Um artigo publicado no The Guardian sobre um estudo feito pela Equality and Human Rights Commission, revelou que 42 % dos homens que trabalham e têm filhos com um a seis anos de idade sentem que não dedicam tempo suficiente às crianças e revelam-se preocupados com isso. Em Portugal, os últimos estudos indicam o mesmo: os pais portugueses querem ser mais dedicados e mais atentos aos filhos.
Será que estamos a assistir a uma mudança do paradigma do papel do pai na família portuguesa? Que dados efectivamente indicam que o pai é um elemento cada vez mais presente no quotidiano do filho, desde o acompanhamento dos estudos às idas ao médico?
Convidados:
Rita Veloso Mendes, Socióloga e Investigadora Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE
Hermínio Correia, Confederação Nacional das Associações de Pais
Ana Paula Reis, Psicóloga
Paulo Sousa Costa, Director de Comunicação
10 comentários:
Maria João, 34 anos, Porto
Tive duas gémeas.
O marido nunca teve de fazer nada em casa dos pais e desde que as filhas nasceram faz de tudo para ajudar.
QUero deixar a mensagem para os pais auxiliarem mais e terem orgulho em sre galinha, pq o benefício será dos filhos ( por mail)
apesar de a minha vivência me ter levado a encarar o pai com os mesmos direitos e deveres que a mãe, lamento que a sociedade diga uma coisa mas faça outra. por exemplo, o pai da minha filha, como outros pais, tem muitas dificuldades no local de trabalho em justificar ausências pelos filhos, até os dias de direito pelo parto! outro exemplo agora na época natalícia são as bonecas e "carecas" para as meninas e os carros e bonecos de acção para os meninos...
Será que no próprio termo "ajudar" não está implícito que a obrigação é do outro?
Não gosto que me perguntem se o meu marido me ajuda em casa. Parece que a lida é minha obrigação, e não o é. É obrigação igual dos 2. O meu marido não ajuda. Ele faz e pronto.
Boa tarde!
Este assunto é um bocado subjectivo porque todas as pessoas são diferentes e agem de formas diferentes ás mesmas coisas/situações. É preciso não esquecer que a Sociedade está constantemente em evolução/mudança. Há que saber acompanhar estas mudanças.
Adorei ouvir a Ana Paula Reis, embora fuja um pouco ao tema de hoje...Sou mãe a tempo inteiro de um bebé de 2anos e tive o privilégio de escolher ficar em casa, pois trabalhava numa cidade diferente da do meu marido, e fiz uma opção por amor! Estou a viver numa cidade diferente e a ambientar-me, e estar em casa é de facto trabalhar!
Neuza Rangel, 39 anos, Oliveira do Bairro
Sou mãe de 2 filhos(um casal)e devo dizer que à cerca de 3 anos deixei o meu trabalho para ficar em casa com os meus filhos.Retirei-os da instituição onde estavam e passei ter mais tempo para eles.No entanto faço tudo em casa e ainda tenho tenho tempo para estudar de noite.Hoje sinto que o deveria ter feito à mais tempo. O meu marido é pai galinha, assim como eu sou também galinha.
Tenho 12 anos e Os meus pais além de serem galinhas tambem sao formigas! mas eu gosto muito deles e nao me importo com isso
Relativamente à questão dos brinquedos e às escolhas das crianças, diz-me a experiência com os meus filhos que na realidade eles gostam daquilo que é explicita e implicitamente valorizado pelos pais. No contexto da brincadeira as crianças treinam papeis sociais, os pais galinha devem incentivar os filhos rapazes a brincar com tudo! Pode ser que, aprendendo a cuidar de bonecas, fiquem mais preparados para lidar com "bonecas" (filhas, namoradas etc)!
Eu tenho 33 anos e concordo com a Ana Paula Reis de que faço parte de uma geração charneira. Só não sei se será no sentido positivo. Isto porque vejo rapazes mais jovens (entre os 28 e 32 anos) que acreditam que a mulher deve ser mãe, ficar em casa e "tomar" conta da família (marido e filhos). E concordo que as mães têm muita influência nesta perspectiva, que talvez apareça mais em homens que são filhos únicos. Eu acredito que os homens são diferentes das mulheres e têm todos contributos únicos e essenciais para a família e a sociedade.
Nuno Franco, 31 anos, Bobadela
Sou um jovem Pai de uma menina de 3anos.
A nossa sociedade prepara-nos para ser-mos filhos e não para ser-mos Pais.
No meu casamento não existe o "ajudar" e na educação tento esteriopatizar o menos possivel.
Cabe a cada geração de Pais promover a mudança.
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