quarta-feira, março 24

Respostas sociais para crianças e idosos

Os projetos ligados tanto à Igreja como à sociedade civil que promovem a solidariedade junto dos grupos mais desfavorecidos de seniores e crianças têm vindo a ganhar expressão com o agudizar da crise. Mas que entidades fora da esfera do Estado actuam nesta área? Abrangem todo o território nacional? Quem pode beneficiar destes apoios?
No SC queremos enumerar e dar a conhecer as várias respostas sociais que proliferam pelo país, em prol dos que mais sofrem com a situação económica. Respostas na área da saúde, educação, solidariedade, apoio e ajuda-mútua.
Conheça-as neste SC.

Convidados:
Cristina Fangueiro, Directora do Departamento de desenvolvimento Social do Instituto da Segurança Social
Luísa Godinho, Directora de Acção Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Ana Martins, Directora Departamento de Acção Social da Fundação AMI
João Emanuel Carneiro, Presidente Fundação Lar Evangélico Português

13 comentários:

1 Espectador "Sociedade Civil" disse...

Leia a crónica completa: http://umespectador.blogspot.com/

“Grande parte do trabalho não remunerado que os idosos fazem provê ajuda que seria difícil conseguir usando mão-de-obra remunerada.” O estudo revelou que os “australianos com mais de 65 anos contribuem por ano (para a sociedade) quase $39 bilhões de dólares australianos [$27 bilhões, EUA] em actividades não remuneradas e trabalho voluntário”. Essas actividades voluntárias incluem por exemplo cuidar de crianças. Este trabalho não remunerado, dizem os autores, “pode fazer o papel de resposta social, que ajuda a manter a sociedade unida”.

Leia a crónica completa: http://umespectador.blogspot.com/

Raquel disse...

Boa tarde Fernanda Freitas e companhia! Parabéns pelo excelente programa, continuem.
Infelizmente, já sabemos que as crianças e idosos são quem mais sofre com a crise económica, embora actualmente, adjacente a ela, haja uma crise de valores morais.
A Santa Casa da misericórdia tem apoiado os desfavorecidos há muitos anos, e para os idosos vão havendo, em cada vez mais freguesias, serviços de apoio domiciliário.
Mas o que mais me preocupa são as crianças desfavorecidas ou desprotegidas. Elas são o futuro, ao contrário dos mais idosos que levarão a revolta para o túmulo e compreenderão melhor porque estão na má situação em que estão e têm um maior suporte psicológico e muita experiência de vida. As crianças não entendem de economia nem de política e o porquê de tanta injustiça social, estão mais vulneráveis.
Sei de alguns casos lamentáveis na escola (ensino básico, 1º ciclo) que o meu filho frequenta. Meninos cujos pais não pagavam os almoços na cantina escolar, por desleixo ou dizerem que não tinham dinheiro e muitas vezes as crianças eram obrigadas a ir petiscar ( não comiam adequadamente) a casa de um familiar ou vizinho próximo da escola, não levando lanche e acontecendo algumas vezes, ficarem só com um pão e água da torneira ao almoço, senão o dia quase todo! Porque é que o Estado não garante as refeições escolares aos meninos cujas famílias não têm posses?
Outra coisa que me faz confusão: crianças faltarem à escola continuadamente sem justificação, chegarem constantemente depois do horário e os muitos professores ou associações de pais (quando as há!) não fazerem nada.
Por exemplo, a professora do meu filho descobriu há meses, um caso de uma menina de 8 anos que desde o início faltava muitas vezes, dias seguidos sem lhe darem um motivo. Quando interrogou a mãe, esta confessou que a menina não tinha pai, pois falecera há pouco e então, colocava a menina a tomar conta da irmã de 2 anos, porque não tinha dinheiro para pagar uma Creche ou uma ama, óbvio. A professora avisou-a que não podia ser, não é permitido uma criança a tomar conta de outra, e sinalizou o agrupamento escolar. A criança falta menos, mas não houve grandes melhorias... a menina aprende mal e não se apresenta exteriormente como era suposto. Onde estão os psicólogos infantis? Quantas crianças não ficarão a tomar conta dos irmãos bebés? Como ninguém vê ou toma uma atitude?

lia disse...

Infelizmente tenho constatado que os apoios sociais, muitas vezes com benefícios do Estado (IPSSs), são ocupados por pessoas que, pela sua condição económica, poderiam recorrer a privados.
Gostaria de perguntar aos convidados se existe legislação que obrigue estes serviços de apoio social a critérios transparentes e sua afixação nas listas de acesso aos mesmos. Por exemplo, nas creches um mecanismo frequente de "cunha" é chamado de irmão, nos casos em que não há irmãos ou já sairam da instituição.

Paulo Santos disse...

Boa tarde, e permita felicita-la pelo programa.

Parte primeira ( pois não cabia tudo)
Em relação ao tema de hoje mais parece a pergunta da esfinge sobre as idades do homem e as suas saídas como sociedade para o futuro nesta realidade que já nos foi legada neste esquema mas como tudo, tudo evolui e adapta-se onde o experimentalismo das acções sociais esta sempre presente. E a própria história ou a filosofia fala-nos nos diversos posicionamentos como a sociedade olhou para estas duas fases da vida a do inicio e a do fim, onde o consenso foi sempre o mesmo é igual muda a forma volumétrica. Mas sempre se olhou para estas fases quase da mesma maneira.
Se num passado, ser-se velho era o olhar para uma biblioteca, hoje é olhar para um saco de batatas, onde se consomem as batatas o mais depressa possível, esquecendo que o conhecimento adquirido transmitisse não só pelo consumo de batatas. E depois de consumidas estão com Alzheimer.
Quanto há criança o conceito evoluiu ao longo da historia, se por um lado a taxa de mortalidade caiu, por outro a falta de vinculo familiar aumentou, e neste momento devemos questionar a forma como olhamos a criança que parece cada vez mais na derroma de vidro, dos grupos etários a que consoante a fase é inserido, há sombra de uma estrutura familiar que espera que seja depressa adulto aclarando o crescimento, não se dando conta por vezes do ser-se criança
Nasci e cresci no ceio de uma família que se vivia bem numa determinada fase por motivos de guerra cedo aprendemos a ter funções a realizar dentro da estrutura familiar, já ainda de terá idade era responsável pela minha irmã mais nova, depressa soube medir a temperatura do biberão nas costas da mão, ou como colocar as fraldas, aquelas antigas que implicavam o saber fazer dobras e colocar um alfinete, acho que mesmo dentro do ceio familiar a criança é de tal forma protegida que parece que não pode fazer nada. Se ajuda a mãe há vozes que dizem a criança esta a ser explorada, faltando por vezes o equilíbrio de posicionamentos.
Quanto a relação família e escola, bem sei que a própria família mudou os pais estão cada vez mais ausentes da própria estrutura familiar e a família já não é o que era. Mas devemos ter em conta que queremos determinadas coisas que nos obrigam a desvincular da estrutura familiar para as adquirir, e se, se fala de crise de valores devemos olhar para a sociedade como fomentadora dessa crise. A criança esta cada vez menos tempo com os pais, os velhos são um empecilho para a família e ter alguém com uma doença crónica é ter alem de um empecilho uma vergonha, pois não se integra nos padrões da normalidade.
Se queremos ter uma sociedade diferente devemos alterar a forma de como convivemos, actualmente fala-se de crise mas a crise familiar já esta implantada há muito
Há que trabalhar não há tempo nem para os filhos nem para os pais.

Paulo Santos disse...

Continuação
E acho que esta questão do tempo devia ser revista. O ser-se reformado por vezes é chegar a uma idade e ser-lhe passado um atestado de incompetência.
E porque não valorizar essa competência e pô-la produtiva. Porque não criar associada a lares de idosos micro impressas para ajuda de sustentabilidade da comunidade, de certeza que iria aparecer como noutras épocas em vez da doçaria conventual, a doçaria do lar do saber idoso, que pode ser comercializada, o artesanato, ou os bordados do lar, etc. Tornando essas pessoas activas e produtivas, e não lesmas em sofás a ver tv. Mas colocar essas pessoas que tem saber a potencializar dentro de portas actividades para satisfazer a sociedade dita activa fora de portas.
Outro problema e que o próprio conceito de lar de idoso devia ser revisto, existem aldeias que são de reformados, que não tem vagas nos lares ou economia para entrar num, porque não criar aldeias lares com ajuda e assistência promovendo interpelações tirando proveito até de casas comunitárias onde poderiam ser criadas zonas de convívio, ou mini postos clínicos onde esses idosos seriam atendidos. Já sei que existe a distribuição alimentar ou de limpezas mas a criação de toda uma estrutura parecida com a de um lar mas numa aldeia onde as pessoas estão nos habitas familiares de certeza que é diferente, alem disso de certeza que iria ser necessária mais mão de obra e o problema estrutural do lar iria ser revisto. E iria potencializar o emprego numaa facha etária que não encontra saídas.
Quanto há infância bem como aos jardins-de-infância acho que o grande problema é o modo de vida, menos tempo com a família o conceito de família é despromovido aparecendo o conceito de grupo escolar, e neste conceito de grupo a coisa pode ser vista como a faca de dois gumes há grupos e grupos, se por um lado há grupos que canalizam interesses para a musica ou determinadas actividade por ouro lugar pode acontecer o contrario, assim acho que de bem sedo dentro da escola deveria haver a promoção do grupo que tenta captar interesses par o eu em função de.

Parte segunda (continuação)
E colocar bem cedo a criança em contacto com a sociedade para além das realidades escolares, onde deveria haver a disciplina de actividade cívica, onde bem sedo seria fomentado noções de ajuda interpelação, etc. Pois iria estar em contacto das novas formas sociais grupais que existem hoje já que a família não é o que era nem a própria sociedade e os valores.
Depois de nascer vais para um grupo do teu escalão etário e vais andando na vida em grupos etários ou de interesses profissionais ou ideológicos não tendo a noção que o conceito de família passou para um sistema grupal que cada vez mais somos introduzido sem nos darmos conta de que já não vivemos em família mas em sistemas grupais de crescimento, onde por vezes a visão se reduz aquela forma de estar e daquele grupo. Onde cada vês mais vemos enraizada o conceito de diferença, em vez de complementaridade, quem começa em colégio privado por vezes é-lhe difícil entender o que esta para alem dessa privacidade faltando-lhe a visão do publico. E vice-versa. Parece que nos vamos tornando por veses com visões estanques devido a formas educativas.

Paulo Santos disse...

Continuação da continuação
Quanto as ajudas e apoios cada caso é um caso.
Eu conheço bem essa situação, seropositivei, acompanhei os tratamentos praticamente desde que começou a haver tratamentos, na altura se começava a entrar no mercado laboral, depressa sai dele, pelo tratamento que era agressivo, depois foi o perder o trabalho, que sempre foi temporário de contratos semanais, vivendo sempre no fio da navalha do existir. Depois foi o pedir ajuda, mas demorou ate chegar reformaram com a reforma mínima e olho para uma realidade de viver numa cidade ter rendas a pagar e estar com uma reforma mínima que quase mal pagava a medicação suplementar, pois a do hiv era dada. Devido a pecaridade foi-me dada ajuda, cheguei a levantar comida em instituições, depois foi-me dado um complemento de reforma como grupo de risco que perdi mais tarde esse direito de ajuda, mas o mais interessante de tudo foi ir para uma aldeia pensando eu que iria ser mais fácil e com menos encargos, o curioso é que ao descobrirem que me davam um complemento da reforma a reforma mínima, as bocas eram andamos nos a descontar para agora estarmos a sustentar pançudos sidosos. Veio a depressão e desisti, e quis morrer, ou antes decidi morrer. Deixei de fazer a medicação e para minha surpresa, ao deichar de fazer a medicação deixei de ter determinados problemas, decidi ir para uma faculdade, mas ai a coisa foi complicada, muito pois reforma mínima e viver numa cidade tentando ter uma formação, e integrando essa formação há minha capacidade física para tentar desenvolver alguma forma de subsistência em plus foi complicado.
Mas quando ouço falar de ajudas as vezes acho curioso, pois a única ajudas que sempre tive foram estatais, e canalizadas dai para instituições como o banco alimentar através da ami, que para levantar arroz ou manteiga tem uma trama burocracia tal que tens de declarar oficialmente que es miserável, têns de andar como nos campos nazis sou sidos. Tens de ir há junta levantar um atestado de pobreza, que para tal tens de passar por uma burocracia, que por vezes como já não comes há alguns dias desmaias na fila das finanças para levar um papel que confirme que não entras nos cálculos mínimos pois és reformado por invalides.
Quando poderia haver uma agilidade burocrática nas ajudas. Para ir há sopa dos pobres tens de levar o documento do ser pobre, ou dão a sopa se dormires na rua e passa a carinha da sopa.
O mais curioso, é ouvir anedotas do género, ontem apanhei uma borracheira tal que fiquei a dormir na praça e para minha surpresa fui acordado para me darem uma sopa e um cobertor, terminando com: estes miseráveis andam a viver bem, e isto ouvi quando fui para a faculdade.
Houve uma altura que ia comer a uma instituição religiosa, onde não podia comer na instituição pois era seropositivo, e as pessoas que iam la comer e pagavam não gostavam dessa convivência, pois era do tipo restaurante e não aceitavam que estivessem seropositivos na sala das refeições, éramos o grupo do taparue há porta. Os que não eram seropositivos podiam entrar e comer. Agora não sei como esta a coisa, mas comia-se bem, no taparue, ou num canto na rua ou a passo ligeiro para chegares a cas pois a fome era muita.
Mas assim muitas outras situações. Que se for enumerar, tanto de instituições privadas como não. Da um rol de situações, como o caso, da assistente social, mas é seropositivo e é uma pessoa ate bem-educada e bem-falante que curioso.

Atenciosamente

PG disse...

Há idosos que necessitam efectivamente de apoio ao nível dos cuidados de higiene, saúde e alimentação. Mas há também quem está muito bem, quer a nível físico quer a nível pscológico. Deste modo, as respostas sociais não deveriam também passar pela inclusão destes homens e mulheres novamente na sociedade? Seria uma forma de se sentirem úteis. Mais uma vez.

Cumprimentos

Raquel disse...

As sociedades estão a envelhecer e todas as pessoas merecem respeito e direito à saúde e a condições condignas, independentemente da idade. E refiro-me às pessoas que cumprem os seus deveres cívicos, mínimos, pelo menos, não falo de "parasitas" da sociedade. As crianças que não estão bem educadas educam-se, mas não se consegue educar idosos...
Obviamente, o Estado tem de encontrar respostas sociais para crianças e idosos urgentemente e que sejam viáveis!
Os Lares de terceira idade têm de ter melhores condições, porque os idosos dependentes ou incapacitados vão aumentando e há cada vez menos mulheres a quererem ficar em casa a tratar deles. Ainda se vêm muitos idosos a ficar a cargo da família, nomeadamente os egoístas, resmungões, pessimistas e mais ignorantes, e vejo crianças a serem prejudicadas por isso. Pois, se os educadores estão ocupados a cuidar do/dos idosos e não há tempo (ainda menos tempo!) e paciência para a criança. Algumas vezes ficam com a casa sobre lotada e com saídas e passeios condicionados para além do peso económico e psicológico.
As creches não têm que aumentar, por enquanto, devem melhorar em termos de condições e os pais serem mais responsabilizados pelos filhos, porque estes não esquecem o "abandono" numa instituição, já o idoso tem mais defesas, desde que haja condições humanas num Lar ou que possam ser apoiados em suas casas, caso necessitem.
Já repararam que: quando existiam mais crianças, a maioria queria ser professor e educador, agora que há mais idosos muitos querem seguir o serviço de cuidados a idosos.
Enquanto a sociedade tiver como prioridade os interesses económicos, não se augura bom futuro. Se não foste esta ganância mundial desmedida, já quase nem havia pobreza no mundo, mas em vez disso aumenta a obesidade... é um paradoxo, não é? Mas eu continuo optimista.
Solidariedade precisa-se, sem dúvida!

Uma abraço

Luis Capucho disse...

Boa tarde.
Acompanho normalmente o vosso programa, e quero dar-vos os meus sinceros parabens por abordarem temas bastante importantes para a sociedade.
Conforme poderão verificar em http://mundoalimentar.blogspot.com ,tambem tento de alguma forma abordar temas que para mim são fundamentais.

Não deixem nunca de usar o vosso modelo de prorama, pois é de facto muito bom.

Raquel disse...

Só mais um comentário:
Sempre lamentei a falta de respostas sociais da Igreja Católica (que é a que conheço melhor e a que reina em Portugal) mesmo a nível de transmissão de valores, de ajudas na educação e gerir bem as questões familiares. Afinal não era Jesus Cristo "O Mestre dos Mestres"? Título de um livro de Augusto Cury.
Mas voltando à intervenção social, garanto que as situações de fome na escola ainda existem e esqueci-me do leite escolar, demasiado doce e sem opção de não ter chocolate, que não gosta tem de gostar! Não conheço nenhuma escola perto da meu distrito que distribua frutas e não sei de almoços grátis! Refiro-me à Beiral Litoral, investiguem os arredores dos distritos e verão!
Fernanda Freitas, sei de situações injustas com alguns idosos bondosos, mas raras, enquanto que o contrário, é o que sei mais. Por exemplo, conheço casos de casais que SÓ cuidam de seus pais dependentes, sogros ou avós para não perderem alguma herança ou porque parece bem e tem de ser, ou ainda por não terem dinheiro para os colocarem num Lar. Porquê? Que atenção, carinho deram estes pais ou avós aos seus filhos? Que felicidade lhes propuseram?
Mas repito: toda a gente merece respeito como ser humano.
Muito obrigado por ter referido uma mensagem minha no seu programa. Até amanhã!
Bem haja!
Um abraço,

Eugénia Fonseca

Paulo Santos disse...

Resposta ao segundo comentário ao senhor Fonseca.

Se a sua primeira intervenção achei-a muito boa quanto a segurada desculpe meu carro (a) anda desfasada, e a sua segunda apartação deita por terá a primeira, onde traços de descriminação são bem marcados.
Segundo parece há mais educadores de infância que lugares, e criar o teu jardim infantil ou o atl, tem sido a saída para muitos que se deram bem e viraram jovens empresários, nesse aspecto acompanhei alguns casos. E olhe que cheguei a pintar murais em alguns destes projectos antes de serem abertos.
Quanto ao privilegiar uns e outros tanto o ser-se criança ou ser-se velho são fazes que segundo a normalidade da realidade a que estamos integrados passamos por ela.
Criança és e a velho chegaras.
Isto de dizer que para se cuidar dos idosos está-se a descuidar a criança, não é a realidade, existe uma coisa que se chama dignidade.

Repare eu fui reformado dor doença. Mas nas épocas em que estava melhor cheguei a tentar arranjar emprego, sempre seguindo processos legais e descobri que não podia ultrapassar os 130 euros na altura de salário mensal, segundo me foi dito.
Esquemas burocráticos do sistema que aprisionam.
Existem famílias que são elas que não querem deixam os idosos ir para os lares pois a reforma entra na sua economia familiar.
Conheço casos de idosos que fugiram de casa por maus tratos pedindo ajuda e quem tomava conta alegou a insanidade destes quando os foi buscar pois o interesse não era o idoso mas sim a reforma dele, dias depois estavam nas urgências pois caíram das escadas.
Mas fiquei curioso em saber o que entende por dever cívico e parasitismo. Ou é preferível chamar parasitas pois já existe a descriminalização na adjectivação quando se foge ao padrão. Há pessoas que devido ao sistema ficam presas em teias que não conseguem desmontar.
Neste momento por ex se decidir trabalhar não posso ganhar mais de 200 euros, por mês, pois como a retoma é mínima não pode ultrapassar o total do salário mínimo. Mas tenho a agravante, de se este mês estou bom o dia de amanha não sei. E querer alguém a trabalhar mesmo por 200 euros mensais com a agravante que pode ir parar ao hospital e deixar de contar com ele também é tido em conta no não.
Repare a realidade tem mais matizes que a cor uniforme que muitas vezes a sua visão apreende.

Raquel disse...

Senhor Paulo Santos, eu sou uma senhora quase nos 40 anos.
Parece-me que gerei alguma mal entendido... eu defendo que todo o ser humano seja tratado com dignidade, obviamente, mas uma sociedade evoluída ou desenvolvida dá primazia à Educação, isto é, às crianças, para no futuro termos adultos saudáveis (pelo menos, minimamente pois a poluição mundial nem sempre deixa), produtivos, felizes e velhinhos alegres e autónomos.
Na minha segunda mensagem aqui, quando mencionei educadores, refiro-me a pais ou encarregados de educação, e ao facto de alguns destes terem a cargo idosos em sua casa ou viverem na casa do idoso sem outra hipótese ou por comodismo, esse pais, deixarem de dar a atenção necessária e vital aos filhos menores, quando os têm, pois estão "presos" ao idoso...
Depois, é claro, há o contrário: idosos mal tratados, outros abandonados em hospitais, os usurpadores de reformas, etc, mas aqui o Estado é que tem que estar alerta e intervir com o poder local. Isto é o "bullyng da velhice": quem vê ou ouve tem de denunciar às autoridades, não falta linha telefónicas de apoio e sites na internet, ajudas nas Junta de freguesia ou na polícia local, etc.
Só comentei o facto de antigamente tanta gente queria ser Educador e professor, mas muitos não era por gosto ou vocação e o mesmo parece-me passar-se com a velhice. Alguns pensam assim: vou cuidar de velhotes para ter emprego garantido e ganhar um belo dinheiro, pois agora há muitos velhos. Mas não creio que sejam a maioria, felizmente, e desculpem-me os bons profissionais. O que é certo, é que muitos Lares e Infantários ainda tem muita gente incompetente e que só lá está para ganhar o seu salário, com pouco respeito pelo ser humano, basta ver as notícias diariamente...
Em minha opinião os "humanos parasitas" são aqueles não fazem nada de nada por si mesmo e não sabem colocar-se no lugar do outro, não fazem um esforço para se bem tratarem e seguir as regras da sociedade, não se ajudam e não recebem bem a ajuda por simples orgulho rancoroso, outros são oportunistas e "penduram-se" há anos naqueles que por infelicidade gostam do "parasita", fazendo-se este passar eternamente por vítima, etc... será que fui clara?
Não me interpretem mal, por vezes é a pressa a escrever. Errar é humano, certo?
Mas também devemos evitar os erros ou pelo menos, não repeti-los! Basta olhar atentamente à volta e ver os erros que se cometem pelo mundo para não imitarmos as mesmas idiotices, não é?

Raquel disse...

O senhor Paulo Santos tem a sua razão e cada caso é um caso.
Peço desculpa se não expliquei bem o que queria dizer, mas o que observo há minha volta são situações de idosos quase acamados ou já acamados (que não cuidaram bem da sua saúde) que recusam ajuda dos apoios sociais, porque querem só por egocentrismo que seja o filho/a a largar os empregos e as suas crianças para cuidar deles, nas aldeias e muitas vilas é típico.
São poucos os avós que cuidam das crianças, embora há quem acredite que é a maioria. As pessoas idosas querem cada vez mais dedicar-se a si mesmas, a outras actividades que não puderam fazer na juventude, o que acho louvável desde que não prejudiquem ninguém intencionalmente. Alguns, por exemplo, vão para a Universidade da terceira idade. Mas outros, se calhar cada vez em mais número, têm mesmo que trabalhar fora de casa até aos 80 anos para sobreviver. Muitos passam a velhice doentes e não podem cuidar dos netos.
Ao dar respostas sociais às crianças têm que as dar também aos mais velhos. É lamentável as parcas reformas e os maus tratos aos mais velhos.
Mas tratar mal crianças é perpetuar uma sociedade doente e ineficaz.
Uma criança de 8 anos que fica o dia todo em casa sozinha a tratar de um bebé de 2 anos, é um perigo para ambas, por causa dos acidentes domésticos e não só; é negligência da mãe que não procura eficazmente ajuda e está a pôr a filha em situação ilegal de trabalho infantil não remunerado. Isto é só um exemplo de um caso que sei de fonte segura, mas sei de outros. Não me venham dizer que é raro ou que não acreditam, se eu quisesse, podia provar...
E, um dia na minha velhice, se eu ficar incapaz de me tratar, quero ir para um Lar de terceira idade onde haja respeito e condições condignas, não quero ficar "pendurada" em ninguém.
Os "parasitas" são somente os que espalham o mal: só ficam nos queixumes constantes e a invejar compulsivamente tudo e todos, são agressivos, violentos e maltratam todos e não fazem nada de bem pelos outros, nem pelo ambiente nem a si mesmos, etc. Os "parasitas" e vou parar de dizer este termo, pois é ofensivo, estão psicologicamente perturbados negativamente e alguns, os mais perigosos e prejudiciais para a sociedade, têm de ser presos para poderem ser tratados. Mas por piores que sejam, são seres humanos, por isso se aboliu, felizmente, a pena de morte.
J.L. Pio Abreu, psiquiatra, escreveu o seu polémico livro "Como tornar-se um doente Mental", dirigindo-se a muitos que não saem da sua "doença mental" e acreditam estar constantemente doentes psicologicamente(doentes psicossomáticos).
A sociedade está um pouco perturbada...há coisas que são lógicas tal como arranjar respostas sociais para os desfavorecidos, praticar solidariedade, etc; enquanto que Mal não é lógico, só prejudica tudo e todos.
Mas ficou muito por dizer...não me intrepetem mal.