O mercado de trabalho, tal como a vida privada, está cheio de boas intenções, ainda mais neste momento de crise em que o apelo à solidariedade e à responsabilidade social ecoam em todos os media. Mas é possível conciliar ética com sucesso profissional? A ética ou o sentido de responsabilidade social são intrínsecos ao indivíduo – sobretudo por via da sua formação – ou devem ser impostos pelas organizações a que pertencem? De que vale criarem-se códigos de conduta empresariais ou manuais de boas práticas quando quem os vai aplicar não é bom apenas por ser? Hoje, o SC serve-se com ética.
Convidados:
João César das Neves, Economista e Professor da Universidade Católica Portuguesa
Sandra Ribeiro, Presidente Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego
Margarida Pinto Correia, Administradora Executiva da Fundação do Gil
João Lino Castro, Gestor e Empresário
9 comentários:
Hoje não é preciso ter ética para ter sucesso, basta ter o cartão partidário dos Partidos que exercem o poder em Portugal há mais de 30 anos e, mais vale uma boa cunha do que um bom curriculum e basta.
Olá a todos!
Se o assunto é acerca de ética, cá estou eu novamente. A mim, só me falta sucesso profissional e bastava algum sucesso, mas aparecem-me sempre demasiados obstáculos. Mas não desisto!
Eu acho que maioritariamente devíamos ser da opinião que a ética e o sucesso são compatíveis e desejáveis!
Sei de alguns exemplos, tal como um restaurante take away em que os donos cozinham bem, barato e tratam convenientemente toda a gente, sem explorar ninguém, nem fazer "batota" ou trafulhice. Já conheci também professores com qualidade profissional, exemplares eticamente e bem sucedidos. Aliás, eu tento adquirir produtos, de acordo com o que os rótulos informam, se são empresas sérias ou não e só cliente em sítios que sei que não me estão a enganar. Portanto, a ética, ao contrário do crime, compensa!
Diz o ditado popular: "quem mal anda, mal acaba..."
Uma frase interessante: "O sucesso sempre foi a criação da ousadia." Afirmava, Voltaire.
Outra citação verdadeira: "Você não pode ensinar nada a um Homem: você pode apenas ajudá-lo a encontrar resposta dentro dele mesmo." Disse Galileu Galilei.
Curiosamente, é o que os psicólogos fazem, ajudam os outros a auto-conhecerem-se, a encontrar respostas em si mesmos. Tenho uma profunda admiração e gosto por esta profissão.
Mas leiam que frase inteligente disse Ludwig Beethoven: "NÃO EXISTE VERDADEIRA INTELIGÊNCIA SEM BONDADE." (desculpem-me as maiúsculas, mas gostava que vissem bem.)
Entre os vossos convidados noto que há muitos empresários, executivos, economistas e gestores...no entanto, sem serem os padres e outros religiosos, quem mais podia ser um bom representante da ética? Agostinho da Silva, nosso humilde filósofo falecido era um bom exemplo...e entre os vivos? Quem daria aulas de ética nas escolas, se isso fosse solicitado?
Um abraço!
O sucesso devia estar dependente da ética!
Infelizmente não está!
Quando temos o exemplo do nosso primeiro ministro em que a palavra dada é facilmente retirada...
Quando temos a Italiana GALP a promover plástico inútil poluidor sonoro...
Mas seria um bom princípio...
Recentemente fui obrigado a frequentar uma formação de Ética e Deontologia para me tornar membro da ANET (Associação Nacional de Engenheiros Técnicos) e verifiquei que na turma, praticamente todas as pessoas demonstravam padrões muito elevados nesta questão.
O que é triste é que na vida real, e com o exemplo dado pelas mais altas instâncias e governantes deste país, Ética e Deontologia não passam de teoria... A sociedade está e continuará a pagar bem caro o descartar destes valores...
Sérgio Sabino
No mundo de hoje, não, infelizmente não. Quando se é ético, não se tem sucesso, quer a nível individual ou a nível empresarial. Se formos ver, a empresas e pessoas com sucesso e fama, são tudo, menos éticos.
A ética está, de fcato, na moda... tudo implica ética,tudo está co-relacionado com a ética e, se no passado a ética divorciou-se com a sociedade e o cientista, hoje ela é cada vez mais necessária. Proponho uma sessão (programa) num futuro próximo sobre a responsabilidade ética e, não querendo ser inoportuna, seria optimo se tivessem convosco representantes de diferentes áreas, suguro a minha Orientadora Prof.ª Maria Jorge - Presidente da comissão ética do hospital de S. António (Porto).
Apesar de a ética existir mais na teoria que na prática, lá está: fica-se pelas boas intenções, ela é imprescindível para um sucesso duradouro. Passa pela Educação do ser humano desde cedo.
Quando a sociedade deixar estar tão agarrada, ávida e dependente do dinheiro, as coisas vão correr melhor.
Porque é que os políticos não passam por uns sérios testes de ética, porque não fazem um curso em que envolvesse uma forma de descobrir as suas capacidades morais e éticas assim como a sua sanidade psicológica?
Gostei de ouvir no programa de hoje, particularmente, a Margarida Pinto Correia, sempre gostei de a ouvir. Porém, discordo um pouco em algo que ela disse "...não existem formas de não poluir, ou pelo menos não as procuramos..."
Existem muitas formas de não poluir, está tudo muito dependente dos Poderosos, os governantes. Existe muita gente a lutar contra a poluição e fazem por não poluir...mas não se expõem, deve ser isso.
Há muitas coisas de sucesso que não têm valor ético nenhum, é um dos problemas. Por exemplo, as telenovelas deprimentes e promiscuas... como o povo aderiu!
E os carros a gasolina? Reparem que sucesso têm tido desde há mais de 100 anos, impulsionado por Henrry Ford, ainda viajamos a gasolina, apesar dessa porcaria poluir o ar todo e gastarmos dinheiro desnecessariamente!!
Há um economista disse uma grande verdade: quando a finalidade é lucrar dinheiro, não há ética... e assim a humanidade não vai a lado nenhum, auto aniquila-se.
Os políticos corruptos acabam por cair...as pessoas com ética, perduram!
Tudo de bom!
Adorei o programa de hoje onde evidencio a excelente capacidade intelectual do Professor que no meio de tantas observações/verdades/realidades teve uma tirada fantástica com a seguinte frase, e desde já peço desculpa senão estiver transcrita com exactidão mas fica a ideia de qualquer forma:
"Quando a maré baixa é que se vê quem não tem fato de banho"
Parabéns, um dos melhores programas da televisão nacional.
Quando uma empresa, organização ou marca faz o seu donativo em prol de uma causa, interrogo-me seriamente se este acto é levado a cabo com o "imaculado" intuito de ajudar, ou se o mesmo estará a ser feito com a subjacente intenção de notoriedade em mente.
Pior ainda, não passará este acto de patrocínio convencionado ou de publicidade capsulada?
As acções de "responsabilidade social" e o "marketing de causas" são, quanto a mim, uma "salutar" forma de ROI (Return Of Investment) para empresas, organizações e/ou marcas através do consumidor. Pudera eu estar redondamente enganado...
... mas o que seria de algumas destas honestas e louváveis causas se estas "éticas" acções não existissem?
Convidava os caríssimos representantes (vulgo políticos) da nossa mui respeitosa República Portuguesa a intervir.
Antecipadamente grato,
Rhyme T.
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