sexta-feira, fevereiro 5

Desertificação do interior

“Metade de Portugal está em risco de desertificação” – o alerta foi lançado pela Liga para a Protecção da Natureza e levanta várias questões: Que medidas têm sido implementadas para fixar as populações no interior? É possível trabalhar e ter qualidade de vida nestes locais? O que falta ao interior? Melhor acesso à saúde? Oferta cultural? A proximidade com Espanha não deveria ser um fator de desenvolvimento das pequenas indústrias, comércio e serviços? Que soluções existem para o interior? Barragens e turismo rural? Todas as vertentes deste tema complexo em debate neste SC.

Convidados:
Pedro Campos Costa - Co-autor do projecto Duas Linhas e arquitecto
Maria José Roxo - Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional da Universidade Nova de Lisboa
João Fernandes - Presidente da Assembleia-Geral da NERCAB – Associação Empresarial da Região de Castelo Branco
Firmino Cordeiro - Presidente Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

6 comentários:

Joana disse...

O que falta no interior é emprego, e mais do que emprego é a possibilidade de construir uma carreira de sucesso... Por exemplo, é impossivel ser um arquitecto de sucesso em vale da porca!?!
Também é mto complicado arriscar em negócios diferentes no interior porque sabemos que só em Lisboa ou Porto é que há massa populacional suficiente para que o mesmo prospere...
Estou desempregada, vivo no cartaxo, que até é proximo de lisboa, e mesmo assim não há solução para que um negocio se mantenha de boa saúde por mto tempo...
Gostaria que me dessem uma ideia do que é preciso fazer para conseguir "ser alguém", neste meio...
É muito facil falar quando se vive em grandes areas metropolitanas, mas realizar "obra" é que é dificil!

Parabéns pelo prograna.

Sylvie disse...

Boa tarde!
Que tipos de apoios/estimulos existem para chamar pessoal para o interior?

Paulo Lopes da Costa | Gestor de Seguros disse...

Em jeito de 'clipping' aqui fica o meu contributo/ opinião, ainda q não por minhas palavras:
«Ontem vi no telejornal da RTP 1, uma reportagem que dava conta dos investimentos espanhóis realizados na produção de azeite, no Alentejo entre Beja e Serpa, aproveitando a proximidade do Alqueva, que segundo os próprios favorece a plantação de olival. Hoje li algures que o casino de Chaves, aposta na proximidade com Espanha, para atrair clientes. Li ainda, que em Valença, a criação dum polo logistico, está a atrair investidores da Galiza, ligados ao sector automóvel. Estas 3 notícias, só aparentemente não estão relacionadas entre si, ainda ontem Luis Filipe Menezes, lider do PSD, numa atitude bem portuguesa, reclamava que o estado deixasse de cobrar IRC, como forma de combater a desertificação interior, e promover o desenvolvimento. Também passa por uma questão de mentalidades. O que significa dificuldade para os portugueses, representa oportunidade para os espanhóis, por não estarem habituados a depender do estado, mas de si próprios. Mais do que subsídios ou isenções fiscais, o combate à desertificação deverá ser feito instalando no interior serviços prestados pelo estado, não criados propositadamente, é óbvio, e sim deslocalizando na medida do possível do litoral para o interior, universidades por exemplo, laboratórios e institutos, os quais ainda teriam a virtude de atrair massa cinzenta, que tanto tem fugido das cidades do interior. Naturalmente para tal, seria necessário coragem, e vontade política, de contrário, daqui a uns anos, sem qualquer invasão, ouviremos falar castelhano na maior parte do território nacional, sem ser necessária qualquer invasão, união ibérica, ou qualquer atitude de força, e não me venham falar em regionalização para combater o problema, primeiro fixem-se populações, antes que seja efectivamente um deserto, ou que a fronteira se aproxime cada vez mais do litoral.»
E resido em Santa Comba Dão e nesta semana anunciou-se/ recordou-se na imprensa que o Centro de Saúde da cidade iria ver o horário de funcionamento reduzido, até a curto-prazo acabar por encerrar...
(in Desertificação interior
POR ANTÓNIO DE ALMEIDA, ÀS 09:28 | COMENTAR http://direitodeopiniao.blogs.sapo.pt/22604.html)

Unknown disse...

A Directiva-Quadro dos solos referida pela senhora da Universidade Nova, presente no programa, ainda NÃO existe. Até agora os países que maiores entraves colocaram (no Conselho da União Europeia), à aprovação desse documento foram sobretudo o Reino Unido e a Alemanha.

A mesma senhora falou em "Directiva da Biodiversidade". Não existe. Existe sim a Directiva Aves e a Directiva Habitats. Já agora, a "Directiva da Água" a que se referiu é a Directiva-QUADRO da Água.

Aproveito para recordar de que DESPOVOAMENTO é uma coisa e DESERTIFICAÇÃO é outra. Há que, de uma vez por todas, deixar de falar em "desertificação" quando falamos em despovoamento. Desertificação é um processo físico, ao nível dos solos. Despovoamento corresponde a uma redução da população. Temos que ser precisos. ;)

ana chagas disse...

Boa tarde,

Acredito piamente que a solução para a desertificação encontra-se na união da ecologia, da recuperação de artes e saberes antigos, de um estilo de vida alternativo e da tecnologia.
Se se construíssem aldeias ecologicamente sustentáveis, com infraestruturas que sirvam as necessidades básicas como saúde, segurança, comunicação, etc, onde fosse possível levar uma vida mais natural e saudável, próxima das raízes, tenho a certeza que muitos portugueses se sentiriam atraídos.
Eu, entre muitas e muitas outras pessoas, sinto-me imensamente atraída por uma vida no campo em toda a sua génese, mas parece sempre um sonho que vai sempre sendo adiado até à idade da reforma, porque é preciso trabalhar, fazer vida na cidade, e amealhar para construir esse sonho.

Obrigada, Ana Chagas

Paulo Sérgio Vinagre disse...

Em muitos aspectos, o Interior tem mais vantagens.
Há que desenvolver a agricultura biológica, implementar pequenas fábricas de forma a não prejudicar o ambiente. Rentabilizar a floresta, enfim, dar emprego ao pessoal.