sexta-feira, março 6

"Copianço”

O plágio de trabalhos de faculdade ou mesmo de teses de mestrado e doutoramento é uma realidade crescente. De tal forma que o antigo reitor da Universidade do Algarve, Adriano Pimpão, defende que “seria útil ponderar não só a suspensão da universidade como de todo o sistema universitário durante um período de tempo”: Drástico? O fato é que os responsáveis universitários começam a considerar a necessidade de um código de conduta para uma situação que todos sabem existir, mas que ninguém reconhece publicamente. Apesar de estar tipificado na lei, os casos conhecidos apenas dão direito a repreensões, desconto na nota e nada mais.
Que consequências para a vida profissional de quem copia? E para a sociedade que não se inova apenas se repete?

Convidados:
Ivo Domingues, Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho
Sónia Oliveira, Psicóloga Clínica do Núcleo de Psicologia do Estoril
Paulo Feytor Pinto, Presidente da Associação de Professores de Português
Frederico Saraiva, Presidente da Associação Académica de Lisboa

23 comentários:

Catherina Sanders disse...

Boa tarde,

Tenho quase 30 anos e já no meu tempo de escola se copiava, desde a primária até a universidade.
Não fui santa, mas pouco copiei, porque aprendi que devemos mostrar aquilo que sabemos. Mesmo errando ao voltar a estudar se aprende. E se não tivermos bases, nem conhecimentos como num momento em que estamos isolados podemos nos desenrascar?

Às vezes repetir de ano ou disciplinas (na universidade) faz-nos bem, porque não é marcar passo. É sim aprender correctamente as matérias e evoluir.

Só um reparo, ontem deu no telejornal (acho da RTP1) que existe um site francês que dá respostas dos exercícios escolares em 24h-72h, por um preço numerário.
Não se esqueçam de falar neste tópico, porque é importante.
Outras pessoas a fazerem os nossos exercícios não nos ajudam em nada.
Abraços,

Catherina

Bruno Caetano disse...

copiar só pode ser um instrumento de ignorantes
num país de ignorantes.......

Bruno coelho

Inês Alves disse...

Sou estudante universitária e penso que o copianço só se irá reflectir mais tarde quando uma pessoa executar a tarefa para a qual estuda.
O único prejudicado deste acto é o próprio estudante. È um acto imoral, contudo todos ou quase todos os estudantes directa ou indirectamente o praticam. muitas das vezes porque também o professor o facilita.
Penso que acima de tudo é por uma questão de segurança, de forma a garantir melhores resultados

Inês Alves

Unknown disse...

Boa Tarde!

Sou estudante Universitário em Coimbra. Na Universidade até agora ainda não fiz copianço, talvez por causa dos exames serem quase todos com consulta.

No secundário chegava a preparar todos os meios possíveis para copiar, mas na altura do teste, muitas vezes não tinha coragem para o fazer... e outras vezes não utilizava o copianço, porque ao preparar o copianço estava a estudar e no final o que estava no copianço era o que melhor sabia.

Abraços,

Renato

Maria disse...

Boa tarde,

Não vou dizer que nunca copiei, pois na preparatória já o fiz. No entanto, na secundaria e agora no ensino Universitário nunca copiei, pois os exames para mim são uma forma de testar as minhas capacidades. Se passar no exame sinto-me realizada, mas se não passar fico consciente que fiz tudo para passar. Eu tenho vergonha de ser apanhada a copiar, do que reprovar numa unidade curricular.
Copiar na universidade acho pior que no secundário, pois o que será dos alunos que copiam nos exames na universidade? Bons profissionais não serão de certeza.

Cristina Rocha disse...

Quantas e quantas vezes se aprende com o "copianço".

Obrigada e parabéns pelo programa
Cristina Rocha

juliana pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Borboleta disse...

Sou estudante universitária e prefiro fazer por mim do que copiar.Tenho colegas que copiam e fazem-no das formas mais originais,usam folhas de rascunho com apontamentos, inserem-nas na calculadora ou no codigo civil. Nos trabalhos de grupofazem copie paste e têm o trabalho feito, acabam por tirar boas notas porque alguns professores nem se dão ao trabalho de fazer uma discussão. Copiar parece que só trás vantagens, mas continuo com a minha decisão de não copiar.

João Silva Rebelo disse...

Boa tarde,

Sou aluno d0 1º ano de Direito numa universidade de Lisboa.
Desde o Ensino Básico que vejo colegas a copiar.
Simplesmente acredito que se copiar não só estou a enganar o professor (coisa de que muitos se gabam), mas também a enganar-me a mim próprio e a todos os que depositam a sua confiança em nós.
Os problemas que acredito que existem são a aceitação social do "copianço" e a necessidade do ego de muitos professores de se reverem nas respostas dos testes dos alunos que forçam os alunos a decorar quantidades de matéria interminável (isto ao nível do Ensino Superior).
A falta de métodos de estudo, que observo em todos os níveis do Ensino Português, é a causa mais provável deste "fenómeno".

João Rebelo

NigthWolf disse...

Boa tarde a todos, e desde já os meus parabéns pelo óptimo programa e pela variedade de temas que são propostos a discussão.

Quanto ao tema do dia, gostaria de falar sobre o plágio e as empresas que disponibilizam serviços relacionados com trabalho académico.

Julgo que existe uma forte componente ética, mas que se deve colocar a quem solicita os serviços e não às entidades que disponibilizam tal serviços, na meida em que, em primeira e última instância, são as pessoas que solicitam tais serviços os mais prejudicados, e neste caso duplamente.
Isto porque, para além de pagarem por uma actividade que deveriam ser eles a desenvolver, perdem também a possibilidade de desenvolverem competências que mais tarde se lhes serão exigidas pelo mercado de trabalho.
Logo, se em parte julgam ter o problema resolvido no imediato, a longo prazo serão prejudicados, na medida em que a (in)competência desenvolvida será testada e com ela virá a avaliação.
Julgo que como em todas as situações, os melhores e os mais competentes e os mais bem preparados terão maiores benifícios. Quanto aos restantes, para além do peso pessoal e de consciencia, inevitavelmente os resultados virão ao de cima.

No que às entidades diz respeito, não se deverá "matar o mensageiro", mas sim perceber quais os motivos que estão na génese do problema.

Saudações para o vosso programa,

J.

Pedro Silva disse...

Boa tarde, no meu ponto de vista os alunos que copiam são aqueles que teem professores que o permitem, pois eu sempre tive professores que não permitiam ter nada em cima da secretário, mas mesmo nada e era absolutamente impossível copiar!!!

Os alunos se copiam nas provas é porque o sistema permite.

Abraços e muitos parabéns pelo programa

Bruno Caetano disse...

devia-se discutir pq os alunos não s sentem na obrigação de ir preparados e cultivam-se os testes à Americana de 3 respostas e que obviamente facilitam a cópia

Anónimo disse...

Copiar é errado e é fácil reconhece-lo, mas também nao é difícil admitir a acutilância de um exame porque qualquer faut-pas é quase imperdoável, no fim do semestre faz-se a média seca dos resultados obtidos e isso obviamente faz disparar a ansiedade, e a ansiedade faz disparar a quantidade de erros mesmo para quem sabe a matéria,
mas enfim, os alunos também se sentem na liberdade de copiar porque nao ha juizo final, sao empregues por cunha, e assim gira a entreter a razao, o comboio de cordas q se chama cábula
o copianço deve ser punido, e punindo se vai controlando, porque menos pessoas terao a coragem de arriscar, as que tiverem, ou tivessem, num sistema de ensino seguro e justo, o proprio tempo se encarregaria de eliminar, estilo selecçao natural

cumprimentos

Anónimo disse...

Boa tarde.

Eu sou licenciada em Ciências da Educação pela Universidade do Porto e recuso-me, obviamente, a copiar.
No entanto, assisti ao longo da licenciatura a situações bem delicadas e que se deveram, essencialmente, ao facto de todas as cadeiras terem de ser avaliadas com trabalhos bastante exigentes e cujas datas se sobrepunham. Isto para não falar nos trabalhos de grupo que, muitas vezes, são um “disparate” para avaliar os estudantes, pois uns trabalham e os outros levam as melhores notas sem se perceber muito bem por que razão.
Por isso, eu chego mesmo a colocar a questão: não estará aqui subjacente uma falta de coerência entre o que se prega e o que se pratica, por parte dos docentes e investigadores?


Bom programa!

Rosa Branca.

Cristina Rocha disse...

Eu sou estudante universitária e já tentei copiar, mas não consigo fazê-lo porque fico vermelha, com muito calor e parece que tenho setas grandes e luminosas a apontar para mim.

Cumprimentos
Cristina Rocha

Unknown disse...

Sou professora há cerca de 3 anos, licenciei-me em Ensino das Ciências da Natureza (Biologia/Geologia) e de toda esta discussão fica-me a dúvida:

Não estaremos demasiado orientados para a avaliação de conteúdos, por objectivos; e não

para uma avaiação de competências, de "saberes-fazer", de "saberes em acção"? Sou tenho três anos de docência mas sei perfeitamente fazer testes em que avalio taxativamente conteúdos - que podem estar decorados, ou em cábulas mas não compreendidos e outros tipos de avaliação em que observo e valorizo a capacidade dos meus alunos colocarem esses conteúdos "em prática", transformá-los em acção e não "repetição"!

Ana Vicêncio

Vrodrigues disse...

Quando estudei fiz cábulas mas acabei por não as utilizar porque ao fazer a cábula estava a estudar, e porque tinha medo de ser apanhada. Acho que a grande questão é saber porque copiam.
E não acho que deva ser punido, deve ser mais controlado.

madame M. disse...

O copianço ou o 'copy paste' sobretudo dos sites brasileiros nos trabalhos de investigação são facilmente detectáveis. Muitos alunos são ingénuos e não se dão ao trabalho de ler e rever, deixando pistas obvias. Algumas hilariantes, como estadounidense em vez de americano... Agora a compra de trabalhos a essas empresas é que são mais difíceis de detectar, certamente...

Anónimo disse...

Boa Tarde. Sou aluno de Engenharia Mecânica no IST. É lógico que considero o "copianço" inaceitável, no entanto também não considero o sistema adequado ao futuro que temos de enfrentar. O "copianço" verifica-se para mim em grande parte devido ao absurdo ensino teórico que vivem os alunos da actualidade. Creio que o ensino superior, especialmente nas áreas de engenharias deveria estar claramente dividido em parte de investigação e projecto propriamente dito, em que este último seria complementado com uma base teórica que fosse essencial mas acima de tudo seria à base de trabalhos projectos, etc.. muito mais vocacionado para a prática do que para a teoria que é isso que se encontra no mundo real.

Anónimo disse...

Boa tarde,
Estou no segundo ano do curso de Biologia e devo confessar que fiquei surpreendida quando cheguei à universidade e verifiquei que a maioria dos alunos faziam cábulas!
Não vou dizer que nunca dei uma espreitadela ao vizinho do lado, mas pensei que ao chegar à universidade isso já não seria possível.
A verdade é que no primeiro ano continuei a ser fiel a mim própria e não utilizei cábulas, nem copiei. Mas também é verdade que fiquei extremamente desiludida quando verificava, nas pautas, as minhas notas e as notas dos meus colegas que usavam os auxiliares de memória (até rolos faziam). Não é justo, e fiquei triste por ver ainda que os próprios professores incentivam os alunos a cabular, ao não ver ou mais propriamente ao fingir que não vêem!

Neste sengundo ano, a minha própria mãe diz-me para ser mais esperta e também levar umas cábulas para os exames!

O que devo fazer? Ouvir os conselhos da minha familia e participar nesta mentira, que é o ensino universitário como formação de bons profissionais, ou ficar de consciência tranquila e com notas inferiores aos meus colegas que fazem cábulas a toda hora?

Cumprimentos,
Inês Silva.

JU disse...

Boa Tarde!

Devo dizer que só não copiei mais porque não tinha muito jeito, por isso a minha experiencia em copianços resumem-se a 3/4 experiencias angustiantes.
No entanto apesar de achar que é um principio errado não entendo que prejudique o desempenho profissional um dia mais tarde como foi referido em cima, já que no dia a dia, não utilizamos as teorias de 5 autores e 20 definições sobre o mesmo assunto.
Sou mais de acordo com os exames de consulta em certas cadeiras, já que uma vez mais no mundo laboral podemo-nos também socorrer de material.

Unknown disse...

O quê copiar?...não acredito!!!....espera! ainda há pouco tempo vi em "um?, dois!!" exame de faculdade...pois até as teclas dos ipods, telemoveis e sons de folhas a passar....todoa gente copiava...toda? não! eu estupidamente não copiei....e o que ganhei com isso? tirei nega! Ah pois...o meu esforço nas aulas não deu a entender ao prof. que eu fiz o melhor que sabia, mas dar-me mais um valor para passar...isso não, era contra a ética....mas quem se fartou de copiar...passou! E pergunto eu, isso não é o que conta? Será que um prof. como aquele e muitos outros com anos de experiencia não sabem, quem sabe, ou não sabe...pois sabem!? Enfim mas dão nota... "meu filho eu sei que copiaste mas tens o teste tão bem feito e eu não tenho provas que foste um copiador electronico ou outros afins....! E assim digo copiar é o que tá dar!

VTRR disse...

Peço desculpa pela minha ignorância, gostaria de deixar um post sobre um programa que deu a alguns dias a cerca de segurança… não entendi lá muito bem o objectivo ou a intenção com que era encarado esse pequeno PrObLeMa , mas pronto, não consigo encontrar no vosso blogstop ou é falta de destreza minha na procura ou esta mesmo seguro. Gostaria de saber qual o link para dizer algumas coisas que um sH não teve coragem de dizer ou então para não abrir os olhos as pessoas ou será uma palavra que é linda para alguns para mim è uma falta de respeito CONVENIENCIA.
“A verdade seja dita para que levantar poeira quando posso passar despercebid.”
Estarei a espera do link, muito obrigado pela vossa compreensão desta sociedade civil cada vez mais …