sexta-feira, junho 6

Vai haver falta de médicos?

A falta de médicos que já se faz sentir atingirá o período crítico entre 2012 e 2017, quando os profissionais formados no boom pós 25 de Abril atingirem a idade da reforma.
Em Portugal, há actualmente 33 mil clínicos inscritos na Ordem dos Médicos e formam-se, por ano, perto de 1200.
Para a ministra da Saúde, Ana Jorge, “a situação poderá ser muito complicada”.
Por outro lado, o Sindicato Independente dos Médicos lembra que centenas de jovens estão a formar-se no exterior e ajudarão a atenuar a possível falta de médicos.
Mas podem não vir para o mal remunerado SNS: um estudo da Organização Mundial da Saúde revelou que o mundo precisa de mais 4 milhões de médicos.
Neste Sociedade Civil, queremos apontar as razões e possíveis soluções para a falta de médicos em Portugal.

Convidados:
José Fernandes e Fernandes - Pres. Cons. Directivo da Fac. de Medicina da UL
Carlos Arroz - Secretário - Geral Sindicato Independente dos Médicos
Correia da Cunha - Director Clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte

45 comentários:

Anónimo disse...
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lady_blogger disse...

Os médicos não querem trabalhar em Portugal por receberem mal, mas sim porque ganhar melhor no exterior.
Em Portugal e para os padrões de vida dos pacientes, acho que os médicos ganham até bem demais. Reconheço que para os manter por cá será preciso dar-lhes mais uns trocos, mas se eles aumentarem os preços das suas consultas terão menos doentes nos seus consultórios porque a média salarial dos portugueses não lhes permite custear consultas tão caras.

CC

Maria Mendes

lady_blogger disse...
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Gil Cavalheiro disse...

Continuo a insistir: Porque é que as médias em Portugal são tão elevadas no que diz respeito à área da Medicina?
Porque é que continuamos a ir buscar médicos formados em Espanha se temos profissionais de saúde de igual ou melhor qualidade e consequentemente obrigamos estudantes PORTUGUESES a irem fazer o seu curso a outros países?
Isto faz algum sentido?
Este tema tem sido muito discutido e debatido nos últimos anos, mas será que ninguém consegue dar uma resposta querente e ao mesmo tempo válida?
Talvez se este problema fosse resolvido, não haveria o risco de nos próximos anos termos falta de médicos em Portugal.
Obrigado e Parabéns ao programa.

Gil Cavalheiro - Matosinhos

Unknown disse...
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Unknown disse...

Boa tarde,
A democratização do ensino superior é sem dúvida recente em Portugal, e se o que se verificou nestas três últimas décadas é que qualquer cidadão tem a oportunidade de concorrer ao ensino superior, a verdade é que não é qualquer um que tem o "previlégio" de entrar. O conselho de reitores se fizesse o seu trabalho já teria à muito tempo percebido que a formação de médicos estava a ser feita em número inferior às necessidades do país. Tendo o estado a resposabilidade de formar os médicos como é possível que não se tenha verificado esta realidade antes de se tornar crítica?
2ª Ponto - Como é que em Portugal nos damos ao luxo de dispensar alunos brilhantes de seguirem para medicina por lhes faltar uma décima de valor? Isso é algo que só concebo acontecer em países com excesso de médicos!
O que me parece é que continuamos com a mentalidade feudal e que ser médico é um "privilégio" apenas para alguns. Formar um médico saí muito caro ao Estado, e eles são formados graças aos impostos de todos nós, por isso choca-me que quando se precise de um médico no SNS seja dificil conseguir uma conseulta em tempo útil e quando se consegue se depare com uma atitude de verdadeiro "frete" por parte do médico! Em contraste ao que acontece nos serviços privados, em que os médicos são só simpatia.
Espero que esta mentalidade mude!

Pedro, Lisboa

Unknown disse...
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Unknown disse...

gostaria de colocar a seguinte questão aos convidados:
Sentiam-se seguros se precisassem que lhe efectuassem uma ressonância magnética por motivo de um acidente se estivesse no interior do país?? Pois eu teria medo e digo que ao viajar por certtas zonas do país espero nunca precisar de apoio médico pois o final tenho a certeza não será o melhor

Joana disse...

Bom dia Fernanda!

Tenho 19 anos Sou aluna da Faculdade de Medicina da Un. do Porto.

Não acredito no discurso de vai haver falta de médicos no país, as faculdades de medicina andam sobre-lotadas, no hsj existem anfiteatros para cerca de 150 pessoas e nós somos 300.

O problema não é falta de médicos mas sim a sua distribuição. O sistema nacional de saúde é o grande problema.

O nosso Presidente da Assoc. de Estudantes na presença do director da faculdade referiu que até 2013 há garantias de colocação após curso.. E depois?

Ando a estudar anos a fio, incluindo na faculdade, pois ainda estudo mais do que estudei no secundário e se calhar nem tenho emprego?

Joana disse...

*hsj = Hospital São João

Unknown disse...

Boa Tarde!

Antes de mais, parabéns pelo programa! Gostaria de emitir uma opinião relativamente ao acesso ao curso de Medicina. Penso que deveria ser profundamente revista esta questão, no sentido de facilitar o acesso a pessoas de uma faixa etária superior aos jovens, ainda quase adolescentes, que ingressam em Medicina após o ensino secundário. Há jovens adultos já licenciados, com experiência profissional, académica e acima de tudo com experiência de vida, que adorariam vir a ser médicos um dia, mas o sistema não ajuda de modo nenhum. Primeiro, porque finalizaram o ensino secundário há 10 anos ou mais e é-lhes impossível competir com elevadíssimas médias com que os jovens adolescentes terminam hoje em dia.
Neste sentido, gostaria que dessem até prioridade a estes jovens adultos já com percurso considerável, facilitando-lhes o acesso e abrindo mais vagas para estas pessoas.
Talvez se fosse possível implementar unicamente a nota dos exames nacionais (para não se ficar "preso" e impossibilitado de concorrer por já terem concluído o ensino secundário há imenso tempo), ou implementando outro método de selecção, com recurso a entrevista, ou talvez um tempo de uns meses com experiência de contacto mais prático nesta actividade, etc.
Obrigada pela atenção e continuação de excelente trabalho!

Unknown disse...

Acho engraçado como se defende a abertura de um maior nº de vagas nas faculdades para a formação de médicos, quando as próprias faculdades não têm pessoal docente suficiente para os alunos que acolhem.
No nosso país existem cada vez menos pessoas capacitadas para o ensino médico; as próprias faculdades não incentivam os alunos a interessarem-se a evoluir na área de investigação médica. Numa faculdade do nosso país é necessário vir um professor de Espanha lecionar uma cadeira porque não existe pessoal disponível graduado no nosso país!
Falo por experiência própria.
Helena

Sociedade Civil disse...

caros comentadores,
o administrador do blogue reserva-se o direito de retirar comentarios que percepcione serem fora do contexto abordado no programa.
qualquer duvida sobre a gestão do mesmo deverá ser colocada através de mail

Saudações civis

Unknown disse...

Falou-se de ser inconcebível formar médicos para o desemprego. É pena que essa preocupaçãp não seja extensível a outras áreas em que temos jovens a ir para cursos de arquitectura e a entrar nas faculdades com média de 18valores e a única expectativa que têm no final do curso é o desemprego por falta de controlo da abertura de vagas pelas privadas, mas esse não é o tema de hoje.
A precepção que se tem da empregabilidade dos médicos é precisamente reflexo do grande controlo que sempre ouve no acesso à formação e profissão. Até finais dos anos 70 quem é que ía para médico? Os filhos dos médicos! Não sejamos utópicos, em Portugal até final dos anos 70 só uma minoria abastada tinha acesso ao ensino superior e no caso da medecina nunca se alterou estamentalidade de entra a conta-gotas. Talvez por isso os serviços sejam tão caros em certas especialidades. É uma lei básica da economia que quando a procura é superior á oferta o custo sobe.

Joana disse...

Desculpe-me intervir outra vez

Não concordo com o Sr que referiu que através das notas não dá para ver a aptidão dum médico..

Claro que a nota não diz nada do futuro médico que poderá vir a ser, mas alguem que não se identifique com a profissão poderá acontecer-lhe duas coisas:
1) faz parte do insucesso
2) Será moldado pela faculdade e será igual aos outros

Unknown disse...

"Os erros dos arquitectos ficam à vista de todos, os dos médicos vão para debaixo de terra"
Com isto apenas digo que prefiro um médico cientificamente competente e com falta de simpatia a um médico muito cordial e cientificamente frágil. Um aluno com média de 19 valores revela uma capacidade de emprenho, estudo e dedicação que nenhum aluno com média de 15 tem. A média vale o que vale mas é reflexo de muito.

Cá em casa somos 3: disse...

Concordo plenamente no que diz respeito à avaliação de competências para entrar no curso de medicina. Muitos alunos não têm vocação, mas por terem "nota" entram...
E já agora porque razão os atletas da federação entram com média de 12 valores para medicina? Conheço alguns casos... e acrescento que os meus amigos que entraram nesta situação apenas praticaram desporto para entrarem na faculdade com uma média baixa.

Ludovico M. Alves disse...

Boa tarde Fernanda.
Penso que devido à idolatrarão “meritocrática” (justa ou injusta estas novas gerações de médicos criados a pensar em €) e social pelos médicos vai de encontro a uma visão que eu defendo devido à minha análise da investigação, evolução e mudança das técnicas da saúde no novo mundo.
E a verdade é que o médico como conhecemos, a meu ver, vai desaparecer.
Vai crescer cada vez maior abismo entre o médico hoje conhecido e o cirurgião. O médico de família, já em extinção, é um exemplo de um tempo de medicina que vai desaparecer. Médicos, passarão a ser sinónimo de cirurgião.
Dependo já essa visão: o desenvolvimento de tecnologias revolucionárias em termos de biomateriais, bioinformática, bioquímica, e outras áreas revolucionam a terapêutica, passando para uma medicina cada vez mais preventiva. Cada vez menos dependente do médico. Afinal, não vai o Português ao médico quando dói? Se a medicina passa a servir para impedir o mal, o que aconterá?
Outro ponto fulcral é a crescente formação de EXCELENTES cursos com vertente de técnicos de saúde, em 1ºs e 2ºs ciclos do ensino superior. Cursos que em certos aspectos e para certas formações, possuem a mesma ou superior capacidade de exercer medicina preventiva que médicos. Biomédicos, enfermeiros, analistas clínicos, farmacêuticos de 2º ciclo, bioquímicos, microbiologista, a lista é infinita.
Mas a sociedade continua a ver médico como rei. E o que acontece? Os erros estão aí. O médico, o ego inflacionado, não ouve o analista que recomenda um factor na análise. Não ouve o bioquímico que sugere um tipo de meningite 24h antes do seu convencional método que ele aprendeu na sua faculdade o permitir, não escuta o farmacêutico que avisa de princípios activos perigosos para o paciente…
Este é o meu parecer, que esta revolução vai acontecer e cabe ao sistema nacional de saúde adaptar-se. No entanto, gostava de saber o que os convidados acham desta questão de mudança e da necessidade de valorizar todos aqueles com formações como técnicos e cientistas da saúde.

Deragnu disse...

Médicos mesmo médicos, existem poucos.

Negociantes de doentes, só para não ser mais verdadeiro, existem muitos, os tais professores Bambos.

Conheci um rapaz que está a estudar na Bélgica que me disse isso mesmo, tem boas notas, mas conhece colegas que não tem jeito nenhum e nem vontade, mas já estão...

Ontem fui ao Hospital, para submeter a uma cirurgia excemier. Adiada, razão, o médico não veio. A verdade, meteu uma amiga no meu lugar. Isto é corriqueiro. Se pensarmos no médico como pessoa superior em temos humanos e sociais, esqueçam, já foi há muito tempo chão que deu uvas.
E não falo nas práticas médicas, e dos valores absurdos nos incentivos que o estado lhes dá, só para cumprir com a sua obrigação.

Anttónio

Diana disse...

Na minha opiniao, preocupa-me, nao tanto o numero de médicos formados em portugal, mas mais a QUALIDADE com que estes vao para o mercado de trabalho!
Sou aluna do 5o ano de medicina (faculdade medicina lisboa) e so este ano tive ALGUMAS praticas de cirurgia (quando temos no nosso horario 1hora semanal ja de si bastante insuficiente)! Este é apenas um dos exemplos das condiçoes de ensino com que nos deparamos diariamente.

Unknown disse...

o que este convidado está a dizer é chocante!!
Isto é o reflexo da falta de visão estratégica de desenvolvimento do país. É a governantes que tomama decisões destas que estamos entregues. Para que os médicos prescrevam menos compromete-se o acesso à saúde dos cidadãos. Estou indignado!

Joana disse...

Desculpe-me a nova intervenção Fernanda

Houve um grande aumento de vagas para o curso de Medicina, mas as faculdades continuam as mesmas.

No hospital de São João os anfiteatros são muito pequenos para todos os alunos..

É necessário restaurar as Faculdades, senão a qualidade de ensino irá piorar..

Paulo disse...

O problema é as notas altíssimas para aceder ao curso de medicina. Porque não fazer como o sr.doutor fala fazer aliados a um bom valor académico a avaliação de carácter dos prospectivos candidatos.
Um aluno de 16 tem uma boa capacidade de aprendizagem significa talvez que teve piores professores ou frequentou uma escola que não dá notas tão boas, mas também pode significar simplesmente q se esforçou menos que os colegas que entram com 18 e 19. Só acho lamentável perder alunos que têm capacidades só porque não tiveram a capacidade de obter um 18 ou 19.

Nós vamos ter é muitos espanhois e médcos de leste, vamos importar médicos porque nao estamos a formar de forma aceitável um número certo de médicos.

Andreia disse...

Não há nem haverá falta de médicos! O que existe infelizmente é pouca vontade de trabalhar para o SNS, quer em hospitais ou centros de saude. É muito mais rentável criar forçozamente listas de espera interminaveis para aumentar a ida a consultorios privados....Triste?? É a realidade deste povo português

AC

Joana disse...

Desculpe-me a nova intervenção Fernanda

Sou aluna na Fac. Medicina de Un Porto

Houve um grande aumento de vagas para o curso de Medicina, mas as faculdades continuam as mesmas.

No hospital de São João os anfiteatros são muito pequenos para todos os alunos..

É necessário restaurar as Faculdades, senão a qualidade de ensino irá piorar.

Diana disse...

Na minha opiniao, preocupa-me, nao tanto o numero de médicos formados em portugal, mas mais a QUALIDADE com que estes vao para o mercado de trabalho!
Sou aluna do 5o ano de medicina (faculdade medicina lisboa) e so este ano tive ALGUMAS praticas de cirurgia (quando temos no nosso horario 1hora semanal ja de si bastante insuficiente)! Este é apenas um dos exemplos das condiçoes de ensino com que nos deparamos diariamente.

paulo disse...

não será que a entrevista médica vai introduzir a cunha no acesso ao curso? todos sabem que grande parte dos caloiros vão para medicina pela renumeração e pelo status de ser sr doutor, resultando em pessimos medicos.. duvido que um filho de alguem importante ou um medico não seja beneficiado pela entrevista.

Unknown disse...

o que se falou sobre a elevada precrição de medicamentos devia ser discutida com a questão dos delegados de propaganda médica e saber de que forma se andou a limitar o acesso à profissão como forma de evitar a prescrição de medicamentos precisamente porque os que estavam a exercer andavam a abusar para tirar benefícios pessoais...

Paulo disse...

Porque não abrir mais vagas para prospectivos alunos que já se tenham formado noutra área e pudessem estar interessados em enveredar por esta àrea? antigos enfermeiros, biologos, bioquimicos etc etc...

Unknown disse...

Boa Tarde.

Algumas considerações:

1- Considero que o nível de qualidade dos médicos em Portugal é bastante satisfatório;
2- Acho que muitos senhores doutores não têm sensibilidade para o ser, pois são demasiados rudes na sua forma de ser, o que não se cuaduna com a actividade médica;
3- A forma de selecção das pessoas, os números clausus, é errada, é uma limitação a muitos potênciais bons médicos que o seriam por terem vocação para tal, acho que os critérios para admissão na faculdade de medicina deveriam ser compostos também por entrevistas vocacionais, por curriculum na área do voluntariado na área da saúde...impedir uma pessoa de ser admitida em medicina por décimas é um crime, é imoral...

A MINHA MÉDICA DE FAMÍLIA TERMINOU O CURSO COM 14 VALORES, JÁ À MUITOS ANOS ATRÁS, É UMA BOA MÉDICA, NUNCA MORREU NENHUM PACIÊNTE POR CULPA SUA, POR INCOMPETÊNCIA, COM ISTO NÃO ESTOU A DEFENDER QUE SE ADMITAM EM MEDICINA ALUNOS COM MÉDIAS DESTAS, MAS CONSIDERO QUE 16 OU 17 VALORES É MAIS QUE ACEITÁVEL.

4- Acho também que muitos profissionais de enfermagem que apresentem qualidade profissional e vocação para serem médicos, deveriam ser aproveitados para se fomarem em medicina, obviamente que terão de percorrer o mesmo caminho que os outros todos, durante a formação, deverão cumprir as notas mínimas.

5- O CURSO DE MEDICINA É CARO, É O MAIS CARO DO PAÍS, É PAGO POR TODOS OS PORTUGUESES, É UMA DAS PROFISSÕES MAIS NOBRES, COMO TAL OS MÉDICOS QUE SE FORMEM DEVEM SER OBRIGADOS POR UM PERÍODO DE 10/15 ANOS A INTEGRAR UM REGIME DE MOBILIDADE ESPECIAL OBRIGATÓRIO, PARA QUE POSSAM SER COLOCADOS EM QUALQUER PARTE DO PAÍS AONDE EXISTA NECESSIDADE...EVIDENTEMENTE QUE DEVEM SER COMPENSADOS POR ISSO DE UMA FORMA EQUILIBRADA.

Ganebe disse...

Boa tarde ,

As médias são altas ? São porque existe poucas vagas apenas isso ! As médias são o resultado das vagas que existem , se existe poucas vagas e muita procura é obvio que só entram os alunos que melhores notas têm. Porque não formar médicos em faculdades privadas? Não será que existe na classe médica um grande interesse em não se autorizar o ensino da medicina a privados ? a mim parece-me que sim...


Pedro Lima

Deragnu disse...

O Querido Prof. Dr. Fernando Pádua, com a sua prática de prevenção, para além de salvar muitas vidas, através dos média, também conseguiu muitos ódios de companheiros de ofício. Porquê? Retirou-lhe muitos doentes.

A solução é preciso ser política, e muito drástica. Infra-estruturas, são urgentes a todos os níveis.

O Dr. Eduardo Barroso bateu com a porta, quantos mais o fizeram?


Anttónio

Joana disse...

Meu caro amigo anonimo

Poucas vagas? ve-se mesmo que não estas dentro desta realidade..

Por Favor fala do que sabes e não des palpites para o ar!

É errado dizer que há poucas vagas, há vagas a mais!

David Brito disse...

Comentário de um estudante de medicina de 5ºAno:

1. Dificilmente,como já foi comentado no programa,se conseguirá, com verdade e justiça fazer uma selecção dos alunos com base nas suas capacidades relacionais e interpessoais, isso é a realidade. Por outro lado e como tão bem testemunhou um meu reconhecido professor-médico, ser médico requer uma aptidão para o ser, mas acima de tudo !!! muito treino e dedicação nessa aprendizagem que é técnica mas também de relações. Sejamos realistas e atendamos aos pontos principais:

1- Criemos emprego para todos e não só para médicos, aqui a revolução política e social,
permitirá, sem dúvida, que só aqueles que efectivamente desejam ser médicos e têm essa aptidão o sejam.

2-Criemos um ensino superior público de excelência:

-Com a dedicação quase exclusiva dos médicos-docentes ao ensino.

-Com a compensação desses docentes (muitos não são remunerados)e consequente aumento dos recursos humanos para o ensino.

-Com a selecção, objectivação e organização daquilo que são os verdadeiros conhecimentos necessários para se ser médico.

-E com a pragmatização desse ensino. Por forma a que as verdadeiras competências do médico, sobretudo as relacionais, sejam possíveis de adquirir efectivamente.

O restante já existe, uma avidez enorme em aprender, inteligência e dedicação, que mostram a grande maioria dos colegas com quem tenho o prazer de trabalhar.

Lamento sim, que tudo isso se desperdice neste tipo de ensino falido e problematização ultrapassada..

Catarina disse...

Sou aluna do 2ºano de Medicina na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e como tal considero o conteúdo deste programa de grande interesse para todos os alunos na área da Saúde. Considero-me uma aluna consciente e desde sempre discordei da forma como os alunos são admitidos nas faculdades de Medicina. Entrei na faculdade com uma média altíssima, tal como todos os outros estudantes de Medicina. No entanto, estas médias não são o reflexo daquilo de que os alunos são realmente capazes. Devo dizer que fiquei bastante surpreendida com a heterogeneidade dos alunos que encontrei na faculdade. Se ao olhar para a média com que todos entrámos fica a sensação de que somos todos muito bons alunos, então ficamo-nos só pela sensação. Devia existir um outro critério de admissão nas faculdades de Medicina, como a entrevista. Antes de dar prioridade a um 19, devia tomar-se conhecimento das motivações do aluno, da sua capacidade de relacionamento com os outros. Os alunos só são iguais da porta da faculdade para dentro. É aí que se vêm quem são aqueles que darão bons médicos. A capacidade de tomada de decisão e de resolução de probelmas, a vontade de aprender, a capacidade de adaptação a diferentes situações e a consciência de que um médico, para ser bom médico, nunca deve deixar de estudar devem ser pontos priveligiados na educação em Saúde. As notas não revelam por completo o potencial de um aluno e em Portugal penso que se dá demasiado crédito às notas de entrada na faculdade, o que sinceramente considero como um método bastante redutor. Decorar o livro de Biologia e Química no 12º ano de nada serve uma vez dentro da faculdade. Gostava que esta mentalidade mudasse em Portugal e que a educação se tornasse algo em que pudéssemos ter orgulho.
Parabéns pelo programa. Tem sempre temas muito interessantes.

Ângela disse...

Acho estranho que só se fale na "vocação" relativamente à medicina. Quem não teve professores que não sabiam comunicar com os alunos, enfermeiros com pouca sensibilidade... Em todas as profissões as notas não são tudo mas também não me parece fiável avaliar competências para uma futura relação médico-doente em meia hora. E também tenho dúvidas sobre o peso relativo dessas competências e do factor c. A selecção pelas notas deixa de fora pessoas que poderiam dar bons médicos mas pelo menos o critério é igual para todos. E a comunicação e o desempenho na relação médico-doente pode ser desenvolvido durante a formação. Talvez devesse ser mais valorizado...

Pedro de Castro disse...

Boa tarde,
Nestes últimos anos a percepção que tenho tido, correcta ou não, é que na saúde, em vez de estarmos a aproximarmo-nos do sistema escandinavo, estamos a aproximar-nos do sistema americano com base em seguros de saúde. Embora sejam apenas um complemento ao SNS o que se tem verificado é a massificação da oferta de seguros e o recurso a estes serviços por todos aqueles que estão descrentes na oferta do SNS ou dos seus tempos de acção. Eu próprio recorro a serviços privados quando necessito de cirurgias preventivas por já me ter sido diagnosticado um melanoma, e desde então, se me for indicado que tenho algum nevo para retirar não espero, vou ao privado e removo.
Gostaria realmente que o nosso SNS fosse como o sueco, em que quando preciso de um médico não tenho taxas moderadoras e os procedimentos são efectados em tempo útil, não se estando meses ou mesmo anos à aguardar uma cirurgia.
A vontade de atingir uma saúde de referência a nível mundial passa exclusivamente a vontade de todos os intervenientes, por isso haja vontade!

Unknown disse...

AS LISTAS DE ESPERA NA SAÚDE SÃO UM ATENTADO AO CIDADÃO, SÃO UMA FORMA DE CRIAR DESEQUILIBRIOS, SÃO A RAZÃO DA CRIAÇÃO DE UM COMÉRCIO NESTA ÀREA, É UMA BOLA DE NEVE, NUNCA MAIS ACABAM, POIS CADA VEZ SÃO MAIORES...É NECESSÁRIO REDUZI-LAS QUASE A ZERO, PARA QUE TUDO SE EQUILIBRE.

O QUE SE PASSA NA ÀREA DA OFTALMOLOGIA TOMOU PROPORÇÕES INIMAGINÁVEIS, É DEGRADANTE MESMO, A VISÃO É UM BEM MAIS QUE BÁSICO, É RIDICULTER DE SE COLOCAR PESSOAS DENTRO DE AVIÕES PARA SEREM OPERADAS EM CUBA OU EM AUTOCARROS PARA ESPANHA PARA SEREM OPERADAS E A METADE DO PREÇO, PORQUE OS MÉDICOS EM PORTUGAL NÃO QUEREM TRABALHAR, E AQUELES QUE O FAZEM É FUNDAMENTALMENTE NO PRIVADO, E A PREÇOS DO DOBRO DO EXTERIOR...AS DECLARAÇÕES DO SENHOR BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS CONTRA ALGUNS AUTARCAS QUE PROPORCIONARAM BEM ESTAR E QUALIDADE DE VIDA A ALGUNS MUNÍCIPES QUE FORAM A TEMPO, FORAM INJUSTAS E SENDO ELE MÉDICO OFTALMOLOGISTA AINDA SE TORNARAM MAIS DISPARATAS...FOI A DEMONSTRAÇÃO DE UM MERCENÁRIO NO SEU PIOR NÍVEL.

Victor Alves disse...

Fazendo uma análise abrangente acho que essa corrida às vagas na àrea da saúde irá ter fortes impactos na sociedade, pois a pessoas com maiores capacidades ( deadquirir conhecimento, inteligência) estão a ir para aí, em vez que haver uma distribuição homogénia dos "iluminados" por todas as áreas do conhecimento, o qual seria importante para o desenvolvimento do país, para e inovação, para que o choque tecnológico produzisse os seus efeitos.

Em relação ao ensino e envestigação, na minha faculdade quase não se houve falar disso, nem da parte dos profs, nem da parte dos colegas, no entanto nos primeiros 3 anos, a situação está muito complicada, por vezes têm mesmo de vir do país vizinho, por não haver cá ninguém que queira lecionar, isto já me aconteceu.

Em relação à realização de entrevista para admissão coloco muitas reservas, pois um médico não tem de ser obrigatoriamente simpático, mas antes empático, haveria lugar para muita hipocrisia por parte dos avaliados e seria muito subjectivo.

Por último, a mentalidade dos portugueses tem de mudar, qualquer criança que tenha boas notas é incentivada desde muito cedo a ir para medicina, há uma grande pressão sobre quem chega ao 12º com notas altas e tem de escolher o curso.

Victor
FCM-UNL

Unknown disse...

Pedro Lima, MÉDICOS FORMADOS NO PRIVADO NÃO OBRIGADO, PREFIRO UM MÉDICO COM NOTA DE 14 NUMA PÚBLICA DO QUE UM ARTISTA COM 18 OU 19 NA PRIVADA.

NÃO SE BRINQUE COM ESTAS COISAS...FACULDADES PRIVADAS BEM EU SEI O QUE SÃO.

ana disse...

oa tarde!

Sou aluna da FMUC e frequento o 3.º ano.

O aumento das vagas em Medicina deve ser feito com mais cautela. Neste momento, em Coimbra, temos turmas praticas com cerca de 26/28 pessoas em que a qualidade de ensino deixa muito a desejar (supostamente deviamos ter aulas praticas, mas apenas podem ser praticas para alguns pois obviamente que nao sera etico sujeitar um doente a 30 exames objectivos seguidos).

Um outro aspecto importante será "o que fazer" com tantos medicos no final do curso? Pois, a formação de um medico nao acaba com o fim do curso, os medicos tem de fazer internatos e precisam de tutores com experiencia e disponibilidade para os ensinar e orientar.

Muitas vezes penso, ando a estudar e o pais anda a investir na minha formaçao e depois nao poderei fazer os internatos?Sera que tudo isto faz sentido?

MD disse...

Boa Tarde!
Sim vai haver falta de médicos num espaço de aproximadamente 4 anos.
Contudo, dentro de menos de 10 anos veremos médicos no desemprego!
Pois é! Basta fazer as contas e dizer a Verdade e não aquilo que é politicamente correcto!...
Quanto ao período de que teremos médicos em falta já nada poderemos fazer pois formar um médico para exercer autonomamente sua actividade demora, no mínimo, 8 anos!
E por falar em Autonomia médica já agora deixo algumas observações ao que ouvi no programa.
O antigo Internato Geral, (período de formação imediatamente após a conclusão do curso de Medicina durante o qual o médico exercia sua actividade sob tutela), foi substituido pelo Ano Comum.
Diferenças:
- Internato Geral
- 18 meses sob tutela
- 35 horas semanais
- Muitas faltas para estudar para o exame de acesso à especialidade que se realizava no final deste período...

- Ano Comum
- Após um 6º ano profissionalizante
- Exame de acesso à especialidade já realizado
- 12 meses (+12 meses sob tutela durante a especialidade)
- regime de 42 horas mínimas semanais...

Uma pergunta muito objectiva: Porque actualmente só ao fim de 24 meses (ou 36 meses se considerarmos o 6º ano), em Portugal, os médicos têm autonomia para exercer sua actividade???

Qual o objectivo?
Obrigar os médicos a tirar uma especialidade que não desjam em locais sem qualidade formativa?
O objectivo é apresentar "n" médicos formados numa determinada especialidade mas sem qualidade?
...
Dizer que já não falta de médicos de família, sendo que esses médicos foram obrigados a trabalhar num local que não desejavam mas que tiveram que aceitar se não queriam ficar no desemprego?

Admirados?!
Actualmente já ha medicos no desemprego... alguns recusam-se a trabalhar em locais e em especialidades que não pretendem. Preferem ficar 1 ano ou dois sem trabalho a estudar para repetir o exame de acesso à especialidade... Mas outros há que não se podem dar ao luxo de não trabalhar...

Quanto aos medicos ganharem muito, digo apenas o seguinte... há, há alguns já bem mais velhos que na sua consulta privada ganham muito...mas informem-se quanto ganham agora os médicos no inicio de carreira...
Pior, agora não há perspectiva de carreira médica...
Há hospitais que estão a pagar menos a recem especialistas sob contrato individual de trabalho que a internos de especialidade...
qual a motivação de médicos recem formados progredirem em seu conhecimento... correr o risco de ficar ainda a ganhar menos???

É preciso deixar de dizer aquilo que seria o politicamente correcto para passar a transmitir a Verdade. Não me considero o dono da Verdade mas não consigo deixar de ouvir tanta desinformação sem dizer aquilo que é a realidade...



Assinado: Um médico recem formado

Unknown disse...
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lady_blogger disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

boas noites
não tenho conhecimentos de faculdades , nunca la andei , o que posso dizer , e que as consultas do medico de familia , em que o doente dorme a porta do centro de saude , e no dia seguinte apenas 1 vagas , 2 vagas , so medicamentos .
existem e muito vicios , dos mais experientes , para depois irem as suas clinicas privadas . penso que desaparecem menos medicos do que aqueles que se formam - vive-se e a cultura da hipocrisia , e do esmifrar , da imcompetencia , da ma organização , e das politiquices sem escrupulos . a podridão evolui para niveis assustadores , e não e so na classe medica , e preciso reflectir , sugerir / contribuir e lutar