uma falida situação económica, mas pode derivar do simples gozo ou “gosto pela aventura”. De todo o modo, criar estratégias para ultrapassar a ânsia e o estado de preocupação de um cidadão é um passo fundamental, mas este só estará completamente garantido se o Estado e a Sociedade de intervenção trabalharem conjuntamente. Sociólogos, psicológos e educadores sociais são peças essenciais no auxílio da auto-protecção e da auto-preservação da pouca confiança que os portugueses ainda depositam no “estado das coisas”. Porém, o trabalho deve partir, em primeira instância, da comunidade e da capacidade de criar apoio inter-comunitário. Por isso, aponto como preocupação, também, a falta de civismo, ou seja, a falta de preocupação directa que existe em domínios ou campos de interesse público. Evidentemente que com esta ideia tendo a mostrar que uma das minhas inquietações é a falta de inquietação de muitos actores sociais, em matéria social, pública ou colectiva.

Ana Ferreira disse...

Errata: 2ª linha; onde se lê: postugueses; leia-se: portugueses.

go agir disse...

A mim preocupa-me que o frigorifico esteja a funcionar 24 horas por dia. 7 dias por semana. 365 dias por ano. Em, praticamente cada casa. E que dentro de cada frigorifico estejam uma data de produtos com embalagem descartavel.

Preocupa-me que para percorrer 1 km seja imperetrivel para a maioria dos portugueses pegar no automovel. Que não haja noção de distancia, de força, ou de poluição.
E que não haja atitude política para reduzir o culto deste automovel, que nao respeita tratados como o de Kyoto ou declaraçoes como as do premio nobel. Preocupa-me sair à rua e ver grandes cartazes a insistirem que eu compre um automovel.

Preocupa-me serem coisas como estas que provocam a insustentabilidade e o desiquilibrio ambiental e ainda assim serem estas coisas que aparentemente não podem mudar.

go agir disse...

Preocupam-me os telefones.

Unknown disse...

Sobre a falha da Educação Ambiental... Tem a ver por um lado com a intuição dos cidadãos, de que há uma apropriação, sempre, pela classe política de tudo quanto é polémico, o que distorce de facto a legitimidade da causa. Por outro lado, há um desconhecimento profundo da natureza e dos fenómenos, o que faz com que as pessoas não entendam o alcance da sua actuação individual. E aqui abra-se espaço a uma outra reflexão: é moda o Bio (Bioeconomia, Bioética, Riscos Biológicos/Alimentares, Agricultura "Biológica", Arq. Bioclimática,...) num exagero tal que surgem designações pouco correctas até, acentuando o estigma de moda com todas as suas consequências. Outra consequência deste mediatismo selectivo é esquecer-se impactes antigos e que são igualmente importantes: os Riscos Naturais ligados quer à Geodinâmica do Planeta (inundações) quer ligados à actividade humana (exploração de água,pedreiras, petróleo, e todos os recursos naturais.
Veja-se o caso recente/antigo dos trabalhadores da Urgeiriça que morrem de cancro. Quem fala disto!? E das areias contaminadas vendidas para construção que afectam pessoas moutras regiões até! E quanto
à Água! O negócio milçionário dos sondadores é acobertado pela lei recente -errada e omissa. Ainda se acha viável não se dar emprego a geólogos? Que legitimidade tem um Governo que esconde estas realidades?! Por tudo isto não se acredita...

manucha disse...

Infelizmente tb as classes mais altas e com mais possibilidades informativas, entre outras;parecem estar um pouco alheadas da realidade e são ainda muito poucos aqueles que mudaram os seus comportamentos, quer no ãmbito da alimentaçao, quer nos seus hábitos quotidianos ,para a prevenção do meio ambiente;Preocupados, mas só na teoria!!

go agir disse...

Preocupa-me que o metro não seja gratuito. Que a matematica diga aos cientistas: tens que deixar de andar de automovel; mas que diga aos economistas: tens que vender mais automoveis.

Preocupa-me ver guerra na televisão enquanto estou a jantar. Perceber que essa guerra é para alimentar os automoveis que poluem.

Preocupa-me que não haja anuncios a marcas de bicicleta no horario nobre da televisão.

Unknown disse...

(perdão pelos erros ortográficos)Veja-se o caso das inundações, 40 anos depois, a água é a prova dos nove à falta de Ordenamento e Governo. Morrem pessoas por incompetência e corrupção, ao não haver vontade política de fazer bem. O atalho nas boas práticas e a ganância impera. Profissões como geólogos são um entrave ao "progresso" Em Portugal vão registar-se mais mortes e danos por catástrofes naturais, e no final vai-se ouvir dizer com hipocrisia - " É a Natureza. Não havia nada a fazer!". Até quando pergunto.

go agir disse...

Preocupa-me que ainda hoje o Jornal periodico seja diario.

Faz-se e distribui-se toneladas de papel de jornal. Todos os dias. Por todo o País.

Preocupa-me que ler o jornal diario seja considerado um habito são. Porque para além de consumir arvores estupidamente, para fazer papel, não contribui sequer para a ordem de ideias. Contribuimos assim para o caos em vez da ordem.
Afogamo-nos em noticias e actualidade em vez de gerirmos a informação, a comunicação e o conhecimento com mais periodicidade, menos pressa e mais eficacia.

go agir disse...

Preocupa-me que os pais vão buscar os filhos à escola de carro em vez de os ensinar a caminhar.

Unknown disse...

A falta de coerência de quem manda é refletida ainda, na constante mudança de bilhetes nos transportes públicos de Lx (caso que conheço e uso por vezes) num negócio de venda de diferentes cartões que depois caducam num determinado prazo. E querem-me convencer que morando eu a 300Km de Lx venha dentro do prazo trocar bilhetes... Por tudo isto não se acredita em Política! Por tudo isto me inquieto! E se anda de carro!!! (e esse até é o objectivo escondido, malicioso...)

Unknown disse...

sou geólogo do ramo hidrogeologia (água subterrânea) e não tenho emprego nem nunca tive nesta área, porque está a saque. É degradado o valioso património nacional e comprometido o futuro (dado que uma vez poluído medem-se em décadas o tempo necessário para restabelecer-se equilíbrio) e nada é feito! Merecia um programa este tema, pela relevância do recurso e como exemplo, de como um bem invisível é aproveitado por alguns e destruído para todos!

Unknown disse...

E um caso de Saúde Pública... Onde ASAE não existe!

Unknown disse...

Preocupa-me o caso dos Condomínios, outra área abandonada pelo Estado e fonte de conflitos intermináveis! Como é possível ser-se tão incoenrente em Política. Onde está a visão de Estado? A defesa dos cidadãos e dos seus direitos mais fundamentais?! Ou, será que o que se pretende é ocupar cada vez mais os cidadãos com problemas para melhor se abusar? Quem para este maquiavélico sistema de opressão e infelicidade?!

Anónimo disse...

A mim preocupa-me o desperdício megalómano de levar o TGV até Lisboa (só na Estação do Oriente vão € 74M + € 6M para o arquitecto Calatrava) em vez de se gastar esse dinheiro a fazer as ETARs que não existem, os hospitais que não existem ou estão sobre-lotados e com cada vez menos especialistas, os Centros de Saúde que não existem ou não têm médicos, os SAP que fecham às 20:00 e muito mais coisas.

E nem sou comunista nem nada, que esses também já capitularam aos grandes interesses económicos e só lhes interessa mostrar obra... mesmo que à custa da desgraça do povo que vai ter de pagar mais esta enormidade (a outro foram os Estádios de Futebol).

Até mais.