segunda-feira, outubro 12

Gastos com as forças armadas: justificam-se?

Os investimentos de milhões de euros em equipamentos como submarinos ou helicópteros levantam a questão: faz sentido investir nas FA em tempo de paz, sem perspectivas de conflito no horizonte e num país sob a protecção da NATO? O orçamento em 2009 para as FA foi de 1,2 mil milhões de euros. Para 2010 estão previstos aumentos salariais que vão encarecer este orçamento em 48 milhões. Acrescente-se que o buraco orçamental do Ministério da Defesa, no final de Agosto, era de 150 milhões de euros.
Porém, as associações mostram-se descontentes com o desgaste destas instituições que durante anos não viram melhoramentos. Mas onde investir? Quanto custam as missões de paz? Que tipo de cooperação temos com os outros países?
Convidados:
Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes
General Loureiro dos Santos
Sargento-Adjunto António Lima Coelho, Presidente da Direcção da Associação Nacional de Sargentos
Helena Carreiras, Docente ISCTE, especialista em defesa e forças armadas

21 comentários:

Anónimo disse...

Do meu ponto de vista considero completamente desnecessário o investimento nas FA.
Para além de não estarmos num país de uma possivel guerra, o nosso contributo no exterior tem sido minoritário.
Muito do orçamento para as FA deveria ser reencaminha do para outras finalidades, para outros apoios, por exemplo os apoios sociais.
Pedro Gomes - Braga

sonharamar disse...

A situação actual das forças armadas portuguesas é absurda. Os gastos são enormes para cumprirem uma missão já de si tão questionável. Seria perfeitamente possível abolir as forças armadas e dotar outras organizações como a protecção civil e a GNR para que pudessem cumprir essas mesmas missões por uma fracção do custo que é gasto actualmente.
Choca-me bastante ver que o dinheiro dos meus impostos é desperdiçado de forma tão inútil.
Quantos hospitais por exemplo é que se podiam fazer com o que se gasta hoje em dia?

ASS: Pedro Silva

ana chagas disse...

Boa tarde,

Em primeiro lugar, como cidadã, gostaria que existisse mais informação nos media que espelhasse a realidade das Forças Armadas, para que pudessemos fundamentar a nossa opinião sobre o dinheiro dispendido com as mesmas, etc.
Em 2º lugar não devemos esquecer o papel meritório das Forças Armadas na formação dos jovens que ingressam as suas fileiras. A muitos destes é-lhes dada a oportunidade de continuarem a sua educação e terem oportunidades que não teriam na sociedade civil.
Por último, como cidadã, desejaria que as Forças Armadas fossem mais activas na sociedade civil, unindo-se às polícias para aumentar a segurança do território nacional e, na protecção das zonas florestais. Assim seriam para mim, as Forças Armadas do séc. XXI que a população necessita.

Obrigada, Ana Chagas

JDM disse...

O investimento nas forças armadas é justificado, sendo que apesar de todas as alianças que hoje em dia constituem a realidade mundial, cada nação deve manter as suas condições de sustentabilidade da independência. A existência de forças armadas actuais e ajustadas às necessidades de prevenção e segurança será certamente (à luz da História!) um pilar essencial dessa independência.

Coloco no entanto as seguintes questões:

1- Como são interpretadas a existência e função das forças armadas portuguesas, pelos próprios portugueses, no país actual?

2- A actual actividade das forças armadas portuguesas está ajustada ao quadro de "tarefas" que hoje em dia lhes poderia ser atribuída?

3- Que tipo de actividades podem ser atribuídas às forças armadas, de forma que justifiquem o investimento nelas efectuado, sem que sejam afectados a sua credibilidade e respeito, demonstrando no entanto uma maior presença perante o país e população actual?

sonharamar disse...

"Gastos com as forças armadas: justificam-se?"
Estou bastante desiludido com o programa de hoje. Afinal estão a debater outro tema. Só falam da redução de pessoal e pouco ou nada mais.

rapaz disse...

sim, justificam-se! (mas têm que reduzir os vencimentos exagerados de todos oficiais e oferecer melhores condições aos praças).
cortem mas é nos gastos com os políticos, esses gastos sim, são uma vergonha!

Unknown disse...

Boa Tarde

Infelizmente não pude assistir ao começo do debate, mas deixo uma pergunta que não sei se já foi lançada, como jovem militar contratado que sou, pergunto se a questão da falta de efectivos não poderia ser resolvida com o aumento de vagas no quadro situação que actualmente não se verifica.
Cumprimentos e obrigado

José Costa disse...

Peço desculpa por interromper!
Já que não consigo dados mais recentes aqui estão estes que reportam a 2002.
http://www.nato.int/docu/review/2002/issue3/portuguese/stats.html».

E o que nos diz a Nato em 2002?
Que somos dos países da Europa que mais gastamos nas Forças Armadas em relação ao PIB do país e não só!Gastamos mais percentagem de recursos do que a maior parte dos países mais ricos da NATO!
Portugal gastou em 2002, 2,21% do PIB. Espanha gastou sómente 1,27%, etc....

José Costa disse...

Se estamos em paz qual a razão da existência da GNR?
Um país em crise tem que colocar tudo em causa porque os recursos são finitos.
A razão da existência da GNR para assegurar a defesa do território nacional num cenário de movimento das nossas forças armadas para serem colocadas num outro cenário de guerra, só é justificável nesse cenário! Em tempos de paz a GNR deve ser enquadrada na PSP e adquar a razão desses efectivos em função do total da população!
Gostaria que comentassem este facto.
Bem hajam.

Adriano Rocha disse...

Boa tarde

Estou a ver o vosso programa desde o inicio e gostaria de aproveitar par participar por este meio já que não está presente nenhum convidado a representar a classe de Praças.

Uma nota pessoal sobre mim, fui militar contratado durante 120 meses (6 meses de tropa obrigatória, 18 meses de voluntario e o restante tempo como contratado) estive numa missão de Paz na Onu em Timor, e passei a situação de disponibilidade em Abril deste ano.

O Grande problema das forças armadas é a falta de quadros permanentes para esta classe, Já que a competição que tanto a PSP e a GNR colocam com os quadros permanentes. O factor vencimento não é o mais importante apesar de serem valores baixos.

Quanto a investimento nas forças armadas, claro que é necessário aumentar já que se prova insuficiente para colmatar os gastos necessários.

Adriano Rocha

thorazine disse...

Acho completamente despropositado a obrigatoriedade do Dia da Defesa Nacional. Acho que num sociedade livre não se deve impingir nada, nem se deve vender o exército com um produto de marketing, com um ar limpo e desgin moderno, mas que no fim podemos sempre acabar por ir para um cenário de guerra com a finalidade de tirar a vida a alguém!

Eu faltei! E a todos que me perguntam opinião digo para faltar! Não pelo que é, mas sim por ser obrigatório!

sonharamar disse...

Para defender é preciso que haja alguém a atacar. As ameaças actuais não justificam de nenhum modo a existência de forças armadas.
Marrocos ou Espanha a governarem Portugal porque Portugal não tem forças armadas???? mas algo tão absurdo. Agora temos medo que Espanha ou Marrocos nos possam invadir?!? é no mínimo hilariante!
E forças armadas nunca foram sinónimo de soberania principalmente num país com a dimensão de Portugal.
Existem imensos países por esse mundo fora que não têm forças armadas ou que têm forças bastante mais reduzidas do que as portuguesas e que a sua soberania em nada é afectada.
A missão actual das forças armadas pode ser cumprida por outras organizações e com muito menos gastos.

Unknown disse...

Sem querer parecer demasiado quadrado ou consevador, relembro um ditado romano que penso ser de muita sabedoria: "Em tempo de Paz, prepara-se a Guerra". Bem sei que vivemos numa situaçao de relativa paz, mas tambem acho que não deveremos descurar a imprevisibilidade de uma guerra.

Nicas disse...

meu marido é sargento para quedista. só falam das missoes do exterior, mas a protecçao da população aos fogos? e nas catastrofes naturais? e nos controlos dos motins? Quem vai? Os professores??? estes reclamam e fazem greve porque sao deslocados, mas os militares nem perto de casa ficam e nem subsidios de risco tambem nao...pensem antes de conhecer...

ass: renata

sonharamar disse...

E os comentários "ah e tal as forças armadas salvaram 3mil pessoas e como se avalia esse beneficio??"
por amor de deus! não pode uma guarda costeira fazer o mesmo ou ainda melhor por uma fracção do custo? e foram os 40 F-16 e submarinos que custam milhares de milhões que salvaram essas pessoas?
Sem falar em misseis e armas e sei lá que mais.
É chocante como gastam os meus impostos num lobby que em nada contribui para Portugal.

Gomes disse...

Se fosse possivel gostava de ver esclarecida, a questão dos jovens que após cumprirem o seu serviço militar, em regime de voluntariado ou de contrato, como se processa a sua integração na vida civil, visto os os incentivos terem sido bastante reduzidos e muitas vezes nem são empregues,não passam de pseudo-incentivos.
Carlos Gomes - Lisboa

Nelson Farinha disse...

Aproveito este momento para endereçar as maiores felicidades ao programa, que em muito vem aumentar o conhecimento de quem assiste. Quero deixar o meu testemunho enquando militar em regime de contrato. Termino o vínculo ao Exército em Março de 2010(Seis anos de contrato) e aproxima-se o momento das grandes decisões.Durante este tempo consegui iniciar e terminar uma Licenciatura em Sociologia. Aproveito para incentivar todos os Praças (como eu), que iniciam um vínculo em regime de contrato, a terem objectivo concretos porque eis anos passam a correr.O que será daqueles que não aproveitam o tempo para aprenderem uma profissão? Os meus agradecimentos à Instituição Militar, que em muito me deu.
Nelson Farinha

Manuel Picaró disse...

"Do meu ponto de vista considero completamente desnecessário o investimento nas FA.
Para além de não estarmos num país de uma possivel guerra, o nosso contributo no exterior tem sido minoritário."

Claro, quando houver guerra logo se resolve...

"Muito do orçamento para as FA deveria ser reencaminha do para outras finalidades, para outros apoios, por exemplo os apoios sociais."

Ou seja, mais rendimento mínimo para cidadãos (?) que nada produzem...

"Seria perfeitamente possível abolir as forças armadas e dotar outras organizações como a protecção civil e a GNR para que pudessem cumprir essas mesmas missões por uma fracção do custo que é gasto actualmente."

Cuidado com a centralização das forças, pode correr mal...

Já agora qual é o orçamento da protecção civil em Portugal??? E da GNR???

apaixonadamente_razoável disse...

As FA são um mal necessário!...(n.r.:entenda-se que por "mal", vejo a sua directa e indissociável ligação à violência.)

No entanto, as FA devem... não, têm de evoluir para organismos mais pró-activos na e para a sociedade: parece-me incomportável para a economia nacional, a sua total dependência do Orçamento de Estado - logo, dos nossos impostos.

Veja-se o caso do financiamento do Ensino Superior!... não poderiam as FA serem em parte financiadas pelos serviços prestados à sociedade? É certo que actualmente o fazem, mas onde está essa contabilização? E como pode esse serviço ser continuamente melhorado, se não é avaliado pelo seu “cliente”?

Por outro lado, penso que só desta forma, as FA finalmente "assentariam os pés na terra" e seriam forçadas a adequar os seus investimentos, às reais necessidades do país: veículos, aeronaves ou embarcações... ou mesmo o relacionamento/proximidade entre este organismo e a sociedade civil (SC).

Simplificando: as FA deveriam passar de dependentes da SC a fornecedores da SC!!! Ou visto de outro prisma (talvez um pouco mais controverso), a SC deveria passar de eterno financiador a cliente!

OGMA, Alfeite, etc, etc!?!?!... Elefantes Brancos!!!! Como é possível às FA aprender a gerir empresas, quando o seu sustento e subsistência estão sempre garantidos?!?!... Simplesmente não é, e os resultados obtidos com estas "empresas" falam por si: a OGMA só começou a dar dinheiro, após a sua privatização!

Não estou a dizer que devemos privatizar as FA, longe disso! Mas é imperativo que as FA tenham uma boa parte dos seus rendimentos, directamente dependentes do seu serviço e da sua capacidade de gestão. Quem sabe se, mostrando estas instituições bons resultados, serviços como Protecção Civil ou Bombeiros (por exemplo), não poderiam passar para a sua alçada, com a óbvia rentabilização/redução de recursos?!....

Anónimo disse...

Esta visão restrita e pobre de que as Forças Armadas Portuguesas apenas servem para a GUERRA é o que leva a comentários como os que aqui foram escritos... até posso afirmar que maior parte dos autores deste tipo de comentários desconhecem as actividades, extra GUERRA, em que as Forças Armadas Portuguesas estão envolvidas! De qualquer forma quero apenas afirmar que as Forças Armadas são aquilo que são porque os Políticos assim desejam...

Manuel Picaró disse...

Sargento-adjunto????

Não conheço esse posto!!!

Como sempre, as FA são tratadas de forma ligeira...

Grande Portugal que aguentas tanta tolice e roubalheira!!!