O que é que as empresas procuram num recém-licenciado? As empresas recrutam sangue novo junto dos pólos universitários? Há uma maior proximidade entre o mundo empresarial e o mundo académico?
Para as empresas é importante que se renovem os quadros, mas o receio de contratar pessoal sem qualquer experiência ainda é muito comum nos gabinetes de recursos humanos. Uma coisa é certa: as empresas precisam sempre de quadros jovens para que estes aprendam com os mais experientes.
A questão é que com a introdução de Bolonha os recém-licenciados não têm o grau de maturidade que é necessário para entrar no mercado de trabalho.
Queremos com este programa ajudar a perceber que profissionais querem as empresas. Com que habilitações? Com que competências?
Convidados:
Alice Brandão, Directora de Serviços de Colocação no IEFP
Francisco Fonseca, Direcção Nacional da Associação Nacional de Jovens Empresários
Miguel Faro Viana, Vice-Presidente da Associação Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos e Director de Recursos Humanos da Refer
Nádia Leitão, Gabinete de saídas profissionais da Escola de Gestão do ISCTE
45 comentários:
Boa tarde,
Vou contar uma história...
Era uma vez uma jovem que, tentando apostar num futuro melhor, resolve tirar um curso superior.
Após 5 anos, 3 de bacharelato e mais 2 de licenciatura e já como recém licenciada, lança-se na busca de um emprego, mas sem sucesso...
A maior parte das razões para este fracasso é porque estão à procura de pessoas com experiência, que é o que uma pessoa recém licenciada não têm!
Entretanto acaba por arranjar emprego noutra área, sem nunca desistir da qual tirou o curso.
O tempo vai passando e o curso deixa de ter o mesmo valor.
Ao fim de algum tempo, em plena época de crise, fica desempregada.
Mesmo em tempos difíceis, investe num curso de formação para se lançar novamente, com mais expectativas, no mercado de trabalho.
Findo este, corre tudo em busca de emprego, em várias áreas, e nada...
Razão para o fracasso?
Excesso de qualificações!
E agora??
Cumprimentos.
Boa tarde,
Tal como muitos outros jovens licenciados, encontro-me desempregada e um pouco cansada de entregar currículos e ouvir um:"SE PRECISARMOS CHAMAMOS..." o que é certo, é que nunca somos chamados
... é simplesmente um mero protocolo de simpatia que por aí se foi enraizando...
Considero que a falta de experiência profissional não abona em nosso favor, sendo um dos requisitos quase sempre exigido. Mas a verdade, é que cada vez mais o recrutamento de pessoal não passa pela análise curricular e o real valor do profissional, mas antes aquilo que todos conhecemos... as cunhas... porque a verdade é esta, quem tem cunha, bom ou mau, com ou sem experiência tem sempre lugar... tantas vezes nesta minha marotona em busca de um emprego ouvi... a vaga está já preenchida (quando afinal de contas.... o concurso ñão chegou abrir)...
Parabéns pelo programa!
O que as empresas procuram num recém-licenciado é sobretudo a capacidade de trabalho multi-disciplinar, muitas das vezes não especializado, capaz de cobrir o deficit de recursos humanos resultante dos despedimentos massivos consequentes de restruturações indispensáveis à sobrevivência das empresas. Os recém-licenciados são no fundo os "paus para toda a obra", mal preparados na maioria das vezes, dos quais se espera um nível de produtividade idêntico aos colegas mais experientes com conhecimento operacional. A ligação entre o mundo académico e o mundo laboral é um mito com o qual se tenta protelar o inevitável colapso do sistema financeiro global. Enquanto houver vitimas do sistema capazes de trabalhar gratuitamente na ilusão de construir curriculum, as empresas vão sobrevivendo (resta saber até quando)...
Sou um recém licenciado Sénior (49 anos de idade).
Sou um profissional com alguma experiência na área em que licenciei, actualmente desempregado por falência de empresa onde trabalhava.
Como tenho mais de 35 anos, será que tenho hipótese alguma de estágio?
No centro de emprego, não me sabem dar alguma resposta, dizem-me para empreender na criação de um negócio próprio.
Como estou a receber o subsidio social de desemprego, e tenho filhos menores, é lógico que tenha manter a sobrevivência da família.
Pergunto, quais são os apoios que tenho para até uma hipotética reciclagem profissional.
Ninguém até agora me soube responder.
Obrigado
Boa Tarde! Excelente tema!!!
Sou licenciada na area da Saúde (Analises Clinicas e de Saúde Pública). Já terminei o meu curso ha 3 anos e apenas arranjei part-time a recibos verdes, e em trabalho percário...
Será que ainda temho oportunidade de fazer um estágio profissional?
Tenho feito muita formação, alargar horizontes, mas tenho concluído que a formação a mais só me tem prejudicado!
Bom programa!
quando estamos perante um excesso de habilitações deveremos apesentar um curriculo mais pobre?? pois quem tem o mais tem o menos.
Boa tarde, gostaria de saber o que os presentes têm a dizer sobre a situação enfrentada por quem terminou 2º ciclo (Mestrado) após os 35 anos. Lembro que há uma série de apoios para novas empresas que só são dados a quem tem idade inferior àquela. Mais, existem prémios a trabalhos feitos na universidade que não são atribuídos se o estudante já ultrapassou aquela idade, mesmo que o seu trabalho seja de inovação de excelência! É difícil ver que mais valia para o país advém desta discriminação etária! No Reino Unido, onde vivi, a discriminação etária é ilegal! Quando é que este país aprende que é o mérito que interessa e não a idade?
Em relação à formatação do CV, é ou não verdade que quem o lerá espera um determinado formado e se alguém apresenta um CV "diferente" do que o esperado é logo eliminado?
Pedro Alves
Olá a todos,
Não pretendo desanimar ninguém, mas considerando o elevado número de jovens mulheres licenciadas gostaria de alertar para as “peculiaridades” do recrutamento em Portugal, recorrendo para tal ao trabalho da socióloga Virgínia Ferreira, investigadora da Faculdade de Economia de Coimbra e do CES (e presidente da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres entre 1997 e 1999):
«(…) numa sociedade com um sistema de ensino elitista e extremamente selectivo (em 1991, apenas 12% da população com idades entre os 30 e os 34 anos possuía um diploma de nível superior), a primazia no recrutamento é ditada pelas relações sociais de classe (…)
A persistência de fortes laços familiares, consequência de um menor grau de individuação económica, social e política, conduz a que avaliação das competências dos indivíduos seja fortemente determinada pelas suas referências sociais de origem.
Como a maior parte das empresas não possui uma gestão profissionalizada dos recursos humanos, as decisões relativas a recrutamentos passam frequentemente por critérios muito vagos, como sejam "a capacidade de se integrar no ambiente de trabalho". Ora, ninguém melhor que um familiar, um amigo ou um conhecido para se adaptar.
Vários estudos têm vindo a evidenciar a tendência para, nas profissões técnico-científicas, as mulheres serem provenientes de classes sociais mais elevadas do que os homens (Ferreira, 1994). Neste quadro entende-se que 40% das engenheiras recentemente inquiridas tenham posições técnicas de chefia, contra apenas 20% dos engenheiros, e que mais de 80% tenham menos de 40 anos, o que é um indício de que não alcançaram a posição de chefia por antiguidade (Carapinheiro e Rodrigues, 1998: 150-151). Estes dados levam-nos a suspeitar, por um lado, do recrutamento de base familiar e, por outro lado, da origem social elevada destas profissionais.»
Fica aqui o meu contributo para o debate.
Cumprimentos,
Maria E.
P.S. – O trabalho citado encontra-se online em http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/MP_Sit_Paradoxos.htm
O formato e maneira como se apresenta o Curriculum Vitae é importante, mas penso que a carta de apresentação ou motivação também pode ser a chave de cativar o empregador. O que deve, então, ser incluído neste documento?
Boa tarde a todos,
Eu gostaria de saber o que é preciso fazer, para que alguém que reside em Portugal, possa representar uma empresa brasileira na área de vendas do seus produtos cá em Portugal.
Ou seja, a prosposta é que eu trabalhe directamente para eles.
Será que eu preciso abrir uma atividade empresárial? Ou será se com um documento que comprove que eu presto serviço para a mesma, me dará autonomia dentro da lei para vender o seus produtos aqui?
Estou desempregado, e recebo benefícios da segurança social. Entrei em contacto com uma empresa no Brasil que está disposta a investir em um represante seu aqui. Eu vejo agora uma oportunidade de sair dessa situação de desemprego, e de crescer nesse grande projeto.
Por favor, preciso mesmo da vossa ajuda. Estou a assistir o vosso programa agora mesmo.
Desde de já gostaria de vos parabenizar pelo ótimo trabalho que vocês têm prestado para a sociedade.
Que Deus abençoe a todos vocês que trabalham directa ou indirectamente para a realização desse programa.
Holivan Silva
( por mail)
Deixem que mostre um aspecto de que não se quer falar.
As grandes empresas, algumas com "golden chair" estatal,vivem de trabalhadores altamente qualificados requisitados a "prestadoras de serviços" que não são mais que fornecedoras e intermediárias de mão-de-obra barata. Os trabalhadores estão nessas empresas com contrato a termo certo e, quando estão a 2 meses de concluir o 3.º contrato, são despedidos e admitidos noutra prestadora, mantendo o local de trabalho. Nunca são efectivos nem têm curriculum comprovado e apresentável noutras empresas. Para os quadros da grande empresa passam os munidos de adequado cobertura política.
Boa tarde:
sou licenciada há 10 anos, experiência em muitas áreas e ng gosta do excesso de experiência.
Trabalho desde os 12 anos, ou seja, já trabalho há cerca de 25 anos...
Não consigo trabalho essencialmente por excesso de formação e experiência.
Ainda ontem vi um anúncio do IEFP, onde a empresa pretendia um super-telefonista-secretário-gestor-auditor-contabilista-administrador-economista, por 480 euros.
480 euros é o custo da habitação. e depois?
Tenho uma questão muito concreta pois já ouvi as duas versões ficando eu muitas vezes confuso na hora de uma entrevista profissional.Sou Licenciado (em geografia)e já fui a muitas entrevistas de recrutamento. A minha questão é o fato continua a ser um factor preponderante? Já fui a algumas entrevistas profissionais (sempre de fato) em que me falam no "excesso de formalidade". É essa a minha questão.
Saudações
Luís
As empresas utilizam os jovens licenciados como um mercado renovável lucrativo deplorável, em que jovens com pouca conhecimento no mundo laboral trabalham incessantemente para mostrar o seu valor naquilo que acreditavam e lutaram para fazer nesta vida com felicidade.
São iludidos sempre por argumentos ilusórios, dum contrato ou de um posto fixo de trabalho.
Esta é a realidade e repetido várias vezes tem efeitos profundos na vida dos jovens e adultos.
As empresas valorizam a instituição de ensino onde o aluno concluiu o curso?
boa tarde, gostaria de partilhar uma pequena historia sobre um colega meu muito descontraido: Esse mesmo terminou a sua licenciatura e logo numa das entrevistas que se propos na ultima pergunta da entrevista: O que é que você é bom? ele respondeu descontraidamente....."sou bom a apanhar figos" ! Foi contratado......e hoje é o elemento de uma equipa de consultoria que gere a opinião de equipas de forma descontraida mas muito significante.
Ou seja a descontração e as intervenções pertinentes que coloca ao grupo faz dele um bom lider....acabado de sair da faculdade.
Parabens pelo programa.
José
Resposta: Holivan Silva
Holivan, o teu problema tem que ver com a venda dos produtos em portugal que está sujeito a imposto. por isso é mais uma questão fiscal. se te dirigires a um contabilista (por vezes as associações juvenis ou o IPJ tem este tipo de apoios) penso que resolverias a tua situação.
se quiseres eu posso tentar ajudar-te naquilo que eu souber
deixa-me o teu e-mail que te vou tentar responder de forma mais pormenorizada.
abraço
Boa tarde,
Tive uma colega que mentiu no seu curriculum, em que dizia que sabia, inglês, francês, eapanhol e italiano, quando nem sabia ler o inglês dos programas de informática que tinha instalado no seu computador. Estava a ganhar o mesmo ordenado que eu e que sei efectivamente 3 linguas estrangeiras. É uma injustiça para quem luta para arranjar emprego de forma honesta.
Ana Peres
Como aluna do 1º ano do IST no curso de Engenharia e Gestão Industrial, curso este inteiramente unido às áreas de Economia e Gestão, torna-se necessário que nos seja dada mais informação sobre estágios, se é que existem, durante o curso, e não só os que existem após a finalização do mesmo. Penso que todos devemos ser informados da capacidade do nosso País no desenvolvimento de jovens nas suas áreas.
Catarina Vieira Santos.
Sou aluno da Faculdade de Engenharia do Porto e gostaria que me esclarecessem uma questão. O que é mais importante: a instituição de ensino ou a média de conclusão do curso?
Esta questão prende-se com o facto de eu ter concluído através de conversas com amigos de outras faculdades que a dificuldade varia muitíssimo de faculdade para faculdade o que resulta em notas significativamente diferentes.
o melhor cv é a cunha!
boa tarde,
Como se pode verificar que alguém efectivamente acabou o curso que refere no seu currículo?
Obrigado
Antes de mais quero congratular o vosso programa.
Quanto ao tema hoje apresentado, tenho a seguinte questão:
Até que ponto podemos considerar o valor da nota como factor determinante na escolha de um bom candidato a um posto de trabalho?
Isto porque por vezes temos de ir ao encontro de a experiência profissional, conciliando o trabalho com os estudos, mesmo que o trabalho por nos prestados não seja da mesma área, como é o meu caso presentemente.
Tive frequência universitária anteriormente, tendo que a interromper por questões de ordem pessoal, e no ano passado consegui a mudança de curso, mas continuo a trabalhar numa área diferente da minha formação académica.
Contudo considero que um aluno que percorre a vida académica a tempo integral, é penalizado pela ausência do como lidar com um posto de trabalho, quer a nível da organização, responsabilidades, etc. O estagio não é suficiente, embora necessário. E as classificações são muito boas, mas ao nível de organização-responsabilidade, e o desempenho de cargos de chefia são de um grau de inexperiência espantoso. Temos por isso que o canudo é útil sim, mas não suficiente. Então continuamos a não valorizar o histórico do percurso académico. O que podemos fazer? e a idade também é um facto limitativo porque? a experiência não conta? O que fazer? Para ja n\ao falar os meses que estamos a espera de uma qualquer resposta e a selecção não se dá!
Isabel Martins, Lagos
por mail
Boa tarde, ao ouvir o programa tenho observado que se fala muito de recém-licenciados jovens, a minha questão é, em relação ao recém-licenciados sénior(com mais de 30 anos) existe ou não hoje em dia uma barreira(idade) para obter um 1º emprego na área?
Excelente programa!
Sou uma rapariga de 20 anos, atrasei os meus estudos por questões pessoais, e estou a acabar o 12º ano. Já trabalhei e conheci muita gente. E ao longo do meu percurso verifiquei, que eu, sem qualquer habilitação e apenas com um mês de trabalho no café do meu tio, consegui empregar me mais depressa numa loja do que muita gente que conheço já licenciada.
Espero que daqui a cinco anos, quando acabar o curso, seja bem mais acessível a nós encontrar empregos à altura das nossas habilitações. Caso contrário.. já tenho experiência em lojas. Ahahah. E já dei catequese!!
Beijinho e parabéns.
Boa tarde, ao ouvir o programa tenho observado que se fala muito de recém-licenciados jovens, a minha questão é, em relação ao recém-licenciados sénior(com mais de 30 anos) existe ou não hoje em dia uma barreira(idade) para obter um 1º emprego na área?
Boa tarde, estou a ver o vosso programa, e ja agora gostaria de ouvir a vossa opinião sobre um determinado assunto.
Estou a concluir a licenciatura em Gestão de Marketing, mas julgo não ter a melhor das aparencias, tenho rastas e piercings.
Qual será o meu futuro na minha área se assim me mantiver?
Obrigado
Excelente programa!
Sou uma rapariga de 20 anos, atrasei os meus estudos por questões pessoais, e estou a acabar o 12º ano. Já trabalhei e conheci muita gente. E ao longo do meu percurso verifiquei, que eu, sem qualquer habilitação e apenas com um mês de trabalho no café do meu tio, consegui empregar me mais depressa numa loja do que muita gente que conheço já licenciada.
Espero que daqui a cinco anos, quando acabar o curso, seja bem mais acessível a nós encontrar empregos à altura das nossas habilitações. Caso contrário.. já tenho experiência em lojas. Ahahah
Beijinho e parabéns.
Boa tarde, estou a ver o vosso programa, e ja agora gostaria de ouvir a vossa opinião sobre um determinado assunto.
Estou a concluir a licenciatura em Gestão de Marketing, mas julgo não ter a melhor das aparencias, tenho rastas e piercings.
Qual será o meu futuro na minha área se assim me mantiver?
Obrigado
Excelente programa!
Sou uma rapariga de 20 anos, atrasei os meus estudos por questões pessoais, e estou a acabar o 12º ano. Já trabalhei e conheci muita gente. E ao longo do meu percurso verifiquei, que eu, sem qualquer habilitação e apenas com um mês de trabalho no café do meu tio, consegui empregar me mais depressa numa loja do que muita gente que conheço já licenciada.
Espero que daqui a cinco anos, quando acabar o curso, seja bem mais acessível a nós encontrar empregos à altura das nossas habilitações. Caso contrário.. já tenho experiência em lojas. Ahahah
Beijinho e parabéns.
Boa tarde,
Tenho 31 anos e decidi, ao fim de alguns de poupanças, iniciar uma licenciatura através do acesso M23.
A minha duvida é, embora fale 6 línguas e tenha formação em várias áreas, quando terminar com 34 anos, terei emprego em Portugal?
Será que aos 35 já serei considerado "senior" como alguns amigos meus são chamados e por isso, terei mais dificuldade em encontrar trabalho?
Resumindo, o que é que pesa mais? A idade ou a experiência profissional e formação?
Melhores Cumprimentos
Boa tarde
Não estamos a criar em demasia expectativas quanto ao valor de "algumas" licenciaturas, que no final vão contribuir para o aumento do desemprego? Ha muitas profissões que não são tidas em conta, pois estamos a querer criar um país de licenciados que ficam no desemprego. Por vezes a mudança de ramo é de todo inviável.
E que fazer quando os nossos licenciados são levados por melhores ofertas fora de Portugal e, são contratados pessoal não tão qualificado no exterior; afinal qual o valor do nosso nível académico.
IM
Boa tarde.
Antes do mais, explicar que sou consultor de gestão, e por via disso com conhecimento de muitas e diversas realidades organizacionais, também no que à selecção e recrutamento diz respeito.
Por outro lado, antes de ser consultor fui responsável pela Qualidade em duas empresas de média dimensão, sendo que numa delas liderei alguns processos deste tipo (selecção e recrutamento).
Posto isto, dizer que a falta de experiência ser considerada um óbice para a contratação é uma completa aberração. A menos que se trate de profissão altamente especializada, a requerer um percurso de aprendizagem formal específico, a inexperiencia não só não é problema como pode ser encarada como terreno virgem e fértil, à mercê de boas influências - o que, no caso duma organização que contrata alguém, pode querer dizer que essa pessoa não tem vícios nem preconceitos, podendo por isso facilmente assimilar os valores e idiossincrasias dessa organização.
Com efeito, não tenham dúvidas, para a maioria das funções, o importante são as características pessoais, a atitude e comportamento, muito mais do que o saber fazer trazido de experiências anteriores. A questão é que as empresas de recrutamento, por exemplo, muito dificilmente se promovem como descobridores de talentos se optarem por esta via de selecção de candidatos - além do que é muito mais difícil acertar na escolha!
Quanto às pessoas com excesso de qualificações... bom, o mesmo assunto, o que nós queremos é desempenho enquanto está connosco, e não um casamento para toda a vida. É isto que tem que tentar perceber-se no recrutamento, independentemente de a pessoa ter excesso de qualificações.
Bom, acabei a escrever bem mais do que queria, embora muito menos do que teria para dizer.
De qualquer forma, pergunto: independentemente das opiniões que têm proferido no programa, em concreto, que mudanças proporiam os convidados para ultrapassar este impasse? (medidas muito concretas, ao invés de algumas muito "inócuas" como a dos estágios de 2 meses do ISCTE, que só acrescentam uma linha ao CV dos candidatos, nada mais...)
Obrigado pelo espaço.
Parabéns pelo programa.
João Carlos Silva (Aveiro)
ola, assisto ao programa com curiosidade e gostaria de saber se um licenciado num politecnico tem que se esforçar mais para encontrar emprego do que um formado numa universidade "normal"?
os empregadores dão preferencia a este tipo de licenciados ou será mito?
Cumprimentos.
A minha experiência é que uma "boa cunha - referência" consegue ainda vencer um bom currículo..
Tenho colegas de Engenhaaria com boas médias e qualidades pessoais/profissionais que foram/são ultrapassados por outras pessoas médios/medioces!
Sou o Paulo sou Recém-Licenciado em Biotecnologia, pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo tendo terminado o curso com uma média final de curso de 15 (quinze) valores encontro-me actualmente à procura de uma oportunidade profissional .
No decorrer da minha Licenciatura, tentei sempre diversificar a minha formação e vivências culturais. Para além do plano curricular privilegiado no meu curso sempre voltado mais para os domínios práticos, realizei também Erasmus pelo período de 1º semestre e realizei já no ultimo ano de curso um estágio curricular de final de curso num projecto de investigação na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Nas candidaturas enviadas a empresas frequentemente não recebo resposta às mesmas, e aquelas a que recebo resposta frequentemente as empresas evocam a falta de experiência, como referido no vosso programa.
Tendo eu apostado sempre diversificar e valorizar ao máximo o meu currículo como referido encontro-me bastante desanimado com a situação que vivemos de falta de concessão de oportunidadesa Recé-Licenciados.
No panorama actual estou por muito apreensivo quanto ao meu futuro uma vez não estar com muitas perspectivas quanto ao mercado de trabalho.
contatos das parcerias convidadas
www.anje.pt
www.apg.pt
www.ibs.iscte.pt
www.eures.europa.eu
www.iefp.pt/eures
Boa tarde Fernanda.
Quero antes de mais dar-lhe os meus parabéns pelo excelente programa que, tão bem, dirige.
Quero aproveitar as palavras do Luís, e acrescentar que as empresas não só procuram um "pau para toda a obra" como tb lhes interessa ter nos seus quadros pessoal licenciado, para efeitos estatísticos! Pq é importante a nível de estatuto social ser uma empresa com elevado nº de efectivos "altamente qualificados" (palavras bastante recorrentes). Mesmo que esse efectivos não sejam reconhecidos e requalificados como tal! Obrigado.
Cumprimentos a todos os presentes.
Rui Leonardo
Boa tarde,
No meu caso que sou um licenciado mas ainda a frequentar o segundo ciclo de bolonha, pretendia iniciar já a carreira profissional pois só tenho a tese de mestrado pela frente.
Será que existe facilidade das empresas em apostar em pessoas como eu nestes casos?
Quais as alternativas?
José Machado
( por mail)
Parabéns sr. João Carlos! É sempre bom ler quem percebe da poda!
Programa muito interessante! Penso que o jovem recém formado aprendeu bastante com os convidados.
E já agora, uma forma de encontrar emprego em portugal através do twitter é procurar em: http://www.altifalante.com/
Boa noite
Tento recordar o nome do livro que a responsável das saídas profissionais do ISCTE mencionou no programa e não consigo :(
Se alguem apontou por favor responda à minha dúvida
Muito obrigada
Marta
Exmos. senhores.
Aproveito esta oportunidade para dar a minha opinião.
Tenho um filho de 30 anos licenciado em Comunicação Social - área Jornalismo. Há três anos que trabalha como estagiário num grande grupo empresarial que detém vários jornais e revistas muito conceituados.
Nos três primeiros meses não teve qualquer remuneração. Depois foi trabalhar para outro jornal da mesma empresa onde auferiu, durante 15 meses, um salário mensal de 250 euros. Depois foi aumentado para 450 euros, já lá vão 18 meses. Está a recibos verdes o que equivale a dizer que não tem quaisquer regalias sociais. E, neste momento, nem sequer tem um contracto.
O seu trabalho consiste em escrever as notícias na internet que selecciona através da Agência Lusa. Trabalha, portanto, diante dum computador, 8 horas diárias.
Esse grupo empresarial auferiu, no ano de 2009 um lucro de mais de cinco milhões de euros!
O meu filho tem 30 anos e estudou durante 17 anos.
A minha filha de 25 anos terminou o Curso de Design Gráfico e outro de Multimédia há quase três anos.
Estudou, tal como o irmão, durante 17 anos. Desde o final do Curso que procura trabalho em todas as áreas, enviou centenas de currículos e foi chamada para uma entrevista apenas para trabalhar 3 horas por dia, durante 2 semanas.
Apenas um reparo: Os alunos que terminam o 9ºano ou o 12ºano e não continuam os estudos porque não querem ou não podem, normalmente empregam-se na área do comércio ou serviços. E, geralmente, recebem, pelo menos, o ordenado mínimo com todas as regalias sociais inerentes. No entanto, os pais não dispenderam somas exorbitantes com os seus estudos. O meu filho estudou em Lisboa e a minha filha em Castelo Branco. Somos da zona de Fátima. É só calcular os gastos em transportes, propinas, quartos, material escolar, computadores e afins, etc.etc. E eu, como mãe angustiada por toda esta situação, pergunto: Será que vale a pena investir em Estudos Superiores, em certas áreas, se não há resposta das empresas e quando as há servem apenas para explorar os trabalhadores para que as empresas tenham lucros de milhões? Como podem os jovens constituir família nestas situações? E depois queixam-se os governantes que temos um país envelhecido! Onde estão os incentivos à Natalidade?
Com os meus respeitosos cumprimentos. Helena
As empresas procuram que o recém-licenciado seja um trabalhador/a barato e bom. Vão muito pelo Currilum vitae e a entrevista inicial. Para alguém mais introvertido e menos expressivo que a maioria, não ajuda muito ser licenciado. Os cursos superiores estão cheios de teoria, muita informação, mas não preparam o aluno para o mundo real de trabalho. Porque é que os empresários não fazem um teste prático aos pretendentes de emprego? Os licenciados queixam-se, mas nos Centros de emprego conseguem sempre algo, mesmo que não seja na sua área, enquanto que os que não acabaram o Curso por infelicidades na vida, ficam a vê-los passar ou recebem propostas ridículas de emprego. Nem a maioria das empresas, nem licenciados sabem recrutar ou concorrer...
De facto, é bastante importante ter bem claro na nossa cabeça aquilo que esperam de nós, mas sobretudo ter a capacidade de não desanimar quando tudo parece impossivél. Eu também estou desempregada, estou há 6 meses há procura de estágio e nada.. Nos ultimos dias comecei um blog sobre essas experiências que espero poder ajudar outros jovens na mesma situaçao. Curiosamente, o tema de hoje prende-se exactamente com "aquilo que as empresas procuram", não deixem de visitar e comentar. Estou no inicio e preciso de opiniões para ter motivação para continuar. Aqui está o link Olá, estou licenciada há sensivelmente 6 meses, e desde aí a minha vida tem sido procurar emprego. Decidi há uns dias iniciar um blog para partilhar as minhas experiências e dicas para aqueles que estão na mesma situação que eu… Se estiverem interessados vão lá dar uma espreitadela. Preciso de opiniões:) http://contraodesemprego.blogspot.com/
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