quarta-feira, janeiro 13

(Des)acordo ortográfico

Professores do ensino básico de português gostariam de ver a entrada do novo acordo ortográfico no ano letivo 2010/11, a par com a entrada do novo programa da disciplina. Mas a ministra da Educação já afirmou que não estão reunidas as condições para o novo acordo entrar já em funcionamento nas escolas portuguesas.
Para muitos professores esta fase de transição também deveria servir para as escolas se adaptarem, funcionando em ambas as grafias.
Para os responsáveis governativos, as metas ainda não estão definidas.
Quanto aos órgãos sobre a alçada da cultura, a ministra já disse que iria avançar já para o novo acordo. Mas, afinal, o que muda? A publicidade? Os jornais? Os menus?
No SC está em vigor desde 2009 hoje esclarecemos todas as dúvidas.
Convidados:
Edviges Ferreira - Vice-Presidente da Associação Professores de Português
Ponces de Carvalho - Diretor Escola Superior de Educação João de Deus
Maria Alzira Seixo - Professora Catedrática de Literatura da Universidade de Lisboa
Albino Almeida - Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais

65 comentários:

João disse...

ola chamo-me João
Venho por esta forma exprimir o meu desagrado em relaçao e este assunto, acho um absurdo fazer a alteração da lingua mae neste caso o portugues de Portugal. Para terminar nao estou a ver a Inglaterra a fazer a alteraçao da sua lingua só porque nos EUA se fala o ingles de outra forma, falo destes dois estes paises como exemplo!
Obrigado

Tiago disse...

Boa Tarde Sociedade Civil.
Actualmente sou aluno do 9ºano em Coimbra, e o novo acordo ortográfico vai causar à maioria dos alunos bastantes problemas.
Sempre aprendi a ler e a escrever da mesma maneira, sempre fiz composições com raros erros ortográficos, e agora deparo-me com esta situação. Do meu ponto de vista é um absurdo fazer esta alteração nesta altura, ou pelo menos sugeria que não fosse obrigatória a implementação nas escolas ao longo de 5 anos. Pois mesmo com este tempo “para nos habituarmos” será bastante complicado fazer modificações tão grandes a nível de ortografia, pois escrever ao longo de 9 anos da mesma maneira tornar-se-á impossível conseguir adaptar-me em 5 anos. Para além que na altura do exame nacional deste ano, o acordo já estará implementado, e sinceramente, vai ser-me impossível dar respostas correctas e concisas tendo em conta este novo acordo ortográfico.
Por outro lado este novo acordo é óptimo para melhorar uma coordenação entre a língua portuguesa (de Portugal) e a língua portuguesa (do Brasil), para além de fazer actualizações na língua, pois esta está em constante mudança.

Os meus cumprimentos,
Tiago Marques.

Cate disse...

Em que beneficia esta alteraçao? ou a quem? Nós ensinamo-los a escrever e agora acham que podem mudar o nosso dicionário? quem estudou esta possibilidade pensou nos contras que irá trazer? Queremos ser um país visionario mas assim só andamos para trás...

Paleodigger disse...

Mais um caso em que Portugal se vende a outros países. Assim como Inglaterra tem o seu Ingles diferente do Ingles dos EUA, porque razão têm os Portugueses que mudar o seu Portugues em vez de os Brasileiros adaptarem a sua lingua se tanto querem uma igualdade linguistica/literária?

André Lopes disse...

Boa tarde, a meu ver é desnecessário este Acordo Ortográfico. Como licenciado em jornalismo é estranho voltar a aprender a escrever...

A sociedade evolui assim como a língua, mas o acordo ortográfico é absurdo.

O acordo vai permitir que se dêem erros ortográficos, mas com o acordo, os menos desatentos não saberão se é erro ou se é a utilização do Acordo.

Vamos começar do zero?

André Lopes
www.circonatureza.blogspot.com

Zeta Draco disse...

O grande elefante nesta sala é o facto de Portugal ser de todos os países europeus com uma história colonial que se deixou ultrapassar por uma das suas (agora ex-) colónias.

Paleodigger disse...

Mais um exemplo em que Portugal se vende á vontade de outros países!
Porque razão o Portugês de Portugal tem que mudar para igualar a literatura/idioma de outro país??
Porque razão Portugal, á semelhança de Inglaterra e EUA que têm uma mesma lingua o Ingles mas com as diferenças naturais de duas linguas de dois países!?
Acho uma vergonha, quanto muito teriam que ser os Brasileiros a adaptarem-se á forma de escrita e linguística Portuguesa, não o contrário! Afinal a lingua ERA a Portuguesa.

sonharamar disse...

Um FACTO para mim, não é um FATO
Um CÁGADO não é um CAGADO

http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

O texto do chamado Acordo sofre de inúmeras imprecisões, erros e ambiguidades – não tem condições para servir de base a qualquer proposta normativa.

ASS: Pedro Silva

Cate disse...

Unificar a ortografia é como unificar a cor dos carros para se ficar com a sensação de que toda a gente anda de BMW.

Paulo Silva disse...

Acho que o acordo é benéfico para o Português no mundo:

Se não houvessem reformas artificiais (com acordos) ainda estaríamos a escrever em latim.

Para o português poder crescer e internacionalizar-se este acordo é essencial, é mais fácil escrever como se fala (este é um dos segredos da internacionalização do castelhano.

Se não se fizer acordo corremos o risco de passarem a existir duas línguas em lugar de uma, o que seria mau para o português.

Zeta Draco disse...

Aproximar a grafema do fonema é uma péssima decisão que vai levar à oficialização de uma determinada pronúncia, e a uma tendência para marginalizar as alternativas, o que se resume a um verdadeiro ataque à diversidade linguística. Vejam os casos do Japão e da Coreia, onde se solidiifcou uma pronúncia oficial desde a generalização da alfabetização, com o progressivo desaparecimento de pronúncias alternativas que estão hoje em extinção.

Filipa Frazão disse...

Boa tarde,

Estou a tirar o curso de Educação básica,e na cadeira de língua portuguesa estudamos e analisamos o antigo acordo ortográfico - foi-nos dito que este era o único em vigor.Ao ver o vosso programa fiquei um pouco confusa,se o novo acordo é para começar a ser implementado (com período experimental) não deveríamos (futuros professores)começar a abordar e a conhecer o novo acordo?

Cumpts,
Débora F.

Unknown disse...

As pessoas preocupam-se apenas com questiúnculas de cariz económico. O acordo não vai resolver questões nem de literacia nem culturais que o nosso país sofre.
Por outro lado, este acordo irá vincar a nossa separação com a raiz da nossa língua: o latim.
As diferenças entre o Brasil e os países de grafia europeia continuarão a existir. Não é o acordo que resolverá a diferença entre "boundti" e autocarro.

Inês disse...

Olá eu chamo me Inês, e frequento o 10º ano de escolaridade. Eu sou contra o acordo ortográfico, principalmente por 2 razões: a alteração da nossa língua para um variante do brasileiro, e não ao contrário, pois fomos nós que lhes demos a língua há muitos séculos, e o acordo foi mal aplicado, pois são as escolas que ensinam a ler e escrever, e nas escolas, no meu nível, não foi dito "ensinem o acordo", logo nós não o aprendemos, e não sabemos se vamos para o exame a escrever no acordo antigo, ou no novo, que não sabemos. Foi uma "medida à pressão" e mal aplicada, na minha opinião.
Obrigada

Unknown disse...

Boa tarde aos demais presentes!
Infelizmente só agora se discute o acordo, quando ele já introduzido está, só nos resta lamentar. É "apenas" mais uma facada na nossa identidade e individualidade.

Atenciosamente,
Miguel

Unknown disse...

Boa tarde aos demais presentes!
Infelizmente só agora se discute o acordo, quando ele já introduzido está, só nos resta lamentar. É "apenas" mais uma facada na nossa identidade e individualidade.

Atenciosamente,
Miguel

Anónimo disse...

Tenho uma filha na Escola João de Deus no segundo ano.
Gostaria de colocar a seguinte questão ao Dr. Ponces.
Por sua imposição e contra professores e pais foi imposto o acordo ortográfico nas escolas João de Deus.
Se não houver uma adopção geral do acordo a minha filha corre o risco de começar a escrever com erros porque tal será entendido nas futuras provas nacionais que irá fazer.

Será que a sua decisão foi a mais correcta ?

Zeta Draco disse...

E já agora, alguém pensou nos estrangeiros que querem aprender português? Muitos deles sabem inglês ou francês, ou seja, línguas onde se matêm os 'p' e 'c' que agora querem retirar do português. É-lhes muito mais fácil e lógico continuarem a escrever estas letras, até porque nã estão despertos para as questões de pronúncia que justificam a sua manutenção em Portugal.

Autocataclismo Kassette Bojarda disse...

Vivemos numa época em que a cultura é completamente desconsiderada por políticos sem escrúpulos que não têm dimensão humana. Contudo este é um não-caso, porque os utilizadores da língua escrita é que decidem a aplicação ou não do acordo, e por mim este acordo entra em vigor no dia em que morrer.

Já agora apelo aos professores que tanta propensão têm para se unir, que funcionem como tampão para que esta iniciativa governamental seja estancada antes de afectar alguém.

Este seria um tema passível de referendo, ao contrário de outros discutidos recentemente.

Augusto Bastos R.

Joao Quaresma disse...

Querida Fernanda, Bom Ano Novo!

Já nem comento o regabofe educativo que esta medida está a originar.

Eu não reconheço, nem obedeço, nem vou comprar qualquer jornal ou livro que cumpra o acordo ortográfico. Isto é uma degradação da Língua Portuguesa, um atentado à nossa cultura e uma imposição totalitária por parte de políticos que abusam da confiança que lhe foi depositada.

Nunca houve nenhum acordo ortográfico no Inglês, no Alemão, no Espanhol e no Francês houve apenas uma, no tempo da Revolução Francesa. Não é preciso, não faz sentido, não é justo, não é democrático. E em futuras eleições não irei votar em quem não se comprometer em revogar este acordo.

Não aceito, ponto final.

Unknown disse...

Ora boa tarde

Sou o Leandro tenho 22 anos sou e natural de Guimarães. Tenho a dizer que sobre o assunto do acordo ortográfico acho uma patétice sem igual.
Dizem que vai facilitar o ensino. O mal é mesmo esse. Neste país tudo se facilita então no ensino é uma festa.
Eu tive de estudar Grego e Latim. O meu professor de português exigia-nos aulas ao sábado para fazermos avaliações orais.
Para não falar dos meus professores de Música e Matemática que me obrigavam a saber os intervalos musicais e a tabuada de cor.
Sobre a questão de exames e leis que tanto se fala aí eu só tenho a dizer que isto é uma vergonha. Daqui a pouco aprovam que temos de andar nus e lá vamos ter de andar nus. E nos exames é a treta do costume, um ensino mau e fraco.
Olhem, eu sou estudante universitário, e digo que não vou alterar a minha forma de escrever porque eu sei a natureza da minha língua e amo-a mais que à assembleia da república.
Sobre custos, eu sei como funcionam as editoras, portanto vamos pagar dicionários novos, gramáticas novas e não sei mais que panóplia de publicações "extremamente úteis" que enriquecem os directores da leya e assim.

Em suma, criem um sistema de ensino que exija. Só por trabalho e exigência se chega a alguma lado.

Anónimo disse...

O acordo ortográfico é uma coisa completamente evitável.

Essa decisão de "encolher" palavras é pura e simplesmente preguicite aguda e muita impaciência em aprender a escrever correctamente.

Digo mais, o inglês da América e o inglês de Inglaterra são tão diferentes e, no entanto, a língua não tem qualquer problema de compreensão. Porque é que nós precisamos de acordo?

Tenho correntemente 20 anos, sou estudante, e recuso-me solenemente a escrever com as regras do novo acordo. Conheço mais pessoas que estão em desacordo que não consigo perceber COMO é que isto foi tão longe. Nunca irei escrever em exames, no que quer que seja de acordo com a nova ortografia.


Filipa - Lisboa

João disse...

Penso que a leitura não será difícil já que actualmente em pesquisa, por exemplo na internet tanto lemos em português do brasil (a maioria dos sites)como em ingles. Já a escrita de outra forma será a questão mais complicada para todas as pessoas, a meu ver. Já que será igual escrever Fato (facto) e fato (roupa), por exemplo.

Anónimo disse...

1º- O problema parece ser o do DESACORDO deste acordo, pois este não é o primeiro.
2º- Lembremos também que se o acordo ortográfico traz problemas, antes disso houve uma mudança ao nivel da gramática com a TLEBS.
3º- Afinal, a língua não é um sistema vivo?

Unknown disse...

Boa tarde. Frequento o 10ºano e acho que um acordo ortográfico seja conveniente para os alunos portugueses. É claro que um acordo ortográfico como este seria bastante agradável para as crianças que estão a aprender a escrever Português, mas a grande maioria conseguiu aprender a grande maioria desses detalhes.
Os alunos podem ser prejudicados se não forem capazes de apreender todas as novas regras.
A língua de um país faz parte da identidade desse mesmo país e sem o consenso dos cidadãos não se devia alterar essa parte da cultura, da identidade do povo.
Cumprimentos,
Bárbara

Zeta Draco disse...

Com sempre, os comentários no blog não são tidos em conta na discussão, nem aparecem publicados durante o programa. Continuam as ser só as elites quem debate e toma decisões neste país. Belo serviço à Sociedade Civil!

Pedro Rodrigues disse...

Boa tarde,
O meu nome é Pedro e sou estudante do ensino superior no curso de Física.
Venho contestar a minha opinião pois discordo completamente com esta nova mudança. São inúmeras as desvantagens sejam elas económicas, culturais, ou mesmo patriarcas.
Toda a modificação dos livros de ensino básico ou secundário será um peso na carteira dos pais, não podendo esquecer os livros extraordinários como "A árvore", "Memorial do Convento", etc. No meu caso específico, não acho eticamente correcto aplicarem a mudança ortográfica pois por exemplo alguns dos meus livros custam cerca de 50 a 100€ cada um, e chego a um ponto que não percebo para quê pagar tanto por um livro cheio de erros.
Portugal já é um país abundante de analfabetismo, se assim esta mudança ocorrer Portugal vai-se enterrar cada vez mais na ignorância. Pessoas que pouco sabem escrever, já nada saberão escrever. Avós que queiram ajudar os netos nos deveres de casa, já o não poderão fazer pois induzirão em erro. Não acho que todas estas modificações sejam necessárias e estou completamente em desacordo com a mudança.
Em relação acho repugnante alguém dizer que os professores têm de seguir o que o ministério diz.
Pedro Rodrigues

Zeta Draco disse...

Chocante o comentário que reduz o professor a agente do poder do ME. Triste triste a forma como se defende a cidadania e a democracia; são funcionários públicos (escravos cegos do poder) e está tudo dito.

Ana Garrancho disse...

Olá,

Eu tenho 32 anos anos e apesar de não ter sido a melhor aluna em Língua portuguesa e admito que por vezes ainda faço alguns erros ortográficos, tenho como opinião que este acordo ortográfico ainda me vai baralhar mais.
Como vou conseguir corrigir e ajudar a minha filha (9 anos), nos deveres de casa sem que tenha de ter um acordo ortográfico perto de mim? E que imagem vou passar à minha filha que afinal a mamã nem sabe escrever?
Creio que vai ser mais a minha filha a ensinar-me a escrever do que eu a ela.

Com consideração,
Ana Peres

rodolfo disse...

venho por este meio divulgar, em nome pessoal e em nome de todos as pessoas ao qual falamos sobre este tema, que discordamos TOTALMENTE com a aplicaçao do acordo ortografico..
A nossa ortografia tens raizes culturais, agora apenas por querer aproximar-nos da ortografia p.e. do Brasil, vamos começar a "escrever mal".
Discordamos totalmente em começar a escrever palavras como facto, selecçao, futuramente como fato e seleçao, entre muitos outros exemplos que poderia dar.. É uma perda de identidade..
Ouçam-nos por favor.. Se houvesse um referendo sobre este tema,o acordo ortografico nao iria avante.

Diogo Fonseca disse...

Boa tarde,
Em primeiro lugar, enquanto estudante Universitário gostava de exprimir não só o meu desagrado em relação ao Acordo Ortográfico, e deixar bem patente uma ideia: será que temos legitimidade para mudar anos de literatura, assassinar séculos de escrita e deitar fora cultura que desde sempre nos habituámos a respeitar e reconhecer? Acima de tudo, senhores governadores, RESPEITO !
Obrigado e todos, ou deverei dizer : obrigado a toda a galera ?

Helder Martinho disse...

Boa tarde, chamo-me Helder e entristece-me termos de abdicar de algo tão nosso. Compreendo é que somos demasiado "pequenos" para que grandes empresas de software gastem dinheiro em duas traduções para línguas parecidas. Em relação às alterações justificadas pela evolução da língua, creio não fazerem grande sentido, pois sempre nos foi ensinado que, embora não se leiam, os "c" e os "p", sabemos que lá estão, quem eventualmente não souber, deveria talvez prestar mais atenção nas aulas de português. Os "h" mudos, também lá estão e nem por isso se retiraram. Concordo com uma reforma mas não com um acordo ortográfico. Um "fato" é algo que se veste e não algo que acontece, independentemente do contexto (ou com teisto ou lá como se passará a escrever). O tema é interessantíssimo e pedia que não o transformassem apenas nas inadaptações dos vários locutores do sistema de ensino, mas na essência da alteração da língua que diz respeito a mais do que professores e alunos.

TiagoMH disse...

Chamo-me Tiago, sou investigador, li o Acordo atentamente e sigo esta matéria com muito interesse.

Pessoalmente, considero que o Acordo traz aspectos muito positivos para a língua, sobretudo em relação ao uso de maiúsculas e minúsculas, em relação ao uso do hífen e em relação à postura do Acordo perante os termos científicos.

Agrada-me particularmente a possibilidade que o Acordo dá à existência de um dicionário comum aos povos que falam português (tal como existe em inglês ou em castelhano, onde os regionalismos são assinalados). É óbvio que em Inglaterra se ensinam e usam maioritariamente as grafias locais, apesar de todas as grafias americanas ou australianas estarem correctas e dicionarizadas!

Gostava de colocar as seguintes questões à Prof. Maria Alzira Seixo:

1) Actualmente, qual o melhor dicionário de Português europeu e qual o melhor dicionário de Português brasileiro?
2) Pedindo-lhe que responda com clareza e sinceridade, na sua opinião, qual a língua que se fala e se escreve no Brasil?
3) Concretamente, quais os erros e quais as faltas de rigor que detectou no acordo, para que as possamos discuti-las e melhorá-las?

Até já,

Tiago Monteiro Henriques

Unknown disse...

Boa tarde.
Sou professora de físico-química do Ensino Secundário e, apesar de compreender que a língua é algo vivo que sofre alterações e modificações, não concordo muito com este acordo. Creio que um dos objectivos do acordo é colocar todos os países lusófonos a escrever do mesmo modo. Se assim for, eu coloco a seguinte questão: o que vai acontecer às palavras que são totalmente diferentes em português e em "brasileiro"?? Passo a dar um exemplo de uma palavra da minha área: em português diz-se e escreve-se "IÃO", em "brasileiro" (e não português do brasil) diz-se e escreve-se "ÍON"!! E agora pergunto: vão os portugueses passar a dizer e escrever "íon" ou vão os brasileiros passar a dizer e escrever "ião"??
Obrigada.

Rosa Patrícia Gonçalves

SSGC Edits disse...

Sou aluna do 12º ano e considero este acordo um atentado à nossa língua . Tenho vergonha de pertencer a um país que em vez de defender a sua cultura a destrói .
Se é a lei multem-me ! Se pedirem nos exames, chumbem-me ! Sou portuguesa e ninguém me pode obrigar a fingir ser brasileira ! Até porque a comunicação entre os povos de língua portuguesa nunca foi um problema .

Susana Cunha

Unknown disse...

Como utente da língua e professor de Português tenho pena que o AO não tenha entrado em vigor no ano da sua elaboração (1990). Andamos há 20 anos a adiar esta alteração mínima à língua portuguesa. As alterações são sempre difíceis para aqueles que as vivem. A de 1945 ou de 1973 não me custaram nada. Que bem que sabe pegar num livro (que não foi deitado fora da biblioteca) e ler 'pharmacia' ou 'fàcilmente'! Se há coisa que o ser humano não é, é limitado.
Vá lá...

Catarina Melícia disse...

Boa tarde, na minha opinião este acordo ortográfico só vai trazer problemas e polémicas. Ando no 11º ano e tanto eu como a maioria dos meus colegas são contra este acordo! Segundo já ouvi dizer, este acordo foi feito para facilitar o entendimento entre os dois países, mas nós já não nos entendiamos antes?, e não precisavamos de um acordo para isso, não vejo os EUA e a Inglaterra ou Espanha e qualquer país da América Central ou do Sul a assinarem um acordo para se entenderem.
Concordo que a língua tenha de evoluir mas não desta forma, vamos acabar por perder palavras do nosso vocabulário que é tão rico!! (por exemplo "acto" vai passar a ser "ato" que se vai ler e escrever da mesma forma que "ato" de "atar" um sapato!!)
Alguem no programa referiu o facto de que quando era professor do 3º e 4º ano os alunos eram penalizados por escrever "óptimo" sem "p". Ora, eu e todos os que andámos na primária muito antes deste acordo ter entrado em vigor, se calhar também tivemos esse problema, mas aprendemos, não foi?

Os melhores cumprimentos

Joana disse...

Boa tarde,
eu tenho algumas questões que gostaria ver respondidas neste programa.
Primeiramente qual o intuito da inclusão das letras k, w e y no nosso alfabeto?
Gostava também de perguntar porque se vão retirar acentos de palavras como por exemplo a forma verbal "pára"?
Gostaria também de saber se não forem os professores de Português e os especialistas a contestarem este tipo de alterações quem defenderá o nosso património linguístico? Digo isto, porque a senhora Edviges Ferreira disse que os professores não são autómonos e só podem seguir as directrizes dos programas.

Ana in UK disse...

Olá,
Admito que não fui a melhor aluna em língua portuguesa e que ainda hoje, com 32 anos, ainda faço alguns erros ortográficos, mas quando estiver a corrigir ou ajudar a minha filha de 9 anos a fazer os trabalhos de casa, terei de ter um acordo ortográfico por perto? Como vou fazer para não parecer que a mamã não sabe escrever?
Que imagem irei passar à minha filha? Ou será ela a ensinar-me a escrever português correctamente?

Com consideração,

Ana Peres

Unknown disse...

Neste momento tenho uma filha com 3 anos. Quando ela for para a primária, e começar a escrever palavras, vou ser obrigado a tirar um curso de brasileiro para ajudá-la a fazer os trabalhos de casa. Caso contrário ela vai levar muitos erros para a escola, com a minha colaboração, que estou mais habituado a falar português.
Continuem o vosso bom trabalho.

Zunkruft disse...

Boa tarde Sociedade Civil,
Estou a acompanhar o vosso programa de forma muito atenta, pois sendo a minha formação académica da área das Letras, este tema interessa-me e preocupa-me bastante.
Começo desde já por dizer que sou absolutamente contra este Acordo Ortográfico. Não é necessário, não foi requerido os especialistas não foram consultados. A sociedade não foi consultada. Sou pouco favorável ao instituto do referendo (principalmente nas matérias para os quais tem sido chamado ultimamente, como a despenalização do aborto ou o casamento de pessoas do mesmo sexo, que são direitos humanos), mas neste caso devia ser colocado, pois é uma questão que é transversal a toda a sociedade.
A língua é como um ser vivo. Ponto. A língua nasce, desenvolve-se , ramifica-se, transforma-se e morre. No caso das línguas europeias que globalizaram-se apartir do séc. XV, é ainda mais específico.
No caso do Português, que é uma língua que se exportou para outros territórios, estamos a falar de uma língua que foi sujeita aos processos de aculturação, às marcas de passagem do tempo (não me recordo do termo específico para este conceito) mas, sobretudo, às influências da cultura específica onde se instalou e ainda à influência das línguas que já lá existiam.
Tudo isto é inevitável.
Pior! O Acordo Ortográfico vai contra o processo de evolução das línguas. O Português existe porque foi-se desenvolvendo de forma autónoma face a outras ramificações de línguas que existiam, como o Galego (que também tem origam no Galaico-Português), o Castelhano, o Italiano, entre outras. O AO não tem em conta que o Português Europeu (PtEu) e o Português do Brasil (PtBr) (e as outras variantes do português) têm tendência a afastar-se e a individualizar-se à medida que o tempo fôr passando. E o AO não pode parar esse processo, porque a natureza da existência das línguas é esta! Será que quem aprovou este acordo tem noção disso? Obviamente que não!
Também não tiveram em conta as implicaturas etimológicas das palavras do PtEu (que são, hoje, distintas das das outras variantes do Pt), nomeadamente a nível morfológico e fonético. Basta ler os estudos que abordam isso. São claros.
Este acordo é um erro.
Para terminar, acho insultuosa a forma como a Sra. Edviges aborda a classe profissional dos professores. Devia ter vergonha da forma como fala dessas pessoas e da forma como está a tratar o maior património que uma cultura pode ter.

Hugo Pereira

... disse...

Boa tarde

Eu considero o Acordo Ortográfico um grande disparate e uma grande irresponsabilidade com consequências gravíssimas e irreversíveis para a utilização da Língua Portuguesa. Neste momento as pessoas não sabem escrever, dão erros crassos e absolutamente repreensíveis – não seria mais inteligente e producente investir na literacia dos portugueses em vez de lhes dar desculpas para não saberem como se escreve ou se diz uma palavra? E já agora, alguém explica aos catedráticos que cozinharam este acordo que é impossível uniformizar o português do Brasil com o português de Portugal? Já leram um texto técnico num e noutro português? O português do dia-a-dia não é o português literário-catedrático! Eu sou tradutora e recuso-me no meu trabalho a adaptar textos de português do Brasil para português de Portugal, prefiro de longe traduzir de raiz a partir do original – inglês, por exemplo. E muitos tradutores consideram essa adaptação uma verdadeira - e infernal - tradução. Honestamente, temo o dia em que algum cliente me peça para redigir respeitando o Acordo Ortográfico... Talvez prefira abandonar uma carreira de quase 20 anos!

jose pedro disse...

Boa tarde,

Tenho 51 anos (desempregado)e dois filhos ainda a estudar.
O acordo ortográfico nunca foi bem explicado.
Interessa a quem e porquê?
Misturar politica e interesses económicos com cultura e principalmente com a nossa forma de comunicar não me parece uma boa ideia.
Concordo em absoluto com a Drª Maria Alzira Seixo e agradecia que a Drª Edviges Ferreira respeitasse mais os professores pois eles nunca devem ser tratados como "MEROS".

Jose Pedro

m0g disse...

Tenho realmente imensa pena de não poder conseguir ouvir os outros convidados. A Senhora professora de português tem que deixar os outros convidados falar caso contrário perde-se a democracia do debate que não interessa só ao lado da senhora professora.

Unknown disse...

Boa tarde.
Venho igualmente mostrar o meu desagrado quanto à aprovação deste novo acordo. Em primeiro lugar não consigo realmente compreender o porquê da aprovação deste acordo. Mas o que realmente me levou a deixar o meu comentário foi uma frase que acabei de ouvir: "As pessoas só têm de saber a regra, não tem de saber porquê". Isto realmente é grave na minha opinião. Primeiro é o facto de estarem a chamar as pessoas de burras, e segundo é o facto de não existir uma razao lógica, e correcta para o justificar! Queria ver um aluno perguntar "Porquê professora?" E ela responder "Porque sim!"
Obrigada

Unknown disse...

Boa tarde Sociedade Civil!
Venho desta forma exprimir o meu desagrado em relação ao Acordo. Para mim o Português é a nossa identidade.
Desculpem, mas fomos nós que ensinamos esta linda lingua e agora vamos alterar a maneira de a falar e escrever?!
Obrigado pela atenção
Sónia

Teresa disse...

Boa tarde,

enquanto estudante do segundo ano da Licenciatura de Educação Básica, pergunto quando é que terei que começar a escrever de acordo com o acordo ortográfico. Provavelmente quando iniciar a minha profissão o acordo já estará em vigor, no entanto, nestes dois primeiros anos do curso ainda não ouvi nenhum professor a pronunciar-se sobre este tema. Estarei preparada para leccionar no meio de toda esta confusão linguística?

Tiago disse...

Boa Tarde mais uma vez.
Sou levado a concordar com a professora Maria Alzira Seixo, pois tal como disse, ser-me-á bastante difícil reescrever com uma camada de pele completamente diferente.
Estar a tirar um hífen ou um acento a uma palavra é o mesmo que arrancar as duas pernas a uma pessoa. Ela não pode andar, não pode progredir!
Ao tirar o acento à palavra/interjeição “pára!” esta irá sofrer alterações acentuadas ao longo dos anos a nível de fonia. Ou seja, irá ler-se da mesma forma que “para”, o que é um absurdo autêntico. Só irá servir para aumentar a lista de palavras homófonas.
Que há alterações que têm que ser feitas, há! Mas penso que é um exagero autêntico fazer alterações tão radicais, chegando ao ponto de tirar hífenes e acentos.

Pielas disse...

Boa tarde a todos.
Mais uma vez fica demonstrado o Portugal em que vivemos, feito em cima do joelho e por intelectuais afastados, como está demonstrado, da realidade do país, infelizmente tal não se verifica apenas neste caso, este é apenas mais um pequeno exemplo. Triste país(pais??) que não sabe cuidar dos seus.

Cumprimentos

Maria disse...

Sou aluna de 8º ano em Mafra e não posso deixar de dier que este acordo vai, pura e simplesmente, destruir a compreensão da nossa língua-mãe que é a língua portuguesa.
Como sou um dos raros casos dos que aprenderam a ler muito precocemente (no meu caso, com dois anos apenas), tenho cerca de uma década de experiência de leitura e, ao ler artigos na Wikipédia (que são, normalmente, em português do Brasil), já me faz confusão à cabeça que chegue, e agora, ao ter a minha/nossa própria versão da língua profundamente alterada, não sei o que vai ser de mim, pois é raro ar erros ortográficos. Este ano vou ter o meu primeiro Teste Intermédio do GAVE e, se já for necessário escrever segundo o acordo ortgráfico, estou "feita ao bife".
Também tenho um colega que, tendo vindo da Europa de Leste há cerca de dois anos, teve de se adaptar à nossa língua, e uma segunda adaptação acho que vai ser muito má para ele.
Gostaria de saber se quem, como é o meu caso, continuar a escrever à moda antiga vai ter, nos testes, erros ortográficos assinalados que, na versão de português de Portugal pré-acordo ortográfico, não eram erros.
Obrigada

PrimeiroCarneiro disse...

Espero que dentro de alguns anos o Português do Brasil não «evolua» para retirar da escrita o cê cedilhado e substituir o «s» por «z» quando tem o seu som. E tantos outros casos. Teriam os nossos governantes eruditos a mesma vontade de fazer um novo acordo para aproximar as grafias?
Ficaríamos a ver o programa Çossiedade Civil na televizão? (aqui também se lê da mesma maneira, com a mesma sonoridade...)

Unknown disse...

Muito Boa Tarde

Tenho assistido ao vosso Debate sobre o Acordo Ortográfico e o que tenho acomentar é o seguinte:

Considero Vergonhoso que um Senhor Representante do Agrupamento Escolas João de Deus e que uma Senhora Vice-Presidente da Associação de Professores, tenham o desplante de concordar com o Acordo Ortográfico já que este adultera toda a nossa Lingua que é Latina e que é originária da Grécia.
Tenho um Neto que está no 4º. do ensino Básico que aprendeu a ler e escreve por um método e agora como é? No 5º.ano vai reaprender a ler e escrever o Português.? Que falta de respeito meus senhores para com a nossa Lingua que já a vendemos também. Que falta de respeito para com o Povo Português e seus Poetas e Escritores.
Muito obrigada à Senhora Professora de Literatura da Universidade de Letras de Lisboa por defender a nossa Lingua e ao Representante da Associação de Pais também.
Tenham um pouco de decoro Senhores Defensores da Lingua Portuguesa e não a vendam!!!!!

Telma disse...

No momento da concepção do Acordo Ortográfico faltou paixão pela língua e cultura potuguesa. A língua sempre evoluíu sem que órgãos de soberania interferissem. A urgência do acordo tem concerteza que ver com interesses político-económicos. Não havia necessidade e pergunto como será no mundo do trabalho? Apresentações de trabalho, working-papers... Bem, talvez não faça mal, afinal de contas ninguém vai ler o acordo e não, não é verdade? o que sabemos fazer melhor é falar de cor.

Obrigada por tão interessante debate, só é pena que os debates se façam sempre depois de tomadas as decisões...

Boa tarde e bem hajam,

Telma Veras
www.pontodeintegracao.blogspot.com

Dee disse...

Boa tarde,
O meu nome é Diana Marques e gostaria de saber se ainda existe alguma forma de combatermos este "desacordo ortográfico".
Acho que este acordo perdeu todo o sentido a partir do momento em que altera o português de Portugal numa percentagem significativamente superior do que o português do Brasil. Para além disso, é desnecessário e promove a ambiguidade e confusão na interpretação da leitura.
Obrigada

Anónimo disse...

Este acordo é um absurdo e completamente desnecessário; a Língua portuguesa há-de sempre evoluir de forma diferente, nos diversos países, onde é falada.
Já dizia um professor meu de Linguística: "Quem faz a língua é o povo, não os linguistas".

Os brasileiros estão igualmente descontentes com este Acordo; acreditam que fizeram demasiadas concessões ao "Português Europeu".

Os meus parabéns à Professora Maria Alzira Seixo, pela defesa apaixonada da língua de Camões. Necessitamos de mais professores como ela!

cristianosoares. disse...

De um modo breve e sucinto, expresso, via internet, o meu desagrado perante uma reforma, de todo desastrosa, que se avizinha de uma realidade presente.
qual o significado, semântico, lexical e gramatical de uma frase que, hoje, se escreve de uma determinada maneira e amanhã, como que por magia, se dactilografa de um modo completamente antagónico? como esclarecer uma dúvida a um estudante, quando o acordo visa no simplismo, no facilitismo e na falta de coerência vocal e escrita?

Não é uma questão de sopremacia à língua portuguesa, é, sim, um orgulho nato em ser português - hoje em dia, a nossa língua representa o nosso maior património: ela é segura, e apela, com todos os seus sentidos, à racionalidade escrita e oral.

No entanto, não digo com isto, que sou contra a mudança, muito pelo contrário.
Apenas acho que, como qualquer outro tema em destaque, uma lei não pode subsidir à vontade parlamentar sem, primeiro, satisfazer as necessidades de um povo, de uma democracia.

Na minha opinião, a base da língua está nas suas origens. Daqui a poucos anos, o Português de hoje será considerado arcaico e, com isso, muitos dos padrões sociais, mentais e pessoas irão estar destruidos e desactualizados.
Cabe-nos a nós, estudantes prestes a frequentar o ensino superior, lutar pela sobrevivencia da nossa língua, do nosso motivo de diferença e singularismo.

Desde sempre aprendi, e foi-me leccionado, que determinada palavra se escrevia de certa forma; desde sempre aprendi as regras pelas quais se utilizam ifans, ou não, e daí, soube sempre distinguir palavras formadas por aglutinação ou justaposição.
gostava realmente de entender o porquê de tal reforma, tão drástica e catastrófica? Será assim tão necessária a implementação de um novo arcodo ortográfico quando, o seu maior veículo de expressão, se vê contra ele ?

"É que uma coisa é mudar e revolucionar, outra, completamente diferente, é destabilizar e transformar de modo radical".

Com os melhores cumprimentos,
Cristiano Soares,
Mariana Almeida,
Ângela Almeida.

Zunkruft disse...

Aproveito já agora para acrescentar que, na minha opinião, um Acordo Ortográfico deve acontecer para acompanhar uma evolução social que esteja a ocorrer na utilização de uma língua, e não para antecipá-la ou forçar uma outra utilização. Porque os falantes de uma língua são os donos dela e sabem o que fazer com ela.
Um bom exemplo é a introdução nos dicionários da Língua Portuguesa de acepções a palavras como "bué", que passaram a ter utilização alargada a uma faixa enorme dos falantes do português em Portugal e que são palavras que, goste-se ou não, existem, são utilizadas, têm um significado semântico muito específico e - pasme-se! - têm variações ao nível sintático-morfológico.
Outro exemplo (talvez o único ponto positivo deste AO) é a introdução (finalmente!) do K, Y e W no alfabeto português. É um exemplo do que supra-mencionei de ser o AO a adaptar-se ao que já existe na língua. Sim, porque o K, Y e W já existem em abundância no português, apenas não estão regulamentados.

Acrescento ainda que, apesar de ser contra o AO, não posso deixar de expressar desagrado à forma como muitas pessoas tratam o Português do Brasil.
É apenas outra variante do Português (que irá evoluír de forma autónoma, como mencionei no outro comentário) e é tão válida quanto o Português Europeu. Nem uma nem outra são melhor ou pior português do que a outra. Apenas são duas variantes que foram evoluíndo de formas distintas e que ficaram submetidas a influências e processos de evolução distintos.

Hugo Pereira

Jorge Leite disse...

Lendo estes comentários se verifica que poucas são as pessoas a favor deste acordo ortográfico. Quem levou a língua portuguesa por esse mundo fora foram os portugueses. A língua portuguesa é portanto a matriz das línguas faladas nas antigas colónias hoje países independentes, o chamado espaço lusófano. Que queiram alterar a língua que falam é com eles. Não devemos é alterar a nossa por causa deles. Se há diferenças é porque nunca a aprenderam como deve ser, não por culpa deles, mas consequência das condicionantes dos tempos. Eu aprendi a minha língua correctamente numa antiga colónia, porque lá se ensinava correctamente e com exigência. No Brasil, com a independência no princípio do século XIX, a adulteração da língua é entendível, por influência de ter sido cada vez mais mal falada com os povos nativos e africanos para lá levados como escravos e por um ensino que foi perdendo a sua pureza. Fazer acordos para irmos ao encontro destes povos é perdermos o nosso nível, é perdermos a nossa matriz, é baixarmos a exigência da nossa língua com reflexos negativos. A ortografia deve tanto quanto possível expressar a fonética e o significado da palavra sem que tenha de estar inserida num contexto. Quando escrever CÁGADO quero que todos entendam que é uma espécie de tartaruga, ao conrário de CAGADO que sempre significou emporcalhado ou "cheio de merda".
Infelizmente vivemos numa democracia representativa, mas os senhores que se sentam no parlamento, sem voto do povo, são tudo menos representantes do povo. São ditadores. Estão lá pelos seus interesses e outros e é por isso que a maioria do povo tem vindo a ser ignorado em questões chave, e agora temos este RIDÍCULO ACORDO.
Jorge Leite

Zunkruft disse...

Apesar de também ser contra o AO, não podia discordar mais das palavras do Jorge Leite!

Segundo as palavras dele, Portugal teria então, legitimidade para impôr aos falantes do português de outros países determinadas regras da gramática normativa, apenas porque foram eles que exportaram este produto cultural que é a língua.
Por essa lógica, os italianos teriam então legitimidade para impôr-nos as suas regras linguísticas, dado que o português há uns bons séculos atrás não era mais do que uma mera variante do Latim que, por sua vez, também de origem ao Latim.

Esta xenofobia de os portugueses acharem que o PtEu é bom é a norma e que o PtBr é mau e que os brasileiros escrevem errado tem que acabar.
Sou português, mas envergonha-me ouvir e ler estas coisas.
O PtEu e o PrBr são variantes diferentes do português que tiveram evoluções distintas. Ponto. Ambas são legítimas e ambas estão correctas. Ponto.

Por outro lado, parece-me triste dizer que vivemos numa democracia representativa. Eu digo «ainda bem que vivemos numa democracia representativa».
Podem errar bastantes vezes mas, para mim, não deixa de ser o mais justo.
Se calhar o Jorge preferia um sistema de democracia directa em que se referenda tudo e mais alguma coisa (principalmente em Portugal, onde os referendos têm um nível de participação baixíssimo) e onde maiorias podem decidir e referendar direitos de minorias (como o aborto da Plataforma Cidadania-e-o-raio-que-os-parta ou a questão dos minaretes na Suíça).

É que a língua e as alterações à gramática normativa são um assunto transversal a uma sociedade inteira - sendo que essa sociedade é o veículo dessa mesma língua - e não se trata de um direito e de uma discriminação de minorias.

Acabo com uma frase que, nos últimos anos, vejo-me obrigado a usar demasiadas vezes: «Democracia não é o mesmo que Ditadura de Maioria», Jorge Leitão.

SM disse...

Sobre este Acordo Ortográfico, tenho uma pergunta, quando foi feita a consulta aos Portugueses, para que se chame Acordo!?
Este Acordo não é mais do que o assassinato do Português, se querem os países lusófonos todos a falar e as escrever do mesmo modo, não é Portugal, os Portugueses que têm de mudar. Mas nem isso faz sentido por seremos países muito diferentes a todos os níveis. Por tudo isto acho vergonhoso, sem sentido e uma completa falta de bom senso que os mentores deste acordo tentam fazer, MATAR A LÍNGUA PORTUGUESA...

Unknown disse...

Bola: Selecçao nacional vai ser quaze toda composta por brasileiros;
Ortografia: Vai ser brasileirada; Audio-Visuais: é musica, convidados, produçoes brasileiras;
Enfim ... nao comento mais nao vale a pena :(

Unknown disse...

é treta o que dizem que os emigrantes vêm fazer o que os portuigueses nao querem, os patroes adoram a prenuncia da variante que nos embala, e como diz o proverbio: Mais vale cair em graça que ser emgraçado.

Anónimo disse...

Direitos e liberdades individuais não se submetem à vontade popular, muito menos de uma maioria.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo não retira direitos a ninguém. Pelo contrário. Elimina barreiras jurídicas que subtilmente limitam a plena igualdade entre todos os cidadãos.

DIREITOS IGUAIS PARA TODOS!

Amanari G. disse...

Concordo PLENAMENTE com o que o João disse. Inglaterra também não mudou a sua ortografia só porque os dos Estados Unidos dizem algumas palavras diferentes.
Se tal acontecer, tenho a certeza que raras vão ser as pessoas a aderir.
Não queria que os Portugueses mudem a sua ortografia, assim como não queria que os Brasileiros mudassem a sua. Para quê mudar, se nos entendemos perfeitamente??

ZeTomes disse...

Vivas.
Venho informar que está a decorrer uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) contra o novo Acordo Ortográfico, segundo moldes legais permitindo manifestar a expressão pessoal de cada um sobre o assunto: coisa que não foi feita (anti-constitucionalmente) à partida pela parte do Governo. Tal iniciativa poderá efectivamente ser apresentada em democracia directa na Assembleia da República conseguindo revogar o acordo, claro está se reunir determinado número de assinaturas. Toda a informação pode ser estudada aqui: http://ilcao.cedilha.net/. Obrigado