sexta-feira, janeiro 22

Ator: profissão de futuro?

Todos os anos vários estabelecimentos de ensino lançam no mercado de trabalho centenas de candidatos a actores/actrizes e a outra profissões relacionadas com o teatro, o cinema e a televisão. Mas quem consegue vingar num mercado cada vez mais preenchido? Qual a importância de um curso superior no sucesso de uma carreira profissional? Como escolher um curso? Qual a importância dos currículos? É importante optar pelo teatro ou pelo cinema ou o percurso profissional encarregar-se-á de fazer a escolha?
Que saídas profissionais podem ser encontradas em Portugal e nos países lusófonos?
Convidados
Filipe Oliveira
- Director Escola Superior de Teatro e Cinema
João Mota - Fundador do Teatro da Comuna
João Ganho - Ex-aluno da Escola Superior de Teatro e Cinema e Proprietário do “O Ganho do Som”
Albano Jerónimo - Actor

10 comentários:

Ana Sílvia Valentim disse...

Boa tarde,
Fui aluna no ESTEC concluindo a licenciatura em Teatro e Educação.
Gostava de saber para quando é que vai existir código de recrutamento para professores referente a este curso.
Já agora aproveito para dar os parabèns(carreira) ao Prof.João Mota.
Sílvia Valentim

A Bruxa das PAPs disse...

Boa tarde a todos!
Antes de mais nada um grande beijinho para o João Mota e para o Albano, que são os que conheço.
Formação? Sempre! Mas tem de ser exigente, sem facilitismos, realista: nada de promessas de carreiras fáceis porque isso não existe. Muito trabalho, dedicação, esforço e, acima de tudo, humildade. Como o João acaba de dizer, nem todos podem ser protagonistas. Mas os espectáculos/filmes não se fazem só de protagonistas...
Uma vez saídos das escolas, o caminho que muitas vezes não se abre tem de ser conquistado a pulso. A qualidade acaba por vencer! Pelo menos, temos de acreditar nisto.
Muito me apraz que tenham decidido dedicar um programa a uma classe tantas vezes tão mal compreendida. Parabéns!

A Bruxa das PAPs disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Micaela Maia disse...

Poucas oportunidades, realmente, alimentam, uma competição feroz. A profissão não é muito valorizada. Ainda existem preconceitos sobre a profissão que alicerçam a ideia de que se trata de uma brincadeira sem esforço. O público tem muito pouca ideia do trabalho envolvido. Se tivessem valorizavam mais os seus artistas, gastariam parte do orçamento no consumo de bens culturais. Se houvesse receitas das bilheteiras não seria necessário esta política de "esmolas" do dinheiro público. Mas não há uma política cultural destinada a defender a arte e a cultura feita em portugal. É preciso explicar ao público porque é que deve investir na sua formação cultural. Porque é que é preciso desenvolver "a civilização" e isso começa por cada um de nós fazer a sua parte, interessar-se pelo tema da dicotomia "eu" e "os outros" que o teatro põe em cena. Seria muito bom ainda desenvolver mais a introdução do estudo do teatro nas escolas públicas. Bem dado, faria maravilhas que as escolas bem necessitam! mas não como está a ser feito agora, em que 1 professor tem de lidar com 20 e tal miúdos descontrolados e desacostumados a respeitar e serem respeitados. Os actores podem e devem ser agentes da civilização, mas cabe também aos orgão de poder ENTENDER para que serve a arte. E apoiar-nos, sem ser pela atribuição de subsídios. Obrigada, professor João Mota.

JL disse...

A Educação pela Arte é algo ainda distante nas escolas em Portugal. Principalmente porque envolve uma lógica de valorização da aprendizagem informal que ainda não é tida em conta. Estou a coordenar um projecto de formação que será realizado numa escola este ano no sentido de inverter isso. Deixo o link aqui: http://think2010aear.blogspot.com/

Parabéns pelo programa!
João Lima
Professor de História

JL disse...

Vou deixar uma pergunta: Não poderia ser o Teatro na escola pública um elemento agregador da ideia de fim do "homem disciplinar" que não existe? Uma conjugação de "saberes" por excelência?

João Lima

Catarina R.P. disse...

Muito Boa Tarde,

Considero que o curso de actor ou actriz, é sobretudo e acima de tudo um curso de amor e coragem. Acho inadmissível os modelos passarem à frente de actores profissionais e com "amor à camisola", quando na verdade as pessoas que vêm das agências de modelos, na sua maioria, têm outros objectivos, a fama!
Sejamos honestos e francos ser actor ou realizador em portugal é sobretudo uma profissão em que é preciso combinar coragem, talento e beleza sendo este último ponto mais valorizado do que qualquer dos outros, o que é triste.

Eu própria não faço o curso de cinema ou teatro porque não vejo perspectivas para o futuro. No meu caso não é o curso de representação mas sim de realização.

Os meus parabéns pelo programa.

Obrigada pela atenção

Anónimo disse...

Saudações,

Apesar de não ter podido ver todo o programa de hoje, queria deixar na mesma a minha opinião. Em primeiro lugar, falou-se que a fasquia exigida pela população portuguesa em relação á qualidade dos actores portugueses e tambem ás nossas series e filmes encontra-se hoje mais alta... neste ponto tenho de discordar completamente. Senão, considerem a nova "onda" de series "fotocopiadas" e altamente esteriotipadas (principalmente no 3º e 4º canais). Desde os jovens actores que são selecionados pelo "look fashion", beleza fisica, etc (como foi inclusive mencionado por um dos convidados de hoje) e não pelo talento, aos guiões iguais de canal para canal, dotados de uma falta de originalidade incrivel culminando, principalmente, na falta de exigencia dos telespectadores portugueses que apenas querem ser bombardeados com algo que seja facil de "engolir" e ja agora que não tenha um argumento muito erudito (até porque em Portugal pouco se lê). Eu tenho 23 anos e acho que a minha geração é ainda mais "comodista" do que as anteriores, tendo em conta que o acesso á cultura para nós até foi mais facil do que para gerações anteriores. De resto, voltando ao assunto "actores", posso dar um exemplo de uma conhecida minha, que apesar da experiencia e talento reconhecidos por outros actores e encenadores na area do teatro, continua com dificuldade em entrar num meio mais "profissional", pois esses lugares estao guardados para os "meninos" de Lisboa que têm familiares no meio... e que provavelmente até entraram na area, não por paixão a arte, mas porque até irão ser famosos ou aparecer na tv.
Eu poderia escrever páginas e páginas, mas fico por aqui, descontente, não com os actores, mas com os espectadores portugueses.

cumprimentos.

Tony Madureira disse...

Pois... De facto as oportunidades são escassas...

Pedro Nunes disse...

Para nos animar um pouco!!!
Mario Vargas Llosa refere na edição de hoje do jornal “EL PAÍS” a propósito das eleições Presidenciais no Chile que deram a vitória ao candidato da direita, Sebastian Piñera, que num encontro que teve com este, três dias antes do acto eleitoral, lhe perguntou qual queria que fosse a sua melhor contribuição no governo se ganhasse as eleições. “Dar um impulso decisivo ao nosso plano de oito anos, para crescer a um prometido 6% anual, algo perfeitamente realizável. Se o conseguirmos, o PIB, que é agora de 14.000 dólares terá um aumento para 24.000. Alcançamos Portugal”, Chile deixará então o subdesenvolvimento e será o primeiro país da América Latina a integrar o primeiro mundo.

Tendo o nosso governo copiado o modelo Chileno de Avaliação de Professores, eis senão quando que passamos a ser o modelo a seguir.
Um abraço,
Pedro Nunes