terça-feira, fevereiro 2

100 anos de República

Comemora-se este ano o centenário da instauração da República.
Com este tema queremos passar em revista o estado da República portuguesa e traçar as linhas do seu futuro próximo. Quais são os ideais da republicanos de hoje? Será que os portugueses estão educados para a prática da cidadania? Somos melhores cidadãos hoje? O que aprendemos nestes 100 anos?
Muitas são as vozes dissonantes da República - afirmam que está “moribunda” e que é urgente encontrar a nova alma portuguesa. Num momento em que a nossa economia mostra ser uma das mais fracas da Europa é necessário um novo paradigma? O que podemos fazer para reencontrar o “orgulho nacional”?

Convidados:
António Reis
, Historiador
Francisco Sarsfield Cabral, Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República
Helena Matos, Ensaísta
Rui Gomes Araújo, Secretário – Geral da Causa Real

11 comentários:

David disse...

Acredito no regime Republicano, mas com uma alteração que faz todo o sentido, com um Presidencialismo em vez de um Parlamentarismo. Como a maior economia do mundo. Cumprimentos.

Unknown disse...

Boa tarde,
República ou Monarquia, a verdade é que Portugal nunca deixou de ser um país de feudos.
A qualidade democrática é directamente proporcional à qualidade dos políticos e governantes, e nesse ponto a nossa República está gravemente doente, diria mesmo que neste momento a precisar de cuidados paliativos.
Fala-se muito da liberdade que a Revolução de Abril trouxe, a dita revolução dos mesmos que mantiveram o poder durante décadas. Revoluções sem ruptura, sem mudança das classes dirigentes não é revolução nenhuma, é um embuste.
A grande herança de Abril são os actuais políticos populistas incapazes e com défice de seriedade e sentido de estado. Há quem diga que: "mais vale uma ditadura séria a uma democracia corrupta", não sei se será assim tão literal, mas a nossa democracia precisa de saneamento e responsabilização.

Pedro C
Lisboa

abel Guimarães disse...

"Acredito no regime Republicano, mas com uma alteração que faz todo o sentido, com um Presidencialismo em vez de um Parlamentarismo. Como a maior economia do mundo. "

Subscrevo totalmente e acrescento:

A mentalidade dos Portugueses não se coaduna, por motivos até históricos, com um regime que promove o que temos de mais intrínseco, que é a capacidade do desenrrasca, o "porreirismo", que nos foi e é muito útil mas incompatível com o regime parlamemtar.

Cumprimentos.

Pedro de Castro disse...

«Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!» II a.C., general romano em carta endereçada ao imperador.

Já depois, tivemos o 1º Rei de Portugal, filho de françês com espanhola... talvez esteja explicado.

Mas falando sem brincadeiras, falta-nos um sentido de verticalidade, coerência e defesa dos nossos ideais. Os famosos brandos costumes que nos caracterizam são o veículo para o permissividade que caracteriza a sociedade portuguesa.
Não existe uma cultura de responsabilidade, (accountability nos países anglo-saxónicos) nem uma cultura identificação com o estado. Demonstrar patriotismo e respeito pelos símbolos do Estado é algo que devia ser vinculado desde a infância pois ser português é a nossa Herança, e durante largos anos esses valores não foram devidamente transmitidos.
Pessoalmente, o dia 5 de Outubro é também o meu dia por ser o dia do meu aniversário!

lia disse...

Penso que discutir e celebrar o regime é distrair das questões essenciais que determinam a nossa convivência. A problema não está no "o quê" mas no "como".
Gostaria de saber em que evento das comemorações estará retratado o movimento anarquico português.
A propósito do estado laico é curioso como o primeiro orador das comemorações do passado 31 de Janeiro foi um padre...

Unknown disse...

Penso que a República é o melhor e mais justo sistema de governação. Já que não é concebivel que alguém governe um país só pelo simples facto de ter nascido na casa real. Na república todos podem em teoria chegar ao ponto máximo da hierarquia política e como o chefe de estado é eleito desce a probabilidade de um país ter que aguentar décadas com uma pessoa incompetente. Cumprimentos Gonçalo

PiPoCa disse...

Tenho 15 anos, sou monárquico, e penso que durante este 100 anos Portugal afundousse.

Queria deixar uma pergunta, para o senhor Soares estamos na II República, e o Estado novo, não era república. A república não faz 100 mas sim 52 anos

José Liceia disse...

Acho, que é mais do que claro, que os Portugueses há muito que esqueceram os ideais da cidadania. O respeito pelas pessoas é cada vez menos, no dia-a-dia, vive-se uma espécie de lei do mais forte. Portugal tornou-se um pais mais tolerante, mas o respeito está a desaparecer da sociedade Acho, que ao fim de 100 anos, é motivo para comemorar, mas também para repensar o que fizemos, o que mudou. Quem sabe, talvez tempo de mudar algo.

Cumprimentos...

Catherina Sanders disse...

Caros Senhores da SC,

Será que me podiam dizer historiadores que estudam a república portuguesa? Mas que possam estar acessíveis ao cidadão comum. :-S
Sou só uma cidadã portuguesa normal, e não conheço pessoas importantes.

Queria saber, para mais tarde tirar algumas dúvidas sobre a república.

Meus e-mails: sanderscatherina@yahoo.com e sanderscatherina@gmail.com
Obrigada.

Catherina

P.S. Não precisam colocar este comentário visível.

Unknown disse...

Acho curioso defender-se com tanto fervor uma "república" nascida de uns quantos assassinatos, foram estes justificados? Depois há quem fique suspenso na ideia de esta república ser como é.
Acho que existe a tendência de identificar a monarquia com ditadura, e o rei/rainha com um estafermo sem aptidões de liderança, quem me diz que os sucessivos presidentes estariam imbuídos desta característica? Talvez a república seja mais democrática que uma monarquia alguma vez seria.
Sinceramente não é o tipo de regime que me preocupa, preocupa-me o feudalismo partidário, em que deputados representativos de circulos eleitorais ao invés de defenderem a governação desses circulos/distritos pelos quais são eleitos, seguem qual ovelhinhas sob o cajado, a corzinha em que estão filiados. Fazem falta mais "queijos limianos" neste país.

Unknown disse...

Em minha opinião não fazem sentido termos como 1ª e 2ª republicas. Só há e apenas houve uma unica republica, a republica vigente. Não é também credivel nem aceitavel que se diga que a ditadura acabou com a republica. Tivemos uma ditadura republicana e também não podemos esquecer o clima de guerra civil que se gerou após a revolução republicana nem os assassinatos de figuras publicas e outras. Nem a miseravel medição do craneo dos padres para se afirmar que o mesmo tinha exactamente as mesmas dimensões dos criminosos de delito comum. Muito provavelmente a mesma dimensão dos seus algozes.
Quanto ao presidente da republica ser o garante da estabilidade democratica essa é outra balela que ainda está por provar. Impensavel outra revolta militar? Quem o afirma? Quem o afirmar não poderia estar mais longe da realidade. Militares com excesso de horas de trabalho, mal pagos, mal considerados na sociedade civil, sem condições minimas de trabalho,sem perspectivas de carreira, com a idade de reforma incerta, enfim sem nada a perder. Onde vimos nós isto pela ultima vez?