quarta-feira, julho 2

Transportes Amigos do Ambiente

Em todas as cidades portuguesas já começa a ser hábito o opção da bicicleta como meio de transporte. Os portugueses estarão a inverter os hábitos “mais poluentes” e a preferir meios de transportes mais amigos do ambiente?
Só em na capital os transportes são responsáveis por 42% do consumo de energia e são uma importante fonte de emissão de CO2 e monóxido de carbono. Neste prisma queremos avaliar as soluções que as várias autarquias já estão a implementar um pouco pelo país e perceber o impacto que estas medidas têm num melhor desempenho energético-ambiental. Soluções amigas do ambiente neste Sociedade Civil.

Convidados:
António Sá da Costa - Presidente da APREN
Paulo Guerra dos Santos - Engenheiro Civil
Manuel Graça Dias - Arquitecto

62 comentários:

lady_blogger disse...

Na minha família nuclear possuimos um só automóvel porque nos é indispensável para trabalho e para viagens longas com o nosso cão de grande porte.
Na localidade onde vivemos seria impensável deslocarmo-nos grandes distâncias de bicicleta, até porque há locais onde esta não é permitida e em nenhum dos trajectos diários encontramos ciclovias.
No entanto procuramos o mal menor, ou seja, optámos por não poluir tanto o ambiente tendo adaptado há anos o carro para GPL.
Quando deixam patentear novos sistemas de força motora? Há por aí inventores que já criaram alternativas mais económicas e menos poluentes, mas que dão menos lucros e por isso queixam-se de não conseguirem patentear os seus inventos.
A maior preocupação deveria ser o impacto ambiental e a não saturação dos recursos, isto em vez de outros interesses económicos.

CC

Maria Mendes

"energia" disse...

“TRANSPORTES AMIGOS DO AMBIENTE”
QUEM ESTÁ INTERESSADO NO BOM AMBIENTE ?
QUEM COLOCA O BEM ESTAR GERAL ACIMA DOS INTERESSES DEVASTADORES DO GRANDE PODER POLITICO-ECONÓMICO ?
DEPENDE MUITO DE CADA UM, MAS É URGENTE DERRUBAR BARREIRAS POLITICO-ECONÓMICAS.
TODO O SISTEMA REQUER MUDANÇA.
.abraço a todos, que participam neste espaço, de boa fé
.jose gomes
equilibriosg@gmail.com

Marta disse...

Muita gente feccha os olhos à questão do ambiente e do aquecimento global ("São acontecimentos naturais que acabarão por estabilizar", dizem).
Creio que a grande fonte de viragem para os transportes públicos é a subida incansável dos preços dos combustíveis.

A verdade é que a organização dos meios de transportes urbanos por TODO o país ainda deixa muito a desejar (autocarros e eléctricos principalmente). Mas seria uma forte solução para a redução da poluição a nível nacional!!!

É importante as pessoas tomarem consciência que não é apenas uma questão financeira que está em causa: estamos a falar do nosso planeta, a nossa única casa.

Um dia, quando o mundo estiver sob o domínio de uma atmosfera cinzenta constituída não por oxigenio, mas sim por óxidos de carbono e azoto, talvez então a NASA faça a população emigrar para Marte. Resta-nos esperar que o ser humano não destrua também esse planeta!!!

Uma boa tarde a todos,
Marta

kanina disse...

Eu votei nao, porque na cidade onde vivo(Tomar) se fechou o transito automovel numa rua(corredoura) central da cidade e apartir dai a rua que aglomerava grande parte do comercio, morreu.Entre terem fechado o transito em favor do ambiente e o comercio, lamento mas escolho o comercio... sem comercio morrem as cidade...

Clube do Jornal disse...

Boa tarde!
Eu acho que a rede transportes que actualmente está implantada em portugal não está adequada às necessidades dos cidadãos. Pois não atingem todos os pontos da cidade, ou não respeitam os horários estipulados.
Acho que é necessário reformar esta organização, desorganizada. As pessoas têm que se sentir confortaveis e seguras com os transportes públicos, de forma a que possam deixar cada vez mais os automoveis em casa e utilizarem cada vez mais ou transportes publicos, de forma a poluirem menos, a consumirem menos combustivel e até mesmo poupar algum dinheiro. Mas a grande questão que se devia colocar é: "Será que todos (quando digo todos é mesmo todos) os Portugueses estão dispostos a abdicar do conforto do seu automovél, para aderirem aos transportes publicos?" - espero que um dia todos possamos dizer "-SIMMMM"
Felicidades para o programa, espero que continuem com este maravilhoso trabalho, alertar o cidadão para os problemas/soluções do nosso Portugal

João Barroso

Ritinha disse...

Ana Rita - 21 anos

Estou a estudar na Holanda há 1 ano e, tal como o vosso convidado, uso a minha bicicleta todos os dias quer faça sol ou chuva, com calor ou frio, e quando voltar para Portugal vou sentir muito a sua falta. Uso-a para todo o lado, porque oferece muitas vantagens: flexibilidade, fácil estacionamente e grande mobilidade. E até para ir as compras é muito prática, já que uso uma "mala" para transportar as compras.

Espero continuar estes meus hábitos saudáveis em Portugal :)

Francisco Antunes disse...

olá!
hoje ainda não há muitas bicicletas a andar pelas cidades, mas e daqui a uns anos??
hoje poderá não haver trânsito e horas de ponta para bicicletas, mas e daqui uns tempo, quando o número de bicicletas for muito maior??
estarão as cidades preparadas?

Francisco Antunes disse...

olá!
hoje ainda não há muitas bicicletas a andar pelas cidades, mas e daqui a uns anos??
hoje poderá não haver trânsito e horas de ponta para bicicletas, mas e daqui uns tempo, quando o número de bicicletas for muito maior??
estarão as cidades preparadas?

Unknown disse...

Boa Tarde Fernanda.

Finalmente alguém lúcido no programa, o Arquitecto Manuel Graça Dias...colocou os pontos nos iis.

Eu também tenho um carinho muito especial pela bicicleta, mas tem de existir bom senso, é que ir para uma reunião depois de ter feito 30 minutos de bicleta, em fato e gravata, com mochila ás costas, tipo menino da escola primária, debaixo de chuva ou sol, sujeito a ficar encharcado seja pela água ou pelo suor, não parece de muito bom senso...ou até diria melhor, de uma pessoa muito civilizada.

Ritinha disse...

Ana Rita - 21 anos

Vejo aqui na Holanda todo o tipo de pessoas a andar de bicicleta: pessoas de fato e gravata, idosos, crianças muito novas, adolescentes... E orgulho-me por fazer parte desta sociedade holandesa há já 1 ano. Ninguém se preocupa com o que os outros pensam, e no fim todos saem a ganhar.

Tudo depende da nossa vontade, mas os portugueses mantêm uma estreita ligação com a preguiça e comodidade, infelizmente!

Quando chegar a Portugal tentarei manter esta minha forma de vida, contribuindo para uma boa saúde e para um bom ambiente.

Rita P. disse...

E para quando os descontos para estudantes nos passes da carris e metro?

Unknown disse...

ritinha, quantos km quadrados tem a área em que usa a sua bicicleta?

De certeza que tem a sua casa, a sua faculdade, o seu supermercado, o seu bar, etc, etc, etc, quase lado a lado.

Miffy Vendas disse...

Boa tarde!
Sou do Porto e tenho um veículo a gás natural, não é a GPL.
É um veículo amigo do ambiente e económico que segundo a legislação não precisa de dístico, pode circular em tuneis e estacionar em subterraneos, mas o grande problema destes veículos é o seu abastecimento pois só existe um posto público em portugal, que é em Braga.
Visto que as preocupações com o ambiente são cada vez maiores, porque não passar das palavras ao actos, e colocar os postos existentes abertos à sociedade?

A PENSAR disse...

boa tarde, eu vivo a 5 km do meu local de trabalho poderia fazer de bicicleta ,mas ciclo-vias não há!? o que torna tudo muito perigoso.
Não há iluminação os automoveis não respeitam a bicicleta,a velocidade da bicicleta torna tudo perigoso dai a necessidade de haver ciclo-vias.Seria necessario alguem com coragem começar a espalhar por todas as cidades e as mentalidades ai mudam.......

João Fernandes disse...

Apos um verão na suécia onde vi tudo e todos a qualquer hora de bicicleta, me habituei facilmente porque o terreno era quase sempre plano.

Em lisboa acho essencial exigir aos fabricantes a contrução de modelos "híbridos" com pequenos motores eléctricos, para ajudarem nas subidas!

Eu penso durante este verão fazer um pequeno protótipo de uma bicicleta movida a energia eléctrica e humana.

Maria João disse...

Boa tarde. Escrevo de Lisboa, tenho duas crianças e normalmente utilizamos o carro, com uma taxa de ocupação de 3 lugares.
O meu comentário, que espero que aproveitem para debater no ar, é o seguinte:
Seria ideal que nos grandes centros urbanos, como a área metropolitana de Lisboa, se pudesse recorrer a uma rede de transportes públicos colectivos em primeira escolha, por contraposição ao automóvel, que deveria surgir só em ultima ratio. Todavia, nem os transportes ferroviários são a opção menos poluente ou mais amiga do ambiente, pois que são movidos a energia electrica, que, como sabemos, envolve também alguns custos ambientais, nem a rede de transportes públicos que servem a cintura urbana da cidade responde de forma eficaz às necessidades dos utentes. E não é, assim, por mero acaso que a taxa de utilização destes baixou... Por outro lado, assiste-se a uma deslocalização de centros empresariais para zonas limítrofes à cidade de Lisboa, zonas essas muitíssimo mal servidas de transportes. Como exemplo, a zona do Tagus Park, servida apenas por autocarros, com horários muito limitativos.
Acresce outro fenómeno que raramente vejo, em sede destas discussões, ser dabatido, e que é o que diz respeito à crescente exigência que as entidades patronais exercem sobre os seus empregados, no sentido do aumento do tempo de horas efectivas [que não é o mesmo que dizer remuneradas] de prestação trabalho, o que faz com que a maioria das pessoas opte pelo transporte próprio para colmatar os horários cada vez mais alargados a que tem de fazer face, e que não têm resposta na rede pública de transportes (já para não falar de problemas de insegurança nas mesmas), o que ainda é mais agravado quando se tem crianças para ir por e buscar à escola...
Assim, creio que este é um problema que deve ser debatido em muitas frentes e não só na que politicamente é mais correcta e óbvia.

Maria João

Naguib disse...

fala-se muito do uso excessivo do automovel, mas, pergunto, serão as alternativas aceitáveis.
Acho que não. Vejamos.
Moro em Corroios. Vou de carro visitar os meus pais que moram nos Olivais mais a minha mulher, gasto 6 euros, já incluindo a portagem. Demoro 20 min.
Se for de transportes, gasto 11 euros, se tiver sorte, gasto uma hora e meia para cada lado.
António Lopes

Unknown disse...

Estou a ouvir o vosso programa e só lancç 2 questões: porquê o desprezo cada vez maior pela linha do Oeste, já há supressão de horários. Só as Rações Valouro é que continuam a utlizar este meio para transportar as suas mercadorias. Continuo a achar uma aberração legal o facto de neste país se multar uma junta de freguesia - Ericeira- porque utilizou outro combustível alternativo para os seus veículos de manutenção. Já vivi em Lisboa e agora vivo na Ericeira, uso sempre o transporte público para ir à capital embora o autocarro seja mais caro do que o combóio, mas os horários já não são compatíveirs com as necessidades dos utentes. ESTÁ NA HORA DE RENTABILIZAR A CP!

GREEN PERSON disse...

Porque não deixar entrar nas nossas cidades carros electricos gratuitos? se estamos a tentar mudar alguns costumes viarios, porque nao começar a implemantar pontos de encontro, paragens, onde atravéz de paineis fotovoltaicos podemos carregar electric bikes ou mesmo pequenos carros electricos?temos tudo nas cidades para dar ao cidadao e não temos de estar a prever o aumento do diesel ou gasolina.

Ritinha disse...

j, para chegar a minha universidade preciso de pedalar 15 minutos, para chegar ao centro da cidade (Roterdão), preciso de 10 minutos, tenho supermercado mais perto a 5 minutos. Realmente muitos dos locais que frequento estão perto, mas mesmo que não estejam utilizo o comboio com muita frequência e posso transportar a bicicleta para me deslocar melhor no local de destino.

É tudo uma questão de mentalidades, mudança e preguiça.

Unknown disse...

Eu vou dizer ao senhor Dr/Engº António por que é que os automobilistas não tem grande consideração pelos senhores motociclistas, é que estes (os motociclistas) são uns autenticos aceleras, esses é que são muitas vezes os prevaricadores, porque como o senhor sabe, controlar uma mota é mais dificíl do que um carro, por isso mesmo deviam ter mais consciência do que andam a fazer na estrada.

Para mim os motociclistas e os taxistas são os maiores artistas da estrada.

Anónimo disse...

Boas Tardes!!

Tenho uma duvida:

Se já há projectos para viaturas amigas do ambiente.

Porque é que são raras ou nenhumas as empresas a produzir esse tipo de viaturas .

Boa Continuação de tarde!!!!!!!!!!!

Unknown disse...

Pois é ritinha, vc tem uma vida boa, eu e a maioria das pessoas não se importava de ter a sua vida, mas não é possível, 99% das pessoas não o pode ter, era bom mas é utópico. Mas também lhe digo que é uma fase, esta altura da sua vida, se calhar daqui a 4 ou 5 anos a sua vida vai alterar-se e você vai ter de ser como toda a gente, não por opção, mas porque é assim que tudo funciona.

João Fernandes disse...

Um motor eléctrico é pouco eficiente? o Sr. Eng não sabe do que está a falar pois não?

GREEN PERSON disse...

ando todos os dias de bicicleta, mas estou a tentar adquirir uma bicicleta electrica e carregar a bateria com painel fotovoltaico. tudo me irá ficar em cerca de 500 euros, agoro pergunto porque não utilizar este conceito para os utentes nas principais cidades do pais?

Joana Netto Fernandes disse...

desde a sua invenção a bicicleta tem provado ser a extensão mais directa de locomoção do corpo humano. No sentido ergonómico, a frase que o meu avô dizia entre dentes "é o único transporte onde a besta puxa sentada" é ainda hoje muito sentida e praticada pelos portugueses. Observa-se hoje um crescimento do uso deste transporte mas sem haver um acompanhamento do decrescimento dos transportes de combustíveis sólidos. Além do pouco apadrinhamento das vias e estacionamentos em Lisboa. Há que promover canais de circulação acessíveis, medida esta que obviamente também favorece o peão.

Miguel cordeiro, arquitecto e ciclista

Álvares Pereira disse...

Os únicos transportes verdadeiramente amigos do ambiente são aqueles que n produzem qualquer tipo de combustão.
A questão é, o mundo na sua globalidade conseguiria viver sem os motores a combustão?
Parece-me que não.

Álvares Pereira disse...

Nas cidades verifica-se que não existe planeamento, nem vontade das autoridades em promoverem o transporte através de bicicletas ou mesmo a pé para curtas distâncias.
Continuam-se a construir estradas que muitas vezes nem contemplam passeios isto para não falar do problema das passadeiras. Dá-se total prioridade aos veículos motorizados.
Enquanto isto não for mudado, penso que pouco irá mudar...

Rita P. disse...

Sr Arquitecto, não podemos estar sempre a mudar por causa de inovações tecnológicas?!?! Por isso é que se andou a escavar o chão para meter cabos de televisão e internet, se plantaram postes de alta tensão e torres de telemóvel por todo o lado... Mas realmente, se beneficiar o ambiente e não os bolsos de alguns não vale a pena o esforço, né? :s

Álvares Pereira disse...

Atenção, actualmente, os sistemas eléctricos a baterias não são ainda uma solução ambientalmente viável.
Por um lado é certo que um carro eléctrico polui menos na sua forma de locomoção, no entanto não se devem esquecer as baterias, estas apresentam um elevado índice de poluição, tanto a nível da produção como no encaminhamento para o destino final após utilização.

Unknown disse...

Mas isso Arquitecto é falta de planeamento que existe em Portugal, nunca o tivemos...mas é assim quase em todo o mundo...só não o é no Japão...acho que tinhamos muito a aprener com o Japão.

GREEN PERSON disse...

eu tenho um painel fotovoltaico a carregar energia para uma bateria que uso para tirar água de um poço, mas essa mesma bateria pode ser utilizada em automoveis. um kit desta custa.... 200Euros? a CMLisboa pode investir nestas ideias para os domingos promover melhor nivel de vida

Egroj disse...

Boa tarde.
Acredito que poderíamos economizar muito no campo ecológico, energético e de intensidade de trânsito se fosse possível a utilização de motociclos de 125 cc com a Carta de Condução B – (Carta mais usual de condução). Estes veículos tem um consumo médio de 3 a 4 litros aos 100 kms. Actualmente também já é comercializado em Portugal scooters eléctricas com a capacidade de deslocação de 100 km por carga e em casa ligar directamente à nossa rede eléctrica por uma ficha normal e recarregar para o dia seguinte. Julgo que esta será uma maneira mais rápida,simples e económica de minimizarmos os custos. Os automóveis híbridos são dispendiosos e quando eléctricos ainda serão mais caros...

João Malaquias disse...

Provavelmente os ex.mos convidados do programa de hoje se fizeram transportar para aí de transporte próprio, ou de taxi. Concerteza terão os seus motivos perfeitamente justificados, mas se fizessem um esforço de certeja que arranjariam uma solução razoável para o seu percurso. Cite este comentário, S.ra apresentadora, se tiver coragem.

Unknown disse...

O Automóvel é um símbolo de liberdade na sociedade portuguesa, pois permite que as pessoas se desloquem praticamente para todo o lado sem obstáculos, no sentido da sua realização profissional, social, etc, a prova disso é a existência de pessoas com bons carros, mas que vivem por exemplo em habitações que parecem uns locais em que nem animais tem o direito de viver.

A intervenção ambiental no sector dos transportes deve ser feita no sentido de tornar estes menos poluentes, não limitar a sua utilização.

Rita P. disse...

Tb não é verdade que as pessoas usem menos o carro se ele ficar mais caro. Aquando dos recentes aumentos de combustível, em Viseu reparei que os carros na estrada não diminuíram, se calhar até aumentaram, mas os restaurantes esvaziaram. As prioridades estão um pouco trocadas, penso eu...
Já agora, quanto a essa das scooters elétricas, parece-me uma óptima ideia, só não me estou a ver a subir as escadas do meu prédio até ao 3º andar com a scooter debaixo do braço para a ligar à tomada...

anabananasplit disse...

Ando de bicicleta regularmente, na zona de Porto Salvo, Paço de Arcos e Oeiras. Por vezes também a uso para ir a outros locais como Lisboa ou Cascais, em conjugação com o comboio (se tiver que ser em horários em que a bicicleta não é permitida levo uma dobrável). Facilmente faço 7 a 15 km por dia, só em 2 deslocações (local de trabalho, supermercado, etc). A bicicleta tem o potencial de complementar os transportes públicos e até o carro particular, bastando para isso fomentar e aproveitar a multimodalidade e a co-modalidade baseada na bicicleta. O suor não é a complicação que muitas pessoas imaginam, basta escolher bem o vestuário, pedalar a um ritmo tranquilo, e acautelar uns minutos à chegada para arrefecer, passar uma toalhitas ou vestir uma camisa lavada.

A solução para este caos económico, social, ambiental não são carros a um combustível diferente, é diminuir o número de carros, diminuir a capacidade dos mesmos, diminuir o seu peso, converter para motores e combustíveis mais eficientes e económicos, claro, apostar no "sharing" (bikesharing, carsharing,...), no carpooling (e bikepooling com os miúdos para a escola!), e trabalhar perto de onde se vive. É impensável haver gente que vive em Setúbal e vem todos os dias trabalhar para Carnaxide, por exemplo, mas esta é uma realidade de muita gente. É insano!

As ciclovias (salvo as com fins recreativos) só são necessárias e aconselhadas em casos muito específicos que se prendem com vias com volumes de tráfego e perfis desadequados à convivência com bicicletas. Na cidade não precisamos de uma rede de ciclovias, já temos a melhor rede, a de estradas normais. Só precisamos de as modificar para as tornar mais adequadas à vida numa cidade: acalmia de tráfego, menos carros, menos velocidade, mais espaço para os peões, menos faixas, regular a largura das estradas, criar infra-estruturas de estacionamento para bicicletas junto a comércio e serviços. E é preciso formar os utilizadores da estrada, ciclistas, automobilistas, motociclistas, e peões.

Joana Netto Fernandes disse...

e as linhas do eléctrico de lisboa que foram desactivadas? humm? quem ficou favorecido, ou é só um pensamento pato-bravista? hum...?

Álvares Pereira disse...

Existem algumas alternativas viáveis ao carro comum, no entanto já alguém pensou o que acontece se milhares de carros deixarem de ser comprados ou deixarem de circular?
Não acham que o governo não pensou já neste cenário. Imaginem o que eles iriam perder em termo de impostos, não só referentes ao combustível, como também nos próprios carros que não circulariam.

Isso é o grande travão á passagem dos carros comuns para as alternativas ambientalmente mais favoráveis.

anabananasplit disse...

Ah, e basear a mobilidade urbana nos transportes públicos colectivos! E convencer muitas das pessoas que andam todos os dias no seu transporte privado colectivo (um carro dá para 5 passageiros!) sozinhas, a mudarem para um transporte privado individual, como as motas ou as bicicletas.

João Pedro disse...

Cara Fernanda e convidados,

Antes de tudo o mais o problema dos transportes publicos alternativos (amigos do ambiente)e dos transportes pessoais não dependentes de combustiveis fósseis (petróleo ou gaz)é, a meu ver, um problema de mentalidades e de vontade politica (pressupõe-se que a inteligência é factor mandatório...).
O ser humano demora muitos anos a mudar o instituído e isso implica, antes de mais, programas de formação civica orientados especificamente nesse sentido e, em paralelo, politicas não só de estruturação abrangente (com os vários agentes) como de incentivos aos novos modelos possiveis (e já existentes).

Melhores cumprimentos,

João Pedro

Unknown disse...

NO QUE DIZ RESPEITO AOS ELÉCTRICOS VS METRO, ESTOU TOTALMENTE DE ACORDO COM O ARQUITECTO MANUEL NO QUE DIZ RESPEITO À VANTAGEM DO ELÉCTRICO SER MUITO MAIOR QUE O METRO...EU QUE TRABALHEI LONGO TEMPO NO METRO DO PORTO, COMO PODEM IMAGINAR, BEM SEI O TAMANHO ENORMESCO DA INFRAESTRUTURA, QUE É CONSEQUENTEMENTE CARA, E QUE AS PESSOAS NEM IMAGINAM A DIMENSÃO QUE TEM, POIS UNICAMENTE O QUE VÊEM QUANDO DESCEM PARA UMA ESTAÇÃO NÃO É SÓ O QUE LÁ ESTÁ.

É QUASE COMO QUE SÓ VISSEM O COCKPIT DE UM AVIÃO E NÃO O RESTO DA AERONAVE.

Ricardo disse...

Boa tarde
Antes de mais nada, parabéns pelo tema escolhido!
É claro que se fala muito em usar os transportes públicos em detrimento dos automóveis para se reduzir os consumos, o que concordo totalmente.
No entanto, se na zona da Grande Lisboa e Porto, existe uma boa rede de transportes públicos, o mesmo não acontece no Algarve.
Eu, e como eu, muitos outros jovens, moro em Faro e trabalho em Loulé. Era excelente que se pudesse usar o autocarro, mas infelizmente, parece que algumas zonas do país continuam esquecidas, e mesmo que se queira poupar e diminuir as emissões de poluentes, é quase impossivel.

Um abraço

Unknown disse...

Há uma coisa que ainda não foi esclarecida (pelo menos para mim,) que é o facto de os defensores dos carros eléctricos alegarem que se trata de uma solução ecológica. Então pegunto eu, mas a produção de energia elétrica não é altamente poluidora devido às centrais de carvão?
Sergio - Lisboa

João Pedro disse...

A peça acabou de focar mais um dos travões à vulgarização e descentralização de combustiveis alternativos - as quotas de produção e de legalização de empresas que queiram entrar nesse sector !!!

Jose disse...

Ainda não existe abertura por parte da empresa do metro de lisboa nem pela linha de cascais de utilizar a bicicleta como meio de transporte devido aos horários impostos por estas entidades. Estes horários são absurdos e inviáveis. passo a citar os horários oferecidos:
Metro de Lisboa-
Desde dia 1 de Junho que o Metropolitano de Lisboa estendeu a permissão do transporte de bicicletas no Metro aos dias úteis, a partir das 20:30 horas, antecipando, deste modo, uma hora no horário anteriormente previsto. Aos Sábados, Domingos e feriados o horário de transporte de bicicletas mantém-se, ou seja, poder-se-á realizar durante todo o dia.
Comboios-
As bicicletas podem ser transportadas nos comboios da CP Lisboa, nas Linhas de Sintra, Cascais, Azambuja e Sado. O transporte é gratuito tanto aos dias úteis como aos fins de semana e feriados.

Nos dias úteis não é permitido transportar bicicletas entre as 7 e as 10 horas no sentido periferia-Lisboa e entre as 16 e as 20 horas no sentido Lisboa-periferia. Cada cliente pode transportar uma bicicleta, as carruagens para o efeito estão devidamente identificadas.

Só se pode andar de bicicleta no metro nos dias úteis apartir das 20h30 quando já não existe luz natural. Se eu optasse por ir para a escola ou para o trabalho de bicicleta, estaria bastante limitado na vinda para casa de comboio.

Unknown disse...

Boa tarde,
Venho lembrar algumas relações
entre transportes que não são tentadas em Portugal:
1. Bicicleta/faixa de BUS: de coexistência fácil, esta aliança permite ajudar à implementação destas faixas, dando força à escolha política.
2. Faixa BUS/carros com mais de 2 pessoas, sistema utilizado nos estados unidos, força a reduz a utilização individual do automóvel.
3. Bicicleta/comboio ou metro, sistema amplamente utilizado no norte da Europa, apenas aflorado em Portugal;
4. A rua pedonal – estas ruas conseguem, em cidades de dimensão razoável, instalar comércio com elevada rentabilidade. Este fenómeno alicerça-se principalmente nas melhorias ambientais do espaço, e induz numa valorização do terreno; pode esta viabilizar transformações urbanas; estas ruas tem uma relação fácil com as bicicleta, podendo ser integradas numa rede ciclável.
Há muitas possibilidades, ainda não experimentadas; umas complementam as outras, e valorizam-se mutuamente; todas relegam o automóvel para segundo plano; porque a cidade não pode continuar a rodar à volta do automóvel.

Álvares Pereira disse...

Os governates deste país deviam olhar para as cidades nórdicas. Olhar para a sua organização e excelência de transportes públicos.

Eles deviam ser um exemplo a seguir!

Pedro disse...

Boa tarde,

Sobre os Biocombustíveis gostaria de deixar uma ressalva:

Não é claro que os biocombustíveis sejam totalmente limpos. Pelo menos os de primeira geração como os que se está a falar no programa. Não podemos esquecer que para optimizar as culturas são utilizados fertilizantes em excesso que vão poluir tanto os solos como a água e mesmo a atmosfera.

Para além disso, e comentando uma frase dita recentemente, não concordo que se produza biocombustíveis apenas se se tiver excesso de matéria prima. Se um agricultor tiver de escolher entre a agricultura comum (que tem dificuldades em escoar produtos, sem falar nos baixos preços) e a produção de plantas com vista aos biocombustiveis ele escolherá os biocombustiveis. Trata-se de um investimento mais seguro e com maior rendimento. Este facto leva ao aumento do preço dos alimentos ou mesmo à falta deles.

No caso dos biocombustiveis, apenas concordo com o uso dos de 2º geração, ou seja, os que derivam dos excedentes das florestas. Estes sim serão ambientalmente favoráveis.

João Pedro disse...

Fernanda,

Aqui tem uma ideia que gostaria ver implementada na Europa mas com as quotas impostas como será possível ver uma alternativa viável implementada???

http://www.ls9.com/

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Ao Srº Engenheiro:

"Os não-lugares são todavia a medida da época (...) as vias aéreas, ferroviárias, as autoestradas (...) em benefício de uma comunicação tão estranha que muitas vezes mais não faz do que pôr o indivíduo em contacto com uma OUTRA imagem de si próprio" ( Marc Augé - "Não Lugares" )

É importante P O T E N C I A R esse espaço viajante que não seja o arquétipo do não-lugar subterrâneo que "remetem ao viajante de passagem a imagem simultanea da história PERDIDA e da vida que PASSA" para um local em que seja presenciado e vivido esse MOVIMENTO, deixar a paisagem tomar parte das experiências de viagem!

---

Eis a diferença ( Metro Sub e Metro Sobre ):

O que é mais "prazeiroso" ? Não houveram sempre, como já foi referido, metros á superfície ?

Importante saber reflectir sobre esses NAO LUGARES, onde nao se cria "nem identidade, nem RELAÇAO, mas SOLIDAO e SEMELHANÇA".

---

Optima partilha de "ideias" hoje.

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Ana G.

António Santos disse...

Boa tarde!

Gostaria de focar que o facto de grande parte da nossa população recorrer à aquisição de casa própria, os atira para as periferias, criando óbvios problemas de tráfego.
Noutros países que bem conheço, e onde existe um verdadeiro mercado de arrendamento, as pessoas optam por viver o mais perto do seu local de trabalho, e mesmo que este seja alterado, têm toda a liberdade para mudar de casa.
No nosso país as pessoas ficam muitas vezes presas aos encargos com a casa que compraram, limitando largamente a sua mobilidade profissional.
Sobre a utilização diária de bicicletas, acho que ainda não existe abertura de espírito para tal.
Assisti há alguns anos, a uma situação que penso que jamais irei ver no nosso país, por razões de preconceitos.
Estava eu, numa deslocação profissional à sede de um dos maiores grupos mundiais do seu sector, e assisti, várias vezes, à chegada, de bicicleta, não só de muitos quadros, como também um dos seus vice-presidentes.
Gostaria também de fazer uma pequena correcção a um dos comentadores ( O presidente da associação das energias renováveis) que a electricidade não é utilizada para produzir hidrogénio, mas sim o contrário.

Cumprimentos

Martinha disse...

Pois é Ritinha, um dia quando acordar numa bela manhã de Inverno, com imenso frio lá fora e com dois lindos bebés para levar ao infantário, a seguir ir trabalhar e entretanto começou a chover e no final do dia terá que os ir buscar ao infantário... bom eu digo-lhe que você ficou preguiçosa se não conseguir fazer isto tudo de bicicleta... Ah! E não se esqueça também de ir buscar fraldas de bicicleta...

Martinha disse...

Só se for na Holanda... temos muitos sonhos, muitos ideais quando somos estudantes, mas aqui em Portugal, é completamente inviável uma situação dessas. Não por uma questão de preguiça mas sim, de segurança...

guerradossantos@gmail.com disse...

Antes de mais, parabéns a toda a equipa do Sociedade Civil pelos temas que abordam e colocam em discussão pública. Quando me convidaram para participar neste programa, apesar de ainda estar a meio do meu projecto dos "100 dias de bicicleta em Lisboa", já era detentor, por via da experiência, de uma quantidade riquíssima de informação sobre a cidade de Lisboa, as bicicletas, o tráfego automóvel, as vias, o clima, etc ...

E é com imenso prazer que admito aqui publicamente o meu elevado nível de ignorância quando, antes de começar este projecto no dia 01 de Janeiro de 2008, falava acerca da impossibilidade da utilização da bicicleta na cidade de Lisboa. Eu, tal como todos os outros ignorantes que falam daquilo que não sabem, ou do qual não têm experiência, falava das colinas, do clima, do tráfego automóvel, dos maus condutores, etc, etc... como desculpa para não utilizar a bicicleta nas minhas deslocações diárias pela cidade.

Agora, passados mais de 100 dias em que efectivamente utilizei a bicicleta na cidade de Lisboa, posso afirmar, COM CONHECIMENTO DE CAUSA E SEM IGNORÂNCIA, que a bicicleta é um meio de transporte perfeitamente viável para os cerca de 700 000 priviligiados que moram, estudam ou trabalham dentro dos seus limites. 25% da população da Área Metropolitana de Lisboa (cerca de 3 milhões) pode percorrer os cerca de 10 ou 15 km que em média gastam nas suas deslocações diárias pela cidade.
Eu, percorro 25, o que me dá além de um grande gozo, uma saúde de ferro (e menos 6 kg de gordura), uma grande poupança de tempo, uma grande poupança económica, bem como o prazer de viver a cidade de Lisboa da mesma forma que já vivi cidades como Amesterdão, Bremen ou Helsínquia.

EU, já mudei o meu "chip", um reset total com os preconceitos do passado, um cortar com o pensamento mesquinho do "eu tenho carro, logo sou melhor que os outros". Se os Holandeses e os Alemães são mais ricos que nós, é porque de certeza são mais inteligentes, por muito que nós gostemos de pensar e dizer o contrário.

A qualidade de vida não se faz só pela quantidade de dinheiro que se ganha, mas acima de tudo, pela quantidade de dinheiro que se poupa, e pela forma como dia-a-dia vivemos o nosso lado profissional e de lazer, em simultâneo.

Maiores cumprimentos.

Paulo Santos.
1219km percorridos de bike pela cidade de Lisboa, desde 01/Jan/2008

http://www.100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com/

Unknown disse...

Cara Martinha e caro J, obviamente que a bicicleta não cobre todas as situações de uso. Obviamente nem todas as pessoas a podem utilizar. Parece-me obvio, também, que uma grande percentagem da população não as usa meramente por factores culturais ou preguiça. Claro está também que, ao não haver uma massa crítica de utilizadores dificilmente se conseguirá benefícios para os ciclistas - pessoas que pedalam para que os vossos bebés não respirem ar inquinado. E também me parece claro que são estas as pessoas que merecem mais atenção por parte dos politicos e urbanistas, que são estes os modos de transporte que podem tirar a cidade da situação caótica em que caiu. O automóvel é, e será sempre, necessário e útil; mas em maior equilibrio e respeito pelo ambiente urbano.

sbsbessa disse...

Já há 14 meses que me desloco diariamente para o trabalho, no centro da cidade do Porto, a pedalar.
São pouco mais de 4 Kms para cada lado e para esta distância parece-me o meio de transporte mais adequado.
Para além de ser ecológico é mais barato, mais saudável e mais divertido.

Unknown disse...

inda à pouco tempo fiz um trabalho para a universidade, que consistia no uso responsável do transporte individual, o simples facto de preenchermos todos os lugares do nosso carro, reduz e muito as emissões de CO2, ou seja em vez de termos 5 carros nas estradas teríamos 1 lutado, e para isso basta nos apostar tanto no Carpool e no carsharing este ultimo será implementado pela carris no inicio de Setembro. Apostem nestas duas correntes e dêem um grande contributo para o ambiente e para o transito.

ilovedance disse...

Biocombustíveis podem ser caminho para redução de gases poluentes.
Nesta nova era de preocupação ambiental, cresce a importância das energias renováveis «limpas». Dentro destas, os biocombustíveis são uma aposta da União Europeia (UE), e de Portugal em particular, para reduzir as emissões de gases poluentes, em especial o dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, que provocam o chamado Efeito de Estufa.
Em Portugal, o objectivo é reduzir em dez por cento as emissões de gases poluentes até 2010.

O debate sobre o uso de bio combustíveis está cada vez mais em voga, pois é sabido, com muita clareza, que os combustíveis fósseis, os mais utilizados, são finitos e as reservas terrestres só tendem a diminuir e terminar, sem renovação. Além disso, são extremamente poluidores e causam sérios desequilíbrios no ambiente, tornando-o numa grande preocupação mundial. Assim, como alternativa aos combustíveis fósseis extremamente poluidores surgem os biocombústiveis que emitem muito menos gases poluentes, protegendo assim o ambiente e permitindo um desenvolvimento sustentável defendido por todos e em especial pela União Europeia. A UE tomou a iniciativa e iniciou a alguns anos campanhas com vista a encorajar o desenvolvimento das energias renováveis com o objectivo de combater as alterações climáticas e reduzir a dependência dos combustíveis petrolíferos.
Os combustíveis são materiais capazes de liberar energia quando ocorre uma mudança nas suas estruturas químicas. Possuem energia acumulada e podem queimar com certa facilidade. São usados, principalmente, para gerar energia e movimentar automóveis, aviões, máquinas industriais, etc.
Alguns combustíveis são utilizados também para gerar energia eléctrica.

Os combustíveis fósseis são os mais usados da actualidade.
Combustível fóssil é uma substância formada de compostos de carbono, usados para alimentar a combustão. Os combustíveis fósseis são formados pela decomposição de matéria orgânica através de um processo que leva milhares e milhares de anos e, por este motivo, não são renováveis ao longo da escala de tempo humana, ainda que ao longo de uma escala de tempo geológica esses combustíveis continuem a ser formados pela natureza.
O carvão mineral, os derivados do petróleo (tais como a gasolina, óleo diesel, óleo combustível, o GLP - ou gás de cozinha -, entre outros) e ainda, o gás natural, são os combustíveis fósseis mais utilizados e mais conhecidos. Estes combustíveis correspondem a mais da metade das fontes de energia do mundo, servindo de base para a actividade industrial e de transportes.
Entre as consequências ambientais do processo de industrialização e do inerente e progressivo consumo de combustíveis fósseis, destaca-se o aumento da contaminação do ar por gases, provenientes justamente da queima destes combustíveis, que é cada vez maior, gerando uma série de impactos locais sobre a saúde humana.
O facto desta situação ter tomado grandes proporções, o mundo depara-se com greves problemas de poluição, aos quais as intervenções de protecção ao ambiente e até à saúde humana já nada têm resolvido, A desmedida emissão de gases poluentes tem provocado, nas últimas décadas, o fenómeno climático conhecido como efeito estufa. Este tem gerado o aquecimento global do planeta.
Se este aquecimento continuar nas próximas décadas, poderemos ter mudanças climáticas extremamente prejudiciais para o meio ambiente e para a vida no planeta Terra, deste modo surgem os biocombústiveis como alternativa aos combustíveis fósseis.

Os Bio combustíveis são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais como, milho, soja, cana-de-açúcar, girassol, entre outros. O lixo orgânico também pode ser usado para a fabricação de biocombústível. Os principais biocombustíveis são: etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar e milho), bio gás (produzido a partir da bio massa), bio etanol, bio éter, bio diesel, entre outros.
Os biocombústiveis podem ser usados em veículos (carros, caminhões, tractores) integralmente ou misturados com combustíveis fósseis. A vantagem do uso dos biocombústiveis é a redução significativa da emissão de gases poluentes. Também é vantajoso, pois é uma fonte de energia renovável ao contrário dos combustíveis fósseis.
Por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Com vista a lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível.
É aqui que reside toda a importância deste assunto, pois se por um lado existe uma grande e preocupante poluição ambiental originada pelos combustíveis fósseis e surge como alternativa os bio combustíveis, por outro vai agravar-se outro dos graves problemas do mundo, a fome. Segundo o Decreto-Lei nº 62/2006 de 21 de Março de 2006, é biocombustível o combustível líquido ou gasoso para transportes, produzido a partir de bio massa. Segundo este decreto, "a promoção da produção e da utilização de biocombustíveis e de outros combustíveis renováveis no espaço comunitário é uma importante medida para, no âmbito do desenvolvimento sustentável da Comunidade Europeia, reduzir a dependência das importações de energia e influenciar o mercado dos combustíveis no sector dos transportes e, deste modo, a segurança do abastecimento energético a médio e longo prazos". De facto, um dos principais problemas ambientais resulta da utilização de combustíveis fósseis como a gasolina e o gasóleo. Assim, e perante a mesma lei, são considerados biocombustíveis, (apenas alguns exemplos):

Bioetanol: etanol produzido a partir de biomassa e ou da fragmentação biodegradável de resíduos para utilização como biocombustível; O etanol (álcool etílico) é um álcool derivado de cereais e vegetais. No Brasil, utiliza-se a cana-de-açúcar para a produção do etanol, enquanto nos Estados Unidos e México é utilizado o milho. Biodiesel: O biodiesel é um combustível renovável, pois é produzido a partir de fontes vegetais (soja, dendê, girassol, entre outros), misturado com etanol (proveniente da cana-de-açúcar) ou metanol (pode ser obtido a partir da biomassa de madeiras). Ou seja, um combustível totalmente limpo, orgânico e renovável. Biogás: gás combustível produzido a partir de biomassa e ou da fragmentação biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como biocombustível, ou gás de madeira; Biometanol: metanol produzido a partir de bio massa para utilização como biocombustível;
Todos estes exemplos apresentam vantagens e desvantagens equivalentes, sendo que as de uns equiparam-se a de outros, assim iremos referir a seguir as vantagens / desvantagens do biodisel, que é um dos exemplos mais comuns nesta categoria, considerando à priori que são aplicáveis aos outros biocombustíveis.
Biocombustíveis põem em causa luta contra a fome

Todos os biocombustíveis consomem também produtos agrícolas que poderiam servir para alimentar um planeta faminto. Segundo as conclusão de um relatório da ONU, embora proporcionando vantagens potenciais, o crescimento explosivo dos biocombustíveis poderá enfraquecer a segurança alimentar e aumentar os preços dos alimentos num mundo onde 25 mil pessoas morrem de fome todos os dias – na sua maioria com menos de 5 anos de idade. Prevê-se que a procura de combustíveis e de alimentos duplique em meados do século XXI, e muitos cientistas temem que nas próximas décadas, as alterações climáticas prejudiquem a produtividade agrícola.
A agência da ONU responsável pela luta contra a fome no mundo alertou a União Europeia para os perigos dos biocombustíveis, que alimentam a subida dos preços dos alimentos. Os 27 Estados membros da UE querem ter, até 2020, dez por cento de biocombustíveis nos transportes. Josette Sheeran, directora do Programa Alimentar Mundial (PAM), sublinhou numa audição com eurodeputados em Bruxelas que muitas explorações estão a deixar de produzir alimentos para passar a produzir biocombustíveis. Por causa desta alteração, “os preços dos alimentos estão a atingir um tal nível que, por exemplo, o óleo de palma em África atingiu o mesmo nível do preço do combustível”, salientou Sheeran.
Sheeran lembrou que numerosos países industrializados estão a escolher desenvolver os biocombustíveis, produzidos a partir de matérias-primas agrícolas, devido ao aumento ininterrupto dos preços dos biocombustíveis, ela defende que isto até pode ser um bom negócio para os agricultores, mas a curto prazo os mais pobres serão gravemente afectados pois as culturas destinadas aos biocombustíveis tendem a substituir as destinadas à alimentação humana.

A transformação de alimentos em biocombustíveis e a especulação financeira são as principais causas da alta dos preços dos produtos alimentícios, denunciou o relator da ONU.
A Organização das Nações Unidas divulgou dia 10 de Abril, um relatório mostrando os riscos que o aumento na produção do agro-combustível pode causar ao mundo. O aumento da fome é o principal problema segundo o documento,( "massacre quotidiano da fome" é uma crise "antiga", mas que no último mês e meio, com a forte alta dos preços no mercado mundial, "novas classes sociais caíram, por milhões, no abismo da fome").

Para produzir o agro-combustível é preciso expandir a monocultura – produção de uma só cultura em grande escala e com isso, as terras usadas para produção de alimentos diminuiriam. O agro-combustível é produzido a partir de produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar, soja, e outros que são fontes renováveis, não se esgotam no meio ambiente como o petróleo. O relatório também alerta que se este projeto não for bem implementado em países mais populosos como a China, os riscos ainda são maiores. Outra preocupação é com relação ao desmatamento. O aumento da monocultura pode acarretar em grandes áreas desmatadas para fazer as fronteiras agrícolas avançarem, isto poderia acontecer principalmente no sudeste da Ásia. O relator fez um balanço e disse que os biocombustíveis são um crime contra grande parte da humanidade, pois a transformação em massa de alimentos em combustível provocou a escalada dos preços de produtos básicos, dificultando o seu acesso por parte dos mais pobres.
Uma família europeia destina de 10% a 12% de seu orçamento à alimentação. No mundo em desenvolvimento, onde 2,2 biliões de pessoas vivem na extrema pobreza, segundo o Banco Mundial, a proporção é de 85% a 90% da renda gastos com os alimentos.




A única forma de colher os benefícios dos biocombustíveis sem diminuir o abastecimento de bens alimentares consiste em retirar de cena alimentos. Embora os grãos de milho e o suco cana sejam as fontes tradicionais do etanol, este pode também produzir-se a partir dos caules, das folhas e até da serradura - subprodutos destas plantas que normalmente são rejeitados como resíduos, queimados ou enterrados no solo. Na sua maior parte, estes materiais são formados por celulose, as rijas cadeias de moléculas de açúcar que constituem as paredes celulares das plantas. A fragmentação dessas cadeias, seguida da fer¬mentação dos açúcares, poderia render um amplo espectro de biocombustíveis, sem concorrer com as culturas alimentares. Os visionários dos bio¬combustíveis descrevem um ressurgimento das ervas perenes da pradaria, capazes de reter o car¬bono no solo, proporcionar habitat à vida selva¬gem e controlo da erosão e fornecer grande abundância de biocombustível. O princípio sub-jacente ao etanol celulósico é simples, mas torná-lo barato como a gasolina é que não.

Conclui-se então que é preciso combater a mudança climática, "mas sem matar as pessoas de fome", defende-se que é necessário potencializar o transporte público e outras fontes de energia, como a eléctrica. "O direito à vida e à alimentação é o principal".


Aqui está a minha opinião acerca dos biocombustíveis.
Acho que no programa deviam ter sido discutidas com mais rigor as vantagens e desvantagens

ilovedance disse...

Na minha opinião concordo com o que os convidados disseram, o facto de em primeiro lugar ser alterada a mentalidade das pessoas. Uma vez que é uma medida realizada a longo prazo devem ser tomadas possíveis medidas que alertem a consciência das pessoas.
Em relação aos biocombustíveis penso que seja uma solução para a redução de emissão de gases nocivos para a atmosfera mas devemos pensar que há países a utilizarem campos que supostamente devem servir para alimentar uma vasta população. Deste modo, os campos devem ser valorizados com destino à alimentação e nao para substituição de combustiveis fosseis em biocombustiveis, visto que o clima vai se alterando a longo prazo e a fome é um problema que afecta directamente a população.

ricardo.vegetus disse...

Muito bom tema!
Gostava que fizessem um só sobre microgeração.